— Fala que merda você fez dessa vez Zeref. — Em resposta o moreno bufou e escorregou ainda mais sobre o assento do banco vermelho, colocou o cotovelo apoiado no encosto e olhando a volta do Starbucks buscou coragem para encarar seu amigo.
— Não sei explicar direito. — Coçou seu cabelo de modo exasperado. — Mas...lembra daquela garota que eu te falei, a secretária do Natsu que é tímida e tal.
Rogue vincou levemente sua testa adquirindo um ar pensativo e depois de segundos assentiu.
— Então....eu meio que fui um ...babaca com ela hoje. — Estava sendo difícil para ele admitir isso, e mais difícil ainda estava sendo difícil lidar com o desconforto da sua consciência quando viu a expressão assustada dela.
— Quando que você não é um babaca com as mulheres? — Rogue debochou, jogando suas costas contra o encosto da cadeira, adquirindo uma postura mais relaxada.
Zeref suspirou e inclinou suas costas para frente, friccionado os cotovelos sobre o tampo de madeira da mesa.
— Mas, hoje eu fui muito mais, — Rogue tomou uma postura ereta e o olhou sério.
— O que você fez?
Ele expirou fundo e focou seus olhos nos do amigo.
— Como você sabe agora eu estou trabalhando na empresa, Natsu não me deixou assumir o lugar dele e me mandou para o departamento do Marketing, só que aquela empresa está uma merda, ninguém faz nada então eu resolvi matar serviço pegando o elevador.
As sobrancelhas de rogue se ergueram confusas.
— Elevador?
— Sim. Eu fiquei trocando de andar até cair no penúltimo e assim que abriu advinha quem estava lá.
— Angelina Jolie — Chutou e Zeref como resposta mostrou o dedo no meio e isso o fez rir.
— A Mavis, porra.
— Ah...e aí que você fez?
— Provoquei ela, mas hoje ela não estava mais tão tímida. — Murmurou pensativo, havia algo nela que o intrigava. Era como se ela guardasse algum segredo segredo de todos, e isso o deixaria curioso.
— Certo, pelo o que eu sei você me disse que quer ter um lance rápido com ela, não é. — Zeref soltou um logo e pesado suspiro cansado.
Antes fosse isso, pensou.
— Não rogue eu.... — Ele socou a mesa com o punho cerrado e fechou suas pálpebras, em seguida as abriu. — Invadi o espaço pessoal dela e a encurralei no elevador.
— PORRA ZEREF! — As poucas pessoas que estavam no estabelecimento logo dirigiram seus olhares inquisidores a mesa dos dois, mas Zeref não se importou, apenas abaixou o queixo. — O que você fez foi um assedio babaca! — em seguida Rogue socou o ombro dele, mas ele não tinha força para retrucar. — E aí o que ela fez depois que você fez isso? — Indagou nervoso.
Rogue trabalha como médico legista, e ao logo de sua carreira ele ficou totalmente chocado com a quantidades de estupros e agressões que as mulheres sofrem constantemente, tanto que agora ele vivia fazendo campanhas de conscientização, e esse era um assunto que, com certeza, tirava toda a sua calma e sensatez, o estado emocional que a vítima ficava depois de sofrer uma agressão desse tipo era algo que o deixava revoltado.
— Ela pediu para me afastar e claro que na hora eu fiz isso, e depois ela ficou acuada e saiu do elevador. — Terminou passando suas mãos e bagunçando seu cabelo. — Na hora eu pensei que não tinha feito nada demais, mas assim que eu vi a expressão dela eu me senti um lixo.
— E você foi. — Rogue cuspiu e ele bufou. — Para nós homens é difícil distinguir alguns comportamentos, ou piadas que, muitas vezes, parecem inofensivos, mas é ali que o assédio está disfarçado. Ouça bem. — Ele esfregou a mão no queixo e se inclinou na mesa. — Invadir o espaço pessoal de uma mulher sem a autorização dela ou mesmo tocá-la, fazer piadas que ela não se sinta confortável, ou mesmo fazer elogios já é assedio. Você tem noção de como é ser uma mulher nessa sociedade machista de hoje?
Ele negou com a cabeça.
— Eu também não, mas por relatos das minhas colegas de trabalho é viver constantemente com o medo de sofrer assedio e o pior ser estuprada por um imbecil, que acha que só porque ela está te dando mole ou com uma roupa mais ousada, já pode chegar a tocando ou a encurralando em um canto.
Zeref agora já não sabia mais como se sentir. Rogue bebeu seu café de uma vez e depois de um tempo em silêncio disse:
— Você vai pedir desculpa para essa garota.
Zeref ergueu os olhos.
— Ela não quer nem me ver na frente dela.
— Rasteja aos pés dela se for necessário, mas você vai fazer isso Zeref, você tem noção do que você fez seu babaca!
