História Dark Souls - He is back

Jacob's P.O.V

Acordei com mil coisas na cabeça. Ontem eu e Aurora tínhamos chegado bem tarde do Brooklyn mas algo me despertou. Me virei para o lado e lá estava ela, Aurora Flores, a mulher mais linda que eu ja vi. Até dormindo ela conseguia fazer eu me apaixonar mais, tão calma e serena, o peito subindo e descendo devido a respiração. Fiquei alguns minutos ali olhando para ela antes de me levantar. 

Em toda a cobertura, nos três andares, as paredes que davam para a rua eram todas de vidro. As paredes nos davam a vista privilegiada da cidade de Nova York, seus prédios e luzes. Nós morávamos no vigésimo quinto andar, então a vista daqui de cima era incrível. Desci para o primeiro andar do apartamento e encontrei Alfredo parado olhando para a cidade, ele parecia distante. Seus ombros estavam tensos e suas mãos estavam fechadas. Me aproximei com muito cuidado e perguntei:

- O que houve, irmão?

Ele virou o rosto e me viu, então voltou a observar a cidade. 

- América têm voltado à aquele beco. Todas as noites ela vai até lá, qualquer homem que se aproxima ela tenta matar e não sai de lá até que eu a carregue de volta para casa.- disse ele, com olhos na cidade de Nova York. 

- Achei que isso fosse melhorar com Aurora de volta.

- Eu também, mas ela não sabe disso, então não faz tanta diferença. 

- Você deveria falar com a Ary, ela vai ajudá-la. 

Alfredo respirou fundo e balançou a cabeça em negativa.

- Minha irmã acabou de voltar das sombras, Jacob. Ela está dando duro para voltar ao normal e colocar tudo no lugar. 

- Tem razão.- eu disse, me aproximando e colocando minha mão em seu ombro num gesto de amizade.- Mas se você precisar, eu estou sempre aqui.

Alfredo assentiu e eu ouvi saltos estalarem ao tocar o chão. Aurora apareceu nas escadas com um sorriso preguiçoso e veio até mim, me dando um abraço apertado e sussurrando um "Bom dia" fraco no pé do ouvido. Ela foi até Alfredo e fez o mesmo.

- Bom dia, irmão.- ela disse.- Vamos comer, estou morta de fome.

- Como sempre.- ele disse, levando um tapa no ombro logo em seguida.

Acompanhamos Aurora até a sala de jantar e a mesa de café da manhã já estava posta. . 

- Aonde está América?- ela perguntou.

- Dormindo.- respondeu Alfredo.- Nós saímos ontem a noite, deve estar cansada.- Aurora assentiu.

Depois disso, o assunto mudou e nós começamos a falar sobre como Aurora sempre está com fome e uma discussão foi iniciada. Eu ri como um idiota dos dois brigando, afinal, briga de irmãos sempre é engraçado. Acabei me metendo no meio como sempre, e os três riam e falavam alto até demais.

Lola's P.O.V

Estava sentada na bancada da cozinha vendo Drake se atrapalhando todo ao fazer bacon para o café da manhã. Como ele morava no apartamento da frente Drake sempre vinha até aqui enquanto eu ainda estava dormindo. Eu acordava e dava de cara com ele no meu balcão lendo o jornal e esperando o café, mas hoje ele decidiu que quem faria o café da manhã seria ele.

Por mais que o clássico britânico que eu estava lendo estivesse muito bom, ver Drake virando bacons e os deixando quase cair me tirou toda a atenção. Eu só conseguia rir da sua falta de jeito. Quando ele finalmente conseguiu se entender com as panelas, me voltei para o livro, mas tinha algo na minha cabeça que me tirava a atenção.

- Drake.- o chamei.

- Sim?- ele perguntou.

- Como foi ontem à noite?

- Ótimo. A Imperatriz destriu a maior boate que Sebastian tinha nessa ilha pessoalmente.- ele respondeu, ainda virado para as panelas e com um entusiasmo iminente.- Por que?

- Eu sei que a Ary e Alfredo são os melhores, que Jacob pode esfaquear alguém em um piscar de olhos e América tem uma facilidade singular com as armas. Sei de tudo o que você me fala e tudo o que eu vejo. Mas mesmo assim, Aurora está praticamente desafiando Sebastian para a briga e eu tenho um pressentimento ruim sobre isso.- desabafei.

Drake desligou o fogo, largou as panelas e veio até mim. Se apoiou na bancada e tirou o livro da minha mão, me fazendo olhar para ele.

