POV Jazz
Dois dias após reencontrar meu irmão eu finalmente sou liberta da cela,mas não de meus dois carcereiros. Antes de reencontrá-los sou impecavelmente arrumada com um vestido negro bufante,um coque e saltos pretos para só então ir ao encontro de ambos;Ao me olhar no espelho percebo que estou tão bonita desta forma quanto no vestido azul que Carla me dera, sim eu estava linda para os empregados e para mim mesma, no entanto eu nunca poderia negar que estava completamente aterrorizada com as possibilidades de ser ferida e terrivelmente torturada caso eu cometesse um mínimo deslize. Apesar de eu não ser crédula, implorei á Deus para me proteger e não deixar que nada me acontecesse ainda mais com Victor nos arredores.
Me assusto quando ouço uma música meio alta vindo do andar inferior ao mesmo tempo em que alguém bate na porta. Eu a abro e me deparo com Carla num terno branco, ele me olhou de cima á baixo e sorriu maliciosamente.
- Bem melhor do que da primeira vez. - Diz sorrindo e me estendendo sua mão. Ele podia ser uma pessoa cruel mas sabia ser bem cavalheiresco e gentil quando queria. Nós dois descemos a imensa escadaria e só então me dou conta do que aquela música se tratava: um baile.
- O salão está incrível. - Sussurrei enquanto descíamos.
- Talvez participe de mais ocasiões como esta. - Diz com gentileza na voz.
- Faz muito tempo desde que tive um baile. - Digo dando uma leve risada.
- Você está aqui porque todos precisam conhecer a minha esposa.
- Diz como se gostasse de mim. - Digo meio nervosa.
- Digamos que você é uma garota interessante não apenas por seu sangue. - "Não apenas por seu sangue"?, ele dizia isso como se eu realmente lhe fosse importante e não quisesse mais nada além do meu sangue.
Ao terminarmos de descer as escadas e conversarmos com algumas pessoas importantes no mundo dos vampiros acabo por dar de cara com alguém que queria ver havia certo tempo: meu "pai".
- Jessica! - Diz com um sorriso no rosto vindo ao meu encontro. Não sei se foi por emoção ou por impulso mas eu o abracei assim que me aproximei.
- Estou tão feliz por vê-lo aqui. - Digo com os olhos cheios de lágrimas. Ele parece comovido com minha reação.
- O que houve? - Pergunta parecendo preocupado enquanto me guiava para os jardins.
- Por favor, eu imploro á você, me tire daqui. - Digo quando sentamos num banco ao mesmo tempo em que explodo em lágrimas e pouso a cabeça em seu peito.
- O que eles te fizeram Jessica? - Pergunta me olhando nos olhos.
- Eles me torturaram e me privaram de ver os meninos, por favor me leve de volta eu te imploro. - Ele acaricia meus cabelos enquanto me olha ternamente, se eu não tivesse meus irmãos de volta eu me sentiria abandonada e sem amigos pois eles eram minha única companhia e os únicos que eu realmente amava.
- Por mais que te entenda, não posso fazer nada. - Responde parecendo aflito.
- Por que não? Carla pode se considerar o rei, mas o verdadeiro rei dos vampiros sempre foi o senhor, afinal o senhor é Karl Heinz.
- Eu posso ser o rei, mas não posso negar que o comando é deles. - Diz se levantando. - Me perdoe Jessica. - Naquele momento eu entendi porque meus irmãos o odiavam tanto: ele nunca fazia nada para os ajudar e não se importava nem um pouco conosco embora o fizesse aparentar assim como também percebi que não poderia confiar em ninguém além deles mesmo depois de tudo entre nós oito.
- Vá embora. - Digo chorando.
- Até logo. - Ouço ele se afastar e fico ali naquele banco por longos minutos e como Carla não veio até minha procura resolvo tentar escapar dali, começando á correr como se minha vida dependesse apenas e unicamente daquilo e quando olho para trás a minha prisão felizmente não estava mais visível e adentro um bosque escuro que eu sabia ser parte do caminho para a mansão dos meninos, sinto alguns galhos se enroscarem em meu vestido e lhe causarem pequenos galhos, mas não me incomodei pois só queria correr até chegar em casa novamente.
No entanto, houve uma área lamacenta que me fez cair no chão e me sujar de lama e argila e me causou pequenos cortes, incluindo um joelho completamente esfolado. Começo á tentar levantar em meio aos pequenos gemidos de dor até que ouço uma risada.
- Achou mesmo que escaparia ilesa? - A voz gela minha espinha: Carla. Começo a rodear o lugar com meus olhos tentando achá-lo em meio á imensidão negra que me rondava. - Se quer tanto ir, pode ir. - Sussurra em meu ouvido enquanto sinto um bilhão de arrepios por meu corpo. De repente, sou jogada no chão enquanto sinto seus pés chutarem cada centímetro do meu corpo e quando parece que aquele pesadelo está prestes á acabar ele me força á levantar puxando meus cabelos enquanto grito de dor e sinto uma série de golpes dentre tapas e socos em meu rosto, ato que ele encerra cuspindo em meu rosto, esse é o meu fim, começo á perder a consciência enquanto minha visão fica turva e não consigo enxergar nem sentir nada, nem ao menos dor, eu estava em paz.
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Abro os olhos com certa dificuldade e então percebo que estou debaixo de chuva enquanto havia um solo duro e levemente desconfortável abaixo de mim. Uma luz surge atrás de mim e vejo sombras que não consigo distinguir até que alguém me tira do chão e sou levada para um cômodo bem iluminado ainda sem distinguir onde eu estaria naquele momento; Sou então deitada em algo acolchoado e confortável, vejo um lustre acima de mim se tornando nítido aos poucos e então me dou conta de onde estou
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