História Dangerous Love. - Isso é Tudo Culpa Minha.

~ P.O.V James ~

Os três agentes foram comigo em um carro só, para poupar trabalho e atrasos.

- Não me lembro de você na Interpol. - Comenta o latino arrumado a munição de sua arma.

- Não sou agente, sou detetive. - Olho a estrada. - Nem sei porque Kendall me colocou no comando.

- Kendall é um caso para estudo. Teimoso até os ossos e metido à... BadBoy. - Ri guardando a arma no cinto.- Mas se ele te colocou no comando, aí tem coisa.

- Talvez seja algum castigo. Afinal... - Suspiro virando a rua. - Eu fiz isso com o Logan.

- Não exagere. Logan já deve estar até acostumado com situações dessas. - O olho. - Não é o único que o conhece Novato.

- Por quê todos me chamam de Novato? - Bufo.

- Você é novo nesse mundo de investigações James, por isso sempre te chamo de Novato. - Diz Kendall em meu ouvido e o latino ri.- Vejo que já conheceu Carlos, só te dou um concelho, deixa as estratégias com ele okay?

- Está se aproveitando de mim Kendall? Não acredito. - Diz o tal Carlos rindo.

- Está ouvindo ele? - O olho e ele sorri antes de virar a cabeça para o outro lado, me permitindo ver o fone em seu ouvido. - É bom em estratégias?

- Digamos que sim. - Dá de ombros.

- Ele é melhor que qualquer um. Pare de ser modesto Pena! - Kendall esbraveja e Carlos ri.

- Não entendo esse amor dele por mim. - Diz e ouço Kendall o xingando. - Vamos fazer um ataque surpresa okay? Primeiro preciso ver o local e ver se tem saídas laterais ou nos fundos. - Eu aceno com a cabeça. - Depois é só entrar e torcer para essa pessoa não ter capangas armados até os dentes.

- Não seja pessimista Carlitos, ele me parece alguém que sabe usar uma arma. - Diz o outro agente. - Sou Kevin, irmão do Kendall. - Diz com um sorriso amistoso.

- Antes que me pergunte, sim, ele é estranho. - Diz Kendall em meu ouvido e eu rio junto de Carlos e o próprio Kevin. - Está vendo a estrada/lago? - Olho para a frente e vejo a água de cor marrom, passando por cima de uma grana alta e verde escura.

- Sim... - Acelero e só ouço o barulho da água batendo da lataria do carro.

- Segue direto que vai dar de cara com o tal cativeiro. Eu espero. - Ouço sua voz tremer um pouco.

- Fica calmo Mestre da Tecnologia. - O carro treme em algumas deformidades da rua.

Carlos olha atento para a frente e franze as sobrancelhas confuso.

- Tem certeza que é aqui Kendall? - Se inclina para a frente.

- Segue mais alguns metros que vai retirar suas palavras Pena. - Diz o loiro irônico.

Sigo o caminho de terra ainda meio grudenta e escorregadia pelos leves chuviscos que caem no parabrisas.

Pouco adiante vejo uma construção.

Ao passo que me aproximo, parece cada vez maior.

Paro o carro e saímos devagar, tentando não fazer barulho e segundo Carlos, procuramos algum capanga vigiando a porta ou algo assim.

Mas não há nada.

Ninguém.

Apenas o vazio em frente à porta e um silêncio torturante.

- Vamos entrar, mas mantenham a atenção. Pode ser um truque. - Diz Carlos.

- Ou talvez não esperem mesmo que alguém venha resgatar Logan. - Digo e ele me olha. - Ele pode ter mantido e ainda estar mantendo o disfarce.

- Ele é louco.- Diz Kevin rindo.- Um ótimo agente, mas louco.

Gesticulo com a cabeça para a construção e eles vem logo atrás de mim.

Abro a porta devagar e está tudo escuro. Sem som nenhum.

Dou alguns passos com cautela e estranho não ter a presença de ninguém ali.

No chão vejo o que parecem respingos de sangue seco.

E marcas no chão de que alguém esteve ali não tem muito tempo.

