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História Dark Love - Coisas Inesperadas - Parte II


Escrita por: OnlyAnnie

Notas do Autor


Oi oi, tudo bom?
Segunda e última parte...
Boa leitura.

Capítulo 6 - Coisas Inesperadas - Parte II


Layla POV

 

Minha cabeça rodou no momento que eu associei que Hades estava aqui, eu definitivamente tenho um temo muito ele. Tenta me entender... Ele é superpoderoso, deus dos mortos, e eu vivo no reino dele (embora o palácio seja de Hécate, as terras são dele). Não dá pra não sentir pavor de um cara assim.

—O que está fazendo aqui, hm, senhor Hades?

—Senhor Hades, quanta formalidade. 

Ele deu uma gargalhada que me fez tremer, que risada sinistra foi essa?

—Respondendo sua pergunta, vim ver Hécate. Mas pelo que pude ver, ela não está por aqui.

—É, não está. 

Olhava pra ele desconfiada, vai saber se ele está mentindo e quer em matar? Geralmente deuses tem implicância com alguns semideuses.

— Ok, irei esperá-la por aqui. Pode continuar o que ia fazer.

Quase havia me esquecido dos bonecos de batalha que estavam ali. 

—Ah, sim, eu estava apenas treinando.

—E para o que treina?

—Não sei, apenas pra me manter em forma, eu acho. Não é como se tivessem muitas academias por aqui. 

A piada saiu sem intenção, mas eu fiquei com medo de morrer só por tê-la falado. Mas ele riu. O deus dos mortos riu. Olhei aquela cena espantada e logo ri junto dele. Estava tendo uma crise de risos com Hades. 

—Seu humor é sarcástico, não é tão ruim. 

—Obrigada, eu acho.

—Você sempre treina com esses bonecos?

Ele olhou para os meus "oponentes" nada eficientes de luta com desdém, e realmente eles não são muito animadores. 

— Nem sempre. Luto com outros tipos de, hm, coisas. Na maioria das vezes Hécate faz surgir uns monstros pra eu lutar. Pra saber técnicas de derrotá-los.

—Já lutou com esqueletos?— Ele tinha um sorriso que eu não consegui decifrar no rosto, o respondi com um pouco de medo e desconfiança

—Não, senhor Hades, nunca. Mas porque você está me perguntan... Ah sim, deus dos mortos, esqueletos são sua área e responsabilidade. Mas não se preocupe nunca me meti com nenhum de seus esqueletos.

Minhas mãos tremiam, será que o deus dos mortos estava bravo comigo? Achando que eu peguei seus esqueletos pra brincar. Deuses, sei que eu reclamo de vocês e tudo, mas me protejam, por favor.

—Gostaria de saber como é lutar com gregos ou romanos antigos?

Tenho certeza que meus olhos brilharam, o estilo de luta dos gregos e romanos de muitos milhares de anos atrás era incrível, só pra resumir.

—Wow, isso é incrível, as técnicas eram impressionantes, praticamente sem falhas. Pelos deuses, está falado sério?!

Antes que meu surto histérico começasse, Hades estendeu sua mão direita, fazendo um movimentos como se estivesse puxando algo pesado direto debaixo da terra (o que eu não duvido que ele faça). O chão negro da biblioteca se desmanchou começaram a sair do buraco que se formou um esqueleto, depois outro e mais outro. Senti medo de sair um exército greco-romano dali. Mas depois do terceiro o chão se fechou, voltando a ser o piso liso e escuro.

—Caralho! Não acredito no que eu estou vendo.

Hades riu enquanto eu admirava com a mão na boca, três esqueletos de armadura e elmo, empunhando cada um, um  escudo e uma espada. Suas cavidades onde um dia estiveram os olhos estavam viradas diretamente pra mim e senti um arrepio na espinha.

—Entendo sua euforia. Mas não sinta medo deles...

Fomos interrompidos pelo pigarreio de Hécate, merda. Virei de frente para a porta aberta e a vi com sua postura formal, usando uma capa. Ela realmente havia saído.

