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História Dark Paradise - Capítulo final - parte 3


Escrita por: brullf

Notas do Autor


Oi... qto tempo q não venho aqui falar com vcs e q saudade de escrever essa história.
Pois bem, eu havia prometido q a parte 3 seria a final. Não será!
Não será pq foram surgindo cenas da família Swan-Mills e diálogos q me importam muito, q eu amei muito e decidi deixá-los aqui. Pq nem tudo são e serão flores no relacionamento de Emma e Regina. E pq resgatar a relação da rainha com o Henry foi um dos motivos q me fez começar a escrever esta fanfic.
Sim, Henry é filho de Regina, não importa o q digam umas loucas por aí, qrendo qualificá-la como uma espécie de mãe de segunda categoria por tê-lo adotado enqto foi Emma quem o gerou.
Acho q nunca disse isso com todas as letras pra vcs, mas grandes cenas. grandes batalhas, grandes acontecimentos, grandes reviravoltas... eu amo ler, amo ver isso tudo na literatura fantástica. Mas escrevê-los não é a minha praia. Eu preciso me desdobrar e desprender uma energia muito maior do q eu pra fazer cenas desse tipo.
Pq não sou uma escritora de grandiosidades. O q me importa, muito mais, é a investigação dos sentimentos, ao escrever. É o desenrolar de uma lágrima q caiu e tudo o q ela significa e contém. Sou uma escritora de dentros, de coisas pequenas.
E eu espero q vcs me perdoem pela ousadia de, sendo assim, ousar escrever uma história q pediu batalhas, reviravoltas e grandes cenas. E, desde antes de chegar ao último capítulo, peço desculpas se me deixei levar demais pelas pequenezas q me importam e se deixei a desejar as grandiosidades q a história trouxe.
Desejo q vcs leiam esse capítulo e sintam a grandiosidade das pequenezas q ele contém.
Boa leitura!

Capítulo 41 - Capítulo final - parte 3


 Depois do almoço feito por Emma com a ajuda de Henry e algumas sugestões de Regina, os três se acomodaram em frente à lareira da casa na árvore comendo frutas e guloseimas com um fondue de chocolate feito pela morena. A prefeita e a xerife ainda estão aprendendo sobre como é formarem, juntas, uma família. Observam-se constantemente e descobrem pequenas coisas uma da outra. Swan adora as expressões de sua noiva, da Regina pensativa àquela que gargalha com a cabeça jogada para trás. Mills, por sua vez, nota as pequenas oscilações de verde nas íris de sua salvadora, indicando-lhe o humor.

No meio delas, Henry se sente inundado de amor, afeto, segurança. Aquelas duas são o seu melhor conto de fadas. De quando em vez, olhando para elas sem ser pego, sorri sem endereço, apenas agradecendo ao Universo a sorte de ter nascido Henry Daniel Mills Swan. Ele adorou quando suas mães aceitaram brincar com jogos de tabuleiro. Imagem e Ação seria, certamente, seu novo passatempo favorito com elas. O que ele não imaginava era que sua mãe Regina se sairia muito bem nos jogos de corrida do vídeo game, derrotando ele e Emma com facilidade.

O adolescente também está aprendendo sobre suas mães. E ama cada nova descoberta. Apesar de não ter gostado muito de saber, a princípio, ele passou a rir após Regina dizer que Emma estava usando sua magia para descobrir as pistas quando jogaram Detetive. A loira tentou negar, mas a rainha sentia a magia da salvadora e vice-versa. O jovem príncipe descobriu também que sua mãe morena adorava montar quebra-cabeças complexos para passar o tempo e tinha alguns emoldurados em sua cripta.

— Mãe, você conhece a escola de magia que o Merlin falou daquela vez lá em casa, onde o Dumbledore dá aula? – os três agora disputam uma partida de War e Regina demonstrava toda sua habilidade de conquistadora de territórios, criar armadilhas para inimigos e ela nem precisa usar a magia, é uma espécie de dom.

— Eu sei apenas que ela existe, filho. Por quê? – a morena responde enquanto demarca mais uma parte do território de Emma que havia conquistado. A xerife faz um bico adorável, ela realmente não gosta muito de perder.

— Nada, assim, eu só queria saber mais... – o garoto dá de ombros e tenta disfarçar.

— Kid... – a loira faz com ele a olhe – Nem preciso dizer que eu sei que você está mentindo, não é? – Regina abandona o jogo e olha para a interação dos dois, vendo o filho corar exatamente como Emma quando pega fazendo algo que não deveria.

— Ok, eu estou curioso para saber como é lá, quem pode estudar nessa escola e tals... – fica olhando para as próprias mãos.

— Henry – a voz de Regina é suave – Você está interessado em estudar numa escola para feiticeiros? – não há qualquer traço de censura em sua fala. O garoto respira fundo e olha primeiro para a xerife e depois para a prefeita.

— Eu meio que... sabem, queria ser mais como vocês. Adoro os super-heróis, adoro as minhas revistas em quadrinho, mas... os livros do Harry Potter são os meus preferidos desde sempre, as casas e o que elas representam, as lições, os mistérios, é tudo tão incrível... – os olhos dele brilham – E eu queria fazer parte disso, desse mundo de magia onde eu nasci – confessa.

— Querido, eu não sei se a escola real é, de fato, semelhante à Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Creio que quase tudo o que está nos livros foi criação da autora. Os feitiços, por exemplo, a maioria deles não é real ou está bastante equivocada quanto a ingredientes e efeitos – diz a morena.

