P.O.V Ji-Eun
Passamos o que parecia uma eternidade dentro daquele carro, sem sequer trocarmos uma símples palavra. Eu, como sempre, cheia de perguntas e ele, corriqueiramente, evitava respondê-las. Tudo que posso dizer é que estou cansada disso.
Por que ele me trouxe aqui, e por que diabos bateu em Xin? Ugh.
De repente, o carro para e ele sai. Abro a porta e assim que piso no chão, posso sentir a areia "engolir" meu pé, e o cheiro do mar entrar nas minhas narinas. A brisa bagunçava meus cabelos.
Eu amo a praia, mas, fiquei ainda mais intrigada do por que ele me trazer até aqui?
Olho pra ele confusa e ele apenas prossegue andando. Eu o sigo silenciosamente pela praia completamente isolada. Não havia ninguém e nada.
Até que avistei uma casa mais pra frente. Parecia uma bela casa.
-Quer fazer o favor de me dizer pra onde estamos indo?-peço parando de andar e cruzando os braços.
O semblante dele parece irritado. Mas não comigo. Ele está irritado com algo. O lugar? A situação, talvez?
-Easstamos numa praia, não é óbvio?- perguntou, abusando do sarcásmo.
-Grosso!! Disso, eu sei. Eu quero saber por que me arrastou até aqui?!- dou ênfase ao "arrastou" e vejo sua expressão suavizar.
Depois de um tempo, ele responde:
-Eu não sei- ele suspira e passa as mãos nos cabelos frustrado.
Olho pra ele e posso dizer que nunca vi tanta inquietude em um olhar. Ele estava preocupado...Uma vez me disse que tinha vários problemas, eu ficava morta de curiosa. Eu queria saber e tentar ajudá-lo, mas ele não facilita.
De repente, ele se senta na areia e fecha os olhos, pousando sua cabeça em seus joelhos.
-Hey, tudo bem. Quer falar sobre algo?- pergunto dando tapinhas em suas costas e sorrindo. Ele abre seus lindos olhos castanhos e me olha surpreso.
-Não- ele responde calmamente e continua em seu estado pleno. Tão lindo, mas tão cheio de segredos.~ ( :( )
Resolvo deixa-lo pensar por algum tempo.
Tento esquecer o fato de que meu coração parece estar sendo esmagado, enquanto olho para o seu estado...
Tento me convercer de que é apenas preocupação com um mero paciente...mas enganar a sí mesmo, é a pior covardia que um ser humano pode cometer.
(...)
Ele se levanta e bate as mãos na calça pra tirar a areia da praia de suas vestes.
-pra onde está indo?- levanto também e o olho curiosa. Ele apenas aponta pra uma casa um pouco longe. A mesma casa que eu vi antes.
Eu balanço a cabeça negativamente, confusa.
-Não, não! Já devemos ter perdido algumas aulas. Melhor voltarmos antes que escureça.-exclamo.
-Ah, é? Então fique à vontade para dirigir até a costa leste sozinha- ele enfatiza o "sozinha" ,sorrindo irônico
Ele sabe que eu não sei dirigir. Esse idiota.
Ugh, bastardo!!!
Eu mordo o lábio infeirior e vejo ele voltar a andar em direção a casa. Que vendo mais de perto, não é pequena, não! Wow, isso é relativamente grande. Afinal, de quem é esta casa?- penso.
-que casa é essa?- pergunto assim que chegamos na frente da casa.
Ele abre a porta e entra, dando espaço para que eu faça o mesmo.
-Casa de praia da família- responde, símplesmente, e entra jogando as chaves em algum lugar por aí. Ele olha ao redor e vejo aquele seu olhar de antes. Ele se lembra de algo...
Em seguida, ele se senta no sofá.
Wow, é uma linda casa por dentro e fora.
O lugar parece limpo. Alguém ,com certeza, vem limpar de vez em quando, mas, os móveis parecem antigos e bonitos. Não vejo nenhum porta-retrato sequer... Tenho tantas perguntas, no entanto, sei que posso irritá-lo.
Sento do outro lado do sofá e pego meu celular pra avisar a Lee hi que estou bem. Espero que ela não tenha chamado nenhum esquadrão da polícia.
Mensagens on
Me: Leehi-ah, você está aí?
Hi-ah: oh meu Deus, jieun! Você está bem? O que aconteceu? Ele te sequestrou? Te fez algum mal...OMG, ONDE VOCÊ ESTÁ? Vou chamar a polícia. Esse cretino! Pabo.