—Espero não estar atrapalhando... E Hades, achei que tivesse combinado com você apenas para daqui uma hora essa nossa conversa.

Ela falou revesando seu olhar dos esqueletos, para Hades e depois pra mim.

—Oh, não atrapalhou, Hécate, mas vamos lá... Ter nossa conversa e deixar a menina treinar.

Fiquei imóvel até eles saírem da sala e fecharem a porta dupla de madeira. então soltei o ar que eu nem percebi que estava prendendo. 

Voltei a olhar para os esqueletos, que estavam em posição de batalha e comecei a conversar com eles.

—Olha, a gente não se conhece, mas meu nome é Layla e acho que vocês não vão me falar seus nomes.

Olhava para os esqueletos sem saber o que fazer, será que devia pedir pra eles lutarem ou mandar eles lutarem?

—Então, acho que devíamos começar a lutar. Se puderem começar a mexer esses seus ossinhos.

Vendo que não funcionou o modo pedir acertei minha postura, empunhei minha espada e fui até o canto da sala, pegando meu escudo que estava encostado na parede. Voltei e me pus na frente deles, com pose de general e me preparei.

—Em posição... Lutem!

Enquanto eles começaram a me atacar, percebi que éramos parecidos (não que eu tenha cavidades no lugar dos olhos, vértebras e costelas expostas). Mesmo eles sendo esqueletos, aquela velocidade e prática na luta não eram normais... Apostaria dez dracmas que são semideuses, afinal acho que todo grego ou romano da antiguidade era semideus.

Estava distraída e deixando meu ponto fraco à mostra. Toda vez que luto, meu lado direito fica desprotegido, já que sou destra e minha defesa com o escudo é do lado esquerdo. E os esqueletos perceberam isso, me cercando um de cada lado e um à minha frente. Me deu um medo de morrer.

—Parem! Ok, vocês são espertos e eu deixei passar uma coisa estúpida. Estou sem minha armadura.

Os esqueletos ficaram me observando enquanto eu procurava minha armadura e a encontrei perto da porta, logo a colocando. Voltei pra perto deles e recomeçamos a luta assim que comandei.

 

[...]

 

A luta não tinha fim, já que todas as vezes que eu desmontava um deles, os ossos voltavam pro lugar.  Isso é exaustivo. 

—Parem, mereço um descanso.

Falei com, a voz falhando devido a sede e com a respiração ofegante.

Me dirigi para a cozinha, mas desacelerei os passo quando percebi que Hades e Hécate estavam conversando com as portas fechadas. Mas eu tenho meus truques, sou ótima em ouvir coisas atrás das portas. 

—Não que sei coisa tola é essa, Nico em uma missão que envolva Layla. De onde surgiu essa ideia?

Sei quando Hécate está mentindo, e com certeza ela estava. E quem é Nico? De Nico só "conheço" o menino branco do sonho.

—Você com certeza é deusa do destino e das escolhas, das encruzilhadas e da feitiçaria. Mas não é boa em mentir.

O tom de Hades era frio, tenho certeza que Hécate se arrepiou da cabeça aos pés.

—Não sei se o destino dos dois irá se cruzar. De todas a escolhas que ambos fizeram até agora nada os liga.

Se for o mesmo Nico dos sonhos, com certeza alguma coisa está ligada aqui, ele quase me viu no sonho.

—E você não devia se preocupar com Layla, a missão de cuidar dela e treiná-la, foi concebida a mim. Não à você. Suas obrigações são com o Mundo Inferior e com os mortos. E pelo que eu sei, as coisas andam bem agitadas.

Desviando a atenção do assunto, Hécate espertinha. Mas fazer isso comigo é uma coisa, mas com um dos três grandes não parece uma boa ideia

E é aí, Hécate, que o problema passa a ser seu também.

—E por quê?

—Todos estão agitados por causa de sua protegida.

—Layla sequer sai daqui de dentro, o que ela fez pra todos os monstros deste lugar para que nem você consiga controlá-los?