— Você leu?! – Emma a olha espantada.

— Bom, Emma, já que o meu filho é encantado pela história e você insistia em me comparar a uma personagem, então sim, eu acabei lendo, desta vez a saga inteira, para poder opinar a respeito quando vocês conversam sobre isso – um sorriso enorme surge no rosto da salvadora e outro no de Henry.

— A mamãe com certeza iria para Slyntherin após o exame do chapéu bruxo! – sorri o adolescente.

— E você certamente pertenceria a Ravenclaw, mocinho, apesar de querer, com todas as suas forças, fazer parte de Gryffindor – a prefeita pisca para o filho, que apenas dá de ombros.

— E vocês acham que eu iria para qual das casas?

— Emma, meu amor, você é inteirinha Gryffindor – a morena faz um carinho no rosto da loira sentada ao seu lado, que vibra com a escolha, mas não mais do que ser chamada de “meu amor” por sua noiva, ao lado de seu filho. Talvez nem mesmo Regina tenha percebido suas palavras, ditas de forma tão espontânea.

— A vovó Snow e o vovô Charming são totalmente Hufflepuff! – sorri o jovem príncipe – Eu gostaria de ir conhecer a escola...

— É isso mesmo o que você quer, Henry? – Regina segura o rosto do filho para que ele a olhe nos olhos – Porque você não precisa de magia alguma para ser o garoto incrível que você é, meu jovem príncipe – sorri.

— Sua mãe tem razão, garoto – Emma bagunça os cabelos castanhos dele e sorri também.

— Mas eu estou gostando de estudar com o vovô Rumple, eu...

— Estudar com Rumple? – Swan o interrompe – O que você está estudando com o Gold, Henry? E por que eu não estou sabendo disso? – a voz da loira não é muito amistosa.

— Emma, calma – a prefeita entrelaça os dedos aos de sua noiva – Rumple não está ensinando magia ao Henry, ele não faria isso sem a nossa autorização, acredite – o olhar da morena é firme.

— Então, do que se trata? – a xerife encara seu filho.

— Eu estou aprendendo o alfabeto rúnico com o vovô, mãe. E a mamãe Regina está me ajudando com umas aulas extras – conta.

— Regina?! Você sabia? – a morena puxa o garoto, que deita a cabeça em seu ombro enquanto ela o envolve protetoramente.

— Henry me contou outro dia, Emma, quando foi à prefeitura me visitar depois de sair do trabalho no antiquário – a loira observa os dois em silêncio.

— Por que você foi pedir justo ao Gold para lhe ensinar, Henry?

— Eu não pedi, na verdade, eu contei ao vovô sobre os livros de magia da mamãe e os diários que ela escreveu. Eu fiquei curioso pra descobrir o que havia ali. E o livro que o vovô Henry escreveu e a mamãe trouxe de Avalon também está escrito em runas. Eu queria ler, então preciso aprender as runas primeiro. E quando falei com o vovô Rumple, ele se ofereceu para me ensinar. Eu aceitei, achei que poderia ser legal, sabe, ter uma coisa em comum com ele.

— E o Gold não pediu nada em troca a você?

— Meu avô não fez nenhum tipo de acordo comigo, mãe, acho que ele também merece algum crédito agora que não é mais o Dark One, que desistiu da magia e está tentando acertar as coisas com a Belle e com a nossa família – Regina apenas ouve os dois, em silêncio.

— Eu não sei se gosto da ideia de você querendo aprender magia, Henry – o tom de Swan é sério e de repreensão.

— Por que não, mãe? – o garoto a olha de frente.

— Eu não acho que você deva, Henry. Você pode achar isso legal, maneiro, mas é uma grande responsabilidade. Se eu pudesse escolher, não teria nascido com esse...

— Dom – a voz de Regina é grave quando ela intervém na fala da loira.

— Você aprova isso? – a salvadora a questiona de forma um tanto incisiva.

— Henry sempre foi um menino curioso, Emma. E eu não vejo problema dele querer aprender a ler as runas. Se você tivesse estudado as lições que lhe dei, poderia apreciar a beleza dessa língua tão antiga e poética – o rosto da rainha mostra o quanto ela tem orgulho de seus conhecimentos e do fato de Henry querer descobrir mais desse mundo.

— Não estou questionando sobre isso. Tudo bem então se o Henry quer aprender as runas com você e com o avô dele, se ele tem curiosidade de ler os seus livros, só espero que não tenha nada de inadequado para ele descobrir e não quero meu filho aprendendo magia sem eu saber.

— Nosso filho. E qual o teor que você imagina que tenham os meus escritos, Emma Swan? – o tom da morena muda, carregando agora um tanto de mágoa também.

— Eu não sei, Regina. Você estava aprendendo magia com o Dark One, teve lições com a Malévola, você foi a Evil Queen, então eu não sei, realmente, sobre o que você escreveu naquela época – a xerife ameniza o teor da crítica, mas, ainda assim, magoa profundamente a morena com suas suposições.

Regina fica estática por um momento, ela não fazia ideia de que Emma, ao que parece, despreza a magia que possuem. Uma dor súbita lhe nasce no peito e seus olhos embaçam. Não se importa com aquela “demonstração de fraqueza”, mas não consegue permanecer na casa da árvore, feita com sua magia para proteger e abrigar a salvadora. Uma fumaça roxo escura a envolve e a rainha desaparece dali.

