História Dangerous Love. - "Não se pode nem mais dormir hoje em dia?"

~P.O.V Narrador ~

Enquanto o sol tomava seu lugar no alto céu de San Diego, James tentava decidir se responderia a mensagem de Violet.

Pensou diversas vezes em dizer tudo, mas ao invés disso, decidiu o que piorou a situação.

"Eu pedi para não perguntar Violet, entenda, não vai querer saber meus segredos.

-JB"

Porém foi Violet que tomou uma decisão drástica.

"Então não vou ficar aqui para descobrir. Está tudo acabado Jason, eu e você e o concurso também. Eu desisto, chega de tentar fugir do futuro que me aguarda.

Não me procure mais e é isso, você pediu por isso. Me esqueça.

-VM"

James ao ler as palavras sentiu seu coração se esmigalhando lentamente no peito.

Ele fez com que sua garota desistisse dele e de seu maior sonho.

James era o monstro agora?

Ele se tornara o vilão da história?

(...)

~ P.O.V James ~

Sabe quando você ama alguém e faz coisas estúpidas para o bem dela?

Bom, foi exatamente o que fiz.

E não poderia ter cometido erro maior.

Violet era a garota que eu jamais pensei em achar.

Extrovertida e ao mesmo tempo tímida.

Engraçada e amorosa.

Gentil e atenciosa.

Irônica e misteriosa.

Minha Violet.

Minha garota "Mechas Azuis."

Depois de ler sua mensagem eu pensei mil vezes em voltar atrás e dizer tudo à ela. Porém ela não iria sequer ler o que eu diria.

Pensei em ir até sua casa, mas com certeza encontraria com Martinez ou algum de seus capangas a protegendo.

Pensei em ligar... Mas ela nunca mais me atenderá.

Minha missão se cumpriu e eu consegui o que precisava.

Mas perdi o que tinha de mais precioso.

(...)

Após Kendall vir aqui pegar o celular do Logan, me arrumei e resolvi dar logo um fim em tudo.

Literalmente.

Parado em frente à delegacia já pensava na expressão de surpresa de meu pai, ele dizendo lentamente que estava orgulhoso e talvez até um abraço vindo dele.

Ele me devolveria meu distintivo.

Me deixaria aberto para novos casos.

Talvez eu ganhasse uma promoção.

Mas nada disso importa mais.

Nada...

Entro e todos me olham, a última vez que vim aqui, sai da sala de meu pai aos gritos depois de receber um tapa do mesmo.

Não é surpresa todos saberem que quando me dirijo à sua sala, significa que possíveis gritos serão ouvidos por todo lado.

- Aqui está. - Jogo a pasta parda em sua mesa e ele me olha sério sem sequer mudar a postura.

Arruma os óculos de grau no rosto - o pequeno presente dele para mim foi a genética de miopia - e olha para a capa dá pasta.

- O que significa isso? - Pergunta e eu suspiro.

- Não queria essa "missão" cumprida? Ai está. - Ele franze as sobrancelhas.

- Você não está nesse caso James, eu te afastei. - Diz e eu reviro os olhos.

- Pode por a culpa em mim o quanto quiser, mas prenda aquele marginal. - Digo e ele fecha os olhos. - Eu sei que fiz errado me apaixonando pela filha dele, mas fiz meu trabalho tal como foi requisitado e ai está o relatório. Está tudo aí. - Ele suspira e abre o mesmo.

Passa lentamente as páginas lendo atenciosamente seu conteúdo.

Sua expressão não me parece de que está convencido de que fiz tudo, mas eu fiz.

- Apenas esqueceu de uma coisa James. - O olho confuso enquanto ele fecha a pasta e a estende para mim. - Você está suspenso de seus serviços, você fez tudo isso em vão, fez tudo achando que eu mudaria minha palavra mas errou. - Joga a pasta na mesa. - Você pediu por isso.

- Não pode fazer isso. Ele vai matar mais pessoas, não vê a burrice que está fazendo? - Ele suspira.

- Sim, e acredite, se eu pudesse eu o prendia agora mesmo. Mas você fez isso James e estou de mãos atadas. - Reviro os olhos.

- Então se fosse qualquer outra pessoa te entregando isso, você aceitaria? - Pego a pasta.

- Qualquer pessoa que esteja na missão desde o início. - Corrige e eu penso. - O seu amigo dá Interpol é um exemplo.

- É... Mas ele está no hospital, então teria que esperar. - Abaixo a cabeça e ele respira fundo.

- Olha, sei que pode ser estranho o que vou falar. Ainda mais eu sendo... Cabeça dura como sou.- Coça a nuca. - Mas se afaste desse caso por favor. É pelo seu bem que peço filho. - Diz e o olho imediatamente.

