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História Dark Paradise - Dark Coffee


Escrita por: rezendog e coyote_

Notas do Autor


Se você abriu essa história é porque tem algo que te interessou, então obrigada por isso.
Desculpe pelos erros, estou trabalhando nisso.
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Capítulo 1 - Dark Coffee


Fanfic / Fanfiction Dark Paradise - Dark Coffee

Em uma clareira, no meio de uma floresta escura, cinco criaturas estavam reunidas.

Criaturas que geralmente não andam juntas, mas o motivo pede uma "reunião" urgente.

A situação é tão crítica que as forças não sabem como resolver. A história está se repetindo. A profecia está se cumprindo. E o mal está ressurgindo.
--

“De volta do luto, eu caí na cama
Estive longe por muito tempo, estou contente por estar de volta
Sim, eu fui libertado da forca
Que me manteve pendurado”
(Back in Black- AC/DC)

O som de "Back in Black" no meu despertador diz, ou melhor, grita que eu tenho que levantar, mas meu corpo  cansado e o sono não colaboram. Com um soco forte acabo com aquele maldito objeto barulhento que me acordou; não que a música seja ruim, eu gosto muito dela.

O barulho causado pelo meu gesto de "afeto" fez com que os irmãos à minha frente acordassem assustados.

-Mas já?!- Disse o mais velho

-Eu não estou afim de ir- resmungou o mais novo. Dei de ombros.

Olhei em volta: restos de pipoca, doces, caixas de pizza e latas de refrigerante espalhados pelo quarto. Quem não nos conhece diria que, ontem, dei uma festa, mas nós quatro simplesmente assistimos uns filmes e comemos muita besteira. Esse é o nosso tipo de "festa"...

-Zøe! ZØE!- Meus pensamentos são interrompidos por travesseiros arremessados em mim.

-Ãn?!- Digo voltando a realidade.

-Acorde a Chlöe. - Diz o mais novo pronto para arremessar mais um.

-Ok, vamos lá. - Digo pra mim mesma enquanto me levanto e "dou o play" no aparelho de som que começa a tocar "Irresistible" no último volume. Me dirijo em direção a ruiva "desfalecida" no colchão ao lado. Seguro em seus tornozelos e começo a arrastá-la pelo carpete.

-Eu odeio o jeito que você me acorda! - Resmunga a garota.

-Eu faço isso desde os três anos, você já devia ter se acostumado. - Respondo rindo com os meninos após ter largado os pés de minha irmã no chão.

-Parem de rir da minha desgraça!

-Impossível, Chlöe. - Responde o moreno. - Você é hilária!

-Cala a boca, Zak! - Diz jogando travesseiros na cara dos irmãos enquanto eu e o mais novo, rimos da cara dos dois. - Você também, Jack!

Então uma guerra de travesseiros começou. Entre risadas e almofadas na cara, olho para os números marcados em vermelho no relógio. Nossa aula começa às oito, mas como hoje é o primeiro dia, devemos estar na escola meia hora mais cedo para o discurso de abertura. Sempre que pode, o diretor coloca os alunos no auditório para mais um de seus longos e entediantes discursos.

-Gente! Já são quase sete horas.- Digo desligando o som.

-Precisamos correr!- Diz a ruiva que levantou apressada em direção ao armário para pegar suas roupas.

-Tudo bem! Eu e Jack vamos nos arrumar em casa. - Diz o moreno em direção à janela. Eles são nossos vizinhos e sempre entram e saem pela janela, já que o quarto dos mesmos é ao lado do nosso.

-Vocês sabiam que existem portas? - Diz Chlöe.

-Adoro seu sarcasmo logo de manhã. - Diz Jack com um sorriso de canto, se virando para perto de Chöe. O que deixou seus rostos a centímetros de distância.

CHLÖE:
 

-O que foi isso?! - Zøe me interroga com um sorriso malicioso nos lábios assim que ficamos sozinhas no nosso quarto.

-Sou a primeira! - Grito correndo para o banheiro, tentando fugir do assunto.

-Chlöe! CHLÖE! - Grita a minha irmã, batendo na porta trancada do banheiro. -Se você pensa que pode fugir da conversa e ainda tomar banho primeiro, está muito enganada! Sou a mais velha, tenho meus direitos!

-Só porque eu nasci um minuto e vinte e sete segundos depois.

