História Dark Man - Hinata Kamura

Vejo minha vida passar e tomar seu rumo e parece que não tenho controle sobre ela, na verdade não tenho controle sobre nada que diz respeito a mim por isso estou me mudando para uma cidade grande e distante de onde acostumava morar, não posso chamar de lar pois nunca me senti completamente ligada aquela terra mas cá estou eu me mudando para Konoha a capital oficial de tudo que gere dinheiro, poder e luxúria. É estranho me ver em um lugar assim que apesar de parecer incrível aos olhos alheios é completamente normal para mim, eu que nunca tive grandes ambições na vida, eu que sempre busquei aquela vida simples, uma casa mediana, poucos filhos um marido e o aconchego desta vida pacata e sem sal, mas apesar de uma parte de mim querer isso sinto que algo falta para mim, talvez um pouco de emoção para variar, mas enquanto estou escrevendo isso para digamos minha "auto biografia pessoal" me sinto no dever de citar uma descrição melhor do meu novo lar por assim dizer.
Konoha é um lugar completamente encantador, luxuoso e se tirar o fôlego a cidade dos sonhos, todos costumam dizer que para se crescer na vida tem que se estabelecer aqui. Se ainda não está claro como é este lugar um exemplo mais realista é os Uchiha, a família que praticamente manda nesta cidade e possivelmente no resto do mundo também, ao menos em assuntos tão lucrativos a ponto de chamar sua atenção. 
Apesar de tudo isso é uma cidade muito perigosa, mas também já era de se imaginar que um lugar tão majestoso e poderoso é também o centro das atenções para mafiosos e criminosos de todas as espécies. E é ai que ele entra, o mundo o chama de Dark man por causa de suas vestimentas pretas, mas quem é este homem afinal? Simples ele é o protetor da cidade quase como um super herói, já salvou a cidade muitas vezes em diversas ocasiões e assim como existe o super herói também existem os vilões mas ao contrário do nosso herói misterioso todos os vilões mostram seu rosto até agora pelo menos. Espero que minha história neste lugar seja melhor do que a anterior apesar da minha contida empolgação sinto que muito está para acontecer comigo e com essa cidade, minha vida finalmente está para começar. 

Após terminar meu devaneio momentâneo em meu diário eu me apronto para a minha chegada na cidade, nunca pensei que estaria em um lugar assim tão bonito e magnífico. Meu ônibus acabara de chegar em meu destino e já estou a procura de um táxi para me levar a minha nova casa, mas na espera acabo de presenciar uma cena um tanto preocupante. Um homem fora assaltado e este mesmo assaltante fora assaltado, logo após as autoridades foram postas em ação e se puseram atrás dos dois assaltantes que agora estavam longe do local.

-Konoha minha casa, poderia ser pior? Prazer Ino Yamanaka. Ao meu lado surgiu uma loira muito bela com uma roupa muito elegante, quase a confundi com uma executiva ou uma mulher de negócios. 

-Prazer Hinata Hy... Kamura, Hinata Kamura. Meu nervosismo era evidente precisava me controlar ou minha nova vida poderia ir por água a baixo.

-Recém separada? Eu sei o que ta passando, essa etapa de troca de nome, passei por três casamentos fracassados mas te digo uma coisa querida moças separadas é o que mais se encontrará nessa cidade, então bem vinda ao clube Hinata-san. Após a fala ela deu um riso singelo e continuou procurando algo em sua bolsa, pelo visto era uma mulher atarefada e apressada, mas também quem nesta cidade não era, para todos os lados via pessoas grudadas em seus celulares falando de negócios ou atarefadas correndo de um lado pro outro como Ino.

-L-lie, não sou separada. Desminto rápido antes dela atender o celular, provavelmente uma ligação de negócios. Mas não tivemos muito tempo para diálogos, pois logo parou em nosso lado um táxi e acabamos dividindo-o por alguns minutos até o taxista para no meu novo apartamento. Quando estava saindo do carro para pagar o motorista, Ino tirou seu celular do ouvido e interrompeu minha ação.

-Pode deixar eu pago, um presente de boas vindas á cidade dos sonhos, sayonara Hinata-san. Logo o carro deixou meu campo de visão levando minha primeira estranha amiga de Konoha. 

Me dirigi ao apartamento de certa forma o admirando pois só tive oportunidade de vê-lo através da página de apartamentos disponíveis no site de uma das corretoras da cidade, logo chego em meu apartamento, era um lugar elegante e não muito grande, perfeito para mim, não precisava de muito. Logo me joguei na cama finalmente sentindo o cansaço se apoderar de meu corpo, e deixei-me ser levado por ele, era melhor descansar pois amanhã começarei em meu novo emprego e precisava descansar, mas antes recebi uma mensagem de Ino marcando um almoço amanhã 12:30 no certo comercial da cidade. Mas estava muito cansada para responder, o que faria amanhã.

Parando pra pensar, não era tão ruim assim, é um lugar lindo, violento mas mesmo assim lindo. Melhor do que onde eu estava e com quem eu estava, jamais voltaria e jamais vou deixar que me encontrem até porque vida nova, casa nova e o melhor de tudo sem passado, só o presente e o que me aguarda. Finalmente poderei ter um deslumbre de uma vida como sempre sonhei, calma e tranquila e esse será o lugar, farei dar certo com todas as minhas forças.

