História Day After Day - Yeodeol

— Aconteceu algo com seu computador a alguns dias atrás. Não sei ao certo o que houve, portanto fale com o Hyung para que ele dê uma verificada. Aconteceu algumas coisas bem estranhas hoje. O Hyung estava falando sobre um tal Jimin que, até então, eu nem sabia de sua existência. Acho que os áudios que falavam dele foram apagados — Jeon suspirou. — Se esse também for apagado então não é para vocês ficarem juntos e eu estarei gravando tudo isso atoa, mas eu espero, do fundo do meu coração, que esse áudio não apague. Lembre-se bem disso, ok?

Jeon havia levantado cedo e, como em todas as suas manhãs, ele ouviu seus áudios. Mas, dessa vez, tinha algo de diferente. Ele nunca tinha ouvido sua voz daquele jeito, tinha algo de estranho ali. O moreno havia terminado de escovar seus dentes e se sentou na cadeira em frente ao computador para que pudesse prestar bem atenção ao que ele falava.

— Rua 3 Buljeong-ro 87(palsipchil) beon, em frente a pizzaria Hut, é o endereço da casa de Jimin. O primo dele, um louro chamado Yoongi, está orando por um tempo em sua casa. Foi o que a Sol me disse há alguns minutos. Ela parece ser bem próxima do alaranjado, ele te os cabelos meio laranja. Ele fica fofo assim. Ele trabalha em uma cafeteria perto daqui chamada Aqua. Jeon Jungkook, presta bem atenção no que vou lhe dizer, porque Sol me disse que você não foi ao encontro que havia marcado com ele e você sabe que eu detesto não honrar minha palavra, não sabe? — O moreno fez uma pausa. — Amanhã de manhã, às sete e meia, você deve ir buscá-lo em sua casa. Ele vai estar te esperando. Por favor, vá. E, antes que eu me esqueça, prepare os bolsos.

Jungkook quase teve um ataque do miocárdio quando, antes de finalizar o vídeo, ele se ouviu gargalhar.

— O-Oque está acontecendo com você? — Jeon fitou seu reflexo sobre a tela do computador. — Você está apaixonado, Jungkook?

Há exatamente quatro anos, Jungkook não se ouvia gargalhar. Por mais que o moreno já se pegou sorrindo de algo que achou engraçado ou de momentos que viveu, ele nunca gargalhava. Aquilo era novo, até mesmo antes do acidente.

— Eu estou apaixonado? — Jeon gritou, se levantando da cadeira. — Como pode isso? Depois de quatro anos?

Jeon namorou apenas duas vezes. Uma foi uma paixãozinha de criança — não durou dois meses — e a outra fora um rapaz que morava em frente da sua casa. Definitivamente, eles se amavam e, até mesmo, planejavam se casar, mas isso não aconteceu. O garoto morreu três anos depois do início do namoro. Jungkook sofreu tanto que disse para si mesmo que não iria se apaixonar por mais ninguém.

Até hoje.

— Droga! — o moreno correu até o banheiro, se despindo no caminho até o box, depois de ver o horário em um relógio a sua frente. Eram seis e trinta e três.

Como Jeon não sabia para onde iam, ele optou por colocar apenas uma de suas calças pretas rasgadas na altura do joelho, uma camisa de manga longa preta e cinza e uma bota timberland também preta. Kook passou uma escova sobre seus cabelos e, logo em seguida, bagunçou os mesmos com seus dedos. Pegou suas chaves, colocando-as no bolso, e saiu.

Jeon não sabia o que esperar. Ele estava muito nervoso em saber que era esse tal Jimin que o havia feito gargalhar depois de anos.

— Será que eu ainda tenho um bom gosto? — Pensou o moreno enquanto, pela quinta vez, passava as mão sobre os cabelos.

Jeon havia buzinado assim que chegou. Viu alguém abrir uma janela e deduziu ser o Yoongi, pois o garoto era loiro e, como sol havia lhe falado, ele estava passando um tempo na casa do alaranjado.

Kook observou as horas em seu relógio de pulso, o mesmo havia acabado de marcar sete e meia, quando ele ouviu algumas vozes atrás de si e algumas leves batidas no vidro do seu carro.

— Pontual, gostei — pensou o moreno antes de se virar para o garoto ao seu lado.

— Bom dia, Jeon.

Jungkook sentiu seu corpo formigar quando fitou as órbitas escuras do alaranjado a sua frente. Jeon desceu seu olhar para os lábios do mais velho assim que ele se abriram, formando um sorriso encantador.

— B-Bom dia.

Jimin gargalhou baixo quando lembrou-se do que havia falado para Jeon na noite anterior.

— Preparou o bolso? Hoje você vai gastar muito para me recompensar — Jimin sorriu quando viu a expressão de assustado de Jungkook. — Passa para o outro banco, eu vou dirigir.

— Quê ? — o moreno franziu o cenho em completo desentendimento.

— Você não sabe para onde vou te levar, então eu dirijo.

Jimin abriu a porta do carro e se sentou ao banco, onde antes Jungkook estava sentado.

Mesmo não querendo, Jungkook dava algumas pequenas encaradas em Jimin. Não apenas em seu rosto, mas em seu corpo também. Algo o chamava até ele, e foi assim durante o caminho todo. Kook fitava o alaranjado e, quando o mesmo percebia, sorria involuntariamente para o moreno ao seu lado.

Só tinham três coisas que faziam Jimin se sentir feliz: quando estava fazendo café, cantando e patinando. O alaranjado adorava patinar, pois, para ele, era como se ele pudesse voar, ele se sentia livre. E porque não levar Jeon até um deus lugares favoritos?

— Achei que fossemos em algum lugar caro — Jeon retratou fitando o mais velho.

— Não sou de gastar muito, Jeon — o alaranjado abriu a porta para que Jungkook pudesse entrar e o seguiu atrás.

— Eu não sei patinar — o moreno se virou para Jimin, que já estava colocando seus patins.

— Para tudo tem sua primeira vez — ele piscou e entregou um par para Jeon, que os calçou.

— Jimin — o moreno chamou pelo alaranjado assim que pisou na pista de gelo e se desequilibrou.

— Hyung! — Jeon o fitou sem entender. — Você tem que me chamar de Hyung, sou dois anos mais velho — Jimin sorriu, achando graça quando o moreno quase caiu quando se afastou da barra de segurança.

— É sério, Jimin. Eu não sei andar nessas coisas e... — se desequilibrou — Hyung!

Jimin se aproximou, sorrindo, de encontro ao mais novo e segurou suas mãos.

— Primeiro um pé, depois o outro — o alaranjado ficou de frente para Jeon, ainda segurando suas mãos, fazendo-o andar pela pista de gelo. — É muito fácil.

— Não é não, isso é muito complicado e...

— Não olha para o chão! Se você olhar para o chão, você vai se desequilibrar. Olha para mim.

Jeon levou seu olhar até as órbitas do alaranjado a sua frente, que ainda sorria.

— Estou conseguindo.

— Agora você já pode patinar com seus próprios pés. — o mais velho se afastou um pouco de Jeon.

— Não — o moreno agarrou a cintura do mais velho assim que ele se virou de costa. — Não me deixe ir sozinho, por favor, Hyung.