- Você me chamou de... Filho? - Ele abaixa a cabeça.- Você nunca me chama de filho. Geralmente é James ou Detetive Maslow. - Franzo as sobrancelhas. - Sem contar os xingamentos de quando está irritado.

- Você é meu filho James, já passou dá hora de eu entender isso. - Suspira. - Pede para o seu amigo assumir o caso, se afasta e espera as coisas esfriarem. - Segura meus ombros. - Não quero você em perigo.

- Eu não posso fazer isso. - Abaixo a cabeça. - Pai ele... Ele não pode ficar sozinho nessa. Eu prometi que estaria com ele... Eu o coloquei nisso... E tenho que estar com ele. - Ele acente com a cabeça. - Posso ser um idiota... Mas sou um idiota de palavra.

- Okay. - Vai até sua mesa e abre uma das gavetas. - Vai precisar disso. - Tira o meu distintivo da mesma e vem até mim. - Não posso aceitar esse relatório vindo de você James pela sua suspensão, mas se seu amigo puder me entregar ele, Bruno Martinez será preso na mesma hora. - Me entrega o mesmo.

- Obrigado... Pai. - Ele sorri minimamente e dá dois tapinhas em meu ombro.

- Vocês conseguem. - Diz e eu balanço a cabeça antes de sair.

Essa foi a primeira conversa civilizada que tivemos em anos e devo admitir, quero que se repita.

(...)

A semana foi passando e eu não consegui coragem de aparecer no hospital para ver Logan e enfrentar sua raiva.

Segundo Kendall - que passou a me dizer tudo à respeito do quadro do moreno - ele tem se recuperado rapidamente, ficou alguns dias com um tubo - literalmente - nos pulmões para retirar fluidos ou sei lá o que de lá, mas já o retiraram e ele fica melhor à cada dia.

Vou ter que vê-lo uma hora ou outra. Se bem que adiar isso está se tornando uma rotina da qual não consigo me livrar.

Mas hoje não terei escapatória. Eu vou.

Vou encaram Logan.

~ P.O.V Logan ~

Abro lentamente os olhos - vendo como sempre o teto branco do quarto de hospital - e ao olhar para o sofá ao lado da cama vejo uma cena engraçada.

Kendall e John deitados no sofá, um com as pernas jogadas para cima do outro e pelo que consigo ver, Kendall está abraçado com o pé de John.

Pego meu celular e tiro uma foto antes de Kendall abrir e piscar lentamente os olhos.

Ele solta um bocejo alto e olha para o pé de John, já que estava muito próximo de seu rosto.

- Me diz que eu não estava beijando o pé dele. - Diz e eu rio sentindo um leve desconforto onde levei a facada. Não que eu já não tenha sentido, sempre sinto e ao que parece é normal. - Eu estava?

- Não, mas vocês estão uma graça aí juntinhos. - Digo e ele ri antes de empurrar as pernas de John e o mesmo quase cair no chão.

- Não se pode nem mais dormir hoje em dia? - O moreno diz abrindo os olhos e dá um tapa em Kendall. - Precisamos impôr regras com relação à esse sofá loiro. - Estraga os olhos e ri de seu próprio comentário.

- Você podia ter ido para casa, eu disse que ficava. - Kendall cruza os braços.

- Sim, mas eu não tenho nada para fazer em casa e eu queria ficar aqui antes de você. - Revira os olhos e Kendall sibila um xingamento dirigido à ele.

- Vocês dois não deviam discutir aqui sabia? Tem pacientes tentando dormir. - Digo e eles param. - E eu também não sei o motivo dos dois terem ficado aqui se só pode um acompanhante. - Levanto a sobrancelha.

- O doutor Marcos deixou. - John dá de ombros. - Como se sente? - Empurra o cabelo para trás.

- No mesmo. - Suspiro. - Mal sinto minha perna e a dor chata no corte da cintura me irrita. - Eles riem.

- Vai devagar. Eu fiquei meses sem poder sentir nada lembra? - John me olha e eu sorrio de leve.

- Eu não sabia que não sentia nada, mas enfim, é bom que agora esteja aqui. - Ele estende a mão e eu bato na mesma.

- E o gênio aqui? Nada? Eu que te tirei das garras do David Okay? Agradecimentos à parte. - Kendall cruza os braços incrédulo.

- Bate aqui Gênio. - Estendo a mão e ele sorri antes de bater na mesma. - Idiota. - Reviro os olhos e ele ri.

Ouço leves batidas na porta e logo a mesma se abre lentamente.

Ainda está cedo para ser o doutor Marcos vindo ver como estou.

