História Dangerous Love. - Apenas Cumprindo Minha Promessa.

~ P.O.V Logan ~

Já estava quase na hora e ainda esperava sua mensagem de confirmação.

Marquei com Martinez para nós encontrarmos no estacionamento do Music Express, mas ele disse que me levaria para outro lugar.

E é com isso que eu estou contando.

Finalmente meu celular vibra e lá está o endereço do local onde ele quer que eu o encontre.

Pego minha arma e a escondo na parte de trás da calça e visto minha jaqueta.

É agora ou nunca.

(...)

Paro o carro e espero ele sair primeiro do seu, sorri debochado e retira os óculos escuros embora esteja nublado e chuviscando.

Faz um gesto com a cabeça e eu saio do carro com minha bolsa no ombro.

- Espero que tenha trazido tudo Logan. - Diz sorrindo macabro.

- Eu já trouxe algum trabalho incompleto Sr. Martinez? - Levanto a sobrancelha e ele ri apontando para a entrada do local.

É um galpão.

Em alguns lugares posso ver a chuva caindo aqui dentro e o vento frio junto à escuridão.

- Vire-se. - Diz e eu me viro lentamente vendo uma arma apontada para mim. - Pareceu muito corajoso na sua casa ontem com uma arma não é?

- Eu tenho porte, o que me confunde é como entrou lá e por qual motivo me derrubou escada a baixo. - Levanto as mãos e ele ri.

- Ora vamos, você sabe. Já acabou a farsa. - Diz impaciente e eu levanto a sobrancelha me fazendo de desentendido. - Sumiu por um bom tempo não é Logan?

- Sim, eu quebrei a perna, não tenho mais direito de me recuperar como alguém normal? - Ele começa a andar em minha direção e eu sou obrigado a andar para trás no momento em que ele encosta a arma em meu ombro.

- E como quebrou sua perna filho? - Pergunta e eu reviro os olhos.

- Fui fazer snowboard com alguns amigos e lá ocorreram acidentes. - Levanto as sobrancelhas. - É o bastante para abaixar essa arma? - Ele dá de ombros e a abaixa.

- Trouxe os papéis? - Pergunta e eu tiro a bolsa do ombro a apoiando na mesa empoeirada ali.

- Não tinham vôos para tão em cima da hora, então tive que contatar um jatinho. - Pego o papel e ouço o barulho da trava da arma.- Pensei que havia baixado a arma.

- Só vou abaixar ela quando você tirar esse colete a prova de balas. - Diz e eu o olho. Ele aponta a arma para meu tronco.

- Por que? - Me viro e ele ri.

- Para caso seja preciso, eu não ter que atirar duas vezes. - Diz e eu tiro a jaqueta, a camisa e o colete o fazendo sorrir.

- Satisfeito? - Abotoo os botões de minha camisa e coloco minha jaqueta de volta.

- Um pouco. - Dá de ombros e eu pego os papéis.

- Você só precisa assinar. - Estendo uma caneta e ele assente se virando para a mesa ficando de costas para mim.

- Bruno Martinez você está preso por assassinato, sequestro e contrabando de drogas na boate Music Express. Coloque as mãos atrás dá cabeça e se vire devagar. - Diz uma voz atrás de mim e Bruno rapidamente se vira e me puxa. - Não adianta fazer reféns, o melhor é se render. - Diz James impondo sua arma.

- Refém? - Ele ri me empurrando. - Ele trabalha para mim, bom, eu pensei isso até um certo momento sabe? - Pega em baixo da mesa uma corda. - Até investigar mais a fundo sobre ele. - Se aproxima e puxa meus braços para trás.- Não é mesmo Logan? - Amarra a corda forte em meus pulsos e eu os puxo não tendo sucesso em me soltar.

- Vai dar uma de maníaco para cima de mim também? - Pergunto e ele ri macabro. - Você não me assusta Martinez.

- Apenas estou cumprindo a promessa que fiz ao seu pai no leito de morte dele. - Ele segura meu rosto e eu sinto minha respiração rápida. A raiva me atinge fortemente. - Se lembra agora? Adivinha quem matou o seu pai? - Dá uma joelhada em meu estômago e me empurra para o chão, caio deitado e fico na mesma posição. - E você... Jason Burn, o que faz com essa arma e essa autoridade toda?

~ P.O.V James ~

- Não me faça repetir. - Seguro firme a arma e ele ri.

- É um policial não é? James. - Diz e eu o olho surpreso. - Achou mesmo que me enganaria?

- Ele te enganou por três anos. - Aponto para Logan atrás dele.

- Ele PENSOU que me enganou por três anos. - Diz e eu o olho debochado.

- Então foram quantos? Dois anos e meio de enganação em baixo do seu nariz? - Ele fecha a cara. - Sabia, você não é tão esperto quanto pensa Bruno, você não está tão na frente como nós estamos.

- Como assim? - Ele dá um passo em minha direção e eu rio.

- Sabe o seu capanga David? Foi só prender ele em uma sala que ele falou como um canário. - Rio. - Ele te entregou. Disse tudo e um pouco mais. Você está ferrado Martinez e pode apostar, não vai ver a luz do dia por um bom tempo.

- É o que vamos ver. Esqueceu que tenho o seu amigo ali amarrado? Posso mata-lo agora mesmo se eu quiser. - Diz e eu olho para trás dele.

- Acho que devia reformular o que disse. - Ele se vira e vê Logan solto segurando com uma mão as cordas e com a outra sua arma.