- O que te chamou a atenção no chão Novato? - Carlos se aproxima impondo a arma.

- Algo aconteceu aqui e não tem muito tempo. - Olho em volta. - Vamos procurar alguma passagem ou corredor que nos leve a algum outro lugar. Não estou convencido de que acabou. - Ambos assentem e vamos cada um para um lado.

Só acho mais silêncio e vazio até ouvir um "psiu" um pouco longe na direção contrária à quê estou.

Kevin está parado em uma parece ao lado de um corredor muito bem iluminado.

Como não vimos isso antes?

Porém ouço vozes ali. Duas vozes conversando algo que não consigo entender.

Olho de relance para o corredor e vejo dois homens andando na direção que estamos.

Porém antes ouço um deles dizer algo.

- Eu não sei como, mas o soro não deu certo com ele. Ou... Ele está de fato dizendo a verdade. - Diz um deles.

- Uma ova! Ele está mentindo e eu sei disso. Talvez... Se eu usar a faca na outra perna dele... Ele diga a verdade para mim. Ninguém é forte assim. - Diz risonho e olho alarmado para Carlos. Ele está falando dele. - Já praticamente perdeu uma das pernas, sem a outra... Ele desiste.

- Ele não vai aguentar. Você não me deixou estancar o sangramento do abdômen, ele está fraco pela perda de sangue. Pode morrer. Não entende? - Diz novamente o outro com indignação na voz.- Você não devia ir tão longe assim.

- Não, VOCÊ é que não entende que eu quero que ele sofra. Apenas isso. - Fecho forte minha mão com raiva. - Ele está quase dizendo a verdade. Eu sinto. - Diz inspirado.

- Talvez ele não aguente muito mais. Talvez não aguente até amanhã David. - Avisa o outro.- Ele ficou mal muito rápido. Está em estado CRÍTICO!

- E você com isso? Vai me desobedecer? Estando metido nisso como está, eu te aconselho à não tentar me deixar sozinho. Não viu o que fiz com ele naquela sala? Quer sentir na pele aquilo? - Ameaça o tal David.

- N-não mas...

- Mas...? Você ainda quer me questionar? Sério? - Ouço um barulho na parede. Como se alguém tivesse sido empurrado bruscamente na mesma. - Não tem coragem de fazer nada não é? Nem lutar consegue. - Ri irônico e não me seguro em dar um passo à frente para vê-lo segurando o outro homem pelo colarinho contra a parede.

- Mas eu consigo. - Digo antes de Empurra-lo no chão acertando com força seu rosto algumas vezes.

Ele consegue reverter as posições e me acerta algumas vezes.

Devo admitir, não luto muito bem.

O empurro com os pés e ele cai longe de mim, me permitindo algum tempo para me levantar.

Passa a mão no rosto e vejo o sangue escorrendo de seu nariz e de um corte abaixo de seu olho.

Me olha com raiva e vem para cima com a mão fechada e me acerta em cheio com força.

Olho para atrás dele e Kevin e Carlos lutam intensamente com o cara que havia fugido. Pelo que posso ver ele luta bem.

- É o amiguinho do Logan não é? - Se aproxima rindo. - Parceiro da Violet. - Me olha de cima a baixo. - Parece ser um oponente à altura.

- Você não faz idéia de com quem se meteu. - Tento acertar um soco em seu rosto, porém ele desvia com agilidade.

- Pela precisão de seus golpes que... Desculpe dizer, não chegam aos pés dos que Logan conseguiu me dar antes de eu o prender. Suponho que não seja um agente de... Sei-lá-onde. - Diz debochado.

- Não sou, mas se enganou e vai se arrepender de ter pego ele. - Rosno finalmente conseguindo o acertar.

- E quem vai fazer eu me arrepender? Você? - Ri alto. - Enquanto está aqui comprando briga comigo, seu amigo está morrendo, à cada minuto sentindo mais e mais dor. - Seu sorriso parece de um maníaco. - E você mal consegue me acertar UM soco.

- Um soco eu consigo. - Reúno minha força em minha mão e acerto sua mandíbula com força e ele cambaleia para o lado.

