Colocando as coisas em ordem part 2/ Um contra tempo chamado Zeref.
O departamento de administração não era um dos piores, havia poucas pessoas, porém, o trabalho estava fluindo. Agora eles estavam indo em direção ao Marketing, Erza está andando na frente e Gray atrás.
O jeito como ela mexia os quadris enquanto andava era algo que ao mesmo tempo era fascinante também o deixava inquieto, a postura ereta e a cabeça sempre focada para cima mostravam a quão corajosa e destemida era, e isso deixaria qualquer homem acuado, e isso, com certeza, se aplicava a ele também.
— Gray. — Seus ouvidos ficaram aguçados e logo que seus olhos cruzaram com os dela, ele ficou nervoso, sem saber o que fazer ou como agir, então optou pelo silencio. — Por que você deixou as coisas chegarem a esse ponto?
Ele engoliu em seco. Na verdade, nem ele sabia como perdeu o controle da situação.
— Também não sei. — em seguida deu de ombros, afundando suas mãos no bolso de sua calça, os olhos ainda presos nos dela.
Erza torceu os lábios e vincou sua testa, o avaliando por um bom tempo em silencio, e isso o deixou desconfortável.
— Você queria isso? — Ele a olhou confuso. — Ser chefe dessa organização. — em seguida cruzou seus braços concentrando seu peso nos quadris.
— Nunca foi uma opção não ser, sempre quis que meu pai se orgulhasse de mim. — Agora ela havia entendido tudo. Gray apenas fazia as coisas para ter a auto aprovação de seu pai, somente era isso que importava para ele.
— E isso inclui se sacrificar em uma coisa que você não gosta?
Ele se irritou.
— E quem disse que eu não gosto? — em seguida fechou suas pálpebras com força e respirando fundo e a encarou-a de novo. — Nem sei porque te falei essas coisas, mas agora vamos senhorita Scarlet, temos trabalhos a fazer. — Não esperou ela responder e já foi caminhando na frente.
Erza puxou o ar e em seguida o acompanhou, tinha que admitir que aqueles ombros largos e malhados eram um tanto atrativos, logo sua mente vagou naquele dia em que o flagrou apenas com aquela calça.
Quando viu já estava prendendo a respiração e seu inferior inteiro se contorcia.
— Algum problema senhorita Scarlet? — Essa voz não ajudou em nada, muito pelo contrário o modo como ele proferia essas palavras fazia um arrepio percorrer sua espinha.
— Já te falei para não me chamar desse jeito! — Esbravejou.
— Como quer que eu a chame então? — Debochou, cruzando os braços rente ao corpo musculoso. O sorriso torto dava um ar malicioso.
Ela bufou e em seguida olhou por cima do ombro dele.
— Não acha melhor irmos logo.
— Acho que uns minutos a mais ou a menos não vai deixar aquilo ainda mais bagunçado. — Ela se surpreendeu com as próprias palavras dele.
— Então você admite que essa empresa precisa de uma reestruturação.
— Talvez. — Contraiu os ombros, mas o sorriso ainda estava ali. — Agora me diga. — Ele se aproximou dela. — Por qual nome a senhorita quer que eu a lhe chame.
Ela prendeu a respiração de novo e nervosa arrumou seu vestido até se adequar de novo a suas curvas fartas.
— Erza.
Ele levantou as sobrancelhas.
— Apenas Erza?
Ela assentiu.
— Certo, mas quando estivermos perto de pessoas...
— Pode me chamar de senhorita Scarlet.
Ele sorriu e em seguida deu as costas.
— Ok, Erza, agora vamos?
Ela assentiu e continuou o acompanhando.
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A notícia que a senhor Fullbuster estava inspecionando a empresa já tinha se espalhado, havia vários funcionários desesperados fazendo finalmente o trabalho acumulado de 3 meses.
Os fios loiros amarrados em um rabo de cavalo alto e firme pareciam flutuar a cada movimento que ela fazia enquanto andava segurando as pastas que Natsu solicitou para fazer os balancetes.
Apertou o botão prata e aguardou o elevador, batendo seu salto contra o piso.
O som do Bip a fez erguer seus olhos, porém suas pernas oscilaram, assim que viu quem estava naquele elevador, logo que ele guardou seu celular no bolso da calça e ergueu seus olhos notando a presença dela ficou confuso.
— Mavis? — A voz rouca fez suas articulações se fecharem ainda mais contra a pasta que carregava.
— Zeref. — Sorriu amarelo, aguardou ele sair dali, mas ao contrário do que ela esperava ele cruzou seus braços e a olhou de cima a baixo enquanto deslizava sua língua pelo lábio inferior.
— Não sabia que também matava serviço.
— Não estou matando serviço. — Se ofendeu. — Apenas vim pegar uns papéis que o senhor Dragneel solicitou.
— Então quer dizer que você vai ter que subir. — passou sua mão pelo queixo e não se importou em esconder o largo sorriso.
Mavis apertou os lábios e deu um passo para trás e isso o fez erguer as sobrancelhas.
— Não, vou....usar as escadas. — Ele sabia perfeita que eram 12 lances de escadas, daqui do penúltimo andar até o térreo.
— Foi bom te ver, tchau Zeref. — Ela se despediu, mas quando ele viu seu corpo agiu sozinho.