—Ninguém do Mundo Inferior concorda que ela deveria estar aqui. Você sabe onde ela devia estar. O acampamento foi criado pra isso, é o lugar de todos semideuses.

O Acampamento Meio-Sangue. lembro de quando papai me falou sobre ele, antes de partir. Aposto que foi o lugar do sonho que tive, parece um lugar legal.

Achei que Hermes fosse mensageiro dos deuses. Não sabia que você ficava mandando recados do Olimpo.

Tenho certeza que Hades está a ponto de sufocar Hécate, eu também estaria. Ela acabou de chamar ele de mensageiro... Não que Hermes não seja um cara legal, já o vi por aqui. Mas acho que falar desse jeito com Hades foi pegar pesado. Mas enfim, um barraco é sempre bom.

 —Como você disse, eu tenho minhas obrigações. E sua garotinha está atrapalhando tudo por aqui. E não é de agora que você está sendo avisada de mandá-la para o Acampamento.

O tom de Hades era de puro deboche. Adorei. Gosto muito de Hécate, mas se eu estou atrapalhando e tenho outro lugar onde ficar, o certo seria eu ir pra esse outro lugar (e eu não estou falando isso só porque quero conhecer o Acampamento). 

—Não acho que a questão aqui seja ela. Mas sim seu pequeno Nico.

—O que meu filho teria a ver com isso, já que você mesma disse que nenhuma das escolhas de Layla ou dele ligou o destino dos dois.

Hades de novo com o deboche. Hécate pegou a si mesma falando isso. Meus deuses, aposto que ele está com uma sobrancelha arqueada e o olhar gelado pra cima dela.

—Se Layla estiver em perigo, a missão de salvá-la seria para Nico. Já que ele é o único que teria capacidade de enfrentar desafios no Mundo Inferior, acho que isso é um pouco óbvio. E se ela estiver dentro do Acampamento, não estará em perigo. Logo Nico também não correria nenhum tipo de risco.

—Se chegou a essa conclusão, acho que já entendeu pra onde a garota deve ir.

Droga, droga, ele está levantando. Saí correndo para a biblioteca, olhei para trás antes de entrar e Hades ainda não tinha saído pela porta de onde estava com  Hécate. Então entrei na biblioteca e fechei a porta sem fazer barulho. Me encostei nela e fechei os olhos, tentando controlar a respiração. 

Abri meus olhos e andei em direção aos esqueletos. E tenho quase certeza que estavam confusos. A porta se abriu, revelando Hécate e logo atrás dela vinha Hades. E os esqueletos foram para perto dele. Poxa, eu aqui achando que ia ganhar presente.

—Adeus, Layla. Até que você não é tão petulante quanto a maioria dos semideuses.

—Oh, obrigada. Tchau, esqueletinhos, foi legal lutar com vocês.

Adeus deu uma risada e saiu andando. Hécate me encarava, certamente notou meu nervosismo. Sempre fico assim quando ouço conversas. 

—Por que está nervosa, Layla?

Ela me olhou de cima a baixo. Sua forma do dia era "a mãe", de cabelos curtos e escuros. Tem a versão "virgem" que é uma loirinha. E a idosa também. Mas na maioria das vezes ela estava como está agora. Essa lhe passa um ar de superioridade atemporal. Ela estava lendo cada expressão minha.

—Ok, eu ouvi sua conversa com Hades. Você sabe como eu sou. Eu teria saído se vocês não tivessem começado a falar meu nome a cada frase.

—O que ouviu?

—Desde "coisa tola".

—Ouviu praticamente a conversa toda então. Pelos deuses, que intrometida.

Ok, ela estava brava.

—Pelo que eu entendi, tudo que falaram tem a ver comigo. Mas pelo visto não planejava me contar nem a metade do que conversaram.

—Não ia contar, mas realmente, você precisa ir.

—Para o Acampamento?

—Sim, o que sabe sobre lá?

—Só o que meu pai e você me disseram — menti. 

