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História Darkness in Myself - Feel the darkness


Escrita por: Robber

Capítulo 29 - Feel the darkness


Fanfic / Fanfiction Darkness in Myself - Feel the darkness

Agatha adentrou no quarto lentamente, não precisando estar dentro dele para sentir o cheiro de cigarros e álcool que o cômodo exalava. Cheirava a bar, pensou ela. Assim que colocou seus olhos na mulher, Aurora se levantou da cama, com um leve sorriso nos lábios.

- Eu preciso ir ao supermercado – anunciou a loira. – Acabou as bebidas... E a comida.

- Você tem um sério problema com álcool. – Agatha soltou uma curta risada.

A morena finalmente se aproximou, sentando na beirada da cama.

- Você está bem? – perguntou com um toque de preocupação na voz.

Aurora a fitou, e nem era preciso que ela dissesse nada para responder a pergunta. Era nítido em sua linguagem corporal, principalmente em seus olhos.

- Não. – ela soltou um curto suspiro acompanhado de um sorriso. – Mas o mundo está se lixando pra isso. Então nós apenas prosseguimos.

Agatha deslizou as mãos pelos olhos, afastando o cansaço que ela aparentava ter.

- Você tem pesadelos?

- Todo santo dia. – Aurora se manteve quieta por alguns segundos. – Eu não consigo realmente dormir, a menos que tenha bebido.

- Você precisa de algum tipo de aju...

- Não! – cortou firmemente. – Ninguém que está nessa Terra pode me ajudar. Não existe um clube de ‘’sou filha de Lúcifer e matei uma criatura que de algum modo, mudou completamente minha alma’’. Só... Deixa pra lá, Agatha.

- Eu sei, eu sei. – admitiu Agatha. – Mas você o matou. Está tudo acabado agora.

- Teoricamente, sim. Mas na minha cabeça, nos meus sonhos, eu sinto aquela coisa. Todos os dias... No fundo eu sabia, que o matando daquela maneira, usando o pior de mim, teria consequências. Teria um preço.

Agatha se levantou, ficando de frente para a amiga. Fitou-lhe ternamente.

- Sua alma é boa. As consequências não importam.

- Importam. Porque uma parte de mim também morreu quando eu matei aquela coisa. Eu morri um pouco naquele dia.

Pela primeira vez, desde que se lembrava, Agatha realmente sentiu vontade em abraçar alguém. Ela não era de abraços, não a agradava. Mas sem se dar conta, já estava com os braços envoltos na amiga.

                                                                . . . . . . . . . . . . .

Aurora corria os olhos lentamente pela grande prateleira lotada de vinhos. Analisava os escritos, procurando algum que agradasse seu paladar. Se esticou, ficando na ponta dos pés para agarrar uma garrafa que estava no alto, em seguida, a depositou no carrinho que empurrava. Deu alguns passos antes de virar a esquerda, no corredor de guloseimas e bobagens que ela particularmente amava, e não poderia passar em um supermercado sem pelo menos levar alguns pacotes deles.

O supermercado não estava tão cheio, muito menos o corredor em que se encontrava. Do jeito que ela gostava. Após dois passos calorosos em direção aos chocolates, Aurora reduziu rapidamente a velocidade, ficando em estado de alerta. Não é preciso ter poderes para saber quando se está sendo seguido, o nome disso é instinto e todo ser humano possui. O de Aurora começava a apitar agora, a alarmando.

A bruxa seguiu empurrando o carrinho vagarosamente, virando a cabeça e tentando enxergar sob o ombro. Alguém a vigiava, a seguia na espreita. Mais três passos. A sensação de ter olhos sobre ela não passava. Em uma curiosidade que só seria saciada caso ela fizesse, a bruxa olhou para trás, um pouco mais rápido do que gostaria.

Duas crianças passaram correndo, rindo uma para a outra em uma espécie de pega-pega, do outro lado do corredor. Não havia nada. Aurora se virou, dando de frente com alguém em roupas pretas. Um suspiro de susto sai de sua boca. Ouviu o estalo metálico de uma arma, e a mesma sendo pressionada contra sua barriga.

- Aja naturalmente. – disse o homem que apontava a arma para ela. – Não olhe para nenhuma câmera.

Apesar de ter o rosto coberto por um capuz, o homem era fisicamente familiar. E a voz...

- Victor? – indagou.

Ao avistar que um casal se aproximava, o rapaz retirou o capuz da cabeça e colocou a mão na prateleira, fazendo com que Aurora encostasse na mesma. Para quem olhasse, eram apenas duas pessoas flertando em um supermercado.

- Nós fizemos um trato a alguns meses atrás. – Victor mantinha o tom calmo. – Eu cumpri minha parte. Sua vez de fazer o mesmo.

Aurora mantinha o cenho franzido, nitidamente incomodada com a abordagem do homem. A arma ainda estava contra sua barriga, o que não deixava as coisas melhores.