Henry abaixa a cabeça, triste pelo que acabou de acontecer. Emma olha ao redor, como se Regina fosse voltar a qualquer minuto.

— Mas o que...

— Você poderia ter esperado um outro dia para magoar a mamãe por minha causa – a voz do adolescente sai chorosa.

— Magoar a sua mãe? Não foi culpa sua, Henry, acho... – a loira para de falar quando seu filho a olha com o rosto coberto de lágrimas.

— Eu poderia ter deixado para falar sobre a escola de magia com a mamãe outro dia, sabe? Ela com certeza iria me ouvir e, talvez, quando eu contasse que consegui ler uma página de um dos diários dela, o que ela escreveu quando me adotou – o garoto respira fundo – Ganharia de presente um daqueles sorrisos mágicos que só a mamãe sabe dar. E eu só queria que o dia dela hoje fosse todo assim, cheio de sorrisos, porque é o primeiro aniversário de verdade que ela tem – ele enxuga os olhos e se levanta, correndo escada a cima.

Emma então se dá conta de que não apenas discutiu com Regina, mas que a magoou em algo que ela sempre soubera ser importante para a morena: a magia como parte de quem a rainha foi e é. A loira aparece no quarto que a prefeita redecorou para Henry e o abraça com todas as suas forças.

— Me perdoa, filho. Por favor, me desculpa... – ao ouvir o pedido da salvadora, o garoto também a abraça.

— Acho que você precisa se desculpar com outra pessoa... – ele diz em voz baixa.

— Eu sei! Eu já vou atrás da sua mãe, antes... – Emma tenta escolher as melhores palavras para se explicar a Henry – Eu tenho medo, kid. Sei que não é isso que se espera ouvir de uma salvadora, mas é o que eu sinto.

— Medo, mãe? Medo de quê?

— Regina é muito mais confiante e sábia nessas coisas do que eu. Depois que ela voltou de Avalon, então... parece que ela resplandece, que a magia dela toca tudo, que está em tudo, que ela nunca perde o controle, ela sempre sabe o que fazer, ela... – a xerife faz uma pausa e respira – Você sabe a bagunça que eu sou, Henry. Faz relativamente pouco tempo que descobri de onde eu venho e ter esse poder em mim me assusta. Porque eu não o entendo, eu não o controlo. Por menores que sejam, os sinais do que eu fiz como Dark One ainda estão pela cidade. A sua mãe, ela quase, eu quase... – a voz de Emma trava.

— Mãe, não, não foi você, não foi a sua magia. Essa coisa de ter medo, sabe, eu sempre tive também, eu pedi pra mamãe não usar mais a magia dela. Só mais tarde eu entendi que isso significava pedir que ela não fosse ela mesma, que ela se tornasse outra pessoa para que eu pudesse amá-la.

Os dois se encaram por um momento e Henry segura as mãos de sua mãe loira.

— Eu pensei por muito tempo sobre isso, mãe. E, sabe, entendi que eu tinha medo porque não sabia nada sobre esse mundo da mamãe, só histórias que outras pessoas contavam sobre ela. Eu não entendia a magia, não sabia o que significava pra ela. Então comecei a fazer poucas perguntas, comecei a ler alguns livros que a Bell me indicou. Mas depois de ir pra Camelot, de conhecer a vovó Morgana, entendi também que eu não precisava ter medo – ele sorri – Você tem toda razão quando diz que a magia é uma grande responsabilidade, isso está em todos os livros que eu li. Mas é incrível que ela exista de verdade e eu quero muito aprender, mãe – a determinação nas palavras do adolescente faz Emma pensar o tempo todo em Regina, no quanto ele também se parece com ela.

— O que estava escrito? – a pergunta da loira faz o garoto franzir a testa.

— O quê?

— Na página do diário da sua mãe que você leu, o que estava escrito? – ela repete, ainda meio sem jeito, talvez com um certo receio de descobrir do que se trata.

— Ah! – Henry sorri e pega o pequeno livro dentro do bolso de seu casaco mostrando a ela. A capa é de um vermelho bordô envelhecido, bordada com fios de ouro velho, que desenham formas curiosas e intrincadas, símbolos que Emma não conhece, mas sabe que são mágicos e de proteção – Aqui está – ele abre o diário e as páginas em papel amarelado revelam uma caligrafia caprichosa e bem definida, elegante, como a personalidade de Regina – Tem muitas coisas que eu ainda não consegui ler porque as runas têm diversos níveis de complexidade, ia pedir ajuda a mamãe, mas aqui, nessa página, eu entendi a maioria das coisas porque foram escritas com os símbolos mais simples.

— É bonito... – Emma passa o dedo sobre uma das runas e ela parece brilhar – Então, o que diz?

— Ok... – Henry segura o diário com cuidado – O segundo sol é uma das histórias mais comuns em escritos deixados por grandes feiticeiras e magos. Elas e eles relatam o surgimento de um novo astro, o realinhamento de planetas e de todo o Cosmos, anunciando uma nova era para a magia e para as pessoas, mesmo as que não possuem ou conhecem esse dom. O que nunca me foi dito ou que nunca entendi, até hoje, era que o segundo sol é uma metáfora. Não foi necessário aparecer um novo astro no céu e nem qualquer mudança de rota planetária para que uma nova era chegasse a mim. O meu segundo sol irradia uma luz completamente nova no meu céu. Ele se chama Henry Daniel Mills e fez todo o meu Universo ruir e se realinhar com apenas um chorinho. Meu filho, meu novo começo. Meu menino é a magia mais poderosa que já senti em toda a minha vida: Amor.