- Nada de ruim vai acontecer, eu prometo. Você nunca vai me perder. Ouviu? Nunca.- assenti, e ele beijou a minha bochecha.- Vamos, eu te levo para a faculdade, você está atrasada.

Drake foi para a sala, pegou as chaves do carro e eu fui atrás. Peguei a minha bolsa com os livros e apostilas, coloquei os óculos na bolsa e peguei minha jaqueta. Corri até o elevador e logo nós estávamos na Ferrari preta de Drake à caminho da minha aula. Desde que me mudei para Nova York me matriculei na faculdade de literatura, com especialização em literatura inglesa. A faculdade era a melhor da cidade, muito além do que eu jamais pensei em pagar. Mas Ary fez questão, assim como o apartamento, o carro a minha disposição com um motorista particular, e uma mesada bem generosa. É claro que eu disse não para tudo isso, é coisa demais. Mas ela insistiu, e disse que fazer isso a deixaria muito feliz e dinheiro estaria longe de ser um problema. 

Sem eu perceber nós já havíamos chegado.

- Tenha um ótimo dia, Lolita.- disse Drake, me fazendo sorrir.

Sorrir era o que eu mais fazia perto dele.

Aurora's P.O.V

Todos, menos América, estávamos em reunião no escritório. Sentados pela sala estavam Drake, nosso chefe de segurança, Rozales, quem cuidava dos galpões no Brooklyn, Combo, quem cuidava dos galpões no Queens e Jesse, quem cuidava dos galpões de Manhattan. Basicamente os responsáveis pelos galpões chefiavam as respectivas áreas, e nos resportavam tudo. Tudo o que acontecia no Brooklyn, Queens e Manhattan tinha que ser do conhecimento deles, e tudo o que acontecia nos galpões também. Drake era responsável por todos os nossos homens, ele comandava todos eles, inclusive Rozales, Combo e Jesse. Acima de Drake, só estávamos nós.

- Eu acho que nós deveríamos dar uma festa na LUX hoje à noite em comemoração a volta da Imperatriz.- disse Jacob. LUX é a melhor boate de Nova York, e é claro que ela é nossa.

- Eu acho uma ótima idéia.- disse Alfredo.

- Uma festa para mim? Acho que vou gostar disso.- eu disse.

- Então está decidido, vamos comemorar a volta da Imperatriz.- disse Jacob.- Drake, quero segurança reforçada. Avisem aos outros.- eles assentiram.

- Um dos produtores entregou cem quilos de cocaína no Brooklyn hoje, certo?- perguntou Alfredo.

- Sim, entregou hoje de madrugada. Está no galpão.- disse Rozales.

- Eu quero essa droga distribuída até o fim de semana.- eu disse.- É mês de festa nas universidades, quero faturar com isso. 

- Considere feito.- Rozales respondeu.- Ainda temos um problema com os firewalls da rede, alguém muito bom tem tentado invadir.

- Posso imaginar quem seja...- disse Drake.- Precisamos de um hacker e para ontem. Você sabe como Christian é bom no que faz.- assenti.

- Tem razão. Vou falar com Giovanni, ele é o melhor.- Drake assentiu.

- Então, como estamos no Queens, Combo?- perguntou Alfredo.- Quero o meu dinheiro que aqueles viciados de merda estão devendo.

- Pode deixar, patrão. Até amanhã o dinheiro vai estar na sua mão.- ele respondeu e eu assenti.

- A polícia de Nova York está investigando a droga nova que vem ganhando território no East e West Village.- eu disse.- Eles querem o fornecedor, então nem preciso mandar vocês seres cuidadosos.- Jesse assentiu.- Se qualquer um dos seus homens for fácil de quebrar, é melhor apagá-lo antes dos tiras o encontrarem.

- Como a droga é nova precisamos de mais mãos na rua para repassá-la.- ele disse e Alfredo negou na hora.

- Não quero ninguém novo com informações sobre nós!

- Nenhum dos caras da rua tem informações sobre vocês, eles lidam com um intermediário. Mal ouvem o meu nome, não precisa se preocupar com isso.- ele disse.

- Cuidado com os novos que você coloca no jogo, policiais disfarçados se proliferam mais rápido que pulga.- eu disse e Jesse assentiu.

- Tem mais uma coisa, madame.- disse Jesse.- As boates da ilha tem sido constantemente rondadas. Meus homens perceberam isso a duas semanas e investigaram os homens. São todos capangas do Morgan.

