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História Dar-se Uma Chance - Atração (Parte 4 de 9)


Escrita por: KiiinN

Notas do Autor


Reestruturação dedicada à fran_silva.

Capítulo 4 - Atração (Parte 4 de 9)


Atração – Parte 4/9

 

Tesão (substantivo masculino):
1. Estado ou qualidade de teso, tesura;
2. Embate violento, ímpeto;
3. Desejo sexual feminino ou masculino;
4. Estado do pênis em ereção;
5. Entusiasmo, ânimo.

 

- Para onde está nos levando? – Naruto perguntou pela terceira vez, enquanto ainda era arrastado.

- Seus amigos pareciam um tanto curiosos e eu não gosto de atrair olhares. – Sasuke deu uma pausa e se virou para encará-lo.

Por todo lado, havia pessoas perambulando, era impossível encontrar um lugar mais reservado. Ele só não queria que fossem interrompidos.

- Desculpe, eu acho que eles ficaram um tanto chocados. – o loiro coçou a parte de trás da cabeça, olhando ao redor da praia.

- Relaxa. – pediu com calma, apertando a mão que segurava.

Sasuke tentou pensar nas opções que tinham, mas nada vinha em sua mente.

- Vamos para o meu carro? – o Uzumaki perguntou em um tom baixo e íntimo, puxando o corpo masculino de encontro ao seu.

- E onde está o seu carro? – indagou da mesma forma, encostando a testa na do outro e encarando os olhos azuis com intensidade, antes de morder o lábio inferior que se oferecia tão tentadoramente para ele.

Naruto não sabia ainda, mas tinha dado um passo para um caminho sem volta e, por causa disso, Sasuke não conseguia manter a boca longe do homem.

O loiro não respondeu com palavras, apenas se afastou e o puxou para o mar de veículos que estava adiante. Ambos andaram por poucos minutos e assim que se aproximaram de onde estavam mais cedo, o Uzumaki tirou as chaves do bolso dianteiro do jeans e apertou o controle do alarme. Os faróis de um Mustang 68 brilharam e o mais novo apontou para a porta que dava para o banco do passageiro, indicando-a, e se dirigiu para a do motorista.

Os dois entraram no carro simultaneamente e, antes que Sasuke pudesse abordá-lo, o automóvel foi ligado e, logo, eles estavam se afastando do festival.

- Para onde está nos levando? – era a vez de o Uchiha inquirir, erguendo uma sobrancelha em suspeita. – Se você não fosse o primo da Karin, eu já estaria desconfiando que isso pudesse ser uma tentativa de sequestro.

- Você não queria privacidade? – respondeu depois de um tempo, concentrado na estrada vazia. Por ser quase duas da manhã, as vias estavam praticamente desertas; exceto pelos poucos carros que passavam no sentido contrário. – Nós não vamos conseguir ficar sozinhos, quando sabemos que as pessoas vão aparecer a reaparecer para nos procurar. – explicou.

Sasuke só o olhou, sem saber o que dizer ao certo. Depois de alguns minutos, abriu um sorriso malicioso e apertou a coxa do loiro.

- Você espera que as coisas fiquem mais ousadas, usuratonkachi? – brincou, mesmo querendo soar sério.

Olhos azuis divertidos o encararam com uma resposta clara.

- Sinceramente? Eu não sei ao certo o que esperar. – deu de ombros, voltando a prestar atenção na estrada. – Mas, não quero que nos interrompam, porque eu sei que, de alguma forma, vão prejudicar o clima.

O moreno não disse nada, apenas concordou. Ele entendeu a implicância do comentário simples: o Uzumaki não sabia dizer como seria a reação dos seus amigos se algum deles os flagrasse juntos. Neji, Shikamaru e Gaara tinham respeitado o espaço, apesar de terem se mostrado curiosos, mas sabia que nem todos agiriam dessa maneira.

