História Dark Man - Uma decisão impensada

Meu coração batia a todo o tempo, a música alta misturada com o martine havia entorpecido meus sentidos de modo inexplicável, isto ou eu havia ficado completamente a mercê dos sintomas que se faziam presentes cada vez mais, difícil definir o que se encaixa melhor neste caso. Mas o mais intrigante era aquela situação toda, estava finalmente de frente ao meu companheiro misterioso, ele tinha cabelos grisalhos, mas tinha uma aparência jovial, apenas alguns anos a mais do que eu logo presumo, seus olhos eram duas safiras que reluziam em meio à escuridão e as poucas luzes coloridas que se faziam presentes, sua risada grave era o mais intrigante em tudo.

Estávamos agora cara a cara, olhando no olho um do outro, mantínhamos contato visual fixo a todo o momento como se só houvesse nos dois naquele lugar enorme. Havia uma grande motivação crescendo em mim de saber mais sobre ele, algo gritava que ele era diferente de qualquer pessoa que eu já conhecera ou que já existiu, mas uma parte ainda pensava racionalmente, pensava que ele era apenas um homem que havia gostado de uma garota em uma festa, nada demais. Estava passando por uma contradição sem fim, mas apesar de tudo meu lado negro e insano gritou mais alto desta vez.

-Não vai me dizer mesmo o seu nome? Havia uma provocação escondida por trás da minha voz coisa que não passou despercebido por ele. Os movimentos alucinantes que estávamos exercendo já não se faziam mais presente, agora estávamos ambos em meio à pista de dança parados, nos analisando olho no olho.

-Minha bela minha bela! Não ponha palavras na minha boca, chama-me como quiser no final o resultado será o mesmo. De acordo com que ele falava suas expressões mudavam rapidamente de inexpressivo para feliz, aborrecido, e insano. Cada detalhe era excitante não há comparação com o que senti com aquele homem, e ali deixei qualquer traço de sanidade me entregando totalmente à loucura que se apossava de mim.

-Então temos de arrumar um nome pra você meu cavaleiro misterioso. Meus braços foram de encontro ao pescoço dele, meus dedos brincavam com os fios tão lindamente platinados que ele tinha, sorrisos eram distribuídos em abundância tanto por mim quanto por ele. –Que tal chamá-lo de Toni.

Pude jurar que seus olhos ganharam um brilho especial naquele instante, a momentos atrás estávamos rindo sem motivo ou propósito algum, mas agora nos olhávamos com tanto fervor era surreal aquele misto de sensações enlouquecedoras misturadas com mistério e sensualidade que ambos exalavam. Algo muito interessante iria acontecer ali se um homem desconhecido não tivesse nos interrompido, pelo modo como se tratou com meu cavalheiro misterioso, ou melhor, com Toni pude contatar que o homem trabalhava para ele, de certo ele era um homem de negócios ou algum magnata.

-Meu senhor. Ele fez alguma pausa no meio de sua fala pronto para fazer alguma reverência em respeito com seu “chefe”, mas para minha surpresa a reverência vinda dele era um tanto peculiar, poderia dizer que poucas ou nenhuma pessoa fazia aquele tipo de reverência, mas com as circunstância resolvi não questioná-lo. Ele simplesmente deixou seu pescoço à mostra para Toni esperando que ele desse a ordem de continuar, só então ele começou a falar.

-Ele está aqui meu senhor, está atrás de Sasori. Então a postura de Toni mudou completamente para insano novamente, suas feições mudavam rapidamente independente da situação.

-Então seria rude deixá-lo esperando não é mesmo meu amigo. Em resposta o homem apenas assentiu de cabeça baixa se afastando em seguida, só então notei que estava alheia ao assunto, antes que eu pudesse sequer pensar em me afastar para dar privacidade aos assuntos de Toni ele segurou meu queixo com o polegar e o indicador fazendo com que eu desse mais atenção a ele.

-Sinto muito minha bela acredito que nosso breve encontro está no fim, mas gostaria muito de te ver de novo. Antes que pudesse perceber Toni pegou minha mão sem deixar de manter contato visual comigo e depositou um beijo na minha mão, logo depois ele sorriu um sorriso de lado um tanto travesso que aqueceu todo meu ser dos pés a cabeça.

Só então notei que ele carregava uma espécie de cetro com ele, o mais peculiar era que ele saiu girando apenas com os dedos aquele cetro branco á propósito ele era o único que estava de branco, e não era qualquer vestimenta branca, ele estava usando um paletó e calça social branca quase reluzente em meio a aquela escuridão sem fim da festa, seus sapatos pelo incrível que pareça era verde, uma estranha, porém mágica combinação de sapato social com a coloração tão chamativa quanto todo o resto. Por onde ele passava as pessoas abriam caminho para ele, e naquele momento não foi diferente, fiquei o olhando até o mesmo sair da minha vista.