"- Em uma luta real, é preciso surpreender o oponente, nunca ataque sempre pelo mesmo lado." - Lembro da voz de Logan me dizendo isso. "- E fazer sempre o mesmo movimento é um ingresso só de ida para o chão" - Sua voz ecoa em minha mente.

- Nada mal. - Limpa a boca se aproximando. - Mas terá que fazer muito mais para me derrubar.

- Não duvide de mim. - O acerto outro e outro soco porém ele retruca e quando soca meu estômago caio no chão sem demora.

"- Foca James, perceba o ponto fraco do oponente. - Ouço Logan dizer como de brigasse comigo. - Todos têm um ponto fraco. É só observar os movimentos." - A voz do moreno volta a minha mente.

Olho ainda sem fôlego para David e percebo que quando prepara um ataque, ele recua. Como se apenas ameaçasse.

Quando se aproxima para provavelmente me dar um chute, sou mais rápido e lhe dou uma rasteira ainda deitado no chão.

Ele cai e geme alto de dor.

Me levanto e ele faz o mesmo rápido.

- Está indo bem, apenas uma coisa. Não me rendo fácil à lutas. - Faz algo inesperado. Tira do bolso um canivete suíço de aparência bem afiada.

Porém me lembro de Logan me dando outro conselho.

"- Não pode confiar sempre em todos, pessoas jogam sujo. - Diz dobrando as mangas

- Como assim jogam sujo? - Pergunto.

- Golpes baixos. - Gesticula com a mão. - Coisas infantis, então fique sempre atento." - O olho e vejo o canivete como um ato de desespero.

- Pode vir. - Digo e ele me olha confuso. - O quê? Não sou louco, você tem uma arma e eu não. Apenas quero... Perder dignamente. - Sorrio para ele.

- É algum truque? - Pergunta ainda apontando o objeto afiado em minha direção.- Está tentando me confundir?

- Não, apenas quero ver se tem mesmo coragem de usar isso. - Abro os braços. - Nada de truques. Palavra de escoteiro.

Ele fecha a cara e faz menção de usar o canivete, porém uso o conselho de Logan à meu favor.

O puxo para perto e depois de empurrar o canivete de sua mão para o chão, dou uma joelhada entre suas pernas.

E sim, quase sinto sua dor.

- Seu desgraçado. Isso é golpe baixo! - Diz se contorcendo no chão.

- É, e eu não fui escoteiro, apenas alguém que aprontou muito no colegial e que aprendeu certos... "Truques". - Me abaixo e pego minhas algemas no bolso. - Você está preso em nome da lei por sequestro e tortura, e tem o direito de ficar calado, tudo o que dizer poderá e será usado contra você no tribunal. - Prendo seus braços para trás. Olho para Carlos e Kevin e ambos olham o homem no chão inconsciente. - Vigiem ele. - Carlos acena e vem até mim. - Kendall, chama uma ambulância. Não sei como Logan está, mas suponho que esteja muito mal. - Vou andando pelo corredor.

- Já está a caminho. Só vai demorar por causa daquele lago no meio da estrada. Tenta manter ele acordado. - Diz em meu ouvido pelo fone.

- Primeiro tenho que achar ele... - Olho para o corredor e em uma parte no percurso vejo na parede um pouco de sangue seco. - Aí não... - Começo a correr até achar duas portas.

Uma branca cheia de trancas e uma de madeira.

Abro a porta branca e ouço um barulho de "bip" em ritmo lento.

Olho lá dentro e me espanto com o que vejo.

Logan totalmente imóvel em uma cama de hospital, com dois acessos em seu braço, amarras em seus pulsos, um pano em sua boca e um canivete e uma faca presos - respectivamente - em sua perna e abdômen.

Seu rosto ensanguentado e também suas roupas.

Corro para perto da cama e seus olhos se movem para mim e ele franze de leve as sobrancelhas antes de tentar dizer algo que - obviamente - soa como murmúrios.

- Calma okay? Vou te tirar daqui. Aguenta. - Puxo o pano de entre seus dentes e ele geme de dor.