- Ótimo. Isso quer dizer que ele está planejando algo, quero olhos e ouvidos em todos os lugares dessa cidade.- Jesse assentiu.- Acho que seria bom se nós fossemos no Brooklyn hoje, Fredo. Conferir as drogas que chegaram.

- Nós podemos fazer uma parada no caminho.- ele disse.

- Ótima idéia.

Jacob's P.O.V

Assim que todos se dispersaram e tomaram seus caminhos, saí de casa o mais rápido possível. Atravessei a ponte e logo estava em um bairro residencial no Brooklyn. Estacionei em frente a casa e toquei a campainha. A enfermeira atendeu com um sorriso simpático,  a cumprimentei e nós entramos. Enquanto ia até o quarto, a enfermeira me atualizava das coisas:

- Ela está piorando, nós sabíamos que era isso o que aconteceria.- ela disse.- Talvez ela não tenha muito tempo.

- Meses?- perguntei.

- Semanas.

Assenti e engoli aquela bomba. Isso já era o esperado, mas mesmo assim, doía. Cheguei ao quarto e lá estava ela, deitada na maca que agora era sua cama, tomando soro e respirando lentamente. Me sentei ao seu lado e seus olhos se abriram.

- Oi, mãe.- ela sorriu fraco.- Senti sua falta.- ela sorriu novamente e eu peguei a sua mão. Tão fria e sem força, mas ainda era a minha mãe.

Aurora's P.O.V

Eu e Alfredo estávamos no principal galpão do Brooklyn. Tudo estava certo, a droga estava entregue e pronta para ser distribuída.

- Ei, chefe.- disse Rozales, gesticulando para nós irmos com ele para a sala no segundo andar. Entramos na sala e fechamos a porta, Alfredo sentou na cadeira e eu encostei na janela que tinha a persiana fechada e a vista para dentro do galpão.- Hoje de manhã os homens notaram uma movimentação estranha no galpão do Morgan.

- Que tipo de movimentação?- perguntei.

- Carros de luxo entraram e saíram algumas horas depois.

- Isso não pode ser coisa boa.- disse Alfredo, olhando para mim. 

- E tem mais, Morgan comprou armas com Khalil, contrabandista de armas de Los Angeles. Ele me passou a lista com todas elas.- Rozales  me deu uma folha que tinha de pistolas até metralhadoras com mira laser.- Ele está se preparando para alguma coisa grande.

- Mande alguns homens vigiarem o galpão, quero ter acesso as câmeras que cercam aquele lugar.- eu disse enquanto passava a folha para Alfredo.- E hoje a noite, durante a festa, quero o bar do Morgan no Brooklyn destruída.- Rozales assentiu.

- Nós temos todas essas armas em grande quantidade, até mesmo o triplo do que ele.- disse Alfredo.- Se Sebastian está planejando nos atacar desprevenidos, acho que isso não será possível.

- Faça o que eu disse.- falei para Rozales que assentiu. Saí da sala com Alfredo ao meu lado, nós estávamos indo para o carro quando ele finalmente atendeu:

- Diga.

- Drake, preciso que reforce a segurança das boates e da cobertura. Quero o dobro de homens nos galpões também.

- Considere feito.- ele disse.

Desliguei o celular e Alfredo deu partida no carro. Não passaram dez minutos e nós estávamos parados de novo, dessa vez na frente do restaurante dos meus pais. Ficamos ali quinze minutos em silêncio. Tirando nossa casa na Toscana, onde nascemos, não tinha nenhum outro lugar no mundo em que eu me sentisse mais em casa do que aquele restaurante.

- Você quer entrar?- perguntou Alfredo. Respirei fundo e me acalmei.

- Acho que sim.

Alfredo desceu do carro e eu fiz o mesmo. Entramos no restaurante e passamos pelas mesas, aquele lugar tinha o cheira na minha família: queijo e farinha. 

- Esse lugar não mudou nada.- disse.

Fomos para a cozinha e para a minha surpresa, meu pai abriu a porta que dava para os fundos e apareceu com seu avental sujo de farinha e sua colher de pau na mão. Assim que ele bateu os olhos em mim, abriu um sorriso e sua voz alta ecoou pela cozinha:

- Minha Bella!- ele veio até mim e me deu um abraço apertado. Minha mãe apareceu logo depois e fez a mesma coisa, logo meus dois primos Germano e Giovanni estavam ali junto de minha tia Lorena. Os italianos sempre moram em uma casa cheia.