Depois que o perdi de vista foi como um baque que sofri de uma vez só, como se alguém estralasse os dedos e de repente toda a magia do ar se dissipasse eu já não escutava mais a música com a melodia que acalentava tanto a mim quanto ao Toni, até a atmosfera pareceu ser diferente e não fora diferente comigo, aquela segunda personalidade atrevida já não estava mais ali, só então me dei conta de que estava acontecendo, ou seja, aconteceu de novo no mesmo dia, porém as reações foram diferentes, estava apavorada e tudo que eu sabia era que precisava sair dali o mais rápido possível, mas sem Ino e Sakura isso estava fora de cogitação. Logo avistei as duas no bar bebendo e falando besteiras a respeito do dia a dia, mas não havia tempo a perder eu precisava sair dali de uma vez então tratei logo de inventar um desculpa para que saíssemos daquele lugar.

-Vamos nós temos que ir agora. Foi tudo que consegui dizer no momento, meu pânico misturado com receio que crescia ardente dentro de mim me impossibilitou de pensar em algo melhor, por hora ia servia até minha mente desconexa pensar em alguma coisa. Ao falar aquilo, puxei Sakura pelo braço e já estávamos nos encaminhando para a saída deixando Ino para trás que teve de correr para nos alcançar, sabia que se tentasse fazer o mesmo com ela provavelmente não daria certo ela ia querer uma explicação o mesmo instante, já Sakura só deixou ser levada por mim assim Ino não teria escolha a não ser nos seguir e conversar sobre isso mais tarde.

-Hinata o que houve? Sakura me perguntou um tanto apreensiva pelo meu semblante e a forma como as abordei, mas ainda não havia pensado em nada não poderia simplesmente contar a verdade para duas garotas que havia conhecido há pouco tempo, por mais que eu pensasse que elas não fariam nada com essa “informação” não poderia arriscar a voltar para o mesmo buraco de onde sai, por todo esse tempo eu vivi sozinha e cada vez que eu revelava a verdade para alguém eu acabava os ferindo então desta vez pouparei as meninas disso.

Já longe de toda aquela multidão nos encontrávamos na entrada novamente, por um instante paramos ao ouvir uma grande confusão no fundo da festa, os seguranças que estavam guardando o lado de dentro da festa já passavam apressados por toda aquela gente para acalmar aquele alvoroço.

-Alguém deve estar brigando lá atrás. Sakura mais uma vez quebrou o silêncio que se formava entre nós, mas não era uma briga que me impediria de sair dali afinal eu ainda precisava entender tudo o que aconteceu e conter esse meu outro lado. Segui rumo ao lado de fora tendo Ino atrás de mim e de Sakura, ao passarmos pelo corredor e a escadaria que levavam para o lado de fora vimos os dois seguranças que nos abordaram no início da festa correram para dentro, provavelmente algum segurança que estava dentro da festa os avisou da confusão, ambos passaram apressados por nós nem se importando com nossa presença. Já do lado de fora Ino conseguiu finalmente alcançar Sakura e eu.

-Quer me dizer o que está acontecendo Hinata. Ela puxou meu braço de forma tão repentina que me assustei, finalmente minhas paranóias estavam aflorando para minha indignação. Mas não poderia correr o risco de alguém me ver dessa maneira, mas a ideia mais brilhante veio em minha mente na hora certa, poderia não ser a ideia perfeita mas era minha melhor opção no momento. –Vamos Hinata diga o que aconteceu.

-É que... Eu fiquei assustada só isso, um homem que eu nunca vi veio pra cima de mim e...

-Hina... Ele te atacou? Os olhos de Ino e de Sakura me mostraram que fui longe demais, mas era a única alternativa de sair daquele lugar sem que elas desconfiassem que eu estivesse escondendo algo, pelo visto elas não viram minha pequena confraternização com Toni se é que devo o chamar assim.

-Não precisam se preocupar não aconteceu nada demais eu só me assustei e não pude continuar lá. Meu olhar estava baixo caso eu olhasse para uma das duas não conseguiria sustentar essa mentira não poderia correr o risco, meus braços estavam tremendo em sintonia com minhas mãos o que ajudou um pouco a manter aquela história toda, não gostava de mentir para ninguém muito menos para pessoas próximas a mim, ou melhor, minhas mais novas amigas. Estava perdida em pensamentos quando Sakura tocou meu braço tentando me tranqüilizar.