- Você demorou... - Diz com a voz fraca. - Esperou até a última hora... - Fecha forte os olhos.

- Eu quis vir antes eu juro. Mas a chuva fez te achar virar um desafio. - Abro as algemas e afrouxo as amarras. - Kendall fez de tudo para te achar. - Solto seus braços e pernas e olho confuso para os acessos em seu braço. Ele não se move. Nem sentou ou fez qualquer movimento.

- Tira isso. - Diz e o olho com cautela. Posso acabar rompendo alguma veia. - É uma ordem James. - Fecha forte os olhos. - Estou com isso à três dias, tira isso ou vou ficar ainda pior.

Puxo com cuidado as fitas que prendem os acessos e os tiro com cuidado vendo seu braço roxo. Literalmente roxo nos locais onde as agulhas estavam.

- Sabe o que era isso? - O olho e ele nega com a cabeça.

- Só sei que foi isso que quase matou meu parceiro. - Diz baixo. - E quase fez o mesmo comigo... - Fecha novamente os olhos.

- Fica acordado entendeu? Tenta por favor. - Seguro seus ombros e ele morde forte o lábio.

- Não me sacode. Essas facas não podem se mexer sem cortar algo lá dentro. - Diz baixo e olho para o canivete e a faca em sua perna e sua cintura. - Apenas... Me ouve. - Abre lentamente os olhos em fendas. - Enquanto posso quero te dizer algo.

- Desde que isso te mantenha acordado. - Ele ri baixo e logo em seguida solta outro gemido.

- Quero... Te dizer qual foi a mensagem que meu pai me deixou. - Respira fundo.

- Não, você vai me contar isso quando estiver se recuperando. - Seguro seu braço. - Nem pense em desmaiar.

- Não estou em posição de cumprir ordens James. - Sorri de lado. - Apenas... Ouça. E quando eu estiver me recuperando te digo novamente se quiser. - Diz.

- Não... - Com um pouco de esforço ele levanta a mão e empurra a minha que segurava seu braço. Provavelmente eu o estava machucando. - Não faz isso Logan por favor.

- Eu quero te dizer. Quero que saiba. - Diz sorrindo. - Assim não será tão banal a minha partida ou... Eu apagar aqui sem mais nem menos. - Respira fundo novamente.

- A ambulância vai chegar antes. Eles vão cuidar de você, não... Não diz nada tá? Apenas fica acordado. - Meus olhos começam a arder e minha voz treme.

- Você chorar só vai piorar a situação. - Ri fraco e me olha. - James, não é a minha primeira missão. Não é a primeira vez que... Sinto dor. - Sorri. - Confia em mim. Se eu desmaiar aqui, vai ser por causa... Dessas coisas me cortando e sabe? A perda de sangue. - Rio um pouco de seu jeito destrambelhado. - Posso te falar?

- Pode... - Olho para baixo. - Se prometer que vai me contar novamente quando acordar. - Pego sua mão e seguro seu dedinho com o meu. - Jura de mindinho? - Ele ri e abre um pouco mais os olhos.

- Você é tão... Infantil Maslow. - Sorri e sinto seu dedinho se mexer. - Prometo que te conto tudo de novo quando acordar. Juro de mindinho.

- Okay... Então... - Deixo sua mão de volta na cama. - O quê ele te disse?

- Ele pediu para um dos agentes me dizer para procurar uma carta em seu escritório. Destinada para mim. - Olha para cima. - Quando eu a achei, pensei que seria... Um cartão postal de tão pequeno que era o envelope.- Ri um pouco e tem um pequeno ataque de tosse. - Mas não tive coragem de abrir. Eu... Não queria admitir para mim mesmo que ele não estaria mais ali, por mais que não nos falássemos muito, eu não o teria... Mais ali. - Para e fecha forte os olhos soltando um baixo gemido. - Na carta que eu a abri dois meses depois dele partir, dizia... - Sua voz fica um pouco mais fraca. - Dizia o que ele nunca me disse pessoalmente. Que ele me amava. Que mesmo que eu pensasse que ele nunca esteve lá, ele estava. - Respira fundo. - Cada... Jogo de futebol, cada... Reunião de pais, ele estava lá. Quando não podia ir pessoalmente, ele assistia filmagens e se sentia mal por não ser tão presente quanto devia. - Me olha. - Ele disse que se orgulhava muito de mim, e que embora não nos falássemos muito, o que ele mais queria dizer para mim é que me amava. - Fecha os olhos. - Mas ele nunca conseguiu fazer isso James, por isso... - Volta a tossir. - Por isso que acho tão ridícula essa sua... Rixa com seu pai. - Faz um pouco de força para respirar já que havia tirado o fio de debaixo de seu nariz.