Sem se afastar da costa, Naruto estacionou em uma praia pequena cercada de rochas grandes. Manobrou o veículo na areia e desligou o motor para observar as luzes do festival ao longe, que mesmo com a distância ainda era possível vê-las dançando no céu escuro. A Lua brilhava com as poucas estrelas visíveis na imensidão azul, quase preta. Orbes cerúleos admiraram a paisagem por um momento, antes de voltar o olhar para seu acompanhante.

- Bem melhor, não acha? – o Uzumaki perguntou, encarando o homem ao lado.

Sasuke mapeou o rosto do outro por um instante, tentando adivinhar o que se passava em sua cabeça. Ele não queria questionar os motivos pelos quais os dois estavam sozinhos naquele pedaço de nada paradisíaco para não estragar a atmosfera de mistério, desejo e envolvimento criada na pista de festival, mas, ainda assim, procurou por traços de dúvidas nos olhos claros e não encontrou nada.

Decidindo afastar os pensamentos incertos com ações mais ousadas, capturou os lábios avermelhados repentinamente. O beijo começou com um selinho leve para testar as águas, antes de se aprofundar. O loiro semicerrou as pálpebras e sua boca se moveu automaticamente para corresponder o ósculo, sugando e mordiscando a carne do beiço, arrancando o fôlego do Uchiha, que só insinuou a língua para intensificar ainda mais o contato.

Nenhum deles conseguia pensar direito sobre o que estavam fazendo.

Naruto estendeu o braço direito sobre o encosto do banco do passageiro para se inclinar de encontro ao moreno, a fim de sentir ao máximo o corpo abaixo do seu e alimentar a carícia, que a princípio começou suave. Sasuke segurou com força o tecido da camiseta branca que o homem usava, para controlar o ímpeto dos dígitos por sentir a pele bronzeada. Com a mão livre, o Uzumaki pegou o rosto pálido, acariciando a bochecha com o polegar, chupando e mordendo a carne do beiço com ânimo, antes de soltá-lo e se afastar.

- O que você está fazendo comigo? – sussurrou arfante, querendo entender aquela força que o empurrava para cima do homem, sem questionamentos.

O moreno só gemeu em resposta e mandou o autocontrole às favas. Buscando o calor que irradiava por debaixo daquela peça de roupa, levou as pontas dos dedos para acariciar a barriga lisa, sentindo o enrijecimento dos músculos da região e ouvindo a respiração ofegante em sua orelha.

As bocas se uniram de novo para procurar naquele contato íntimo, a saciedade para um desejo que apenas crescia. Naruto mudou a mão que segurava a mandíbula para apanhar os cabelos negros, puxando-os com o intuito de lhe permitir melhor acesso ao pescoço longilíneo; dentes e língua brincaram com o queixo e a extensão da pele, ao mesmo tempo em que o nariz deslizava pelo lóbulo da orelha e aspirava o perfume viciante.

Sasuke se sentia no piloto automático. As sensações provocadas pelo homem pareciam atiçá-lo a tal ponto, que ao menor toque e ruído, ele arquejava em busca por mais. O sentimento incrível das carícias era tão intenso que, de certa maneira, assustava-o. Seu abdômen se retorcia em necessidade, e, o moreno, procurando sentir mais daquele cara, deslizou os dedos pelas laterais do tronco delgado até chegar à coluna; de forma tão suave que causou arrepios.

Aproveitando o carinho, ele ergueu a camiseta para expor um ventre tatuado. O detalhe chamou a atenção do Uchiha, que observou o desenho escuro em contraste com a tez bronzeada. Seu indicador traçou a figura de um sol com o centro em espiral, que ocupava quase toda a extensão da barriga definida. Seus olhos encararam azuis tingidos de cobalto, silenciosamente perguntando sobre a arte.

- O núcleo espiralado é o símbolo da família da minha mãe. – respondeu, lendo a indagação silenciosa.

- É bonito. – murmurou com a voz carregada de excitação, querendo ter mais espaço e tempo para percorrer os traços com a língua.

