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História Dark Paradise - Loucura


Escrita por: Gistar

Capítulo 8 - Loucura


“Eu não consigo tirar estas memórias

da minha mente

E algum tipo de loucura

Começou a evoluir...”

 

Violet

Nós usávamos dois banheiros, meninas um e os meninos outro. Rafa entrou correndo no nosso, sem me dar chance de ir tomar banho antes.

– Rafa, por favor, vê se não demora! – implorei quase desistindo do banho e indo dormir.

Eu poderia pedir pra ir no dos meninos, mas Jonas já tinha entrado. Eu subi pro meu quarto. Estava pegando o pijama quando a porta se abriu. Tate entrou e chaveou a porta escondendo a chave no bolso.

Quando percebi, eu já estava sendo beijada. Foi um ato tão rápido que não pensei e me vi beijando-o também. Era um beijo selvagem, forte. Nossas línguas buscavam por espaço enquanto suas mãos deslizavam pelo meu corpo. Era para eu estar lutando, tentando parar, mas o seu beijo era como um imã. Nesse momento minha única vontade era ficar colada nele. Inferno! Como eu odeio esse cara. Suas mãos puxavam meu cabelo, me fazendo sentir um misto de dor - e não sei por que – prazer.

Quando ele parou de me beijar eu o empurrei e ele cambaleou, mas recuperou o equilíbrio.

– Ficou louco? Você não tem o direito de fazer isso com a Rafa!

– Mas bem que você gostou. Foi melhor que aquilo selinho que eu te dei quando você era criança...

– Gostei nada, Tate. Eu te odeio! Não dá pra perceber isso?

– Eu sei que você me ama, Violet. Que história é essa de namorar o Jonas? Você é minha entendeu minha!

Ele dizia isso e me sacudia, como se eu fosse uma criança sendo repreendida por uma travessura.

– Tate, isso é loucura! Você está com a Rafa. E eu gosto do Jonas! Não quero magoá-los.

– Ou você termina com o Jonas ou eu termino com ele.

Ele disse isso sério. Começou a apertar o meu braço. Eu comecei a sentir medo.

– Tate, você tá me machucando. Isso é uma ameaça? Se eu contar pro pessoal do conselho você perde a nossa guarda.

– Se você contar pra eles, vão separar vocês e você não quer isso quer?

O meu braço com certeza já devia estar roxo. Eu decidi concordar com ele e acabar logo com aquilo. Eu não podia acreditar que ele estava fazendo isso comigo.

– Não! Você sabe que eu amo eles. Eu termino com o Jonas se é isso que você quer. Agora me solta!

Ele me soltou.

– Você tem uma semana pra terminar com essa palhaçada. E nem pense em comentar isso com alguém.

– Eu não vou falar nada. E mesmo se eu falasse, a Rafa não acreditaria em mim. Nem a Ale acredita. Elas acham que eu estou exagerando e fazendo ceninha pra separar vocês. Tate se você não ama a Rafa por que está com ela? Você vai fazê-la sofrer...

– A Rafa é muito gostosa. Eu não iria desperdiçá-la por nada.

– Você não presta!

– Você que está com ciúmes.

Ele me deu outro beijo.

– Não precisa ter ciúmes, amor!

– Tate! – Rafa tinha saído do banho e estava chamando-o. Ele abriu a porta e antes de sair disse:

– Uma semana!

Eu peguei meu pijama, meu mp3 e fui para o banheiro. Isso só podia ser um pesadelo! Enchi a banheira, entrei, coloquei os fones e pus uma música que tinha muito a ver com o momento que eu estava vivendo.

Eu precisava colocar aquilo tudo pra fora de algum modo. As lágrimas começaram a cair e eu deixei. Como alguém que era tão doce como Tate se tornou tão insensível? Não pode ser por causa da morte da madrinha. Eu e os outros perdemos nossos pais e não nos tornamos tão amargos. O que o fez mudar tanto durante este tempo que ele esteve fora? Ele não pode simplesmente jogar limpo e se abrir com todo mundo?

