Passados três dias as coisas não poderiam estar mais diferentes.
James vulgo Jason, se sentía cada vez mais atraído pela morena de mexas azuis, seu coração já não pertencia à ele. Pertencia completamente e exclusivamente à Violet.
Cada vez que se permitía lembrar que apenas estava lá para prender seu pai, sentia seu coração se esmigalhar em seu peito.
Mesmo em tão pouco tempo, reunia sentimentos conflitantes e fortes pela garota.
~ P.O.V James ~
Eu não devia estar aqui.
Bom, quem não arrisca não petisca. Eu acho.
21:00 horas.
Boate Music Express.
E uma única pergunta em minha cabeça.
Qual é o meu problema?
Passo pelas portas e a potência da música - que não consigo distinguir qual é - se intensifica.
Flashes de luz e hologramas coloridos cobrem o espaço como se estivessem em uma superfície... Extraterrestre.
A fumaça de gelo seco e alguns efeitos especiais também completam a imagem. Muito bem pensado.
Passando entre as pessoas, sinto aos correrem em meu corpo e isso me deixa desconfortável, admito.
Continuo andando até chegar ao bar e reconhecer as mechas azuis da morena que chamo de parceira de dança.
Esta distraída conversando com um cliente e ri, mas não dá forma que ri comigo.
Parece um riso forçado. Falso.
Apenas à observando, percebo que estou aqui parado à algum tempo.
Gesticulo com a mão e ao ver meu gesto a mesma se aproxima dando um suspiro de alívio.
- Em que posso... - Me olha e levanta a sobrancelha. - Ajudar...? - Coloca nervosamente as mexas de sua franja para trás das orelhas. - O que faz aquí Jason? - Pergunta alto sobressaindo o som da música.
- Queria conhecer um pouco daqui, ver como é quando não estamos ensaiando. - Digo alto também e ela ri. - Também queria te ver. - Estendo a mão e ela ri antes de segurar-la. Então deixo um leve beijo nas costas de sua mão, percebendo como suas bochechas ganharam cor.
- Quer beber algo Jason? - Pergunta ainda sorrindo envergonhada. Em outra ocasião eu beberia sim, mas estou disfarçado.
- Só uma água sem gás. Posso ficar aqui com você? - Pergunto e ela ri indo pegar meu pedido.
- Estou trabalhando Jason, sinto muito. - Me entrega a garrafa. - Se quiser ficar aí sentado à noite inteira só me olhando fique a vontade. - Diz e é a minha vez de sorrir.
- Seria ótimo. - Ela ri e volta a atender os clientes.
(...)
Após algum tempo só observando Violet, percebi que a música estava cada vez mais rápida e alta.
Provavelmente é por essa e outras razões que o Martinez tem um "advogado" para cuidar de seus processos.
Alguém esbarra em mim e segura meu ombro forte.
- Levanta disfarçadamente e vem comigo sem levantar suspeitas. - Diz uma voz conhecida perto de meu ouvido. - Estão te observando Mané, vem comigo. - Reconheço a voz e me levanto sem pressa.
O vejo andando entre a multidão e o sigo até a saída dos fundos onde estranhamente o som não alcança.
- Os seguranças estavam indo até você, se não tivesse saído estaria tendo uma conversa muito próxima com Bruno Martinez. De nada. - Põe as mãos nos bolsos.
- Como chegou aqui? - É a única coisa que consigo Perguntar.
- Usei o rastreador da sua escuta. - Aponta para a mesma em um de meus botões da camisa. O olho surpreso. - Eu fui treinado para descobrir essas coisas James, não é de surpreender. - Vai andando e percebo estar no estacionamento.
- Sim, mas, como assim os seguranças vindo até mim? - Pergunto.
- Estava próximo demais à Violet, e tocou nela. Eles têm uma única missão James, levar quem se mete com a filha do Martinez para o próprio ver o que faz. - Diz. - Teve muita sorte.
- E o quê você fazia em uma boate em uma quarta à noite? - Pergunto finalmente, rindo.
- Kendall me ligou e disse que você estava em um possível perigo. - Revira os olhos. - Estava no hospital. - Cruza os braços.
- Está tudo bem? - Ponho a mão em seu ombro.
- Sim, só estava fazendo companhia para John. - Olha para baixo. - Quase não consegui ir vê-lo essa semana.
- Posso ir junto? - Pergunto e ele sorri de lado.
- Se não se importar em ver alguém em uma cama, pálido como papel e... respirando com aparelhos... - Respira fundo.