Emma percorre a última runa lida por seu filho e os dois a observam brilhar. A xerife treme o queixo segurando um choro que quase lhe explode o peito. Apesar dos anos de convivência, ela ainda tem muito a conhecer sobre Regina. E ali, na casa da árvore que a prefeita fez surgir para abrigá-la, faz uma promessa silenciosa de lutar contra suas barreiras para que elas não a impeçam de viver plenamente com sua família.

— Henry, não saia daqui, não abra a porta para ninguém e...

— Ok, mãe, já entendi. Agora vai! – ele sorri e a loira corresponde antes de desaparecer em sua fumaça lilás.

O primeiro lugar onde Emma procura Regina é na cripta da morena, mas não a encontra. Com cuidado para não mexer em qualquer coisa que possa ser perigosa – ou quase tudo naquele lugar – ela se senta um instante e fecha os olhos, pensando em sua noiva. A xerife sorri quando descobre para onde ir e, claro, só poderia ser, já que ela está em busca de Regina Mills.

Emma aparece no escritório da prefeita que está recostada, de olhos fechados, em sua cadeira. As marcas das lágrimas ainda brilham no rosto dela, o que faz o coração da loira descompassar.

— Regi... – ela sabe que a morena sabe que ela está ali, ainda assim, a chama num tom arrependido.

— Eu estou trabalhando, Swan – a prefeita abre os olhos e eles estão escuros. Mas não de raiva ou ódio, é apenas dor o que a xerife vê refletido neles.

— Não, você não está. E eu vim – se aproxima devagar – Vim buscar você para voltar à casa da árvore. Henry está nos esperando... – chega à mesa.

— Você sabe o caminho de casa, Emma, pode levar o Henry sem mim – Regina se levanta e se abraça.

— Eu sei e eu posso, mas eu não quero – a loira se coloca de frente para a morena, mas não a toca – Eu fui estúpida com você, falei coisas que eu sei que te magoaram, deixei que o meu medo fosse maior que eu – Emma não tenta segurar o choro e deixa que ele saia – Por favor, me desculpa.

— Medo? – Regina se esforça para não abraçar a salvadora e dizer de uma vez que está tudo bem, embora ela esteja magoada. Mas sente que Emma está ali, aberta diante dela, e que precisa lhe dizer algo importante, então espera.

— Eu não sei ser como você, Regina! – a salvadora a olha nos olhos – Você sempre sabe o que fazer, você controla a sua magia, você... – antes que possa continuar, a morena a abraça e deixa que a loira deite em seu ombro. A rainha faz pequenos círculos e desenhos nas costas de Swan enquanto recita alguns versos que a loira não entende, mas que a acalmam.

— Você não tem que ser como eu, Emma, nunca – a prefeita sussurra para a xerife – Você é única! Não tenha medo de ser quem você é! – a xerife se abraça à prefeita ainda mais forte enquanto sua respiração volta a ser regular.

— Me desculpa, eu... estraguei seu aniversário, o Henry está triste e...

— Você me deu motivos para querer comemorar, Emma Swan. É por você que eu estou aqui hoje – a morena sorri e segura as mãos da loira – Eu não quero que você tenha medo do que somos – se aproxima e cola o rosto ao da outra.

— Então me ensina, de verdade. Me ensina a controlar o meu... dom – a salvadora fecha os olhos.

— Em Avalon eu aprendi que nós nunca controlamos a magia, Emma – segura o rosto da loira com carinho – Nós a conhecemos como parte de nós, aceitamos que ela exista e corra em nossas veias. Nós escolhemos como usá-la, mas ela também nos guia. Você só precisa dizer sim à magia...

— Eu... você sabe que posso parecer muito corajosa e muita gente me vê como uma fortaleza, afinal, eu nasci a salvadora, mas... eu sei que você sente e sabe como eu sou insegura com isso, Regina – Swan permite que Mills lhe enxergue a alma pelos olhos.

— Antes de nascer salvadora, você nasceu Emma Swan, você é muito mais que um título, meu amor. E eu estou aqui, ao seu lado, para lhe mostrar que a ideia de um único mundo não existe – a rainha sorri para sua noiva – Nós somos seres encantados, Emma, repercutindo de formas diversas e únicas a magia criadora de tudo – elas se olham em silêncio por um tempo – Quantos reinos existem dentro de um mesmo Universo? Quantos Universos existem em apenas uma Ilha? Eu não sei todas as respostas, Emma... há tanto por descobrir! E eu quero seguir esse caminho de mãos dadas com você. Vem comigo? – faz um carinho nas bochechas da xerife e afasta as lágrimas que ainda se encontram por ali.

— Você... juntas... – a loira fecha os olhos. É um passo grandioso e importante para ela. Não que Emma tenha vencido completamente o medo. Ele ainda está lá. Apenas, de repente, ela entende que sua vontade de descobrir tudo ao lado de Regina é maior, muito maior, do que aquilo que a paralisa – Sim – Swan sorri – Sim a você – ela cola o corpo ao de Mills – Sim à magia. Sim!

A prefeita a envolve em seus braços mais uma vez e beija Emma em calmaria, dizendo o amor naquele gesto. Os habitantes de Storybrooke sentem aquele reverberar mágico e sorriem. Em Avalon, Morgana, com as mãos na terra, sente a magia se realinhando no íntimo de si e da Ilha. A Senhora do Lago sorri e de seu olho escorre uma lágrima, um acontecimento raro em seus longos séculos de existência.