Passamos a tarde com eles, foi muito bom estar em casa. Senti tanta falta dos meus pais. Estranhei quando me perguntaram como foi Veneza, mas então Alfredo me puxou e explicou que quando eu fui embora, ele só esteve aqui uma vez e disse para a família que eu estava de férias em Veneza. 

Comemos e cozinhamos, rimos e gritamos. Estar entre os italianos sempre me fazia falar alto. Na hora que estava indo embora, meu pai me chamou em um canto.

- Bella, enquanto você esteve fora nós não ouvimos falar do Jacob. Está tudo bem entre vocês?

- Sim, tudo muito bem. Não se preocupe.

- Prima!- gritou Giovanni, que veio até mim.- Não vai se despedir de mim?- dei um abraço nele e Alfredo deu um tapa em sua nuca.- VaFFanculo, Alfredo!

- Ora più sicure, andiamo!- respondeu Alfredo. Os dois estavam resmungando em italiano.

- Ciao, mama e papa!- me despedi e dei um tapa na cabeça de Alfredo.- Vamos, parecem duas crianças!- eu disse.- Ciao, Giovanni!

Saímos de lá e no carro eu e Alfredo não parávamos de rir das perguntas sobre Veneza.

Alfredo's P.O.V

Chegamos em casa e eu corri para o quarto de América. Os empregados disseram que ela não saiu de lá o dia todo, então pedi para quê preparassem uma bandeja de comida e levassem para lá assim que possível.

Entrei no quarto e ela estava deitada na cama, me sentei do seu lado e ela estava acordada mas meio sonolenta.

- Querida, como você está?- perguntei, ela apenas disse um fraco "ok". Logo a bandeja de comida chegou e eu a obriguei  a comer. Queria ajudá-la, mas ela estava dificultando demais as coisas.

Jacob's P.O.V

Cheguei em casa e ouvi o som de um piano, fui até a sala e lá estava, Aurora com os cabelos presos um coque apenas de roupão, sentada no banco tocando piano. Me aproximei e assim que a música acabou, não me contive em falar:

- Você ainda toca com a alma.- ela sorriu.

- Você sumiu, onde estava?

- Fui até a LUX arrumar alguns detalhes para daqui a pouco.- ela assentiu.

Duas horas depois, estávamos no carro a caminho da boate. Aurora estava linda, ela usava um vestido dourado com bordados, justo e com alça fina, seus cabelos soltos e suas jóias.

Aurora's P.O.V

Chegamos na LUX e a boate estava lotada de amigos e aliados. Tudo estava em tons de dourado, combinando com o meu vestido. Eu, Jacob, Alfredo, América, Drake e Lola ficamos em um lounge privado no meio da boate, cercado com alguns seguranças. Estávamos nos divertindo, bebendo champanhe, cumprimentando várias pessoas. 

Até que eu olhei para frente e vi de longe ele vindo até nós. Fiquei quieta e não demorou muito para os outros perceberem também.

Sebastian Morgan.

Os seguranças o barraram mas eu pedi para liberarem sua entrada.

- Bela festa.- ele disse.

- Eu sei, a festa é minha.- eu disse.- O que você quer?

- Você não esperarava destruir quatro das minhas boates, ameaçar o idiota do meu irmão, e ficar por isso mesmo, não é?

- Eu estava torcendo para que não.- sorri, e por mais que ele estivesse calmo, senti um pouco de raiva na sua voz.

- Que bom, porque nós estamos prontos para acabar com vocês.

- Nós?- perguntou Jacob.

E então, eu não acreditei em quem surgiu ao lado de Sebastian.

Justin Bieber.

Atrás de Justin estavam Emily, Ryan, Chris e Chaz.

- Quero que conheça meus amigos.- disse Sebastian. Justin mantinha o rosto fechado, mas pude ver que seu olhar estava preso em mim.

Todos da boate se levantaram e seguraram suas armas em direção a Sebastian.

- Meus amigos não gostam de estranhos.- eu disse.

- Saia da minha boate, Morgan. Sua presença faz todo o resto perder a graça.- disse Alfredo.

- Já estava de saída, só queria dizer a vocês que vai ter volta, e em dobro.

- Se você revida, nós revidamos três vezes pior.- disse Drake.

- Traídor.- disse Chaz, fazendo com que Jacob perca a paciência.

- Ele faz parte da nossa equipe agora, nós não somos do tipo que batemos ou torturamos mulheres.- disse ele.

- Nós somos os melhores, e estamos esperando a jogada de vocês.- disse América.

- A partir de hoje...- eu disse.- Nós estamos em guerra, e ela só acaba quando vocês caírem.