- Ei, fica comigo. - Seguro seu rosto. - Não dorme, fica aqui. - Seus olhos fecham um pouco.

- Desculpe James... - Diz antes de seus olhos revirarem e ele os fechar lentamente ao som de um último suspiro forte.

A máquina que mede seus batimentos diminui ainda mais a frequência e me desespero.

Ele disse que eu não devia sacudi-lo por causa da faca e do canivete, mas meus instintos dizem que isso o fará acordar.

Paro um pouco e respiro antes de olhar para a máquina de novo e ver que o ritmo de seu coração não parou. Apenas diminuiu.

Ele não está morto. Pelo menos isso.

- Ele desmaiou? - Pergunta Kendall em meu ouvido. - Não ouço mais ele falar e nem reclamar de dor. - Diz um pouco agitado.

- Desmaiou. Mas ainda está vivo. Só... Me diz que a ambulância já está chegando. - Olho para o moreno na cama.

- Está quase chegando. - Diz. - Você tentou deixar ele acordado. Isso que importa.

- É... - Olho melhor para Logan e percebo coisas que não havia visto antes como alguns hematomas em seus braços e rosto.

O olho levemente roxo, lábios cortados, cortes pequenos com sangue seco.

Volto a olhar para seu braço e a marca da agulha está extremamente roxa.

Olho para as duas bolsas penduradas no apoio e procuro algum tipo de informação. Mas não tem nada.

É apenas um líquido azul e outro transparente.

Volto a olhar para o moreno inconsciente e percebo as gotas lentas de sangue escorrendo por sua barriga.

Procuro algum pano para estancar esse sangue e percebo que foi por isso que ele desmaiou.

- Ele está aqui! - Uma voz na porta me desperta e logo vejo os paramédicos entrando com uma maca em mãos.

Com cuidado colocam seu corpo e apressadamente o levam para fora da sala.

Olho em volta e os sigo.

Passo por Carlos que ainda vigia o homem com quem lutei e o outro - que antes estava inconsciente - está acordado.

Olho para o tal David e seguro firme seu colarinho.

- Se ele não acordar, vai se arrepender de ter nascido. - Rosno e ele ri.

- Espero que tenha se despedindo dele. - Diz e dou um soco em seu rosto sem pensar duas vezes vendo o sangue respingar na parede.

- Ei! Calma. - Carlos me puxa para longe do mesmo. - Não dê importância para o que ele diz, o Logan vai ficar bem.

- Espero... - Olho para minha mão e há sangue na mesma. Sangue de Logan.

- É... Dele não é? - Olha para minha mão. Apenas aceno com a cabeça. - Vamos falar com os paramédicos, você precisa cuidar desses machucados. - Acena com a cabeça para Kevin e outros dois agente que não havia percebido ali e seguimos para o lado de fora.

- Não estou preocupado com os meus machucados Carlos. - Me sento na maca e um um paramédico começa a limpar meu rosto.

- Eu sei, mas se quer ir para o hospital ver ele, tem que estar pelo menos um pouco calmo. - Cruza os braços. - Podem vir notícias difíceis de engolir.

- Eu sei... - O paramédico coloca um curativo ou dois nos machucados causados pelos socos daquele idiota. - Só quero que ele consiga... Ficar... - Minha voz se cala.

- Calma okay? - Ele põe a mão em meu ombro.