Em algum lugar, na memória da alma, imagens antigas flutuam diante de seus olhos densos, cor de café: noites perfumadas de palha e fogueiras e de dança até alvorecer. Pode ver luzes tremeluzindo no manto da noite, velas e lanternas dançando uma valsa na Noite de Todas as Almas! Uma ciranda, em círculos e fileiras, filhas e filhos de todas as Deusas, que é uma só.

E todos os tempos se juntam num só: passado, presente e futuro. Morgana Le Fay enxerga em todas as eras a verdade da magia mais poderosa de todas e vê todas as Damas do Lago que existiram antes dela e aquela que virá depois de si. Um sorriso que ela conhece tão bem, mas diferente, regado a um verde esmeralda de felicidade cristalina.

Com um suspiro, ela agradece a visão e retira suas mãos da terra. Ainda tem um bom caminho pela frente e precisa apressar seus passos.

 

A mansão de Regina nunca vivera um dia tão agitado, apesar de todo o retrospecto de monstros e maldições rondando Storybrooke. As fadas sorriem orgulhosas para o resultado de seu trabalho. Decorada em tons de roxo e lilás mesclados com pérola, a entrada, o jardim e os cômodos do andar de baixo fazem o lugar parecer mesmo um castelo de um conto de fadas moderno. Quando escurecer, haverá ainda as pequenas lanternas de pó mágico acesas, uma ideia de Zelena que, na ausência de Tinker, acabou assumindo a liderança daquelas criaturas etéreas e que não a irritavam mais. Ao contrário, já até simpatizava. A feiticeira ruiva sorrira imaginando os sorrisos de sua irmã mais nova.

Snow olha para os arranjos de flores do campo, as mais simples e que ela se lembra tão bem de que Regina adorava admirar quando jovem.

— Está incrível! – Ruby para ao lado da amiga e lhe abraça.

— Tem certeza de que nada se parecesse com, você sabe...

— Não! Não há meios de Regina associar tudo isso ao que algumas vezes foi feito no castelo que era do seu pai. Essa data nunca aconteceu por lá. Olhe ao redor, Snow, cada detalhe disso aqui foi feito com amor, pensando nela e na Emma. E, temos que admitir, Zelena é ótima nessa coisa de organizar e tem umas ideias incríveis!

Lily se aproxima das duas e sorri para a namorada. Ela ajudou bastante com o trabalho pesado e, mesmo assim, havia se divertido um bocado com as fadas e Zel. Embora elas tivessem desconfiado de quando a morena desapareceu por um par de horas, ninguém ousou perguntar absolutamente nada à jovem dragão.

— Acho que nunca vi nada assim, nem nos filmes de magia que costumam fazer nesse mundo – a filha de Malévola dá um beijo rápido em Ruby e se abraça à namorada.

— É porque a magia do amor verdadeiro não pode ser copiada e nem reproduzida, senhorita Lilith – o Merlin diz atrás delas e Snow sorri. Ele trás o pequeno Neal nos braços.

— Snow, já verifiquei as coisas na cozinha, os músicos, as pessoas que vão ajudar servindo, as escalas trabalho para que todos se divirtam e... – Belle para de falar quando percebe que todos a olham e sorriem – O que foi?

A princesa sente as bochechas corarem, é um tanto difícil para ela disfarçar o quanto está feliz, não apenas por si mesma, mas por todos os corações que batem naquela cidade.

— Acho que a próxima grande festa de Storybrooke será um certo casamento – a loba implica com a bibliotecária que sorri e corre os olhos ao redor, parando em Rumpelstiltskin. Um Rumple que ela sabia que existia, mas que pouco tinha visto, e que agora se mostra a todos, tranquilo, brincando com o pequeno Roland para Zelena descansar um pouco.

— Princesa Snow, está feito – o Mago se dirige a Branca de Neve e ela rapidamente entende do que se trata.

— Oh, obrigada, eu...

— Não agradeça, nós é que precisamos fazê-lo – ele sorri e desaparece no ar, deixando as demais intrigadas.

— Então, uma explicação por aqui cairia bem – Ruby põe a mão no ombro da amiga enquanto Lily brinca com Neal.

— Não é... nada demais, eu só, só havia pedido ao Merlin para cuidar do Neal enquanto terminávamos tudo por aqui. E ele agora veio trazer o meu filho, foi isso.

— Tudo bem se não quer dizer do que se trata, Snow – a fada Blue chega até o grupo e repreende a princesa com o olhar – Acho que terminamos tudo por enquanto! – ela sorri para todos.

— Ótimo! E o que Archie disse sobre Regina, ela ainda está na prefeitura? – a morena de cabelos curtos muda de assunto.

— Bom, não. Regina não apareceu por lá hoje em nenhum momento. Pelo menos, ninguém a viu – revela a fada.

— Mas... – Snow White fica pálida por um instante.

— Será que aconteceu alguma coisa? – Belle externa a dúvida de todos.

— Eu acho que vocês podem ficar tranquilos – Lily sorri.

— Como assim? O que você sabe? – Ruby a olha intensamente.

— Quando fui atender o chamado da minha mãe, mais cedo, passei pelo meio da floresta e pude ouvir três risos bem conhecidos numa certa casa da árvore – explica.

— Três risos? – Blue questiona desconfiada.

