História Dangerous love - Dream or reality?

      18 de abril de 2016

— E então Mark? Você vai dar pra trás de novo? 

— Anne...Aqui não... Para com isso... Não..Não beija meu...meu pescoço... Estamos no trabalho...

Odeio quando o Mark age desse jeito, não estou entendendo essa palhaçada! Quem mandou vir pra Miami, Anne?! Filhinhos de papai, metidos a... Ah. meu bip tocou, não acredito! E agora é a hora na qual eu deveria sair correndo para ver qual problema Tracy estava tendo com os pacientes dessa vez. 

— Salvo pelo gongo Mark! Por que eu fui escolher ser cirurgiã? Podia ser ortopedista, mandar fazer raio-x e depois...

 — VAI LOGO ANNE! Porra! Pode ser algo urgente!

Quem ele pensa que é pra falar assim comigo? Parece que não conhece Anne Scott.

— Ih, eu vou porque eu quero, não porque você falou, beleza? Depois vamos ter uma conversa.

— Tá Anne, mas olh...

Nem fiquei para ouvir e bati a porta na cara dele. Mais um dia como outro qualquer. E pensando bem, eu poderia ter batido a porta mais forte.. E lá estava eu, correndo pelos corredores do Miami Grace. O engraçado é que quando entrei na emergência, ela estava toda vermelha e eu podia jurar que ela era branca.

— ANNE PORQUE VOCÊ DEMOROU TANTO?!

Tracy, minha amiga, estava diferente, não estava de jaleco, estava arrumada para festa, mas ela não tinha plantão agora? Então olhei para baixo e eu que antes estava de jaleco, agora também estava arrumada para festa (?) como assim? O que está acontecendo? Quem trocou minha roupa? Olhei para frente e vi uma maca. Nela, havia um corpo com um lençol em cima. Me aproximei e tomei coragem para tirar o lençol, não sei porque parecia tão difícil, eu sempre via cadáveres, mas acho que estava com medo de ver quem era. Tirei como um esparadrapo, rápido e de olhos fechados. E então abri meu olhos. E então meu mundo simplesmente caiu, era ele. Parecia um anjo, só faltavam suas asas e sua auréola, eu poderia ficar apreciando aquela imagem a minha vida inteira que eu não iria cansar (nem me reconheço, é você Anne?), tinha o cabelo meio loiro, os olhos cor de mel, estava sem blusa e tinha um fisico que meu deus, sua boca tinha o formato certo mas ela estava branca, como de um difundo, mas não, ele não pode ter morrido! Mas por que ele importa tanto para mim? E então Tracy veio e me confortou, mas ela não entendia que eu queria ficar sozinha com a minha dor,parecia que estava faltando um pedaço de mim. E então, sem nem pensar eu abaixei e dei um beijo em sua boca gelada, e me arrependi na hora porque assim que beijei ele, a criatura abriu os olhos e eu senti seu coração bater com uma pressão forte.

— Você está maluca garota? Não me encosta, eu te meto bala, sabe quem eu sou? 

— Seu idiota, quem você pensa que é pra falar assim comigo? Vai se foder otário, eu sou sua médica não dá pra ver?

— Não, médicas se vestem como puta?

Ah não acredito que esse infeliz disse isso, ele ainda sentou na maca e parecia estar irritado mas não mais do que eu.

— Agora me chamando de puta? Você quer morrer moleque? 

Dei um soco bem dado na sua bela cara, e aposto que amanhã vai estar roxo!

— PERDEU A NOÇÃO GAROTA? 

Ele levantou com tudo e percebi que ficou meio tonto mas tentou esconder. Do nada, Tracy que havia sumido agora apareceu entre a gente e disse para mim "acorda porra, estamos atrasada" 
O que? 

— ACORDA PORRA ESTAMOS ATRASADAS ANNE!!! ACORDAA!!! ACORDA CARALHO!

— QUE HORAS SÃO?

— 7 horas sua idiota! ANDA!

Tracy estava gritando do banheiro, ah, a gente mora junto desde o 4º ano da faculdade de medicina, que já terminamos (amém), e somos agora escravas,  Ops, quer dizer, residentes do último ano de residência. Eu levantei correndo, temos que estar no hospital as 7:30 e estávamos atrasadas de novo! 
Tomei um banho gelado no banheiro do meu quarto e não parava de pensar nesse sonho estranho, parecia tudo tão real, não é a primeira vez que tenho um sonho com aquele homem, mas deve ser algum ator que eu vi na tv e fiquei com aquilo na cabeça. Botei uma calça jeans bem apertada, minha blusa de manga cumprida preta e uma sapatilha qualquer que vi pela frente. Peguei um cereal para ir comendo. Normalmente eu vou a pé, mas hoje como estou atrasada vou com a minha Range Rover preta que depois de algum tempo de residência consegui comprar. 
     O caminho foi tranquilo, eu e Tracy gostamos das mesmas musicas mas ela ainda gosta mais de musiquinhas de amor e essas viadagens, enfim, fomos ouvindo uma radio qualquer.
    Enfim no Miami Grace, que bom que moramos bem perto, 7:31 e estávamos botando jalecos e nos arrumando.  

— Anne, daqui a 2 dias temos o aniversário de alguém!!! O que você quer fazer? Vamos fazer uma super festa!

— Não Tracy, nada disso, não quero nada, temos plantão no dia.

— Ah Anne, para de graça, a gente vai fazer algo sim 

— Tracy, o aniversario é meu, para de ser irritante, se eu quisesse fazer algo já teria falado.

— As vezes eu esqueço o quando você é grossa mas hoje acordou de mau humor hein, cara. Mas ainda assim nós vamos fazer alguma coisa pra comemorar. 

Virei o olho para o que ela falou. Sabe, Tracy me da raiva às vezes, me dá vontade de dar um soco bem dado na cara dela. Mas até que ela podia ter razão, acordei de mau humor mesmo por causa desse sonho babaca, já estou cansada desse mesmo sonho. E, me esqueci, daqui a pouco Mark esta passando aqui não to afim de ficar dando fora mais nele não, vou tentar nao esbarr.. e meu bip tocou de novo atrapalhando meus pensamentos e lá está eu correndo pelos corredores novamente para ver meus pacientes do dia.
 Nada de interessante hoje, uma menina que quebrou o braço esquerdo, uma velha chata que não parava de reclamar da coluna e eu torci para o problema dela passar para língua para ela calar a boca, tudo normal, mas por volta das 3 da manhã meu bip tocou e tocou e tocou desesperadamente, o que não é normal de acontecer, então o que eu fiz? Corri pelos corredores mais uma vez. Quando cheguei, me deparei com aquilo.