-Ainda sim sou a mais velha! –Grita, extremamente brava. “ A pessoa mais pavio curto que eu conheço”

-Já estou no chuveiro! – Cantarolei.

-Odeio quando você foge do assunto! – Reclama, derrotada.

-Também te amo, mana! – Respondo, rindo.

Depois de um banho rápido, coloquei uma saia, uma blusa e meus tênis, nada muito extravagante, afinal, hoje é o primeiro dia de aula. Nem um pouco animador. Não estava muito frio, pelo contrário, o clima estava bom, bom o suficiente para usar saia (apesar de um ventinho gelado). Por via das dúvidas, levei uma jaqueta na bolsa.

Estamos no começo do outono, então, as árvores já começaram a perder suas folhas amarronzadas, enquanto as que ainda estão nas árvores, começam a ficar laranjas. O clima não muda muito, apenas sol e vento. Eu gosto. É agradável. Jack sempre me diz que o outono combina comigo, sabe, por causa da cor do meu cabelo. Eu também sempre gostei disso.

-Chlöe! –Zøe gritou, me tirando de meus pensamentos.

Ela já tinha tomado e banho e se trocado, enquanto eu estava na penteadeira, me arrumando. Ela estava com uma blusa listrada, uma calça preta e como sempre, de tênis.

-Pensando no Jack? –Me dirigiu outro sorriso malicioso.

Eu respondi revirando os olhos, dando meu lugar a ela. Eu apenas penteei o cabelo e deixei-o solto. Rímel e blush. As únicas ‘maquiagens’ que passei.

Já estávamos prontas, então, descemos e tomamos café com nossos pais. Depois, pegamos nossas bicicletas e encontramos os meninos no meio do caminho.

-Ansiosas? –pergunta Zak, assim que aproximamos nossas bicicletas.

Apesar de ter ouvido, não respondi, estava entretida demais nas copas das árvores. Darkwood é uma cidade um pouco sombria, principalmente pela enorme reserva florestal da cidade. Extremamente medonho. No outono, ela fica um pouco mais amigável, mas, ainda assim, a floresta não perde seu amargor. Ah...aterrorizante demais para o meu gosto. Diferente de Zøe, quem ama aquele lugar.

-Bom, não que eu esteja numa enorme animação para ir para a escola. Mas eu acho que é melhor do que ficar em casa sem fazer nada. – Respondeu Zøe, com um resmungo suave.

-Na boa, o menor dos meus problemas é ficar em casa sem fazer nada. –Jack suspirou, provavelmente reclamando das aulas de física e matemática.

-Meu único problema, no momento, é pedalar de saia. –Soltei, baixinho, com olhos ainda presos nas árvores.

Um silêncio estranho se formou. Tive a sensação de que todos olhavam para mim, o que me fez desviar o olhar e encarar meus amigos e minha irmã sem entender muito bem o que eu tenho hoje.

-O que foi? –Perguntei, diminuindo um pouco o ritmo da pedalada.

Eles se encararam, acompanhando o meu ritmo.

-Você...está bem? –Zak resmungou.

-Eu estou bem. Só não estou afim de ir para a escola. –Suspirei.

Zøe sorriu. Era incrível como ela me entendia. E era incrível como eu sei que ela me entende.

Ela sabe porque eu não quero ir para escola. E não é por causa das aulas. Só de imaginar que terei ver a cara daquela...

-Chlöe? –Jack chamou- Você não quer ir para escola? Tem certeza de que essa é você? –Fez uma careta.

-Isso não importa mais, Jack. Anda logo, vamos nos atrasar. –resmunguei, pedalando mais rápido que os outros.

A brisa fria batia no meu rosto, me deixando bem mais relaxada. Talvez seja um dia bom, afinal.


JACK:

Chlöe estava estranha hoje. Avoada. Bom, normalmente, ela assim, distraída. Mas, hoje, ela estava bem mais...triste? Talvez seja por causa da Emma. Ninguém gosta dela e com a Chlöe não é diferente. Espero que seja só isso.

Depois de pedalar por mais algum tempo, chegamos a cafeteria Hink’s Cookie & Coffee. Era praticamente nossa segunda casa aqui.  Todos os dias, antes da escola, passamos por aqui e bebemos e comemos algo, mesmo estando de barriga cheia.