Eram perguntas que não podiam ser respondidas, pois não havia quem pudesse responder. Eu tinha medo que ele levasse a ameaça a sério. Ele estava enganando a Rafa, poderia fazer algo para magoar o Jonas e eu não podia deixar isso acontecer.

Alguém bateu na porta.

– Violet! Você está bem? Rafa disse que você está há quase duas horas no banheiro? – era Ale, pelo jeito já havia chegado do passeio com Jairo. Eu me lembrei com uma pontada de dor que em breve eles também iriam embora.

– Já estou saindo. – eu levantei e me vesti rápido. Quando abri a porta ela estava esperando para usar o banheiro.

– Nossa! Você está com uma cara péssima! Aconteceu alguma coisa?

Eu a abracei e comecei a chorar.

– Violet o que houve? Por que você está chorando?

É claro que eu não podia dizer a verdade.

– Você e o Jairo também vão embora... O que vai ser de mim sem você Ale? Nós nunca nos separamos.

– Deixa de ser boba! Nós vamos te visitar toda a semana. O apartamento que o Jairo alugou é pertinho daqui. E você ainda tem o Jonas, a Rafa, o Tate...

Ao ouvir o nome dele, senti uma leve tremura.

– Acho melhor você se deitar Violet. Eu vou tomar um banho rápido e já vou.

Eu fui para o quarto e me cobri com os cobertores. Logo Ale voltou. Ela trazia um copo de água e um comprimido.

– É um calmante – ela disse quando me entregou – vai te acalmar um pouco.

Eu tomei o calmante. Logo eu adormeci.

Acordei no outro dia e já estava claro. Desci para tomar o café da manhã e encontrei Ale.

– Então, dormiu bem? – ela perguntou me olhando preocupada. Será que eu continuava com uma cara péssima?

– Sim, como uma pedra. Se o teto desabasse eu nem veria.

– Violet, sobre eu ir embora...

– Tudo bem, Ale. Eu já me conformei com isso. Eu espero que você e o Jairo sejam muito felizes.

– Que bom! Eu estava começando a me sentir culpada por te abandonar. Nós vamos nos mudar no dia seguinte ao meu aniversário sexta. Nós pretendemos jantar num restaurante no dia. O que você acha?

– Por mim tudo bem.

Como todo mundo diz, quanto mais queremos que o tempo demore a passar, mais rápido ele passa. A semana passou voando e quando percebi já era o aniversário da Ale. Eu passei toda a semana planejando uma forma de terminar o namoro com Jonas. Ele estava sempre a minha volta, fazendo carinhos e tentando melhorar o meu ânimo que estava péssimo e eu não tive coragem de fazer isso com ele. Tate agia como se nada tivesse acontecido, me ignorando completamente. Me peguei várias vezes pensando no beijo que ele me deu. Era irritante como isso não saia da minha cabeça.

Eu notei um ar de preocupação em Rafa. Estava acontecendo algo com ela, e o que quer que fosse só podia ser por causa de uma pessoa.

Nós chegamos ao restaurante e fomos até a mesa que havíamos reservado. O jantar correu tranquilamente. Depois que todos haviam comido, Tate pediu uma champagne para o garçom e serviu nossas taças.

– Eu gostaria de fazer um brinde ao aniversário da Ale e à nova vida que ela e o Jairo vão iniciar juntos.

Nós fizemos o brinde. Tate parecia muito feliz com a partida deles e Rafa estava quieta durante todo o tempo. Ale também percebeu.

– Está tudo bem, Rafa? Você mal tocou na comida.

– Está. Eu só estou um pouco enjoada. Quando chegarmos em casa eu tomo um remédio.

Nós fomos embora. Ale estava arrumando as malas. Era incrível como ela podia ter tanta roupa.

– Eu estou preocupada com a Rafa.- eu comentei

– Não deve ser nada. Deve ser só um mal estar. Ela tomou remédio e amanhã estará melhor.



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