-Tadinha, não se preocupa Hina nós vamos voltar lá agora e você vai nos mostrar esse homem e deixaremos que os seguranças tomem conta dele. Antes que eu pudesse ter uma reação onde com certeza ia entregar o jogo todo escutamos uma gritaria seguida de um turbilhão de pessoas correndo e gritando saindo de onde estava a festa.

-Hina... Hinata! Tudo que conseguia escutar eram as garotas me chamando, mas a multidão estava nos separando, tudo estava um caos, mas afinal o que estava acontecendo? Escutava as pessoas gritando e falando sobre o justiceiro da cidade estar atrás de um dos “vilões” que faziam parte de gangues ou algo do gênero.

Cada vez que eu tentava ir contra a multidão a fim de tentar achar Ino ou Sakura era uma tentativa falha então desisti de ir contra a maré e resolvi seguir em frente, provavelmente as encontraria no meio do caminho ou entre as ruas dos arredores.

Quando a multidão de pessoas apavoradas da boate chegaram ao final da quadra foram surpreendidas por um chuva de tiros, mas para a sorte de todos os tiros não atingiu ninguém, na verdade era algumas quadras na mesma direção da boate mas foi suficiente para aflorar mais ainda o pânico das pessoas que acabaram se separando cada um para um lado diferente. Quando me dei conta de que as garotas poderiam estar em perigo o pavor e preocupações se apossaram de mim, foi quando sai correndo em direção da boate novamente. No meio do caminho ouvi mais tiros, logo contatei que eram metralhadoras pelo som e a freqüência dos tiros, já estava bem próxima da boate quando me encostei na parede por precação mas não deixei de olhar o que estava acontecendo, foi quando vi Tone em cima da boate rindo estridentemente  e atirando para todos os lados.

-ENTÃO COMO VAI SER CORVINHO?! VENHA ME PEGAR, ESTOU COMEÇANDO A FICAR ENTEDIADO DESSE NOSSO JOGUINHO. Mas com quem será que ele está falando? Foi então que olhei para onde Toni estava olhando e pude ver um homem com vestimentas pretas e uma espécie de capa que dava a impressão do homem ser realmente um pássaro negro ou como muitos o chamam de super herói, então esse que era o defensor da cidade, este era o homem cujo todos falavam, então quer dizer que Toni.. É o vilão da história. Seja como for isso não importa eu tinha de achar as garotas e levá-las dali.

-Será só você e eu no final palhaço!

-HAHAHAHA QUE BONITO, LAMENTO TE DESAPONTAR MEU AMIGO, MAS NÃO ESTOU DISPONÍVEL PARA RELACIONAMENTOS NO MOMENTO... MAS EU CONHEÇO ALGUNS AMIGOS QUE ESTÃO LOUCOS POR UM POUCO DE ATENÇÃO SUA, DEIXAREI QUE DECIDA COM QUAL DELES VOCÊ IRÁ SAIR HOJE A NOITE. Uma corda apareceu na frente de Toni e então ele sumiu no ar, fora levado por um helicóptero, deixando para trás uma dezena de capangas que agora estavam apostos para lutar com o homem de preto.

-NÃO! Antes que o herói pudesse pensar em perseguir Toni, fora cercado por seus homens iniciando então uma briga feroz com os capangas que ali estavam, devia admitir ele era habilidoso e fazia jus a seu nome de super herói.

Aproveitando que todos estavam ocupados passei despercebida pela rua, ainda tinha que achar as garotas e saber se estavam bem, mas novamente a briga chamou minha atenção como um instinto de que algo ia acontecer. O homem de preto havia vencido todos os capangas de Toni, mas ainda sim estava um pouco ferido de joelhos, quando olhei para o ultimo homem derrotado no chão pude ver algo em sua cintura como uma contagem regressiva que estava chegando ao fim, novamente voltei minha atenção ao herói, mas ele não havia notado. Minha adrenalina naquele momento estava a mil, sem sabem ao certo o porquê das minhas ações eu simplesmente corri na direção dele a fim de salvá-lo, quando me viu ele se pôs de pé um pouco confuso do porque do meu semblante assustado, mas não havia tempo para falar, naquele estado ele não conseguiria se salvar do que estava por vir.

-CORRA! Fora tudo que consegui proferir em meio ao caos que estava àquela situação, tudo que consegui fazer foi jogá-lo pra longe mais precisamente para trás de um dos carros que estavam jogados no meio da rua. Quando parei para olhar a contagem tudo que consegui ver foi os números chegarem ao zero, o pânico se apossou tão rápido quando a explosão que veio a seguir tentei me proteger colocando os braços na frente do rosto e da cabeça para proteger do impacto, mas quando me dei conta já estava voando para longe da rua cerca de 3 metros do chão se não mais, quando dei por mim já estava no chão prestes a perder a consciência.