Narradora on
A menina abriu os olhos, observando um ambiente meio diferente. Olhou para a enorme janela e viu a linda praia, tão solitária. Levantou-se da cama, sorrindo e entrou no banheiro. Fez sua higiene, vestiu seu biquíni e saiu dali, cainhando descalça pela areia, sentindo uma sensação agradável. Jogou a canga sobre a areia, e caminhou em direção ao mar, sentindo um arrepio percorrer seu corpo, quando a água gelada tocou seus pés. O dia não estava tão calor, mas também não estava tão frio, digamos que na medida certa. Deixou que a onda a atingisse.
Estava em outro mundo, só queria desfrutar da beleza daquele lugar, tudo o que menos queria agora, era ter que brigar com Zayn cada vez que se vissem. Ele acordou, fez sua higiene e desceu as escadas. Colocou cereal e leite em uma tigela, enquanto se sentava em uma cadeira de balanço na varanda. Viu a pequena menina sorrir enquanto mergulhava e se lembrava de seu último verão. Ela estava linda, seu pequeno rosto, seu jeito engraçado de correr, sua felicidade por estar desfrutando daquele mar maravilhoso, aquele corpinho, tudo nela era perfeito. E de repente se viu na função de observá-la pelo resto da manhã.
Sua curiosidade era muito grande, pois havia visto o mar ao vivo e em cores poucas vezes, e não percebeu que ia cada vez mais longe. Sentiu seu corpo afundar e a água entrar pela sua boca, e sua única reação era se debater, porém poderia morrer, já que Zayn estava jogando vídeo-game. E ele a viu da varanda, se debatendo tanto, que poderia até flutuar. Naquela hora, sentiu como se nada naquela vida tivesse importância, precisava salvá-la. Desceu as escadas correndo e saiu de casa, se jogando no mar e nadando o mais rápido que podia até a menina. Ela estava desacordada, e ele a colocou sobre seu ombro e nadou até a borda. A deitou na areia e tirou os fios dos cabelos que cobriam seu rosto. Tampou o seu nariz, e sugou a água de sua boca, mas sem nem uma reação da mesma.
- Sel, por favor, abre os olhos? - seu corpo estava sobre o dela e o pequeno rosto da menina era mantido em suas mãos. E ele não iria desistir, tentou mais uma vez, vendo a menina tossir toda a água para fora. Ela o olhou com os olhos cheios d'água e o abraçou.
- To com medo!
- Calma, já passou. Eu to aqui, e prometo que vai ficar tudo bem - ele acariciava seus cabelos molhados e ela tinha os braços envolta do pescoço do menino, enquanto lágrimas quentes eram despejadas em seu ombro. Ele a segurou firme em seus braços e caminhou até em casa. Subiu as escadas, e colocou a menina na banheira da suíte, de biquíni mesmo - espere aqui, vou buscar uma roupa pra você - pegou uma muda de roupas e colou sobre a cama, batendo na porta - as roupas estão sobre a cama, vou descer e preparar algo para você comer. Ele desceu as escadas e vasculhou os armários e a geladeira. Fez uma sopa o mais rápido que conseguia, enquanto a menina chorava no banheiro.
Entrou no quarto com a sopa em mãos, e ela estava com roupas de frio, deitada sobre a cama e enrolada nos cobertores.
- Você está melhor?
- Sim, obrigada - sorriu.
- Fiz uma sopa pra você - pegou a tigela sobre o criado mudo e se sentou ao lado dela na cama.
- Obrigada Zayn, mas não estou com fome.
- Olha, você nem tomou café da manhã, e ainda se afogou. Está fraca, precisa comer e eu não aceito não como resposta! - falou mandão e viu a menina pegar a tigela de suas mãos. Só parou de encher o saco quando acabara de comer.
- Pronto.
- Não me chame de chato, estou fazendo pro seu bem - se levantou e sentiu a menina tocar sua mão, um toque que lhe fez lembrar dos momentos mais românticos que tiveram, e ele olhou em seus olhos, percebendo que a menina olhava para os seus lábios.
- Por favor... fica?
- Tá, eu fico aqui até você dormir.
- Não, dorme aqui comigo.
- Você sabe que não estamos juntos.
- Por favor? - não conseguia negar nada à ela, ainda mais agora, que estava fraca, sentiu-se no dever de protegê-la.
- Tá - ele se deitou ao lado dela e a abraçou.
- Pensei que eu fosse morrer, e não sei porquê, mas você foi a primeira pessoa em quem pensei - ele sorriu.
- Eu nunca deixaria você ir para longe de mim - a apertou mais contra seus braços.
- Obrigada por tudo - falou enquanto fechava os olhos lentamente. Ele acariciava seu rosto enquanto ela dormia.
- Você é minha, não vou deixá-la ir - lágrimas rolavam em seu rosto e percebeu que foi muito estúpido com ela várias vezes. Foi preciso passar por aquilo pra que acordasse para a realidade. Mas não queria que ficassem juntos agora, passaram por muitas coisas, e queria esclarecer tudo primeiro. E depois nem sabia como faria para de redimir, já que agiu como um idiota. E agora ele chorava por ter pensado que ela não valia nada. Uma menina tão doce e inocente, que aproveitava as pequenas coisas da vida, e que era simples e humilde.
Apesar da vontade de tê-la só pra ele, as coisas deveriam acontecer naturalmente. E Josh que estava na mansão, sentiu um sentimento ruim. Estava se sentindo culpado, era uma coisa horrível, pois era a primeira vez que sentira aquele sentimento fortíssimo. E chorava sozinho em seu quarto. Foi aí que caiu em si e percebeu a besteria que havia feito. E ele estava disposto a tudo para ser perdoado, até mesmo largar seu cargo de segurança na mansão Malik. Ajudaria sua mãe de outra forma, mas não daquele jeito, pois estava magoando muitas pessoas, e não queria mais aquilo para a sua vida. Decidiu que seria um novo Josh, e que recomeçaria sua vida do jeito certo.
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