— Regina, Emma e Henry – a jovem dragão esclarece.

— Eu não deveria me surpreender, com certeza Henry preparou uma surpresa própria para Regina – Snow sorri tranquilizando a todos – Acho que o maior presente que ela poderia ganhar é a relação que os dois estão tendo agora – suspira e beija seu filho pequeno.

— Eles formam uma família linda – Belle segura a mão de sua amiga – E você também é parte de tudo isso, Snow.

— Eu não quero perder por nada a cara da Regina quando ela chegar aqui e ver tudo isso pra ela e pra Emma – Ruby aperta Lily em seus braços e pisca para a Branca de Neve – Aposto em lágrimas da prefeita!

— Aposto que a Emms não vai conseguir dizer uma palavra por uns bons minutos – Lilith ri e as duas se beijam.

As fadas se despedem de todos e seguem de volta até o convento. Elas pretendem usar, pela primeira vez após a quebra da maldição, seus vestidos encantados.

— Pode ir também, Snow, a gente dá conta até...

— Oi! – a loba é interrompida por Elsa e Mulan, que chegam de mãos dadas – Ainda dá tempo? – a rainha de Arendelle pergunta com um sorriso largo. Ela e Mulan ficaram ajudando August com a cidade durante o dia.

— Já está tudo pronto por aqui, altezinha, se não fizer bagunça, está liberada para realizar sua magia – a neta de Granny adora implicar com Elsa e faz todas rirem, até mesmo Neal.

— Altezinha hum? – a jovem rainha ergue uma sobrancelha, muito parecida com Regina. O tempo que as duas têm passado juntas realmente está fazendo efeito. A loira mexe seu dedo e um punhado de neve cai na cabeça de Ruby.

— Hey! – a loba rosna brincando.

— Tem certeza que não vai prejudicar a macieira da Regina? Eu prometi a ela que...

— Confie em mim, Snow, eu farei uma proteção ao redor da macieira e esteja certa de que ninguém poderá chegar até ela, a não ser que Regina permita! – a loira está empolgada com sua ideia. Afinal, é o Solstício de Inverno que está sendo celebrado.

— Vá em frente, Elsa! – Branca libera a jovem rainha para usar sua magia. Ela vibra e pequenos flocos de neve dançam ao redor dela e de Mulan. A oriental apenas para um deles em sua mão e sorri. A beleza da neve é uma descoberta recente e ela sabe que jamais deixará de se surpreender com a magia da mulher ao seu lado.

Elsa de Arendelle para em frente à área da mansão de Regina destinada a sua macieira. Mulan está ao lado dela e Snow, Belle, Ruby e Lily alguns passos mais atrás. A loira fecha os olhos e se concentra. Ela está intimamente ligada àquela data da roda do ano. O inverno mora dentro de cada uma de suas células. A loira sorri e abre seus braços. Celebrar o solstício é celebrar a magia com que fora agraciada ao nascer. Hoje ela sabe e agradece por seu dom.

Ao seu comando, os flocos de neve e cristais de gelo se unem formando um cerca intrincada e cheia de arabescos ao redor da árvore mágica da rainha das maçãs. As folhas balançam com a brisa suave e uma fruta bem vermelha é congelada no ar ao cair. No espaço ao redor, Elsa cria uma pista de patinação para os que quiserem se divertir. Contornando a pista, a neve acumulada decora de branco o espaço. Ela acrescenta dois brinquedos ao cenário, um escorregador e um pequeno carrossel para Roland se divertir com outras crianças.

Num cantinho mais escondido do jardim, a loira concentra sua magia e um floco de neve diferente se forma. No centro do símbolo da estação, dois corações se solidificam unidos. No ventre dos bosques, nos cantos dos olhos, o diferente se esconde nos descuidos da natureza. A jovem rainha termina sua magia e finalmente abre os olhos. Ela sabe que fez um bom trabalho quando vê os olhares luminosos naqueles rostos amigos. Apesar de estar prestes a voltar para o seu reino com Mulan, Elsa está certa de que sempre haverá um lar para elas em Storybrooke, a cidade que nasceu de uma maldição para ser sem magia e, no entanto, é possivelmente o reino mais mágico onde já esteve.

 

Na casa da árvore, Emma bebe seu chocolate quente com canela e confere o relógio pela milésima vez. Ela prometeu a sua mãe ainda naquela manhã, quando foi entregar a chave, que estaria com Regina na mansão no horário combinado. A loira volta a olhar para o sofá que acolhe sua noiva e o filho delas, ambos adormecidos após uma bela sessão de contação de antigas histórias sobre magia pela morena. A salvadora respira fundo e vai até lá acordá-los.

— Henry... – chama e faz carinho nos cabelos dele – Vamos, garoto, precisamos acordar! – o menino resmunga e abre os olhos devagar.

— Me deixa dormir, só mais um pouquinho, mãe – a xerife sorri porque ela sempre foi exatamente assim quando alguém ia acordá-la.

— Garoto, o baile! – ela sussurra e consegue a atenção dele.

— Já está na hora? – o jovem príncipe se levanta do colo de sua mãe morena.

— Quase! E precisamos nos arrumar...

— Hum... – Regina respira fundo e o simples abrir de olhos dela encanta ainda mais Emma Swan – Hey... – a morena sorri para o filho ainda sonolento e para sua noiva.

— Oi... – a xerife retribui. Ao ver o sorriso da rainha, ela poderia simplesmente se esquecer de que todo o resto do mundo existe.

