História Dangerous Love. - Não Prometa, Apenas Faça.

~ P.O.V Logan ~

O relógio marcava 3:30 da manhã e alguma coisa não me permitia fechar os olhos.

Pela 10° vez olhei para a luz da lua que entra pela janela e bufo frustrado empurrando o cobertor de cima de meu corpo.

Visto uma calça jeans preta que estava próxima à mim e uma camisa branca de mangas.

Pego meu relógio e meu celular antes de calçar minhas botas.

Meu celular vibra e vejo uma ligação de James.

James?

~ Ligação on ~

- James? - Pergunto confuso. - Acordado à essa hora?

- Perdi o sono. Te acordei? - Pergunta.

- Quem dera. Tem alguma coisa me deixando alerta hoje. - Coço a nuca. - A que devo a ligação?

- Eu estava pensando se você não está afim de me ajudar com aquele "treinamento" que me falou. - Diz.

- "Treinamento"? - Pergunto rindo. - Não sou personal trainer James.

- Vai Logan! Por favor? - Pede com a voz manhosa.

- Por que todos acham que fazer voz de bebê me convence? - Pergunto e ele ri. - Passo aí em 20 minutos. Esteja pronto para apanhar. - Digo e Desligo antes que ele me pergunte algo a respeito.

~ Ligação off ~

Melhor ele não perguntar mesmo.

Pego minha jaqueta e desço as escadas.

(...)

- Desde quando luta assim? - Pergunta James mexendo o ombro.

- Sabe que nem eu sei? - Rio. - Só sei que essa é a minha válvula de escape para extravasar a raiva. - Dou de ombros voltando a posição de luta.

- Pega leve comigo vai? Tenho que levantar Violet muitas vezes amanhã. - Pede e eu rio.

- Você que me ligou e pediu por isso Cabeludo. - Tenta um golpe e eu desvio rápidamente. - Por que não tenta ir pelo outro lado? - Sugiro.

- Como? - Pergunta.

- Em uma luta real, é preciso surpreender o oponente, nunca ataque sempre pelo mesmo lado. - Digo. - E fazer sempre o mesmo movimento é um ingresso só de ida para o chão. - Volto à posição de antes. - Vamos James, mostra o que aprendeu com o seu pai. - Provoco e ele respira fundo.

- Não faz isso. - Avisa.

- Não fazer o quê? - Rio me fazendo de desentendido.

- Não fala do meu pai como se ele tivesse me ensinado algo. - Tenta um golpe. - Ele não foi capaz de fazer nada. Absolutamente nada. - Rosna.

- Ter essa rixa com o seu pai é algo totalmente ridículo. - Ele tenta me acertar. Acho que toquei em um ponto onde despertei sua raiva. - Deveria esquecer isso, só atrasa a vida. - Ele se aproxima novamente tentando me socar e eu o bloqueio.

- Você não sabe do que está falando Logan, não sabe! - Diz alterado.

- Não sei? Pensei que me contava tudo James. - Provoco. - O que você tem contra ele? Hein? O que tanto esconde? - Pergunto.

- Você sabe Logan! Não me provoca! - Diz respirando rápido. - Você nunca vai entender como é ter um pai que faz de tudo para ver você irritado ou frustrado. Nunca vai saber o que é ter um pai que nunca esteve e nunca estará lá para te dar apoio! - Diz e eu me irrito.

- Não sei? - Avanço com socos e ele tenta me bloquear. Pois é, tenta. - Tem certeza Maslow? Absoluta? - Pergunto segurando seu colarinho. - Por 10 anos da minha vida eu fui praticamente ignorado pelo meu pai, ele vivia para o trabalho, quando eu descobri que ele era agente da Interpol foi o fim de tudo. - O jogo no chão. - Quando eu finalmente abri os meus olhos para o motivo da ausência dele, ele foi capturado. - Rosno. - Você tem um pai James, mesmo que te irrite e na maioria das vezes entristeça você tem um. - Me sento sobre minhas pernas. - Eu não tenho e nunca tive um. - Sinto minha respiração difícil. - Eu entrei para a Interpol para ter pelo menos um pedaço do que foi a vida do meu pai James, e você... - Rio amargo enquanto ele se levanta e passa a mão no nariz que sangra. - Você vê seu pai todos os dias e... sente raiva. - Me levanto. - Eu nunca vou entender a sua rixa com o seu pai, mas você nunca vai saber o que é viver a vida que seu pai viveu, para tentar se sentir próximo à ele. - Digo e ele se aproxima.