Deixamos nossas bicicletas na porta e entramos, enquanto conversávamos sobre nossas expectativas para o primeiro dia de aula.

-Eu aposto que a Emma quebrou o pé! –Afirmou Chlöe, sentando em uma das mesas perto da janela. –De tanto que ela anda naqueles ridículos saltos caros e altos dela.

Zøe resmungou algo que eu não entendi, sentando ao lado da irmã. Eu e Zak, como sempre, sentamos de frente para as gêmeas. Enquanto riamos do mau humor de Chlöe, um senhor de meia-idade se aproximou e nos cumprimentou com um sorriso.

-Tim! –Exclamou Chlöe, indo abraçar o senhor.

-Olá, querida. Senti saudades. –Comentou, acariciando seus cabelos. –De todos vocês.

-Nós também sentimos, senhor Hink. –Sorriu Zøe.

-Apenas Tim, por favor.

-Desculpe a nossa amiga, Tim. Ela tenta ser formal sempre. Sabe, educada demais. –Suspirei. Zøe me encarou. E o velhinho sorriu.

-Meio que virou tradição, não é mesmo, Zøe?- Perguntou o senhor, piscando para a garota.

-Irretocavelmente acurado, Sr. Hink

-É bom ter vocês de volta, crianças. –Afirmou. –Então, o que vão querer?

-O de sempre. –Pediu Zak. O homem assentiu, saindo, logo em seguida.

Em um piscar de olhos, Zak arrancou o notebook da mochila, assim como Chlöe fez com seu tablet, e Zøe com um livro de cálculo. É, parece que tudo está voltando ao normal.

-Chlöe, o que vai escrever para o jornal essa semana? –Perguntei, tentando me livrar do tédio da espera.

Ela levantou o cabeça, me olhou e depois soltou um sorriso empolgado.

-Na verdade, já estou escrevendo. A matéria de volta às aulas já estava pronta a um tempão. Só faltava escrever no jornal virtual. –Sorriu.

Ela parecia uma criança, às vezes. Falava com tanta pureza e animação.

-Tenho certeza de que a matéria está espetacular, Chlöe.

Ela abriu outro sorriso enorme, o que combinou com suas bochechas coradas, aparentemente de vergonha.

-E você, Zøe? O que está fazendo aí?-Ela ergueu a cabeça.

-Revisando alguns exercícios de cálculo, Jack. Acho que para refrescar a memória. –Respondeu Chöe, voltando a atenção para o tablet enquanto revirava os olhos e para acompanhar sua reação, bufei.

-Na verdade, ela só está desenhando pelas beiradas do livro.- Diz Zak rindo tirando os olhos do notebook. - E até que está ficando bom.

Volto-me para Zøe, aparentemente ela está escrevendo números aleatórios no espaço em branco, mas ao olhar melhor percebo que os símbolos formam uma árvore. Sempre esqueço que para a entendermos, é necessário “olhar por outros ângulos”. Zak é melhor nisso do que nós.

-Aqui está, crianças. Bom apetite. –Tim apareceu (meio que do nada), trazendo a bandeja com nossos pedidos.

Era realmente o de sempre: milk-shake de morango para mim, chocolate quente para o Zak, café para a Zøe e muffin de frutas vermelhas com uma xícara de chá para a Chlöe.

-Você sempre foi a mais fresca, né, Chlöe? –Provoquei. Ela me mostrou a língua e deu um gole no chá.

-Eu sei de muitas coisas, Jack, entendo rápido, a única que eu ainda não entendi é como você consegue tomar milk-shake às sete da manhã. –Resmungou Zøe, indignada.

-É um dom.

Um silêncio se formou entre nós. Demos um gole em nossas bebidas, e quase nos engasgamos com a cara que Zøe fez.

-Eu odeio café. –Afirmou.

-Você ainda bebe essa coisa? –Zak perguntou, apontando para a caneca.

-Me mantém acordada, então, sim. –Deu outro gole, acabando novamente em uma careta.

Afoguei em risadas, enquanto Chlöe tentava mantem o chá dentro da boca.

E depois de rir, chorar (a Zøe, por causa do café), ler, digitar e conversar mais um pouco, nos despedimos do velho Hink e de sua maravilhosa cafeteria retro. Pegamos nossas bicicletas e seguimos para a escola, ouvindo as meninas cantarem todas as músicas que vieram em suas cabeças. 