Arrepiado com os dígitos percorrendo pela sua pele, Naruto lambeu os lábios secos e observou a aparência bagunçada do Uchiha, enquanto ele puxava sua camiseta. O loiro não protestou. A blusa foi jogada em um canto qualquer do carro e o Uzumaki avançou novamente, à procura da boca de Sasuke; inchada e vermelha pelos beijos selvagens que trocaram.

Nenhum deles conseguia se parar. No fundo, o mais novo tinha noção de que eles estavam indo muito rápido, mas não conseguia conter a adrenalina. Seu corpo só pedia por mais dos toques e do sabor que era tão novo, tão tentador e, ao mesmo tempo, tão primitivo. O desejo era familiar, e ainda assim inusitado; ele se sentia como se tivesse aberto uma caixa de Pandora.

Sasuke abaixou o rosto e mordeu a base do pescoço com força, arrancando um silvo de dor e prazer do outro. Para amenizar o ato bruto, ele massageou a região com a língua, enquanto os polegares trabalhavam em sentir os ilíacos salientes, fazendo-o soltar um gemido angustiado e instintivamente se remexer no banco num pedido mudo para que o Uchiha mudasse a direção das mãos.

Sorrindo presunçosamente e olhando para cima com um brilho de diversão nos olhos escuros, o moreno se surpreendeu ao encontrar os familiares orbes azuis tingidos com tons acinzentados, dando ainda mais peso e intensidade à força do desejo que o Uzumaki carregava. Sasuke perdeu o fôlego.

- Você está me provocando... – Naruto cantarolou com a voz rouca.

- Não faço nada que você não queira. - o mais velho sorriu provocativamente, antes de beijá-lo outra vez e acariciar o tronco definido.

- Difícil negar qualquer coisa que você faça comigo. – rebateu com sinceridade em meio aos lábios que o devoravam.

- Nem brinca com isso, porque eu posso me empolgar. – o Uchiha avisou com seriedade, de encontro à boca faminta.

Seus olhos se encontraram, tentando medir o momento através de olhares.

O loiro desviou a atenção e calmamente passou os dedos pelo pescoço pálido, sorrindo para a marca arroxeada que havia feito mais cedo. Sem questionar o que estava fazendo, contornou a gola da camisa que Sasuke usava para soltar os botões da peça com uma só mão, tomando o tempo para correr os dígitos pelo dorso, beliscar e brincar com o mamilo direito.

A ação fez o Uchiha sibilar. Gostando da reação do outro, o loiro abaixou a cabeça para lamber e morder a carne sensível. O mais velho afundou os dedos nos cabelos dourados e observou, com o coração aos pulos, a boca sugar o botão túmido entre os dentes e distribuir pequenos beijos. Impaciente com a jogatina, ele puxou os fios bagunçados para unir os lábios mais uma vez.

Os vidros do carro estavam levemente embaçados, devido o choque térmico do vento fresco ao lado de fora com o ar quente de dentro. Incomodado com o calor excessivo, o moreno tirou as peças que começaram a se agarrar no seu peito e costas suados. Ao passar os braços em volta do pescoço bronzeado, Sasuke procurou o aumento de contato entre eles, para desfrutar a sensação de pele deslizando contra a pele.

Naruto correu as mãos pelo abdômen pálido e a curva da coluna para enfiar a mão por dentro da calça jeans e apertar com firmeza a bochecha direita de sua bunda, fazendo o moreno arquear ainda mais e engasgar um gemido. Para um novato, o cara era bastante aventureiro. O moreno não queria parar todo o amasso delicioso para perguntar se o Uzumaki tinha certeza, porque sabia que se o fizesse, o ofenderia.

O loiro não parecia ser alguém que se jogava em aventuras sem saber onde estava se metendo e, ainda sem o conhecer direito, Sasuke sentia que ele era um sujeito assertivo para com os próprios desejos. Se o homem não quisesse que nada acontecesse, teria parado qualquer tentativa antes de tê-la começado e dirigiria seu carro de volta para a praia onde acontecia o festival.

