História Dark Paradise - Let me tell u something

Narradora on 

Quando Harry acordou, sua ruiva não estava mais na cama. Se levantou, tomou um banho e trocou de roupas. Estava determinado, queria saber como seu filho estava. Por mais que a mãe não fosse Chloe, aquela criança era dele, e precisava apoiar e cuidar, como prometeu à Ashley que faria. Bateu na porta, que estava entreaberta e a garota pediu para entrar. 

- Bom dia. - sorriu. Seu sorriso era tão lindo, que deixava Ashley sem palavras. 

- B-Bom dia. 

- Se arrume, eu vou te levar ao médico. 

- Não precisa. 

- É claro que precisa, quero saber como meu... nosso filho está. 

- Tudo bem, vou tomar um banho e já desço. 

- Te espero lá embaixo. - desceu as escadas, encontrando a ruiva na cozinha, sentada em uma das cadeiras altas que tinha perto do balcão, tomando suco natural e comendo algumas frutas. - Bom dia, minha ruiva. - beijou o pescoço da garota, se sentando ao lado e colocando suco em um copo. 

- Bom dia, onde vai arrumado assim? 

- Tenho que levar Ashley ao médico. Preciso saber se está tudo bem com o bebê. Não está a fim de me acompanhar? 

- Claro que não. Isso é entre vocês dois, vocês são os pais da criança, não posso me meter. 

- Por favor, Chloe. Vou ficar mais seguro se você for. Não precisa ficar enciumada. Sabe que se eu pudesse escolher, você seria a mãe de todos os meus filhos. 

- Você teve escolha. - deu mais um gole em seu suco. 

- Não vamos brigar agora, amor. - beijou o pescoço da menina, novamente. - Tô louco pra te pegar de jeito. 

- Três vezes essa madrugada não foram suficientes? - sorriu. - Para, amor, você tem que sair. 

- Vamos fazer um bebê, agora, sobre essa bancada? - falou baixinho no ouvido da garota que sentiu o corpo se arrepiar e algo dentro dela estava estranho. 

- Estou pronta. - Ashley estava com uma calça jeans, sandálias baixas e uma regata apertada na cor branca. Sua barriga já estava saliente e bonita. 

- Então vamos. - selou os lábios da ruiva e se levantou. 

- Chloe não vai? 

- Não, eu prefiro ficar aqui, mas espero que esteja tudo bem com o bebê. 

- Vamos, Chloe. Vou me sentir melhor, se você for. Preciso ter uma amiga por perto. 

- Tudo bem, se vai se sentir melhor assim, eu posso acompanha-los. 

Saíram de casa e Ashley estava ansiosa no banco de trás, louca para saber qual era o sexo do seu bebê. Preferia que Harry fosse como seu namorado ou marido. Mas só por não precisar ir sozinha, se sentia feliz. Estava feliz com a amizade de Chloe e realmente se arrependia por um dia te-la magoado tanto. Ela já amava tanto aquele bebê, que não tinha palavras para descrever o que sentia. Chloe, sentia um enjoo descomunal a atingir. Sim, era pela gravidez, mas também porque se sentia nervosa por ter que fazer aquilo. Não se sentia nada confortável com aquela situação estranha. Harry estacionou o carro, e desceram do veículo, caminhando para dentro do prédio. Entraram na sala do doutor, e ele pediu que Ashley se deitasse na cama. Passou uma pomada gelada em sua barriga e Harry se sentia nervoso, ao lado. A ruiva se mantinha um pouco mais afastada, roendo suas unhas. 

- Parece que está tudo bem com o bebê, mas não dá para saber o sexo ainda. Parabéns, o bebê de vocês parece estar muito bem. 

- Obrigado, doutor. - ele estava todo bobo. 

- Quando a mulher está grávida, não pode se estressar ou passar raiva porque pode prejudicar o bebê. Cuide bem na sua namorada, e parabéns, são um lindo casal, tenho certeza que será um lindo bebê. 

- Ahm... ela não é a minha namorada. 

- Oh, perdão. - a culpa não era do médico, ele era apenas quem os ajudaria a ter informações sobre o bebê. Mas Ashley ficou magoada, quando Harry disse que não era seu namorado. Era a verdade, mas ainda doía. E Chloe, por estar participando daquilo. 

*

Chegaram em casa e Chloe foi preparar alguns sanduíches, com a ajuda de Ashley e Harry subiu as escadas, pegando o celular sobre o criado mudo ao lado de sua cama, quando viu Lydia na porta de seu quarto, com aquele sorriso maquiavélico nos lábios e uma escuridão no olhar. 

- Será que podemos conversar? 

- Não temos o que conversar, Lydia. 

- É sobre a Ashley, acho que precisa saber de algo. - entrou no quarto, se sentando na cama, ao lado do garoto, que logo se afastou. - A Ashley não é quem diz ser. 

- Como assim? Eu a conheço muito bem? 

- Quão bem? 

- Onde quer chegar com isso. 

- Ela está te enganando. 

- Eu sei que o bebê é meu, sai daqui, não vai conseguir me envenenar contra ela. 

- Como você é burro! Esse bebê não aconteceu por acaso. Foi tudo um plano dela pra te segurar. 

- O que está dizendo? 

- Ela mesma me disse que faria isso, que você era louco por crianças e não a trocaria pela vagabunda da Chloe, essas foram as palavras dela. Eu até disse que não precisava chegar a esse ponto, mas ela não quis me ouvir, sabe que ela é louca por você e faz qualquer coisa pra te ter, Harry. 

- Você está indo longe demais, garota! - limpou a lágrima que escorreu pelo seu rosto. Não, não podia ser. Sua Ashley, a mulher que amou um dia não seria capaz. Não a Ash que ficou ao seu lado quando mais precisou, que enxugava suas lágrimas, que levantava o seu astral. Não a Ashley que pediu perdão e procurava ter um bom relacionamento com todos, por causa do bebê. 

- Se lembra daquela noite em que ela se produziu toda, te chamando pra sair e logo depois te chamou para beber no quarto? Ela colocou droga na sua bebida, é por isso que não se lembra de nada. Foi ela que quase acabou com o seu namoro, essa garota não presta, está manipulando todo mundo! 

- Não, não pode ser! - sentiu um aperto no coração. Era a decepção batendo a porta. Então quer dizer que nunca a conheceu? Se lembrou dela sorrindo, depois se lembrou de quando o contou que estava grávida e a raiva subiu à cabeça. - E por que está me contando isso justo agora? 

- Porque nós brigamos. Ela estava tramando um plano pra te separar da Chloe, tudo bem que não gosto dela, mas isso é demais. E quando fui alerta-la, ela me maltratou e pude perceber como é a verdadeira Ashley. Se afasta agora, enquanto ainda há tempo. - saiu dali deixando o garoto sozinha, com suas lágrimas, perguntas e mágoas.