— Eu SEI Rogue...eu estou me sentindo pior do que um lixo, mas sei lá! — Se jogou para trás. — Aquela mulher me enlouquece e isso é insano demais, porque eu a conheço faz menos de 12 horas e já me sinto assim.
Rogue suspirou e sentiu o celular vibrar no bolso, e a ainda com os olhos fixos em Zeref o tirou do bolso de sua calça.
— Use uma camisa de força, ou sei lá, tenta se controlar, apenas peça desculpa e se afasta dela. — Deu de ombros fitando a tela do celular ligada no aplicativo.
"Acredita que minha meia calça novinha rasgou justo hoje!"
E assim que abriu a foto anexada na imagem ele teve que se controlar ao máximo para seu nariz não sangrar.
— EM ROGUE! — Atordoado ele ergueu a cabeça.
— O quê?
Zeref revirou os olhos.
— Eu levo flores ou chocolates para ela?
— Os dois. — Ergueu os ombros ainda olhado para a foto anexada, onde mostrava a bela e torneada perna aonde a meia tinha um rasgo bem na lateral da coxa.
Então com os dedos ávidos começou a digitar.
"Nossa que azar!"
Com certeza dizer isso foi um grande eufemismo da parte dele.
— Você está no Tinder de novo Rogue? — Assim que ele guardou o telefone se remexeu de forma nervosa.
— Isso não te interessa. — em seguida se levantou. — Vamos comprar um presente para você dar a aquela garota, e depois se afasta dela, ouviu bem! — Avisou jogando o dinheiro sobre a mesa, e relutante Zeref assentiu e o seguiu.
.........................
...........................................................
— Gray espera! — Se equilibrar nos saltos já estava sendo difícil, mas o moreno ao menos dava ouvidos. Ela parou no meio do caminho e resolveu tirar os saltos para ir mais rápido, assim que ele entrou no elevador ela conseguiu com dificuldade passar pelas portas.
— O que foi Erza? Está com medo que eu quebre o pescoço de galinha do seu primo? — Expirou apertando os botões, que fez o elevador subir.
Erza jogou os saltos no chão e isso capturou a atenção dele, do nada ela o jogou contra a parede e isso o deixou atordoado.
— Olha só Gray eu me segurei esse tempo todo, tentei ser condescendente e agir com sensatez, mas você tira isso de qualquer pessoa! Porra! — Ele cerrou seus punhos e seu copo inteiro ficou rígido, se ela soubesse o efeito que causou nele ao proferir esse palavrão não faria isso de novo. — Você não vai falar nada para o Natsu, ele é o único nessa merda aqui que faz alguma coisa enquanto você fica dando os seus chiliques, agido como um ogro... — ela estava perto, muito perto, seus ouvidos não estavam escutando nada, seus olhos apenas estavam fixados na boca dela que se mexia.
“Não preciso de autorização
Tomei a decisão de testar meus limites...”
— ESTA ME OUVINDO! — Questionou se aproximando ainda mais, e ele resolveu recuar, afinal estava fazendo um calor infernal nesse elevador, e a culpa era toda dessa ruiva.
“Não preciso hesitar
Tomando o controle deste tipo de situação...”
— Por que você está tirando …isso? — Ela indagou assim que o viu arrancar a gravata com uma força selvática que fez seu interior gritar, ele não respondeu nada abriu o blazer e assim que desabotoou os 4 primeiros botões da sua camisa Erza recuperou o folego e resolveu barra-lo.
“.... Algo em você
Faz eu me sentir uma mulher perigosa....
Me leva a fazer coisas que eu não deveria....”
— Gray o que você está fazendo?
Ele inspirou acidamente.
— Eu odeio usar essas roupas, odeio ter que admitir que você está certa...e — ele olhou angustiado para a boca dela e ela prendeu o folego, quando estava prestes a avançar o elevador se abriu e reprimindo essa vontade insana de agarrá-la e saciar a sua curiosidade de descobrir se ela era mandona assim em outros campos, ele se afastou dela, atravessou o corredor ignorando o olhar de cana e se trancou em sua sala. Assim que a morena focou seus olhos no estado de Erza sua mente pervertida gritou alto. A ruiva estava com o cabelo todo bagunçado carregando os saltos nas mãos e as bochechas coradas.
— Ui priminha, teve uma rapidinha selvagem no elevador com o chefe? — A ruiva gemeu alto e em seguida se jogou na cadeira ergonômica a frente dela.
— Cala boca Cana! — em seguida jogou os sapatos no chão, se perguntado que atração louca era essa.
A morena riu.
— Não se preocupe até eu queria ter uma rapidinha com o Gray. — A naturalidade com a qual ela falava essas coisas tão abertamente deixava todos embasbacados. — Mas daí eu fui convivendo com ele e a vontade sumiu assim. — Estalou os dedos enquanto voltava sua atenção ao monitor do computador. — Relaxa isso passa.