Me:Hey, calma. Eu estou totalmente bem. Está tudo bem. Ele não fez nada!
Hi-ah:Espero que você esteja realmente falando sério! Como posso saber que é você?
Me: você tem um cachorrinho chamado freddy e adora filmes de terror.
Escrevo e rapidamente sorrio com sua preocupação.
Hi-ah:Okay, que bom que está bem!! Agora estou mais tranquila.
Mando um emoji e desligo o celular.
Mensagens off
Olho para o lado e vejo que jiyong está quase dormindo de braços cruzados, espreguiçado no sofá. Ele está realmente cansado.
Chego mais perto e nossos ombros se encostam.
-ji...-chamo ele.
-hmm?-múrmura sonolento e coçando os olhos.
-Você está com fome?- pergunto docemente.
-uhum, eu quero panquecas...- ele fala parecendo ainda que está sonhando.
-panquecas? Agora?- pergunto supresa.
-Uhum, panquecas é bom...- sussurra baixinho e ,em seguida, sua cabeça cai no meu ombro.
Sorrio involuntáriamente e me levanto para preparar ,SURPREENDENTEMENTE, panquecas para o JANTAR.
Deixo ele dormindo tranquilamente e vou até a cozinha, acho exatamente os ingredientes próprios para panquecas. Ou isso é muito sorte, ou sempre que ele vem/vinha aqui comia esse prato...isso me deixa curiosa.
.
.
.
Termino o jantar e coloco tudo sobre a mesa. Vou até a sala e sento ao seu lado novamente. Vejo seus olhos se abrindo aos poucos.
-onde estou?- ele levanta abrúptamente e eu rio.
-Você dormiu. Parecia cansado- respondo sorrindo. Ele ficou fofo dizendo isso. Kkk.
-Oh, e você? não comeu nada?- ele pergunta e se levanta.
-Na verdade, eu terminei de preparar o jantar- respondo e puxo ele até a cozinha.
-hmm, não estou com fome- ele diz, mas sua barriga começa a fazer um barulho ridículo.
Bruuuuuu. Bruuuuuuu.
Eu explodo em gargalhadas.
-okay, não sei se você está com fome ,mas ,com certeza, o anão que está em sua barirga parece faminto- brinco enquanto rio e ele bufa fingindo irritação.
-PANQUECAS?- pergunta incrédulo.
-É...mas acho que você não vai comer, pois disse que está sem fome- digo tentando irritá-lo e posso quase ver ele babando para comer as panquecas.
-MAS EU SONHEI COM ISSO!!!, como você sabia? OMO, você é uma feiticeira! Entra nos sonhos das pessoas!!! Ah já sei...- ele divaga. Ele parece uma criança. Adoro quando ele não está sério, ele não é uma pessoa séria. Acredite,Jiyong pode ser uma criança às vezes. Sempre fazendo birra.
Senta emburrado na mesa, batendo o pé e esperando que eu o sirva.
-o que foi? Você já melhorou!- exclamo e ele sorri. Credo bipolar. Kk
Ele começa a se servir e depois me servir. Fico impressionada com tamanha gentileza. Eu sei que parece pouco, mas, vindo de jiyong, é como receber um carro. E seus pequenos gestos aceleram meu coração...
-parece que sempre acabamos jantando juntos- ele diz enquanto mastiga. Ugh. Que fofo. Ele come muito errado mas é tão fofo.
-Jiyong, sua boca está suja- digo e entrego um guardanapo pra ele. Ele começa a tentar limpar mas acaba se sujando mais.
Coloco as mãos na boca pra segurar o riso, mas é em vão. Hahahahaha
-Gosta tanto de panquecas assim?- pergunto feliz e seu rosto de satisfação parece entregá-lo.
-Eu adoro muito panquecas- ele diz se melando ainda mais com o molho e eu rio.
-você é como uma criança comendo, jiyong- exclamo levantando do meu assento e indo em sua direção. Limpo cuidadosamente os lugares sujos no seu rosto e quando olho pra cima sinto seus olhos me olhando fixamente...
-Heyy, eu não pedi pra que me limpasse garota- ele sussurra e sua mão esquerda segura minha cintura. Ele se põe de pé, ficando mais alto que eu. Nossa próximidade me assusta, então dou alguns passos pra traz, mas acabo batendo na pia e seu corpo pressionado ao meu.