— Já perdemos o tal do baile da sua mãe? – pergunta se espreguiçando. Henry acha graça, mas Emma não.

— Você prometeu que iria, Regina – a loira põe as mãos na cintura.

— Não podemos continuar aqui, só nós três, e fingir, só por hoje, que esse mundo ali do lado de fora não existe? – insiste a morena. Ela realmente não tem vontade alguma de ir ao baile que permitiu ser realizado.

A xerife respira fundo e se senta de frente para a prefeita. A ideia é mais do que tentadora, mas havia feito uma promessa à mãe e cumpriria.

— Se você quiser fazer isso depois do baile, eu não me oponho. Mas, agora, esse mundo ali do lado de fora, que, aliás, foi você quem criou, pede que nós entremos nessas benditas roupas de festa e compareçamos a nossa casa que, a essa altura, eu nem sei mais se parece a nossa casa – disse a loira.

A rainha fecha os olhos e respira fundo. Durante muito tempo, ela quis ter motivos para comemorar a data de seu nascimento. E seus dois motivos estão ali, ao alcance de suas mãos. Ao mesmo tempo, dera permissão para Snow White organizar um baile em sua mansão e não seria nada educado ou cortês que ela não estivesse presente. E, apesar de não confessar, estava curiosa. Muito curiosa sobre o que sua ex-enteada havia preparado.

— Tudo bem, então – ela abre os olhos e encara as orbes verdes – Nós podemos nos arrumar no mesmo quarto e...

— Acho melhor não, Regi... – Swan cora.

— Não? Por quê? – Mills franze o cenho.

— Se formos nos arrumar no mesmo quarto, nós nunca chegaremos a esse baile e você sabe bem disso.

Demora um segundo para Regina processar aquelas palavras e ela apenas gargalha alto por saber que Emma tem toda razão.

— Muito bem, mas Henry também precisa de espaço para se arrumar e...

— Mãe, eu fico com a sala, está mais do que bom – ele sorri para a morena.

— Ok, já que não temos outra opção, então... vamos!

Os três sobem as escadas juntos. Henry foi buscar seu terno e sapatos e logo retornou à sala, esperando por suas mães.

Para a surpresa do menino, Regina desce as escadas primeiro e pega seu filho tentando se entender com a gravata. Ele havia escolhido uma da mesma cor do vestido de sua mãe morena e ela se emociona ao ver isso. Sem precisar dizer nada, os dois sorriem e ela se aproxima, ajeitando o acessório de seda para seu jovem príncipe.

— Obrigado – ele a beija no rosto.

— É um prazer, sempre! – ela sorri largo só para ele, o homem mais importante de sua vida.

— Mãe, eu sei que já tinha visto o seu vestido, mas... – ele a observa com o cabelo mais curto arrumado de lado, meio desfiado, dando um ar bem moderno às madeixas morenas. A rainha optou por uma maquiagem leve, apenas esfumando levemente os olhos. E, apesar de amar cores escuras nos lábios, optou por um batom nude, evidenciando o tom forte do roxo em seu vestido – Como a gente diz pra uma pessoa que ela está muito além de linda? – o garoto ainda consegue encantar a prefeita de uma forma única.

— Acho que não dizemos, Henry, não com palavras. Deixamos os olhos cuidarem disso – o adolescente sorri para ela.

— Acho que nunca vi você tão linda, mãe... – o menino a abraça de lado – Acho... não, tenho certeza de que você é a rainha mais linda de todos os reinos – o brilho nos olhos dele a faz entender que aquilo é um elogio. E ouvir de seu filho o título de rainha parece ter tido o efeito de torná-lo suave. Talvez por não estar acompanhado do adjetivo que sempre acompanhava o título quando se referia a ela. Rainha Má. Passado. Não para ser esquecido, mas para ser perdoado e nunca repetido. Rainha. Rainha Regina. E ela se permite sentir o amor de seu filho e mergulhar na doçura dos olhos dele.

— E você sempre será o príncipe mais lindo de todos os reinos, meu amor! – aperta mais Henry junto a si, que não se importa com aquela demonstração de afeto. Ao contrário, o que mais ele quer é amar sua mãe morena e receber o amor dela, durante tanto tempo negado por ele. Passado. Para nunca mais se repetir.

Ao abrir os olhos e enxergar o topo da escada, o garoto vê sua mãe loira descendo e quase sente como se recebesse um choque. Henry jamais vira Emma daquele jeito. Ao constatar o espanto do menino, Regina se vira e quando seus olhos encontram os da salvadora, fica imóvel, com as orbes vestindo um novo brilho, apenas contemplando a mulher que a faz sentir tudo elevado à décima potência. Emma Swan. Sua Emma.

Os cabelos loiros arrumados em uma longa trança de lado, emoldurando-lhe o rosto coberto de quase nada de maquiagem, apenas um batom roxo mais forte se destacando nos lábios finos da salvadora. A respiração profunda e repleta de vida e o sorriso amplo de Swan. Um vestido pérola, de um ombro só, marcando o busto e solto ao longo do corpo lhe acariciava a pele, destacando os ombros fortes de quem carrega um mundo sobre eles. Um mundo onde Regina Mills deseja morar para sempre. A loira usa joias discretas: um brinco em formato de gota, o colar que a prefeita lhe dera, e uma pulseira combinando. E a morena, mesmo com os olhos apertados por seu sorriso, ainda consegue ver algumas pequenas pintas espalhadas pelo céu da geografia tão exata de Emma. Sua Emma.