Decidido, o Uchiha levou uma mão para acariciar de forma insinuante, a coxa vestida. O gesto fez Naruto subir uma sobrancelha em questionamento e, como resposta, passou a ponta da língua nos lábios. Por cima da calça, ele apertou o membro semirrígido, fazendo o loiro ofegar audivelmente.

- Sasuke... – chamou em tom de aviso; sôfrego.

Ele desfez o botão do jeans e deslizou o zíper com uma lentidão que deixou o Uzumaki estremecendo de antecipação. O loiro ergueu o quadril para ajudar a descer um pouco a peça de roupa, juntamente com a boxer, libertando a ereção dolorida pelo confinamento. Abrindo um pouco as pernas, Naruto viu o moreno bombear o seu pênis com movimentos confiantes antes de abaixar a cabeça, fazendo-o prender a respiração com surpresa.

Sasuke lambeu o comprimento, ganhando um gemido estrangulado como recompensa, e rodou a língua em torno da cabeça regurgitada, sentindo o membro pulsar em excitamento. Os lábios desceram para as bolas, chupando a carne com cuidado, enquanto o polegar acariciava a fenda, estimulando a ponta sensível. Os gemidos do homem cada vez mais altos e a respiração descompassada o incentivava.

Passando os dentes ao longo da base e depois masturbando com as mãos, ele olhou para os olhos semicerrados e perguntou:

- Você gosta disso, não é? – sorriu, antes de chupar a glande com força.

- Oh, sim! – sua voz soou gemida, enquanto apertava o cabelo escuro entre os dedos trêmulos.

Fechando os olhos, o Uzumaki contraiu a pélvis, procurando penetrar ainda mais no calor úmido. Ele mordeu o lábio inferior para segurar os sons que ficavam cada vez mais altos e, com carinho, retirou os cabelos pretos úmidos do rosto pálido para ter maior visibilidade da cena que se desenrolava à sua frente. Sasuke virou a cabeça para observar a expressão do loiro e lançar um olhar malicioso, fazendo a ponta do pênis bater no interior da bochecha.

Movendo a cabeça para cima e para baixo, o moreno gemeu alto, fazendo a vibração de sua voz enviar sensações fantásticas para o loiro, que riu sem fôlego. O Uchiha voltou a acariciar aos testículos brevemente negligenciados, enquanto a boca sugava todas as gotas de pré-gozo que escorriam pela fenda. Naruto involuntariamente empurrava o quadril à procura de mais contato e, para evitar que engasgasse, o moreno espalmou a mão no abdômen a fim de acalmar os movimentos.

Num último momento, Sasuke o chupou tão profundamente que a ponta do membro bateu no fundo da garganta e o nariz roçou nos ralos pelos pubianos. Ignorando a sensação de náusea, ele contraiu as bochechas para intensificar a sucção. O calor e a pressão em volta do órgão rígido fez com que a parte inferior do abdômen bronzeado se contraísse e o sangue corresse ainda mais rápido e quente nas veias, empurrando o loiro para um orgasmo intenso.

Naruto abriu a boca, mas nenhum som saiu. Sem tomar ciência, ele encontrou a sua voz e gemeu o nome do Uchiha em um tom angustiado, antes de liberar a tensão que se construía no seu corpo em espasmos violentos; seu cérebro pareceu derreter enquanto pequenos pontos brancos dançavam em sua visão.

O moreno notou o corpo sob a palma de sua mão amolecer, enquanto engolia todo o esperma que Naruto havia expelido e soltando o pênis com um audível “pop”. Endireitando-se em seu banco, ele observou com um sorriso presunçoso a expressão preguiçosa e relaxada que o homem ostentava.

- Por onde você andou na minha vida? – o loiro fechou os olhos e perguntou ainda ofegante.

- Idiota. – murmurou, sorrindo em resposta.

Sasuke limpou a saliva que havia escorrido pelo seu queixo com as costas da mão, quando sentiu um puxão delicado na franja, demandando sua atenção. Segurando o riso, ele se aproximou para reivindicar os lábios avermelhados, fazendo-o sentir o próprio gosto. O beijo foi lento, como se ambos quisessem testar a profundidade do que tinham vivenciado para formar conclusões.

