História Dark Paradise - I trust you

Narradora on 

Zayn abriu os olhos e olhou ao redor. Olhou para o lado e viu que estava abraçado com a menina. Levantou-se devagar para não acordá-la, voltou ao seu quarto e tomou um banho rápido. Vestiu uma bermuda com estampas estranhas, calçou seus chinelos e ficou sem camisa, com os cabelos molhados, o calor era muito. Seguiu para a cozinha, preparou algo, comeu rápido e preparou o café da manhã para Selena. Voltou ao quarto da mesma, colocou a bandeja sobre o criado-mudo e se sentou ao lado dela na cama. Acariciou seu rosto, e viu a mesma abrir os olhos devagar.

- Bom dia. 

- Bom dia, Zayn - se sentou e coçou os olhos.

- Como está se sentindo? 

- Melhor, um pouco cansada, mas já estou melhor - sorriu.

- Está com fome? 

- Não muita. 

- Fiz café da manhã pra você - pegou a bandeja ao lado. 

- Ah, não precisava, eu sei me virar. 

- Você está doente, vou cuidar de você - ela sorriu.

- Não estou doente. 

- Está e pronto. Vou cuidar de você - colocou a bandeja no colo da menina. 

- Nossa, você fez café pra um batalhão, né? Não vou comer tudo isso. 

- Come só o que conseguir, mas tem que ser uma quantidade boa. 

- Ok, papai - ele sorriu e voltou a atenção para a enorme janela, que dava vista para a praia. O mar azul cristalino, a areia branquinha e o sol forte. Segurou a mão da menina e a olhou. 

- Pensei que morreria ontem... e se tal coisa acontecesse, eu enlouqueceria. 

- Não vou deixar você! 

- Que bom. Quero ver esse seu sorriso lindo todos os dias quando eu acordar de manhã. Quero que encha meus dias de alegria, como sempre fez - sorriu, e ela o abraçou. 

- Obrigado por existir, Zaza - ele beijou sua testa e ficaram abraçados observando o mar pela janela - precisamos conversar, esclarecer as coisas.

- Sim, eu ia dizer o mesmo. Mas se não estiver preparada, vou entender. 

- Não, eu estou. Vou tomar um banho e conversamos lá embaixo. 

- Tudo bem, vou levar isso lá pra baixo - pegou a bandeja, calçou seus chinelos e saiu dali, descendo as escadas. Lavou a louça, seguiu para a sala e se sentou no sofá. Começou a assistir qualquer coisa na Tv até que viu a menina descer as escadas do jeito mais meigo possível. Ela se sentou ao seu lado, e segurou sua mão. 

- Por onde quer começar? 

- Não sei, me diz você... 

- Tudo bem. Na noite em que eu e Josh saímos, eu estava com muita raiva de você, pois saía várias vezes e nós tínhamos que ficar em casa, olhando para o teto. Enfim, nós nos odiávamos, e eu estava disposta à tudo para te irritar. Então convenci Josh de sair comigo. Entramos naquela boate, e ele foi dançar, enquanto fiquei no bar. O observei de longe, dançando com três garotas, e então uma delas o beijou, e um cara se aproximou de mim, perguntando se eu o conhecia. Eu disse que sim, e ele disse que a menina que Josh estava beijando era sua namorada, ou ex, sei lá. Mas conversamos na paz, eu nem o conhecia, e ele meio que deu em cima de mim. E então Josh armou um barraco e disse que nunca, nunca mesmo poderia chegar perto daquele cara novamente. Me desculpe se eu agi errado, sei que fui culpada, mas eu nunca trairia você. Eu fui no intuito de dançar e te provocar, e beijar outros caras não estava incluso. Eu não sei o que você tem contra esse cara, mas eu nunca vou saber se não me contar. 

- Não sei se devo. 

- Olha, você pode dividir comigo. Nada do que você me disser, vai afetar nós dois. 

- Desculpa Sel, eu não estou preparado. Tem haver com uma parte importante da minha vida, e eu não estou pronto para dividir isso com alguém. Na hora certa eu vou te contar, prometo, mas agora não é o momento certo.