A ruiva ficou em silencio e depois de algum tempo tomou fôlego e calçando seus saltos resolveu enfrentar Gray.
— Espero que você esteja certa. — em seguida abriu a porta do escritório dele e a cena que viu a deixou confusa.
— Gray o que você está fazendo? — Ele se assustou e deixou as pedras de gelo caírem. Virou seu tronco, mas resolveu a ignorar e voltou a colocar as pedras de gelo no pescoço, se ela soubesse quantas pedras de gelo ele já derreteu por causa dela, não faria essa cara de desentendida.
— Nada. — em seguida fazendo o máximo de esforço possível passou rapidamente por ela indo em direção a sua mesa.
— Você tirou o terno e está descalço?
— Não gosto de usar essas roupas. — Encolheu os ombros.
Ela se irritou.
— Mas você é chefe dessa organização! E se alguma pessoa importante chegar aqui você fará o que, Hã?
Ele a olhou de cima a baixo.
— Para que eu tenho você aqui?
Ela revirou os olhos e se aproximou da mesa dele, e assim que ele sentiu as mãos dela em seus ombros deu um pulo na cadeira.
— Senhorita Scarlet eu...
— CALA BOCA! — Rugiu apertando o ombro dele com força e na hora ele parou, e ela começou a massageá-los. — Nossa Gray olha só quantos nós, não sei como você ainda não sofreu um infarto. — Reclamou enquanto ele fechava os seus olhos e se rendia, os músculos dos ombros pela primeira vez em três meses relaxaram, ela podia agora manda-lo assaltar um banco que ele faria se pestanejar.
“...Nada a provar, sou à prova de balas
E sei o que estou fazendo
O jeito como nos movemos, estamos sendo introduzido...”
Eles ficaram em silencio, e assim que ela fez menção de se afastar ele a impediu.
— Continua....por favor.
Ela ficou surpresa, mas acatou.
— Você está sofrendo de estresse gerencial, está dormindo e comendo direito? — Ele negou com a cabeça e ela suspirou.
— Você fez curso de massagem também Erza?
— Na verdade a minha primeira faculdade foi fisioterapia. — Ele imediatamente abriu as pálpebras, que ao menos viu quando fechou, e curvou um pouco o pescoço para encara-la.
Ela abriu um sorriso e se afastou um pouco.
— Eu entrei na escola antes da idade permitida, então assim que terminei o ensino médio logo engressei na universidade, e fiz fisioterapia, mas assim que eu me formei e comecei a exercer eu vi que não era aquilo tudo que eu esperava, sabe.
Ele assentiu interessado enquanto a via parar em sua frente e apoiar o quadril em sua mesa.
— Então eu fiz um teste vocacional, e deu nas áreas de ciências contábeis e administração, mas como eu adoro mexer com papéis e números eu resolvi fazer contabilidade e hoje eu posso dizer que sou realizada profissionalmente.
Ele ficou em silêncio.
— Na verdade eu …queria fazer direito. — Ela rapidamente o encarou em surpresa. — Mas meu pai vivia dizendo que eu era o seu herdeiro e que tinha que assumir a empresa, então eu não falei nada para não o magoar, e fiz administração.
— Sacrificou seu sonho só para satisfazer a vontade do seu pai. — Concluiu e ele ficou em quieto, apenas refletindo do porquê falou disso para ela, se nem com Natsu, que ele considerava o seu melhor amigo, ele tinha se aberto desse jeito.
— Foi mais ou menos assim. — em seguida suspirou, um pouco mais calmo.
— Gray. — Ela se aproximou ainda mais e ele ficou tenso. — Por favor me deixe te ajudar a reerguer essa empresa, por favor.
Ele ficou em mudo apenas a observando e depois de um tempo seus ombros caíram rendidos.
— Certo, marque uma reunião com os acionistas e gestores que....
— Obrigada. — Ele engoliu em seco assim que ela o abraçou forte, praticamente o esmagando com aqueles seios enormes.
— Eu prometo que você não se arrependerá.
— Eu também espero. — Murmurou mais para ele mesmo, tentando controlar suas mãos, mas isso estava sendo um pouco difícil. Assim que ela se afastou e seus olhos travaram contra os dele sua boca secou pela forte e insana conexão. Lentamente ele tomou a iniciativa e foi se aproximando, e ela não recuou, muito pelo contrário, envolveu suas mãos no rosto dele e o aproximou mais, quando estavam quase lá ouviram a porta se abrir em um rompante e isso os assustou.
— Senhor Fullbuster a ... — a pessoa parou de falar assim que os viu naquela posição....
“...Tudo o que você tem, pele na pele, ai meu Deus
Não pare, garoto
Algo em você
Faz eu me sentir uma mulher perigosa...”
Continua....
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.