Uma carícia fantasma na cintura do mais velho desceu para encontrar o cós da calça e contornar a peça com os dedos de forma suave e experimental. Naruto encontrou o botão e o abriu, repetindo o mesmo gesto com o zíper, só para voltar a tracejar a lateral do corpo delgado. Afastando um pouco para olhar os orbes escuros, o Uzumaki ponderou um segundo, antes de murmurar:

- Eu estou sendo completamente instintivo com relação a isso, mas se você quiser ir adiante, vai ter que me orientar sobre o que fazer. – seu olhar era determinado e não vacilou sobre o peso das íris ônix.

Ele tinha uma ideia de como a relação acontecia, mas ele estava ciente de que havia muito mais do que simplesmente sabia. Não houve constrangimento na admissão e Sasuke sentiu algo em seu interior inflar com a confiança, dando-lhe a sensação de poder sobre o homem. Pegando a mão que ainda estava no seu quadril, o moreno colocou três dedos dentro da sua boca para chupar e molhá-los com a sua saliva.

Sua língua percorreu por entre os dígitos; provocativo.

Naruto ofegou no gesto e observou – com fome indisfarçada – os movimentos lânguidos sobre a sua pele. Afastando a mão de seus lábios, o moreno se moveu para empurrar a calça e a boxer preta. Com urgência, ele sentou no colo do rapaz, uma perna em cada lado da cintura. A posição era a menos desconfortável para o carro e para ajudá-lo, o loiro abaixou um pouco o encosto do banco e se remexeu para encontrar uma posição que encaixasse os dois corpos.

Sasuke levou os dedos úmidos para a entrada do ânus, fazendo o Uzumaki entender o que precisava ser feito. O loiro contornou um dos dígitos no anel enrugado, antes de pressioná-lo vagarosamente para sentir a carne aquecida do interior, fazendo o moreno ronronar e se contorcer em apreciação. Gotas de suor escorriam entre eles.

Acariciando a coxa e o quadril estreito com a mão livre, Naruto empurrou o dedo dentro do canal estreito; sentindo a pouca resistência, inseriu outro. O Uchiha sentiu os movimentos experimentais, e o incômodo leve foi brevemente esquecido quando um ponto em particular foi pressionado. Seu corpo estremeceu com entusiasmo, forçando-o a encontrar apoio nos ombros largos do homem e revirar os olhos em êxtase com um grunhido necessitado. O som atraiu a atenção de Naruto, que ergueu uma sobrancelha, antes de tentar repetir o gesto mais uma vez.

O toque constante na próstata fez o moreno arquear e cair sobre o outro com os músculos trêmulos. Sasuke perdeu um pouco da capacidade de raciocínio e sua boca soltou palavras desconexas, inconscientemente movendo a pélvis de encontro ao estômago liso para criar um atrito para o seu pênis negligenciado.

Penetrando um terceiro dedo, os olhos azuis se arregalaram em preocupação quando ouviu o outro tentar reter um grunhido de dor. Naruto quase parou, mas foi impedido por uma mão que o manteve no lugar.

- Nem pense nisso, usuratonkachi. – a ordem foi dita em um barítono profundo, não dando margens para discussões. Para reforçar a exigência, ele revirou o quadril, arrancando um gemido estranhamente subserviente do Uzumaki.

Com a mão livre, Naruto juntou as duas ereções e começou a masturbá-las, a fim de distrair Sasuke da invasão de seus dedos. Quando sentiu que o músculo estava estendido o bastante, retirou-se. Inclinando, ele pegou os preservativos guardados dentro do porta-luvas, abriu a embalagem com os dentes, antes de olhar para os orbes negros vidrados e a face com as maçãs do rosto coradas. O moreno acariciou os fios loiros e beijou a boca com intensidade, tentando expressar todo o desejo que sentia, sugando a língua, mordendo o lábio inferior e lambendo o queixo e a mandíbula, enquanto esperava.