— Para ser fresca. — E assim que aqueles braços praticamente a arrastou e a jogou para dentro do elevador suas bochechas queimaram. Zeref apertou o botão do térreo e em seguida a olhou de relance se controlando ao máximo para não rir da vergonha dela.
— Então que papeis são esses. — Apontou com o queixo.
— Os documentos necessários para fazer os balancetes. — Respondeu inalando o máximo de ar possível.
Depois disso ficaram em silêncio.
Zeref ficou com os olhos fixos nela, a postura ereta e a maneira como o cabelo estava arrumado a fazia parecer uma Barbie executiva
— Porque você está me olhando? — Se estressou e isso o surpreendeu.
Ergueu as sobrancelhas escuras e olhou para o lado, concentrando parte do peso em sua perna direita.
— A sua beleza me hipnotiza. — Ela rolou os olhos para cima
— Por favor Zeref, não vai ser com essas cantadas baratas que você vai me impressionar. — em seguida ela foi até o botão e apertou para sair em qualquer andar, nem que tivesse que pegar outros depois, apenas queria ficar longe dele, sua presença era um perigo. E ela desejava com todas as suas forças ficar longe dele.
— Wow. — Levantou suas mãos para cima. — Está estressada senhorita Vermilion?
Ela inchou suas bochechas e o fulminou com os olhos, nem ela estava entendendo do porquê estava agindo assim.
— Não senhor Dragneel eu não estou estressada. — em seguida desviou seus olhos, ouvindo a sonora gargalhada dele.
— Por que você está rindo? — Ela se arrependeu de fazer essa pergunta assim que ele a encurralou contra a parede do elevador, os olhos escuros estavam enevoados e o meio sorriso que o preenchia os lábios grossos a fez engolir em seco.
— Sabia que você fica adorável assim furiosa. — Seus olhos verdes cerraram enquanto seu coração parecia fazer verdadeiras acrobacias dentro de seu peito.
— Se afasta...por favor. — Ela pediu rouca, suas forças estavam se esvaindo e a culpa eram dos dois buracos negros cravados nos olhos dela.
Seus olhos desceram pelos lábios rosados e depois de muito esforço finalmente se afastou dela.
Ela soltou a respiração que ao menos lembrou de prender. Zeref virou suas costas e apoiou sua cabeça contra a parede de metal fria, fechando as pálpebras e soltando um sonoro suspiro pesado e então disse:
— Me desculpa...acho que passei dos limites. — Mavis ficou em silencio, e assim que ele se virou de novo ela se recompôs.
— Que bom que você reconhece. — Respondeu e assim que ouviram o barulho das portas do elevador se abrirem Mavis desviou o olhar e depois focou nos dele novamente. — Então é isso até mais.
— Espera ...Mavis! — Já era tarde ela havia saído transtornada esbarrando em tudo até dobrar o corredor onde parou e escorar em uma parede segurando as pastas contra o seu peito.
— Por favor…não bata desse jeito. — Suplicou ao seu coração, enquanto fechava suas pálpebras e deixava sua cabeça inclinar para trás, e se perguntando como em menos de 12 horas sua vida podia sofrer esse tremor chamado Zeref, que conseguiu destruir os seus planos para sua nova vida.
Abriu seus olhos e respirando fundo seguiu em frente em busca de outro elevador para continuar com seu trabalho.
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— VOCÊS ACHAM MESMO QUE EU VOU ACREDITAR NISSO? — Gray indagou assim que chegou no departamento de criação, os funcionários estavam todos sentados em seus devidos cubículos fazendo ligações, outros arquivando documentos, ou simulando concentração ao ler um contrato.
E isso o irritou pelo simples motivo de aqui ser o núcleo do caos, ele olhou para Erza e a ruiva balançou os ombros levemente. Ele então se aproximou em uma mesa vazia e viu a pilha de papeis acumulado, ergueu suas sobrancelhas escuras e olhou para o lado, onde ficava a mesa de Thales, esse que por sua vez digitava rapidamente um documento enquanto deixava o suor vacilar em sua têmpora, espiando Gray por cima da armação de seus óculos.
— Garoto.
— S-S-Sim senhor Fullbuster. — Pulou do assento igual a um cabo a frente do general.
Gray o olhou confuso, mas resolveu ignorar.
— Quem senta aqui? — Ele engoliu em seco.
— B-B-Bem é o-o-o-o.... — puxou o suéter que estava sufocando sua garganta.
— Sou eu Gray. — Assim que ele ouviu aquela voz seca rapidamente girou sua cabeça.
— Zeref?! Mais que diabos você está fazendo aqui?
— Eu trabalho aqui. — Expirou sarcástico.
A mandíbula de Gray ficou tensa e Erza se preocupou.
— Quem fez isso? Quem foi o louco que te deu um emprego aqui?
— O Natsu.
Não precisou de mais nada, ele simplesmente saiu igual a uma nevasca levando tudo a sua volta.
— Por que você fez isso Zeref? — Erza o puxou para um canto.
— Isso o quê? — Se fez de desentendido puxando seu braço do agarre dela.
A ruiva respirou fundo e se afastou dele, antes que perdesse o controle e o estrangulasse.
— Você vai me pagar caro se alguma coisa acontecer com o Natsu, ouviu bem! — A ruiva ameaçou com o dedo em riste, e depois deu as costas apressando os passos para tentar barrar a tempestade Gray de cometer mais alguma destruição.
Continua...
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