- Desculpa. - Abaixa a cabeça. - Eu sou um idiota.

- Dê valor à ele James. - Respiro fundo. - Não viva essa rixa para sempre. - Sinto sua mão em meu ombro.

- Eu prometo. - Me olha.

- Não prometa, apenas faça. - Digo e ele assente.

Dou um saco com gelo para ele colocar em seu nariz enquanto eu descarrego minha raiva no saco de pancadas.

James não tem noção de que palavras mal ditas tem seus efeitos.

"Toda ação tem uma reação"

- Ficou irritado comigo não é? - Pergunta se aproximando.

- Com você não, com a sua estupidez. - Corrijo ainda socando.

- Por que nunca me falou do seu pai? - Pergunta e eu suspiro segurando o saco de pancadas.

- Queria deixar pelo menos uma parte da minha vida realmente oculta. - O olho. - Para um agente da Interpol, eu tenho mais segredos revelados que uma estrela pop.

- Por quê? - Pergunta.

- Por que eu não quero acabar como ele. - Desamarro as faixas de minha mão. - Não quero acabar como alguém viciado em trabalho, mal vendo o filho crescer para... O próprio bem e proteção do mesmo. - Suspiro.

- Sabe como aconteceu? - Pergunta olho para as mãos.

- Ele foi capturado em uma missão de resgate. Era uma emboscada. - Desamarro a faixa de minha outra mão. - Enviaram reforços, acharam ele ainda com vida mas... Ele não resistiu. Levou dois tiros. - Vou até o banco e me sento. - Más ele deixou uma mensagem para mim. - Sorrio. - Em 10 anos sem me perceber, ele me deixou uma mensagem no leito de morte. - Rio um pouco. - Foi isso que me incentivou a querer entrar na Interpol. Aquí eu tenho um pedaço do que ele sentia, aqui eu tenho uma parte dele e... As vezes me sinto como ele sabe? - Rio novamente. - Ele sempre foi o meu herói e eu queria ser como ele quando crescesse.

- E você conseguiu. - O moreno se senta ao meu lado e põe a mão em meu ombro. - Ele se orgulharia de você cara. - Sorri.

- É. - Sorrio. - Acho que sim. - Olho para meu relógio. - Melhor irmos, daqui a pouco tem ensaio com Violet e não pode parecer um zumbi dançando. - Me levanto e visto minha jaqueta.

- Logan? - Me chama e eu o olho. - Qual foi a mensagem que seu pai te deixou? - Pergunta e eu engulo em seco.

- Não sei se estou pronto para dizer. - Ponho as mãos nos bolsos.

- Você me diz algum dia? - Pergunta.

- Eu prometo. - Sorrio de lado.

- Não prometa, apenas faça. - Diz sorrindo e eu rio.

- Não roube minhas frases Maslow. - Dou um leve soco em seu braço enquanto saímos da sala de treinamento da Interpol.

(...)

~ P.O.V Narrador ~

A garota de cabelos coloridos passa pela sala de Logan antes de chegar à sala de dança e ouve uma voz familiar.

Detesta qualquer tipo de fofoca ou invasão de privacidade, mas algo chamou sua atenção na conversa. Um nome.

- "Não vou deixar barato o que ele fez. Esse Mitchell me paga e paga caro!" - Rosna uma voz sendo seguida de um barulho de algo caindo no chão.

- "O Sr. Martinez dá valor ao trabalho dele aqui, pode sobrar para a gente. Melhor não fazer isso." - Avisa uma segunda voz também conhecida.