Depois de feito, o Uchiha guiou o membro para sua entrada, experimentando a sensação das mãos de Naruto passeando por todo o seu corpo, esfregando os polegares pelos mamilos, contornando os ilíacos e brincando com seu umbigo. Olhos azuis observaram com fascínio e fome seu pau ser engolido devagar.

- Você é tão apertado... – ele disse com a voz tensa e gemida, sentindo a constrição à sua volta de forma quase insuportável. O efeito quase o fez gozar de novo e o Uzumaki teve que respirar profundamente para se controlar.

O loiro viu com preocupação, o desconforto e a dor no rosto suado, pegando o comprimento semirrígido, começou a bombeá-lo com firmeza, a fim de garantir o prazer do Uchiha. Ambos estavam ofegantes, com os corações batendo acelerados e as mentes turvas. Nenhum deles estava preocupado com a possibilidade de serem pegos – o que tornava o sexo ainda mais envolvente, já que todos os sentidos estavam concentrados no momento.

Quando o moreno se sentiu totalmente preenchido pelo membro do homem, ele deu uma pausa para se acostumar à sensação e encontrar o ar perdido de seus pulmões. Não aguentando mais esperar, Sasuke começou a se mover com movimentos fluídos e ritmados, fazendo ambos gemerem. O loiro levou as mãos para a carne macia da bunda, dando um aperto firme seguido de um ruidoso tapa, tirando um meio sorriso malicioso da face normalmente estoica. Rodando o quadril para localizar seu ponto sensível, o Uchiha encontrou uma posição favorável para incitar a próstata enquanto cavalgava.

O corpo do mais velho enrijecia a cada estocada e ele lamentava ruidosamente toda vez que a penetração massageava uma região específica do seu reto. Branco preenchia sua visão e ele se sentiu tão fraco pelo estímulo constante, que Naruto teve de erguer a pélvis com ambas as mãos e alavancar o quadril ao seu encontro, usando os pés para impulsioná-lo. Os movimentos fortes e frenéticos estavam fazendo Sasuke sentir dificuldades em se manter e precisar caçar apoio no vidro da janela e no teto do carro.

Os gemidos e urros de prazer e o som de pele contra a pele preenchiam o pequeno espaço do veículo, juntamente com o odor de suor e sexo.

O abuso contínuo em sua próstata construiu um calor profundo no interior do moreno, como fogo líquido correndo por suas veias, enrolando uma partilha em sua virilha e bolas até que mal conseguisse reconhecer o homem a sua frente. Ele agarrou os bíceps firmes com tanta força na construção do seu orgasmo, que deixou a região avermelhada. De forma inconsciente, seu corpo procurava por um sufrágio frente à sensação maravilhosa.

Naruto sentiu as paredes internas apertarem seu pênis de uma maneira quase dolorosa. Através de olhos semicerrados, ele viu o corpo de Sasuke tremer violentamente. Tentando segurar a própria liberação, assistiu hipnotizado – enquanto se movia – o rosto contorcido de prazer, murmurando o seu nome de forma entrecortada, antes do moreno espalhar o seu sêmen pelo seu peito e estômago bronzeados. Sem aguentar mais, o Uzumaki só conseguiu estocar mais algumas vezes antes de gozar pela segunda vez naquela noite.

O corpo exausto do Uchiha tombou em cima do outro, procurando estabilizar a respiração. Ele afundou a face no pescoço e correu a mão direita pelo peito quente abaixo dele uma carícia suave, sem se importar com o esperma que sujava a ambos ou com o membro que ainda estava em sua bunda. Ele só não queria ficar sem curtir esse momento de relaxamento, quando o loiro também não pareceu se preocupar com nada, pois estava distraído demais em acariciar suas costas e coxas.

- Você vai ficar com dor se continuar nessa posição. – o loiro sussurrou em seu ouvido.

- Hmmm... – ele respondeu preguiçosamente, sem mover um músculo.