- Tudo bem, respeito isso, é uma decisão sua. Quando estiver pronto... - ela o abraçou, e ele lutava para prender as lágrimas dentro de si. Tinha sido idiota ao ponto de achar que a menina agira de má fé. Estava se sentindo culpado por todas as coisas que disse à ela, e lembranças de tudo o que James já fez, voltaram com força total à sua mente. E ele não conseguia mais, sem perceber, seu rosto estava encharcado pelas lágrimas.

- Me perdoa, por favor? - ele a apertava mais firmemente.

- Perdoar pelo que? 

- Por ter sido tão estúpido com você. Por ter achado que era uma pessoa ruim, e por todas as vezes que proferi palavras de ódio à você. 

- Calma, tá tudo bem - ela acariciava os fios negros do homem e ele chorava em seu ombro e a apertava forte em seus braços, como se uma prevenção para que não fugisse. 

- Não, está tudo péssimo, você é só uma menina, e eu joguei tantas coisas na sua cara. Despejei meu ódio todo em cima de você, e você nunca fez nada para merecer tal coisa!

- Ei, calma. Olha pra mim - Selena tinha o rosto do rapaz em suas mãos, e secava as lágrimas com a ponta dos dedos - está tudo bem, estamos aqui juntos, e é o que importa. Eu tenho você e você tem à mim. 

- Eu sei, sei que isso é o que basta. Mas minhas atitudes jamais foram certas para com você. Eu sou um ser repugnante, ignorante e mal amado, que não consegue dar valor no que tem até perder. Foi o que aconteceu com você. Tive que pensar que te perdi para dar valor. 

- Zayn, você não me perdeu, e nem nunca vai perder. Sempre vou estar aqui por você.

- Promete?

- Eu prometo. Vou estar aqui para te amar, te ouvir, opinar, e te corrigir quando estiver errado, vou estar aqui para oferecer meu ombro quando quiser chorar, mas também vou estar aqui quando quiser sorrir, dividir segredos, acima de esposa, eu sou sua amiga. Quero que se abra comigo. Sei que não acontece da noite para o dia, mas eu vou te passar confiança. E é isso que vai te fazer me contar o que precisa, para aliviar essa dor que você sente aqui - sua pequena mão foi para o lado esquerdo do peito dele. O coração - se depender de mim, ninguém nunca mais vai magoar você, eu não vou deixar. 

- Obrigado por tudo. Me desculpe por ser assim, eu só queria te dar o que você merece. 

- E você consegue. Só preciso do seu amor, e você está conseguindo me dar. Fique calmo, está tudo bem. Eu te amo, Zayn. 

- Me desculpa, mas ainda não tô preparado pra dizer isso à você. Não são apenas palavras, elas tem um significado, e não quero que saiam da boca para fora.

- Tudo bem, respeito o seu tempo - por que será que ele não conseguia dizer eu te amo tão facilmente? Porque toda vez que o fazia sempre se ferrava. Estava com medo de que tudo desse errado, e mais uma vez ficasse sozinho no mundo. O amor que a menina tinha por ele era puro, verdadeiro, capaz de restaurar vidas. Capaz de curar as feridas de sua alma, e o fazer esquecer tudo o que já passou. Não por completo, por ser uma grande parte de sua história, mas se sentiria bem melhor, e não acordaria todos os dias se culpando por tudo o que aconteceu, não mais. E mais uma vez, o amor tinha uma missão, tal esta que seria cumprida. 

E os mais puros sentimentos só eram permitidos se estivesse com ela. E tentaria ser uma pessoa melhor, acertar as coisas como eram, a vida como era, e segui-la em paz. Agora ele estava deitado em seu colo, e ela estava acariciando seus cabelos e se segurando para não chorar. Sabia que por trás daquela pose de durão tinha um menino meigo, feliz, bondoso e amável, que estava louco para se libertar, e deixar transparecer quem realmente era, pelo menos com ela. Ele tentava normalizar sua respiração, enquanto pensava em uma maneira de recompensá-la por tudo. Apesar de ter dito que estava tudo bem, mas eram apenas palavras, e muitas vezes não representam a real situação.