ZAK:

Com aproximadamente dez minutos, chegamos ao nosso destino. Darkwood High School. O colégio onde passamos nossos piores e melhores momentos. Por ser o mais velho dos três, me sinto responsável por protegê-los. Acho que estou fazendo um bom papel.

Prendemos nossas bicicletas no estacionamento e paramos no último degrau da escadaria na entrada do prédio. Olho para meus amigos que encaram as portas de metal, provavelmente estão pensando se realmente é uma boa ideia entrar lá.

-O último ano… - murmura Chlöe que parecia mais falar consigo mesma do que conosco.

-Só aumentou o número. O que poderia acontecer de diferente? - Responde tentando encorajá-la. É, a Zøe tem esse poder. Ela não tem medo de nada. Então... entramos.

-Ela tem razã...- Ao se colocar à nossa frente, Jack, olha para algo e perde a fala.

Nos voltamos para ver o que estava acontecendo. E eu vi… Duas garotas. A mais bonita delas estava olhando pra mim. Sério! Essa é a garota mais linda que já vi na vida. Com longos cabelos loiros e olhos tão azuis que queria ser um náufrago naquele oceano. Quem é aquela garota? Por que não consigo parar de olhar?

-Zak! ZAK! ZAKORY!

-Que?! O que foi, Chöe?- Quando voltei a realidade percebi que Jack também tinha ficado encantado com a outra garota, mas além de gritar seu nome, Zøe teve que dar um tapa em sua cabeça.

-Querem um balde? - Pergunta a ruiva irônica de braços cruzados.

-Vocês estão babando naquelas garotas. - Diz a meia oriental com uma de suas sobrancelhas levantada.

-Não estamos!

-Aham! Sei! - Diz continuando a andar pelo imenso corredor. Seguimos a mesma. Deixar uma Zøe revoltada andar sozinha, não pode resultar em coisa boa.

O discurso, como sempre, foi uma tremenda chatice. As mesmas regras, as mesmas piadas, as mesmas “frases de motivação”, e assim por diante. Acho que Zøe tem razão, está tudo igual.

Aquilo estava “tão” interessante que a morena ficou brincando com a cara do meu irmão, já que o mesmo meio que dormiu na cadeira ao lado. Chlöe tentava prestar atenção, mas não obteve sucesso, já que se distraída com o vento. E eu fiquei mexendo com o cadarço de meus tênis.

Quando, finalmente, o discurso teve seu fim, retiraramos nossos horários e fomos em direção aos nossos armários. Esse ano, não tivemos que mudar, o que é ótimo, pois os nossos ficam em lugares bons.

Enquanto procurava meu livro de cálculo no meu armário, que por incrível que pareça, estava uma completa bagunça, estava uma bagunça (sentiu a ironia?!), até que meu irmão sussurra para mim:

-Zak, são aquelas garotas, não?- Olho para direção que ele estava apontando. E novamente não consigo tirar os olhos daquela garota. Mas preciso procurar o maldito livro. Minha “vitória” contra minha bagunça foi interrompida pelo sinal anunciando que a primeira aula vai começar. Bato a porta do meu armário e sigo com os três até nossas salas.

-Qual a primeira aula de vocês?- Pergunta Chlöe sorrindo. Sério! Como ela pode manter o bom humor à essa hora da manhã? Zøe é prova de minha teoria de que seres humanos não são capazes disso.

-Biologia.- Diz meu irmão com um meio sorriso.- Minha sala é aqui. Até.  

-Anime-se, Jack. Biologia é muito legal. - Responde a ruiva dando um empurrãozinho no mesmo enquanto ele entrava na sala.

-Aula de cálculo. - Digo.

-Sério? A minha também. - Diz Chlöe.

-A minha é História. A sala é do outro lado do prédio.- Diz Zøe desanimada.  

-Então é melhor correr.- Digo sorrindo.

-Nossa! Nem sabia!- Sorri debochada.- Devia ter ficado em casa!!- Grita enquanto sumia pelo imenso corredor.

-Chegamos, Zak. - Diz a ruiva me puxando para a porta.

-Tem certeza que é uma boa ideia?

-Não, Zak. Nunca será uma boa ideia. - Responde com um sorriso e eu sorrio de volta. Então entramos. O que poderia dar errado esse ano?

 



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