- Obrigado, Sasuke...

A declaração fez o Uchiha se levantar um pouco para poder olhá-lo com curiosidade, não entendendo o porquê do agradecimento.

- Pelo quê? – ele franziu a testa e as sobrancelhas em confusão.

Levando o polegar direito para acariciar o vinco formado e assim suavizar a expressão tensa do rosto pálido. Naruto suspirou, antes de começar a explicar:

- Quando terminei com a Sakura, eu estava chateado. Ela me jogou algumas coisas na cara que me fez realmente questionar a mim mesmo. – ele divagou, descendo o dígito pelo nariz empinado para massagear os lábios, sentindo a espessura macia e recebendo um beijo singelo na ponta do dedo em troca. – Eu não sei o que eu sinto agora, até porque é muito cedo para definir qualquer coisa, mas eu sei que houve algo diferente aqui... – segurou o queixo cinzelado para encarar profundamente os olhos negros. – Você me mostrou que há muito que preciso descobrir e aprender sobre eu mesmo – sorriu de maneira tão radiante que surpreendeu o outro. – e eu agradeço.

Não estando acostumado com demonstrações tão abertas de honestidade, o Uchiha só voltou a posição que estava antes de começarem aquela conversa, quebrando o contato visual. Ele também não conseguia definir o que sentir e não quis confiar em si mesmo para responder – apenas sabia que estava feliz, depois de tanto se sentindo horrível consigo mesmo, e isso bastava. Apertando os braços em volta do pescoço bronzeado, Sasuke fechou as pálpebras para apreciar as sensações desta noite.

- Eu também te agradeço. – o moreno murmurou, fazendo o Uzumaki entender o que ele queria dizer, mesmo não especificando nada. Como reconhecimento, ele recebeu um beijo na têmpora e um afago nas suas costas expostas.
 

(***)
 

Ficaram na mesma posição por um bom tempo, apenas curtindo a presença um do outro até que Naruto cutucou a costela do mais velho para fazê-lo se mexer. Contraindo o corpo com cócegas, o moreno escorregou para o banco do passageiro. Livre do peso, o Uzumaki abriu o porta-luvas para retirar um saco plástico e jogar a camisinha usada no lixo improvisado, antes de amarrá-lo e escondê-lo debaixo do banco do passageiro para se livrar dele depois.

Ele colocou a cueca e a calça, sem se preocupar em fechar o zíper e o botão. Olhando para o lado, ele pôde ver Sasuke quase dormindo, devido o cansaço e relaxamento causados pelo sexo. Sem se importar com seu estado seminu, ele saiu do veículo e abriu o porta-malas a fim de procurar por uma toalha em sua mochila. Pegando uma garrafa d’água, ele umedeceu o tecido, antes de limpar os fluídos corporais que haviam secado em seu peito e estômago, fazendo o mesmo com o corpo do outro homem.

Ele só recebeu um resmungo mal-humorado em troca, que o fez rir divertido. Naruto lacrou a peça suja dentro de outra sacola e jogou-a no bagageiro. Ao voltar para o carro novamente, ele chamou Sasuke para ajudá-lo a se vestir e assim conseguirem voltar para o festival. O moreno estava tão mole, que pouco se mexeu e ainda teve a audácia de fazer cara feia por não deixá-lo dormir.

Vestindo a camiseta branca que estava jogada por cima do volante, o loiro se sentou no banco do motorista. Quando ia ligar o automóvel, o ruído de um celular tocando alcançou os seus ouvidos, como não reconheceu o toque, ele presumiu que fosse o aparelho do Uchiha, que se moveu em câmera lenta para tirar o telefone de dentro do bolso da jaqueta jogada no banco traseiro.

- Alô? – atendeu com a voz rouca de sono.

- ONDE VOCÊ ESTÁ? – o Uchiha se sobressaltou com o grito da Karin.

A expressão surpresa não durou um segundo, mas o susto foi o suficiente para acordá-lo da letargia usual pós-sexo.