Seu rosto fica muito próximo e posso sentir o seu aroma natural preencher meu nariz. Fecho os olhos, esperando sentir seus lábios quentes mais uma vez sob os meus. Porém, tudo que sinto são seus dedos tocarem minha bochecha levemente.
-Tá sujo aqui- ele diz e tosse, voltando a se sentar no lugar de antes.
Tum tum
Tum tum
O resto do jantar correu silenciosamente, pois, o clima estava meio estranho entre nós. Então, assim que terminei de comer me levanto e coloco a louça na pia começando a lavar, porém, sou interrompida por sua voz.
-Não precisa lavar isso. Alguém já é pago pra isso- ele diz e eu o olho confuso.
-Vocês tem uma empregada?- pergunto curiosa.
-sim, e um mordomo, motorista, cozinheiro, segurança, entre outros. Tudo isso. Então não precisa que você faça nada. Só vá se deitar. Ah, e obrigado pelo jantar- ele diz e começa a andar até a sala. Sentando no sofá e ligando a tv.
Continuo como uma estátua. Ele é tão rico assim? Bom, pelo menos sua família parece ser.
Ando até o sofá e me sento ao seu lado.
-não vai dormir?- ele pergunta.
-Não agora, posso ficar aqui?- pergunto.
-Já está aqui- ele diz e direciona seu olhar para a TV.
A verdade é, que como todos já sabem ,Sou cagada de medo de dormir em lugares estranhos, escuros e grandes. Ugh.
-Jiyong...-múrmuro.
-Hmm?- pergunta ainda prestando atenção em algum jogo que passava na tv.
-Estou com frio-digo e ele finalmente olha pra mim. Sua mão vai ligeiramente até minha testa e ele franze o cenho.
-estava doente e não me contou?- ele parece irritado.
-Não estou doente!- tento me defender.
-Ah claro que não, só está com 39°de febre-ele fala sarcásticamente. Ugh. Se não quer me ver doente vire o rosto e vá assistir seu jogo. Eu só quero um cobertor.
Reviro os olhos.
-esquece- falo e quando vou sair meu braço é puxado.
-Haha, esquecer? Garota, não me enche. Deita naquele sofá agora antes que eu te arraste-ele fala sériamente e eu obedeço.
Passado alguns minutos ele volta com um comprimido, um cobertor e um copo de água.
Tomo o comprimido e em seguida bebo a água.
-kamsamnida- agradeço baixinho e ele sorri me olhando.
- teimosa- sussurra, bagunçando meu cabelo. Eu adoro isso, quando bagunça meu cabelo, ou quando aperta minhas bochechas carinhosamente...
-Vem aqui- ele fala pegando minha mão.
Hm, pra aonde estamos indo?-pergunto fracamente.
-meu quarto, babe.- diz e eu paro.
-hm? Por que?- pergunto receosa. Ele olha pra mim e sorri.
-Não vou dormir com você, nem tampouco vamos transar. Mas se quer saber, meu quarto é o melhor da casa- ele diz sinceramente e continua a andar.
Não sei se fico triste ou feliz...ugh, aquieta esse coraçäo jieun.
Seu quarto é realmente aconchegante, as couxas, os travesseiros, a cama enorme, tudo parecia um sonho!
- pode deitar, com o tempo o remédio vai comecar a fazer efeito- afirma me ajudando a deitar e me cobrindo.
Ele parece preocupado. Eu gosto quando ele fica assim tão atencioso.
Ele vai sair mas eu puxo seu braço.
- hm, quer um beijo de boa noite?- ele brinca e eu coro viomentamente.
-Não!!! Eu só...só queria saber. Caso eu precisar...eu...
-Eu vou estar na sala, qualquer coisa, grita ou sei lá. Não sou fácil de acordar.
-okay...mas, posso te pedir uma coisa antes de ir?- peço
-fala- ele diz curioso
-é que esse lugar é novo pra mim. E tá bem escuro e...fica até eu dormir?- peço ambarassosamente.
Ele dá uma risada curta e bonita.
-uhum, eu sei, jieun-ah. Eu também não gosto desse lugar grande e silencioso- fala encostando a cabeça na minha barriga. Meus dedos correm até seus cabelos macios e vejo ele fechar os olhos com o carinho.
-Obrigada por cuidar de mim, ji...-digo baixinho continuando meu cafuné.