- Você não faz nós muito fortes. Devia treinar mais isso. - Diz debochado e solta a corda no chão. - Faça o que ele mandou e se renda, é o último conselho que te dou como seu advogado. - Diz e Martinez ri.

- Okay, eu me rendo. - Levanta as mãos. - Mas vou cumprir minha promessa antes.

Rapidamente ele se vira para Logan e ouço quatro disparos serem dados.

O som de dois corpos caindo no chão e logo o silêncio junto ao cheiro de pólvora no lugar.

Passo por Bruno e ele tem os olhos abertos e um leve sorriso, duas marcas de sangue em sua camisa - uma no estômago e uma no peito - roxa e o cheiro do sangue no ar. Não parece estar respirando mas não é com ele que me preocupo.

Corro até o outro corpo e Logan respira rápido.

Os dois tiros parecem ter acertado seu peito e sai muito sangue do lugar.

- J-James... - Segura meu braço e eu o olho. - Ele... Morreu? - Eu rapidamente olho para o outro corpo inerte e percebo que não há nenhum movimento no mesmo.

- Provavelmente. - Ele assente e tosse um pouco deixando um pouco de sangue sair pelo canto de sua boca e de seu nariz. - Oh não, olha, fica comigo. Respira. - Ele fecha forte os olhos e tenta respirar tal como eu faço.

- Não dá... - Diz e eu sinto meus olhos se inundando de lágrimas. - Está tudo bem... Sério. - Diz com a voz fraca. - Tem cartas... Eu às escrevi para... - Tenta dizer mas eu o interrompo colocando o dedo em seus lábios que tremem.

- Eu sei, eu vi... - Minha voz treme e um soluço me escapa. - Você não precisa delas, você vai ficar bem. Eu sei. - Ele ri e após tossir novamente cospe um pouco de sangue para o outro lado.

- Acho que... Essa foi a última aventura... Dos amigos. - Diz e por um momento puxa forte o ar. - Entregue as cartas para cada pessoa respectivamente. - Eu aceno com a cabeça. - Por último leia a sua. É meu último pedido. - Diz e eu seguro forte sua mão.

- Não é, você vai ver, no hospital você vai acordar e fazer as mesmas palhaçadas de sempre. Eu sei. - Minhas lágrimas começam a pingar em seu corpo.

- Se isso acontecer, pode dizer um... "Eu te avisei". - Respira fundo e seus olhos piscam rápido. - Mas... por enquanto... - Me olha e vejo duas lágrimas caído de seus olhos até o chão. - Me perdoa por te chamar tanto de idiota. - Pede e eu soluço. - Me perdoa por... Tudo.

- Mas eu sou um. - Ele nega com a cabeça.

- Não, você é... É o meu melhor amigo. - Diz e sorri levemente. - É a melhor pessoa que eu poderia ter criado essa amizade. - Puxa o ar com dificuldade. - Me perdoa... Por... Favor... - Pede e eu aceno que sim.

- Eu te perdoo. Por tudo. - Ele olha para cima e sorri levemente.

- Obrigado... - Diz baixo, quase como um sussurro.

Me olha e sua respiração fica bem mais fraca.

Ele fecha os olhos e logo após caírem mais duas lágrimas de seus olhos, sua respiração se cala com um fraco suspiro.

Sua cabeça cai um pouco para o lado após seu corpo parar de se mexer e seu sorriso se mantém junto ao leve vislumbre de uma de suas covinhas

Eu não me contenho e começo a fazer massagem cardíaca tentando o trazer de volta.

Ele não responde a nada e seu coração não volta a bater.

Minhas mãos tremem enquanto eu tento empurrar seu peito mas eu acabo caindo sobre seu corpo parado e o abraço apenas sentindo a rigidez de seu corpo imóvel.

Não consigo verificar sua jugular pelo tremor em minhas mãos, não consigo ver se ele está vivo...

Um grito corta minha garganta enquanto as lágrimas inundam meu rosto e eu tento fazer com que ele abra os olhos e respire.

Não... Não pode ser.

O barulho da ambulância se aproxima e logo os paramédicos vem até ele o colocando em uma maca e o levando rapidamente para o carro enquanto usam um respirador manual para fazer ele respirar.

Porém não me deixam ir junto.

Ouço o barulho de choques e quando consigo ver o que estão fazendo, vejo o corpo de Logan dar um solavanco para cima acompanhado de um som continuo e fino.

A linha reta que indica sua falta de vida.

Após mais um choque algo muda. Ouço um barulho diferente e um policial me puxa para me afastar e dar as informações de Logan.

O paramédico fala algo e as portas se fecham quando o carro começa a andar.

Entro no carro do Logan e sigo a ambulância com rapidez. Assim que chegam eu vou atrás, mas me impedem de prosseguir novamente.

Vou para a recepção onde encontro Meredith e ela me olha preocupada.

- O que aconteceu? - Pergunta se levantando.

- Apenas me diz que ele estava vivo. - Peço e ela olha para a direção onde o levaram.

- Eu apenas ouvi eles falando que os batimentos estavam caindo de novo. - Põe a mão no pescoço e respira fundo. - Quando dizem isso, é porque as esperanças são poucas do paciente sobreviver à primeira cirurgia.

De novo... Então eles de fato haviam voltado.

O coração dele voltou a bater.

Ele estava vivo...

Tomara que ainda esteja...

Meu mundo inteiro parece cair e eu puxo forte o oxigênio.

Meu melhor amigo... Pode estar morrendo...

E eu não posso fazer nada.