- Voltando. – esclareceu vagamente, sentindo uma carícia suave em sua coxa esquerda. Por reflexo, ele segurou a mão que o afagava e entrelaçou os dedos num aperto reconfortante e íntimo.

Naruto deu a partida e a ré no carro para voltar à estrada principal, onde poderiam pegar a via de retorno.

- Voltando pra onde e de onde? – a voz feminina rosnou ameaçadoramente. – Você tem ideia de como eu fiquei preocupada. O idiota do meu primo está com você? Os meninos disseram que vocês saíram juntos!

- Karin... – o Uchiha respirou fundo. – Nós estamos bem e estamos voltando para o festival, é a única explicação que você terá de mim agora. Sabemos nos cuidar, sabe? – perguntou ironicamente.

- E por que vocês saíram? Onde foram? – a ruiva não parava de questionar.

Vendo a falta de paciência do moreno, Naruto fez um sinal para que Sasuke passasse o telefone, sendo prontamente atendido.

- Karin, é o Naruto... – começou e continuou, antes que ela pudesse responder. – Nós já estamos chegando e, assim que a gente se encontrar, vocês dois conversam, ok? – ele fechou o aparelho sem esperar uma réplica.

- Ela vai me encher de perguntas durante toda a noite, você sabe. – reclamou, esfregando as têmporas em impaciência antecipada.

- Nada com que já não tenha lidado antes, e outra, eu tenho certeza que vou ter que encarar os meus amigos. Por mais que alguns optem por não se meter, tenho certeza que Kiba será um dos primeiros a me julgar. – desviou os olhos da estrada um instante para encarar o Uchiha.

Seu rosto sério explicando o que ele não disse com palavras.

- O que você vai fazer? – Sasuke perguntou de repente, imaginando o quanto a situação era delicada. Quando ele descobriu sua sexualidade há anos atrás, ele teve tempo para digerir a ideia e arrumar coragem para se assumir diante dos amigos e família. Com o Uzumaki, a coisa parecia estar acontecendo como uma avalanche e ele não sabia dizer ao certo como o rapaz estava lidando com tudo. Se as situações se invertessem, ele estaria assustado, mesmo que não quisesse admitir.

- Não sei ainda, mas não vou mentir sobre o que eles viram. – ele olhou de relance para o moreno e como se sentisse a nuvem de preocupação pairando sobre ele, decidiu continuar a fim de tranquilizá-lo. – Quer dizer, eu não me arrependo do que fizemos, por isso não tenho motivos para esconder nada – riu de nervosismo. –, mas confesso que não pensei muito nos resultados antes de tudo acontecer.

- Às vezes é bom não pensar nas consequências. – tentou se convencer com um sorriso hesitante, movendo o braço para acariciar os cabelos loiros na nuca do outro. – Nós entramos nessa situação juntos, então, vamos resolvê-la juntos também. – disse com um encolher de ombros, sentindo-se um pouco aliviado que o Uzumaki não se arrependeu de terem transado.

Naruto só o olhou com um brilho desafiador, fazendo-o se sentir arrepiado com a intensidade e a certeza naquele olhar.

- Não me olhe desse jeito, dobe, ou teremos que dar meia volta. – empurrou o rosto masculino para que o homem voltasse a encarar o tráfego.

- Eu não iria reclamar... – começou, mas quando recebeu um soco no ombro como retaliação, ele empurrou o Uchiha e começou a gargalhar. – Pare com isso ou vai me fazer causar um acidente, teme! – gritou com indignação fingida.

- Idiota. – xingou pela milésima vez naquela noite, com um sorriso divertido. – Então, pare de me tentar. – rebateu com um tom de finalidade e brincadeira.

Ele não queria que o loiro pensasse no depois. Ele mesmo não queria pensar no depois. Sasuke só queria que ambos pudessem aproveitar o agora e deixar o passado um pouco pra trás. Se fosse um erro ou não, ele não sabia, só sabia que queria viver o momento e degustar dessa sensação de liberdade que só o Uzumaki parecia lhe proporcionar.



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