- Então vamos? - Pergunto sorrindo e ele assente sorrindo também.
(...)
Após Logan conversar por 15 minutos com a menina que fica na recepção, ela permitiu que eu entrasse também.
Senti um pequeno clima entre os dois. Alguém que fez Logan não lançar cantadas? Só pode ser sonho.
- Esse é o John, Meu parceiro. - Logan abre a porta de um dos quartos e eu entro.
O homem na cama parece dormir profundamente.
Dou um passo me aproximando e percebo alguns detalhes imperceptíveis à distância.
A palidez de sua pele, os cabelos castanhos escuros jogados para cima de forma desorganizada, o modo como o tubo preso no canto de sua boca faz seu peito se mexer e a quantidade de fios colados em seu corpo.
Não parece estar vivo. Mas de fato esta.
- A Interpol paga todas as despesas de tratamento para ele, pelo menos acreditam que ele vai sair dessa. Como eu. - Diz Logan ainda na porta. Se aproxima e balança um pouco meu ombro antes de se sentar no sofá ao lado da cama.
- O quê fizeram com ele? - Não me seguro para perguntar. - O que aconteceu com ele?
- Intoxicação por... substâncias. - Diz abaixando a cabeça. - Drogaram ele até... - Sua voz morre e Engole em seco. - Eu vou fazer Bruno pagar por isso.
- E acha que ele quer vingança? - Aponto para John. - Será que não quer... redenção? - Pergunto.
- Ele terá que me perdoar como já fez muitas vezes se quiser isso. - Me olha. - Eu cansei de perder as pessoas próximas a mim James.
- E só por isso quer colocar a sua vida em risco? - Cruzo os braços e ouço um barulho vindo de um dos aparelhos.
- Pelo visto ele concorda com você não é? - Revira os olhos após olhar para o aparelho. - Até em coma fica em controvérsia comigo. - Cruza os braços se encostando.
- Deve ser porque vingança não é a resposta. - Me sento ao seu lado. - Se até mesmo John que conheceu e sentiu na pele as consequências da raiva se Bruno Martinez concorda, por quê você iria querer isso? - Coloco minha mão em seu ombro.
- Não quero falar disso. - Abaixa a cabeça e ouço novamente o aparelho apitar. - Não vou falar, nem adianta fazer a maquina apitar. - Diz olhando para John.
- Não quer falar sobre o quê Logan? - O olho.
- Nada. - Desvia o olhar e a máquina volta a apitar. - Você é irritante sabia John?
- Ele não vai parar enquanto não me disser. - Dou de ombros. - Gostei do estilo de persuasão dele. - Rio.
- Devia ter conhecido ele quando estava acordado. - Ri. - Iria enlouquecer.
- Não desvia o assunto agente, me diz. Afinal, somos amigos. - Dou de ombros.
- Desculpa James, mas até essa história estar resolvida isso é informação de alto sigilo. Sigilo pessoal antes que comece a apitar a maquina. - Olha para John e não seguro uma risada.
(...)
Após algum tempo lá apenas conversando, Logan mandou eu ir para casa. Afinal amanhã tenho ensaio com Violet e não posso me atrasar.
Os detalhes da conversa que tivemos ainda rodeia minha mente, deixando cada vez mais e mais perguntas.
A vida passada de Logan ainda é um mistério, alguns ele me revelou.
Porém à algo que se recusa a dizer. O quê será?
~ P.O.V Anônimo ~
(Alguns minutos antes)
Observo o Mitchell entrando na boate e tomo um gole de minha bebida.
Falta tão pouco para cumprir meu plano. Quase posso sentir o gosto da vingança.
Caminha até um homem no bar e diz algo em seu ouvido seguindo para a saída dos fundos logo em seguida.
Mas esse não é... O parceiro de dança sustituto de Violet?
O que Logan Mitchell tem haver com ele?
Observo o sujeito ir para a mesma direção do moreno e não volts mais.
Não totalmente convencido, sigo para o estacionamento e encontro os dois lá conversando.
Ouço algumas coisas e me surpreendo por não ter adivinhado antes.
"- Eu fui treinado para descobrir essas coisas James, não é de surpreender."
Sem dizer que esse outro sujeito não parece ser quem diz ser, acho que arranjei meus motivos para fazer o que farei.
E Bruno irá gostar bastante. Espero.
Treinado não é?
É o que vamos ver Mitchell. Se é que esse é mesmo o seu nome.
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