Vejo seu cabelo castanho e ele sorri sem graça ao ver os dois ali espalhados no sofá.

- Oi... - Acena com mão e eu olho para os dois que observam tudo sem se mover.

- Podem me deixar sozinho com ele? - Eles se entreolham. - O pedido foi pura educação. Por favor. - Digo e eles se levantam e seguem porta à fora. John olha sério para James e o mesmo entra enquanto a porta se fecha. - Tomou coragem de me encarar?

- Sim... Eu devia ter feito isso antes... Eu sei. - Abaixa a cabeça. - Podemos conversar?

- Não trouxe nenhuma seringa com nenhum sedativo dessa vez não é? - Pergunto sério e ele nega com a cabeça. - É bom, prefiro ter conversas civilizadas.

- Eu... - Tenta dizer mas sua voz falha.

- James só me diz uma coisa, o que você tinha na cabeça quando fez isso? - Vou direto ao assunto.

- Eu não sei o que deu em mim, eu me vi em uma montanha russa onde se eu estivesse ao lado dela, tudo se resolvia. - Olha para baixo e suspira. - Ela estava tentando me proteger do pai dela Logan... Ela... Ela tentou negar meu pedido, mas eu pedi tantas vezes... - Segura seus cabelos.

- Você a ama de verdade não é? - Ele acena com a cabeça. - Então se sente mesmo isso amigo, só o que deve fazer é deixá-la longe para ELA não se magoar no final. - Ele balança novamente a cabeça.

- Isso já está feito. - Murmura e eu o olho confuso mesmo ele estando com a cabeça baixa.

- Como assim? Me explica. - Ele me olha e seus olhos estão vermelhos como se ele segurasse o choro.

(...)

Após me contar tudo ele simplesmente desabou e deixou suas lágrimas rolarem.

Em qualquer outra ocasião eu o mandaria ser forte ou dizer que tudo ia ficar bem, mas dessa vez nada disso aliviaria o que ele está sentindo.

Ele se sentou na cama e me abraçou - coisa que me deu dores - enquanto suas lágrimas caiam sem dó em minha camisa.

- James... - Esfrego suas costas e ele funga um pouco. - Você sabia que ia acabar assim não é? Eu te disse mil vezes cara. - Ele balança a cabeça. - O importante agora é: Cumprir o que deve fazer. Você não foi posto nessa missão para se apaixonar, foi posto aí para prender um criminoso. Faça seu trabalho e Violet verá quem você é de verdade. - Digo e ele me olha enquanto limpa as lágrimas que ainda caem.

- Q-quer que eu conte a verdade à ela? - Sorrio de lado em resposta. - Só pode estar louco.

- Você quer conquistar a confiança dela não é? - Ele assente. - Como acha que eu fiz? - Sua expressão muda.

- Você contou a verdade à ela? - Pergunta e eu me deito novamente. - Você é louco?

- Não contei do meu disfarce, nem do nome falso, falei apenas que um dia teria que prender ele. Contei que tenho essa missão. - Fecho os olhos. - Ou pelo menos tinha, e ela entende.

- Mas se eu disser... - Diz com a voz trêmula. - Ela vai me odiar ainda mais.

- Ela não te odeia James, está irritada por não contar a verdade à ela e ficar inventando desculpas esfarrapadas. - O olho e ele assente. - Uma hora ou outra você teria que contar à ela a verdade. E chegou a hora.

- Não posso. - Imediatamente diz e se levanta. - Não posso Logan, eu não tenho coragem para isso.

- Vai ter que arranjar. - Me sento. - Enquanto não contar a verdade não vai ter como ela confiar em você.

- Mas ela pode acabar me odiando de verdade. - Abaixa a cabeça e segura os cabelos.

- É uma possibilidade, mas você sabia disso desde o dia em que à beijou. EU te disse isso Maslow. - Ele assente. - Mas não se esqueça que ódio não dura para sempre. Uma hora ou um dia ela vai te perdoar. Basta esperar e ser paciente. - Sorrio de lado e ele faz o mesmo.

- Você vai estar aqui para me ajudar se der errado? - Sua voz fica embargada.

- Eu já sai do seu lado bocó? - Ele ri e se senta na beirada do sofá. - Eu vou estar aqui parceiro. Como sempre. - Estendo a mão. - Estamos juntos nessa Maslow.

- Estamos. - Sorri e bate em minha mão. - Como sempre.

"Juntos, como sempre."

Desde que o conheci fazemos essa juramento quando prometemos algo ao outro.

Chega à ser estranha e engraçada a frequência que usamos essas três palavras.

Mas é o que importa. Estarmos juntos.

Como sempre.