Após ficar um bom tempo deitada resolvi levantar e arrumar o apartamento a minha vontade, jamais tive esse direito até porque quando se cresce afastada do mundo e repleta de olhos sobre si não tem muito o que se possa fazer a não ser obedecer e deixar que façam as coisas por você como arrumar seu quarto por exemplo. Não tinha muitas caixas e compartimentos para acomodar a meia dúzia de pertences que eu tinha mas uma das caixas em especial me chamou a atenção, continha nela uma foto antiga da família e nela estavam eu, meus pais Hiashi e Hikari e na época meu querido primo Neji, ele havia se mudado quando eu era muito nova para nossa casa mas todos os dias eram repletos de alegria, ele brincava de tudo que eu quisesse, me levava em sua cacunda para os lugares e sempre que me machucava ele corria ao meu socorro e me abraçava como se o mundo a nossa volta não existisse, me acolhia como ninguém mais e por muito tempo eu pensei que estava apaixonada por ele.

Ele era meu salvador, meu Porto Seguro alguém que jamais me abandonaria e sempre estaria lá por mim isso ele me prometeu quando meus pais morreram, todos me disseram que eles haviam ido para o céu e que um dia eu entenderia. Na verdade eles sofreram um acidente horrível antes mesmo deu completar 5 anos, estava voltando da escola quando Neji aparece para me buscar como de habitual mas ele não me levou pra casa pois o que ele tentava esconder de mim era que a casa principal e as demais da ramificação principal haviam pegado fogo, Neji não estava assim como eu, estava na academia.

Muitos anos mais tarde Neji me contou a verdade e me disse que as autoridades informaram que eles não sofreram, pois com o vazamento de gás nos canos do clã fizeram com que todos adormecessem intoxicados pela substância e que não tinham consciência do incêndio. Tinha dias em que eu acreditava cegamente nisso, já em outros eu me dava o benefício da dúvida, e ali encarando a foto que tanto amava de um dos últimos momentos felizes da minha vida me permiti voltar no tempo e relembrar como era bom a época em que eu só era uma filha amada com pais que sempre estavam presentes e não uma fugitiva, uma experiência e uma indigente.

Tratei de afastar rapidamente os pensamentos ruins que se formavam afinal não deixaria que nada mais dela minha vida passada interferisse no presente, eu não era mais Hinata Hyuuga, ela já havia morrido assim que deixei tudo para trás, agora só havia Hinata Kamura uma menina do interior que não conhecia tecnologia e nem tinha celular pelo estrado contraste cultural de sua terra natal, teria de fazer dar certo e manter as aparências pois minha vida dependia disso.

Com a fotografia em mãos coloquei-a dentro de um livro que logo tratei de esconder em um compartimento secreto que havia feito no piso, imperceptível logo abaixo do tapete que cobria os pés da cama juntamente com algumas outras lembranças que procurava enterras mas que eram vitais para me manter segura como passaporte, algum dinheiro e roupas discretas e mais uma bolsinha que se encontrava sob o livro que acabara de guardar ali prometi jamais pegar novamente mas não podia jogar fora.

Antes que pudesse pensar mais a fundo ou me torturar mais com aquelas lembranças a campainha tocou, dei um salto já escondendo tudo por debaixo do piso. Me recompus e então abri a porta mas era só um vizinho dando as boas vindas.

-Olá moradora nova? 

-Sim me mudei a pouco, ainda estou conhecendo o prédio. Meu vizinho se ofereceu para mostrar o prédio e me informar do básico como reunião com síndico horários e troca de horário dos porteiros. -Nossa você entende muito disso, mora aqui a muito tempo?

-N-não é que sou policial então busco sempre me manter a par da situação. Admitiu sem jeito, acho que pensou que eu o estava julgando por sua aparência e idade, apensar de mais velho era um homem bonito com ótimo gosto para roupas e não demonstrava ser o típico vizinho que se mete na vida dos outros, reservado e respeitoso, não me fez muitas perguntas o que foi um alívio, já estava entrando de volta no meu apartamento e ele se encaminhando ao dele quando ele volta a me chamar na porta.

-A propósito sou Hatake, Kakashi Hatake pode me chamar só pelo sobrenome, você não me parece alguém que procura muita intimidade com vizinhos. Passei alguns segundos atômica, era exatamente o que menos queria no momento, era meio estranho como esse homem havia tão facilmente lido meu perfil mas pelo seu ramo de trabalho era justificável.

-O senhor tem razão Hatake-san sou um pouco reservada e espero que entenda.

-Sem problemas só.. procure não me chamar de senhor, o sufixo já entrega um pouco da minha idade. Ao final da frase deu uma risada mais parecida com suspiro cansado. Após nosso sútil comprimento nos despedimos e seguimos de volta para os respectivos apartamentos, reparei que o apartamento dele ficava no final do corredor passando o elevador.

No fundo esperava que fosse uma estadia tranquila, apesar do meu jeito retraído gostaria de ter uma boa relação com os vizinhos, mas o fato do senhor Hatake ser um policial mais precisamente um detetive, não perdi tempo e já fui buscar mais informações sobre ele, pois polícia significava problema é problema era um furo direto na minha camuflagem, não podia cometer erros e nem um deslize como ele. Mas parecia ser uma boa pessoa, só teria de cuidar para o lado investigativo dele fora isso acho que estava segura.

O por do sol significava o fim do dia e já não me abalava mais tanto com questões passadas só queria ficar admirando da janela o por do sol que era lindo a propósito, o centro da cidade era localizado perto de um lago que dividia uma zona comercial da urbana, estava morando nos arredores do centro da cidade pois quanto mais perto do barulho, menos atenção eu chamaria. A vista era linda, o por do sol batia no lago, alterando suas cores que contrastavam com o brilho quase que ofuscante da cidade, parecia dois universos em um eu gostava disso. Poderia me acostumar com essa vida.