- Eu não estalo os dedos e Lúcifer simplesmente vem para cá conversar. – respondeu ríspida. – Não o vejo a meses.

- Eu não me importo. Trato é trato.

- E o que vai fazer? – retrucou a bruxa. – Atirar em mim? Eu te faço virar pó antes mesmo de você apertar esse gatilho.

Victor olhou para os lados, investigando se estavam realmente a sós. Em seguida, fitou a mulher em sua frente.

- Vamos para algum lugar mais reservado. – ele a fitou por alguns segundos, antes de abaixar a arma e a guardar discretamente no bolso. – Me siga.

- Se você não reparou eu vim até aqui fazer compras e...

- Agatha está no carro, eu tenho alguém apontando uma arma para a cabeça dela. Se não passarmos pela saída em 2 minutos, alguém terá os miolos estourados.

Aurora apertou os lábios, o encarando duramente. Ao invés de dizer tudo o que gostaria, optou em segui-lo para fora do estabelecimento. Victor andava na frente, sendo seguido atentamente pela mulher. Apenas o barulho dos saltos das bostas da bruxa eram ouvidos enquanto andavam em um silencio matador.

Os passos cessaram quando se encontravam em uma parte afastada do estacionamento, onde tinham um pouco mais de privacidade. Assim que teve a chance, Aurora colocou a mão por dentro da bota e puxou sua arma, a apontando na direção da cabeça de Victor.

- O que diabos acha que está fazendo? – Aurora indagou firmemente. Tinha a arma na mão direita e olhava nos olhos do bruxo.

- Lúcifer. – respondeu friamente.

- Desculpe, eu não tenho um celular com linha direta para o inferno.

- Ok, eu não preciso necessariamente dele em pessoa, apenas algo dele que corre em você. Nas suas veias.

- Meu sangue? – Aurora gargalhou. – E por que eu seria idiota o suficiente para te dar isso?

- Porque isso será minha escapatória... Por via das dúvidas.

A bruxa mordeu o lábio inferior, ficando em silêncio por alguns segundos. Em seguida, abaixou a arma e prosseguiu o fitando.

- No que diabos você se meteu?

- Isso não é da sua conta. – a voz dele saiu quase como um sussurro.

- Isso tudo é orgulho em pedir ajuda?

Victor respirou fundo, prendendo a respiração por segundos antes de soltá-la lentamente.

- Eu não preciso da sua ajuda.

- Talvez, precise.

Antes que alguém dissesse mais alguma coisa, os dois sentiram um cheio forte. Era como se algo estivesse sendo queimado, carbonizado. Era um odor nauseante.

- Elas me acharam. – anunciou Victor.

Aurora o olhou confusa, com a arma ainda em mão.

- Victor...

Mas ele não respondeu, apenas retirou um maço de cigarro do bolso e colocou um entre os lábios. Em seguida, estendeu para que Aurora pegasse um. Ainda sem entender nada, ela aceitou. Foi ele quem os acendeu.

- Eu vou ser levado. – disse após a primeira tragada. – Dificilmente você será também.

Aurora tragou o cigarro, atenta as palavras que ele dizia. O que estava acontecendo? O que ele queria dizer com ‘’serei levado’’?

- Eu não espero que você se importe, não espero que venha até mim. Mas a sua irmã.... O filho dela será o próximo a ser buscado. Assim que nascer.

- Buscado por quem? – indagou impaciente.

- Uma espécie de seita.

Aurora revirou os olhos.

- Não é possível. Primeiro é um serial de bruxas, agora uma seita.... Você estão brincando comigo, não é?

- Exceto que dessa vez você não está marcada para morrer. Como eu disse, não é problema seu. – Victor olhou para os lados.

- Então... Isso é um pedido de ajuda?

Victor a fitou com o mesmo olhar enigmático de sempre.

- Não lute, não reaja. Até mais, Aurora.

Foi uma fração de segundos. Tudo muito rápido. Mulheres vestidas de preto surgiram em sua frente, como borrões. Victor a fitava, com o cigarro ainda na boca. Aurora pensou em reagir, mas quando sua mente teve tempo para processar, tudo havia acabado. Victor não estava mais em sua frente.

Aurora disparou a correr, rumo a seu carro. Tentava processar o que havia acabado de acontecer, mas seu cérebro não cooperada. Antes que pudesse se dar conta, seu corpo se chocou com de outro alguém. Os dois estranhos se entreolharam durante o choque, enquanto os cabelos loiros da mulher dançaram no ar. O mundo pareceu andar em câmera lenta enquanto ela visualizada aquele estranho homem de cabelos castanhos, em poucos segundos.

Os olhos do rapaz brilhavam como estrelas quando caíram sobre Aurora, mas antes que fizesse algo sentiu sua mão sendo puxada. A mulher olhou incrédula pra Jake, que segurava o rapaz em sua frente. E num piscar de olhos, os dois desapareceram. A mulher estava sem ar. Estava confusa ou havia acabado de ver Jake?



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