Eu que não ia contar sobre o sonho pra ela, não sinto que seja necessário. Talvez eu esteja errada, mas não vou contar.

—Em breve irá para lá. Acho que será o melhor.

—Ah jura, e o que eu penso sobre isso não conta não? A minha opinião vai ser totalmente ignorada.

Olha, não que eu não queira ir para lá, mas ela nunca me consulta antes de tomar decisões (que são sobre mim). 

—Só vá para o seu quarto. Tenho coisas a fazer agora. Só saia de lá para se alimentar. Não terá mais trenamento por hoje. — Viu só?

—Até no meu treinamento quer mandar, pelos deuses.

Hécate me lançou um olhar rígido, logo se virando de costas para mim e indo em direção aos livros nas estantes da parede mais próxima, procurando algum livro.Saí batendo o pé e bufando. O que foi isso? Crise de adolescente meio-sangue? Pelos deuses.

Chegue no meu quarto e entrei que nem um furacão e fechando a porta atrás de mim. Akir ainda estava na cama dele. Como assim? Ele não vai sair dali não?

—Lobo preguiçoso.

Me abaixei ao lado dele e acariciei o pelo entre suas orelhas. Ele abriu os olhos me encarando e eu sorri.

—Sabe que estou brincando, Akir. 

Me sentei com as pernas esticadas perto da cabeça dele, e ele chegou mais pra cima a colocando em cima da minha perna. Olhei para um ponto fixo e tenho certeza que estava vesga.

—Olha, Akir, se eu for mesmo embora... Não saio daqui sem você.

Conheço esse lobo desde quando cheguei aqui, ou seja, 5 anos. Faria seis uma semana antes do meu aniversário, que é no dia 25 de setembro, no começo do outono. Ainda faltam  três meses. Bufei frustrada e me levantei indo em direção ao guarda-roupa e peguei uma calça leggin preta bem grossa, uma regata, minha roupas íntimas e meu casaco preto com o sorriso do gato de Alice no País das Maravilhas, amo esse gato. Ele é o único que eu usava.

Fui para o banheiro, tirando minhas roupas e ligando o chuveiro, sentindo a água quente. Seria bom um banho quente pra relaxar os músculos. OS jatos do chuveiro batiam nos meus cabelos e ombros e escorriam pelo meu corpo. Até que comecei a chorar. Sentei no chão do box com a água caindo violentamente sobre mim enquanto eu chorava desesperadamente. Isso sempre acontecia quando lembrava do meu aniversário, consequentemente lembrado do meu pai. 

Ando muito sentimental esses dias. 

 

[...]

 

Tinha ido pegar alguma coisa pra comer. O almoço foi macarrão a bolonhesa com almondegas. Logo percebi que  Hécate queria me agradar mandando mão mágicas prepararem me prato favorito.

Quando terminei voltei para o quarto. Estava exausta física e emocionalmente, então deitei na cama e chamei Akir pra se deitar comigo. Era como dormir com um cachorro, só que esse cachorro era praticamente do seu tamanho.

Olhei pro relógio pendurado do lado da porta, e marcavam 13h em ponto. Mas não liguei pra isso e adormeci assim mesmo.   


Notas Finais


Minha versão de Hades.
Gente, eu botei um palavrão, não costumo escrever com palavrões, maaas. Saiu, talvez saiam mais.
Olha o casaco da Layla
https://ae01.alicdn.com/kf/HTB1LisqRFXXXXbQXVXXq6xXFXXXP/New-Fashion-Men-women-3d-font-b-Sweatshirt-b-font-Funny-Print-font-b-Cheshire-b.jpg

Tudo gira em torno do Nico :v
Eu teria postado ontem de tarde, mas minha mãe me arrastou pro shopping, daí a gente chegou e eu briguei com ela e fui dormir com raiva e acabei não postando de noite. Enfim. Férias chegando, tô muito feliz. Vou ter mais tempo pra escrever (espero).
Espero que tenham gostado.
Aceito críticas construtivas.
Obrigada de vdd por lerem.
Bjs, até p próximo cap.


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