Ele parece aporveitar mas depois de alguns minutos:
-Hm...eu gosto disso...mas você tem que descansar, babe- ele pega minha mão e beija o topo desta, demoradamente. Hmm. Seus lábios quentes sobre minha pele sentem tão bem. Não posso evitar em pensar como seria se fosse seus lábios sobre os meus...seria 1000 vezes melhor...ugh jieun.
-ainda não, ji- falo apertando sua mão. Ele não pode ir agora...!
(...)
-sabe que eu vou dormir aqui mesmo, não é?- ele diz sorrindo.
Eu não digo nada e apenas afasto um pouco para que ele deite ao meu lado na cama.
Ele percebe isso, tira a camisa, como sempre, e se deita ao meu lado.
Ele coloca novamente sua mão em minha testa.
-Já posso sentir uma melhora- ele diz retirando a mão do local.
-Jiyong, você veio muito aqui antes?- pergunto curiosa.
-Hmm- ele parece pensativo- eu costumava vir muito na minha infância- ele responde nostálgico, mas é possível notar uma ponta de tristeza na sonoridade de sua voz.
-hmm, e desde quando gosta de música? você nunca me falou- digo já quase dormindo. Eu só queria ouvi-lo divagar sobre qualquer coisa.
-eu amo música, eu vejo música, eu respiro música, eu a sinto. Desde que eu era uma criança, em tudo eu a via. Pra mim música é a forma mais eficaz de expressar algo. Música é sentimento. Ruim ou bom, não importa. O que importa é que ela está presente na vida de todo mundo. A diferença, é que algumas pessoas resolvem viver dela porque percebem que a única forma de parar sua dor é tendo ela em sua vida...- ele divaga e divaga. Meus olhos piscavam várias vezes mas eu tentava me focar em sua voz e seus ditos. Eu queria mesmo conhecê-lo. Cada detalhe dele, cada palavra sua, soa tão importante pra mim.
-Não acha que está na hora da senhorita dormir?- ele pergunta, enlaçando minha cintura com firmeza.
Não! Não quero dormir e ter o jiyong idiota amanhâ, eu quero que ele continue respondendo minhas perguntas sem receio. Como agora.
-Promete que vai responder minhas perguntas amanhã, como fez hoje?-pergunto sonolenta.
-Não gosto de fazer promessas, mas se te deixa mais tranquila, depende da sua pergunta- ele responde, roucamente.
Ele também está com sono.
-Uhumm-múrmuro em corcordância e me aconchego mais nele. Sinto-me tão confortável aqui. É como se esse fosse meu lugar.
Era inevitável dormir.
Já estava se tornando um costume adormecer ao seu lado. Seu perfúme, sentir sua respiração quente tocar meu rosto, ouvir seus suspiros enquanto dorme, seus braços me enlaçando e seu corpo me esquentando...era como se mais do que nunca eu precisasse daquilo tudo para pegar no sono.
E finalmente eu durmo. Com ele. O motivo da minha paz e perturbação. Minha bagunça arrumada. Ah jiyong, se ao menos soubesse,
Que eu rezo todo dia querido, para que tudo isso que eu sinta por ti ,não seja mais do que apenas simpátia.
Será que amanhã você será o mesmo?
P.O.V Jiyong
Não sei como, mas vou ter que dar um jeito para que ela fique mais uns dias aqui comigo. Pelo menos até a poeira baixar e eu conseguir amolar o Xin. Ainda não sei como, mas, vou convencê-la de toda e qualquer forma.
Até porque,Isso tudo está me dando uma baita dor de cabeça. Essa história toda e esse lugar...todas essas coisas...
6 horas da manhã...
Levanto-me com muito sono ainda. É sério, eu durmo muito e acordar cedo assim pra mim é quase a mesma sensação de tomar um banho com gelo. Preguiçosamente, vou até a cozinha e preparo um café da manhã básico. Já tenho tudo preparado mesmo. Até a lista de coisas que seria propício ela perguntar.
Depois de um tempo, ela aparece na cozinha ainda coçando os olhos e eu sorrio.
-Bom dia- digo.
-Você acordado?- pergunta curiosamente.
-Ué, não pode?
-Ahhh, você deve está preparando as coisas para irmos embora- fala despreocupadamente
-Na verdade, vamos ficar mais um dia. E melhor você se arrumar pois daqui a pouco vamos à praia- afirmo sorrindo e ela me olha incrédula.
Vai ser um longo dia
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