História Dark Angels - 2

POV Jessica
Ando pelos jardins da mansão observando e cheirando as flores que ali ficavam. Haviam várias rosas brancas e vermelhas e a cada passo que eu dava por ali, mais eu conhecia e descobria sobre aquela misteriosa e curiosa mansão.
Aquela noite estava gelada e a cada vez em que eu sentia o vento em minha nuca, um arrepio correu por todo o meu corpo ao mesmo tempo em que eu conseguia ouvir o vento assoviar. Então eu avistei uma torre com uma única janela em seu topo, podia estar com medo de ser pega por um deles mas minha curiosidade acabou por falar mais alto do que eu imaginara.
Rodeei a torre na esperança de achar sua entrada, que estava coberta por uma relva verde e pegajosa, puxei a relva enquanto a poeira envolta subia e ia para todas as direções possíveis. Abri a porta grande e pesada com certa dificuldade mas entrei, havia uma escada que provavelmente levava ao quarto com a janela que eu vira, todavia a primeira coisa que vejo ao subir a escada em espiral é um corredor com dezenas de folhas secas em seu decorrer, as teias de aranha da parede ao teto e o cheiro forte de mofo e poeira. E então vejo uma espécie de cômodo no fim do corredor, um aposento que só era possível eu ter visto por conta da visão forçada considerando o breu que estava ali. Quando me aproximo, me deparo com um portão de ferro e só então me dou conta de que é uma cela de prisão graças ás algemas presas na parede que estão iluminadas pela luz do luar. Quando abro o portão e entro na cela para ver tudo mais de perto, percebo que há várias folhas de papel com rabiscos, na verdade desenhos, e é nesse momento em que começo a me perguntar quem teria ficado ali naquele lugar.
De repente sinto uma mão pegar em meu ombro e o medo e o pavor tomam conta de mim.
- O que pensa que está fazendo aqui? - Pergunta Subaru irritado.
- Me desculpe,só estava curiosa. - Respondi gaguejando e com medo.
- Vá embora daqui! - Berrou. - SAIA! - Gritou mais irritado do que nunca. O obedeci enquanto saí correndo para as escadas e voltei para a mansão passando pelos jardins sentindo os pingos de chuva caindo sob mim aos poucos.
Ao entrar, me deparo com Ayato e Laito bem ali na minha frente, o que me deixa mais apavorada ainda. Os encaro terrivelmente assustada enquanto se aproximam de mim, sinto as lágrimas descerem por minhas bochechas e me dou conta de que nunca seria livre enquanto meu "sobrenome" fosse Sakamaki.
- Está com medo da gente, irmãzinha? - Pergunta Laito passando a mão em meu corpo enquanto Ayato fitava meus seios.
- Por favor não. - Imploro com medo.Ayato me força á olhar para cima enquanto sinto as mãos de Laito em minhas pernas e então sinto seu hálito batendo nas minhas coxas e em seguida a dor de suas presas me perfurando me consome enquanto Ayato afasta os cabelos de meu pescoço e me morde.
- PAREM! - Berra Reiji para meu alívio. Os gêmeos cessam com as chupadas e o olham irritados. Então Reiji se aproxima e a primeira coisa que faço é abraça-lo enquanto as lágrimas molham sua camisa.
- Droga Reiji. - Diz Ayato. Reiji afaga meus cabelos e me olha parecendo preocupado.
- Você está bem? - Então ele encara minhas mordidas e os olha irritados. - Vocês acham certo se alimentarem de uma criança? Se ponham no lugar dela, imbecis. - Diz irritado. Tudo o que faço é engolir as lágrimas, Reiji se volta para mim. - Me siga. E digam ao Shu e ao Subaru que também quero falar com eles no gabinete.
- Obrigada. - Digo engolindo o choro enquanto o solto e o sigo.
- Não precisa me agradecer. - Diz rispidamente. - Só estou te protegendo por conta de meu pai e suas instruções.
- Só não entendo que motivos ele teria para me adotar sendo que tem você e seus irmãos.
- Também não entendo. - Responde parecendo sincero. Entramos em seu gabinete e lá estão Shu e Subaru como ele pedira.
- Por que nos chamou? - Pergunta Subaru me encarando bravo.
- Por que quero dizer que não irão á escola hoje, vocês ficarão com ela enquanto os outros e eu iremos para que ninguém estranhe nossa ausência.
- Está dizendo que ficaremos de babá de uma PIRRALHA? - Pergunta Shu irritado.
- Sim, pelo menos até eu ser informado de qual sala ela será colocada. - Os dois se calaram. Se eu ficasse sob o olhar deles, eu jamais conseguiria ver os meninos novamente.
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Estou em meu quarto, deitada na cama enquanto penso nos meninos. As lágrimas voltam enquanto tento chorar baixinho para que ninguém me ouça.
- Por que você tá chorando? - Pergunta Ayato atrás de mim.
- Eu não queria estar aqui, eu queria ver os meus amigos novamente. - Respondo me entregando às lágrimas.
- Os amigos do orfanato? - Pergunta parecen preocupado. Faço que sim com a cabeça.
- Será que dá pra essa garota parar de chorar? Isso já tá ficando irritante. - Grita Kanato aparecendo no quarto. Sinto uma mão afagar meus cabelos e me dou conta de que é Ayato.
- Tudo bem Jessica. - Diz tentando me acalmar.
- Vocês não sabem como é perder alguém que amam. - Digo.
- Você sentia isso pelos meninos? - Pergunta Laiti, se intrometendo na conversa.
- Eles eram meus melhores amigos. - Respondo. - Foram os únicos que eu tive e agora eles se foram.
- Como assim? - Pergunta Kanato preocupado.
- Eles morreram num incêndio no nosso orfanato. - Respondo novamente desabando em lágrimas.
- Como. se chamavam? - Pergunta Ayato.
- Yuma,Kou,Ruki e Azusa.
- Eram mais velhos ou mais novos que você? - Pergunta Laito.
- Eram uns dois anos mais velhos do que eu.