- "Que se dane! Estou pouco me importando se vai sobrar muito ou pouco. Eu vou fazer com ou sem a sua ajuda." - Exclama uma voz irritada.

De quem estariam falando?

É o que Violet pensa antes de voltar a seu caminho até a sala de dança.

Queria muito que não estivesse cercada de pessoas não confiáveis e de marginais que viviam da desgraça alheia. Mas essa sempre fora sua realidade.

Desde pequena aprendera que nem sempre alguém considerado mal é realmente portador de um mal coração.

Assim que adentrou a sala, viu seu reflexo no espelho e Caminhou até o som ligando a música que encheu seus ouvidos em ecos, ressoando pelo espaço.

Começou a se alongar sem pressa pois já havia gravado o horário que Jason chegava.

Na verdade já havia gravado cada detalhe que rodeava o moreno de olhos esverdeados e isso a espantava de forma assustadora.

Após terminar com os alongamentos ouviu a porta se abrir e o olhou de relance enquanto o moreno retirava os fones de ouvido e mexia rápidamente no celular antes de a olhar.

- Bom dia. - Diz o mesmo erguendo as mangas da blusa verde escura.

- Bom dia Burn. - Verifica se seu cabelo está bem preso e finalmente o olha. - Pronto para mais um dia? - Põe as mãos na cintura.

- Mais pronto impossível. - O homem sorri pelo simples fato de olhar para os olhos claros da garota.

O ensaio se passa calmo, algumas vezes a garota se pega perdida nos olhos do policial disfarçado, porém ao se lembrar do porque não pode ficar próxima ao moreno recupera a pose de quem não sente nada.

(...)

- Acho que podemos dar um toque... diferente na dança. Se quiser é claro. - Diz "Jason".

- O quê sugere Burn? - Pergunta Violet empurrando os fios de cabelo que caíram seu seu rabo-de-cavalo.

- Bom, você que me disse isso ontem. Queria continuar aquela conversa. - Se aproxima.

- Como você disse, a conversa não é Jason? - Pergunta Violet empurrando suas mãos para longe de sua cintura.

- Sim. - Sorri de lado. - O que ia dizer?

- Melhor deixar para lá. - A garota dá de ombros. - Foi... bobagem do momento. - Vai até o som.

~ P.O.V James ~

- Desde quando o que você diz é bobagem? - Pergunto e ela suspira. - Só me diz. - Peço.

- Ia sugerir que você tirasse a camisa. - Se vira para mim. - Que a dança e a música ficassem mais intensas e com mais... - Procura a palavra.

- Envolvimento? - Me aproximo novamente.

- Isso. - Abaixa o rosto. - Foi bobagem. Esquece isso. - Seguro seu rosto.

- Não vou esquecer. - Acaricio sua bochecha. - Quer tentar? - Ela me olha e por um segundo parece feliz com a idéia. Porém no minuto seguinte me afasta com uma expressão tensa.

- Melhor não Jason, não quero... Começar algo que não vou querer terminar. - Brinca com os dedos.

Espera. Ela está tentando me proteger de seu pai?

É isso mesmo que estou ouvindo?

- Você me disse ontem que não precisávamos ter um fim se não quiséssemos. Mudou de idéia rápido assim? - Me aproximo novamente e sinto sua respiração falha.

- Eu nunca mudo de idéia Burn. - Põe a mão em meu peito. - Más você me disse também que sempre faz o que é certo. Mudou seus conceitos? - Pergunta com a sobrancelha erguida.

- Sim, tenho um novo conceito agora. - Seguro sua cintura e colo nossos corpos. - O nome do meu conceito é Violet Martinez. - Digo contra sua boca.

No segundo que se segue já não posso mais ver seu rosto, porém sinto o calor de seus lábios juntos aos meus.

Suas mãos arranham de leve meu pescoço me puxando mais para perto.

Como se fosse um imã eu não consigo me afastar dessa garota incrível de mechas azuis.

É um perigo? Obviamente que sim.

Talvez termine comigo em um bar enchendo a cara? É provável que sim.

Terminará com ambos os corações partidos?

Com toda a certeza.