Sem desfazer aquele namoro de olhares, a xerife desce as escadas com cuidado, segurando a saia do vestido e deixando à mostra seus sapatos de salto alto que há algum tempo não usava. Ela se deixa guiar por aquele sorriso-farol de Regina e sente quase flutuando ao encontrar uma adoração tão sincera nos olhos cor de avelã. Mesmo que distante, se sente abraçada e protegida. Mais, se sente amada. De uma forma que jamais havia experienciado antes de ter a morena em sua vida.

Henry, discretamente, deixa o caminho para que Emma se aproxime de Regina.

— Oi... – a loira diz de repente tímida em frente à mulher que ela ama.

— Emma... – a morena passeia os olhos do rosto aos pés da loira e se perde das palavras para elogiá-la.

— Você é tão linda... – a xerife diz e põe a mão no rosto de sua noiva, fazendo seus olhares se encontrarem mais uma vez – Desde sempre, eu me perco na sua beleza, Regina.

A rainha sorri ainda mais largo. Um abrir de lábios de felicidade genuína, de se saber amada por tudo e apesar de tudo.

— Você mudou tudo aqui – segura a mão da salvadora e põe sobre seu coração que já bate descompassado – Com os olhos mais lindos que eu já conheci, enxergou algo que nem mesmo eu sabia se ainda carregava. Você sempre preferiu ver a Regina, apesar de tudo que tantas pessoas alertaram sobre mim. Você me viu, Emma, você me viu como eu sou. E, ainda assim, foi capaz de me amar! É você, meu amor, a pessoa mais linda que há. Porque a sua beleza não é só externa, é tudo o que você é. E sim, você é linda, Emma! – a rainha segura o rosto da salvadora com as duas mãos – Mas especialmente hoje, eu não conheço um adjetivo que possa descrevê-la aos meus olhos!

Swan ouve cada palavra de Mills como se recebesse um carinho em sua pele. Ela sabe apenas sorrir e absorver aquele mundo de sentimentos que faz suas borboletas esvoaçarem por seu corpo inteiro, não apenas no estômago. Sem saber o que dizer, a xerife cola seus lábios aos da prefeita. Um carinho, um afago, gesto de amor e cuidado. Henry apenas sorri para elas, também emocionado por saber que presencia o encontro de amores verdadeiros. Regina de Emma. Emma de Regina.

— Eu amo você! – diz a rainha com a testa colada à da salvadora. Acompanhando o ritmo do respirar da morena, a xerife percebe que não conhece adjetivos suficientes que a descrevam. Talvez aquela runa que havia aprendido há pouco que significava amor.

— Eu amo tudo em você! – as duas abrem os olhos e Swan afasta um pouco o rosto para ver Regina – Amo a pessoa que eu sei que você é. Amo a magia que você tem. Eu não mudaria nada em você, mesmo que pudesse! – naquele instante, a salvadora compreende ainda mais o que há em seu peito repleto de sentimentos e sabe, com toda sua clarividência, que deseja a rainha acima de tudo e que a ama exatamente assim: sem rótulos, com as duas magias que ela carrega em si, sem beleza padronizada, vestindo apenas o seu próprio nome: Regina Mills.

— Bom... – Henry interrompe aquela troca intensa de olhares – Estamos prontas para o baile? – Elas se viram para o filho e se abraçam de lado fazendo sinal para que ele se aproxime – Mães, o batom de vocês duas está borrado, preciso avisar! – os três riem e a morena corrige aquele detalhe com um estalar de dedos, literalmente – Então, como vamos chegar lá em casa?

— Acho que será muito simples, querido – responde a morena.

— Magia, legal, mas... a gente vai aparecer no meio as sala? Na entrada? Não vai parecer meio... não sei, desconcertante?

— Desconcertante? – Emma franze a testa.

— Tipo, a vovó Snow organizou um baile em homenagem a vocês duas. Então, vocês são meio que as convidadas de honra, apesar de ser lá na nossa casa – explica o jovem.

— Eu ainda não tinha pensado sobre isso – admite Regina – Alguma sugestão, filho?

— A parte de cima da casa não será usada, então... a gente podia chegar por lá. Eu meio que desço primeiro e aviso que vocês estão lá em cima. O que acham?

— Por mim, tudo bem – Emma dá de ombros.

— Por que parece que alguém aqui está tentando nos conseguir uma espécie de entrada triunfal, hum? – a prefeita aperta os olhos ao fitar seu garoto.

— Na verdade, eu meio que queria ver acontecer aquela cena dos bailes que tem em quase todas as histórias, quando apresentavam os reis e rainhas, mas agora com as pessoas certas nos lugares certos, com a minha mãe Emma podendo fazer parte de tudo – ele ri para as mães, que logo entendem o recado.

— Eu não me importo nem um pouco de descer aquelas escadas de mãos dadas com você, Regina, aliás, eu adoraria fazer isso – se havia alguma dúvida para a prefeita, o sorriso de Emma se encarregara de desfazê-la.

— Então assim faremos – a rainha faz um carinho no rosto da salvadora e leva os três até o quarto que as duas dividem na mansão.


Notas Finais


Sim, eu gostaria MUITO q vcs conversassem comigo. Aqui nos comentários, lá no Twitter (@brullf). Não só sobre esse capítulo, mas sobre a história como um todo.
E obrigada pela paciência de me esperar!
Um beijo e um carinho.
Bru


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