- Foi tudo culpa minha... - Cubro os olhos e sinto meus olhos ardendo de novo. - Se ele morrer vai ser culpa minha... E meu pai vai ter razão... - Minha voz abaixa.- Vai ter razão em me achar um irresponsável, um... Idiota que não consegue diferenciar trabalho de vida... - Olho para cima.

- Só vamos saber se ele está bem, quando você parar de se culpar. Não foi sua culpa terem pego ele, não foi sua culpa Novato. Entenda que o mundo não gira ao seu redor, não foi por sua causa que aquele louco fez isso. Então para com isso e levanta a cabeça. - Diz e o olho. - Logan vai precisar de todo o apoio possível para se recuperar. Vai precisar do seu apoio.

O olho e vejo o tamanho da preocupação que carrega em sua expressão.

Não sou o único preocupado eu sei, mas ele parece saber de algo.

- Eu sei... - Abaixo a cabeça ignorando essa minha última observação. As vezes é um saco ser detetive e prestar atenção aos detalhes de tudo.

- Vamos para o hospital, mas precisa manter a calma. Ou vou te acertar um dardo tranqüilizante e você vai acordar algemado na sala do Kendall. - Aponta o dedo para mim e eu levanto as mãos em rendição. - Eu não estou brincando Novato. - Diz sério antes de ir andando na frente.

- Não fica com medo dele Novato, ele é bem legal como viu mas... Sabe? Não suporta pessoas que se deixam levar por emoções facilmente. - Diz Kendall em meu ouvido. - E essa história dele te dopar e algemar na minha sala com toda a certeza não iria acontecer. - Diz rindo. - No mínimo eu faria ele levar você para outro lugar. Não para a minha sala.

- Muito engraçado Kendall. - Suspiro. - Tão engraçado que eu esqueci de rir. - Vou andando de volta para o carro.

- Tenha um pouco de censo de humor James, as vezes esse trabalho te deixa mais frio que iceberg.- Diz entro no banco passageiro já que Carlos já está no banco do motorista.

- Vamos. - Diz ligando o carro.

(...)

Chegando ao hospital, vamos para a recepção e logo o Doutor vem até nós.

- Estão com o Logan certo? - Pergunta segurando uma prancheta. - Sou Dr. Marcos, cuidei do caso do John e vou cuidar do caso do Logan também.

- Sim, como ele está? - Carlos se pronuncia preocupado.

- Está em estado grave, as substâncias que intoxicaram o corpo dele, são de certa forma semelhantes às que John foi submetido. Mas Logan está em pior estado. - Diz sério. - Não reagiu bem à cirurgia inicial, e creio que os medicamentos tenham que ser usados por um... Longo tempo até que o corpo dele esteja livre dessas substâncias. - Diz. - De alguma forma ele não está conseguindo respirar ou reagir sozinho. Como uma paralisia temporária.

- Entendo. - Diz Carlos engolindo em seco. - E... Como ele está no geral?

- Isso eu preciso falar à sós. - Olha para nós dois. - Um de vocês pode ir vê-lo. Ele está ainda está inconsciente, mas quando acordar seria bom ter alguém conhecido por perto. - Carlos me olha e suspira.

- Fica com o Logan, eu vou com o Doutor. - Diz sério. - Tenta deixar ele calmo okay?

- Okay. - Franzo as sobrancelhas e ele segue o Doutor pelo corredor. Aí tem coisa.

Os sigo e o Doutor me mostra em quê quarto está Logan.

É uma ala diferente.

Entro e como o Doutor disse ele está apagado ainda.

Não muito diferendo do que encontrei a algum tempo. Apenas... Não está sujo se sangue ou... Preso na cama.

Mas seus machucados agora limpos, com certeza são piores que os meus.

Seu rosto machucado e vários fios em seu corpo. Tal como em... John.

Respira lentamente com uma máscara de oxigênio presa em seu rosto e vários hematomas espalhados por seus braços e pulsos.

Tento ignorar o fato de que imagino o que o Doutor quis falar à sós sobre seu estado, mas não consigo o vendo aqui.

E isso tudo é culpa minha.