História Daydreaming - Eu E Eu

- Mas que horas esse avião chega?

- Uau, mãe. Quer se livrar tanto assim de mim?

- Não, querida. Eu tenho uma entrevista e eu não posso me atrasar. – Reviro os olhos.

- Então vai.

- Não fique brava com a mamãe. A culpa não é minha de ser muito compromissada.

- Sabe que eu estou indo para outro país. Eu não vou voltar tão rápido.

- Eu sei querida. Beijinho. – Ela atende o celular e vai embora.

- Ela não bate bem. – Castiel fala.

- Nunca bateu. Deve ser as pílulas.

- Sua mãe toma pílula? Impossível.

- Possível. Senão ela fica vegetando na cama e eu tenho que cuidar dela.

- Uau. Ah, eu preciso te contar uma coisa.

- Sim?

- Sabe a música que eu fiz para você?

- Sei.

- Eu levei a uma gravadora, e eles gostaram. Vou assinar o contrato hoje à noite.

- Uau! Que maravilha. – Sorrio.  

- Você não parece feliz.

- O que? Imagina. Felicidade virou meu nome do meio agora. Incrível.

- E não é? Obrigado Annie. Eu não teria feito se não fosse por você.

- Por mim? Você tirou tudo da sua cabeça. Eu não tenho nada a ver com isso.

- Você foi minha inspiração.

- Você é a sua própria inspiração.

- Annie...

- Ah desculpa. Eu estou tensa. Sério, eu estou com muito medo do meu avião cair. – Ele riu. – Mas okay. Ai Castiel eu não acredito! SOU SUA FÃ NÚMERO 1. PODE ME DAR UM AUTÓGRAFO? – Ele ri e revira os olhos.

- Eu falo que você tem problema.

- Se eu não tivesse você não ia gostar de mim.

- É né. Você não está feliz, Ann.

- Depende da situação. Se você estiver falando que eu não estou feliz por estar indo viajar, aí é mentira, porque eu quero ficar longe dessa loucura de pais. E se você estiver falando de você, eu estou mais ou menos.

- Por quê?

- Porque você vai esquecer que eu existo.

- Óbvio que não.

- Vamos continuar conversando, mas você vai começar a fazer muito sucesso, e não vai ter tempo para me responder. E se me responder, vai ser curto e grosso.  

- Vou provar que não.

- Você vai provar que sim. – Olho no relógio e tinha dado o horário.

Despedi-me de todo mundo e entrei no avião.

Como eu não consigo dormir em uma viagem eu vou contar para vocês o que aconteceu nesses últimos dias.

Rosalya e Alexy não falam mais comigo desde o dia em que descobriram. Então, não, eles não estavam no aeroporto.

Os meninos me apoiaram super, para variar.

Castiel também me apoiou bastante, mas agora eu descobri o porquê que ele estava tanto no mundo da lua, ou melhor, no mundo da gravadora.

Não queria ser egoísta e estragar o sonho dele. Mas fui sincera. Eu realmente acho que ele vai acabar me esquecendo, e que vai fazer muito sucesso, porque ele tem talento. Mas espero que ele não jogue a vida dele fora, porque até onde eu bem conheço o Castiel, ele vai fazer isso.

Minha mãe e Robert estavam muito bem. Finalmente minha mãe conseguiu se acertar com alguém. Depois de sei lá quantos caras vir morar aqui, e nenhum durar mais de uma semana.

Eu não tinha nada sério com o Castiel, e eu nem queria isso, para ser sincera. Eu estava gostando da relação “Nós nos pegamos, nos gostamos, mas somos amigos”. É muito bom isso.

Tony começou a namorar uma garota da sala dele. Fico feliz por ele. Ele é totalmente louco e a garota é três vezes pior que ele.

Christopher ainda me manda mensagens, mas deixei claro que somos amigos, e ele não sabe que eu estou indo para o Brasil.

Pelo o que eu estou sabendo, Rosa e Alexy estão quase namorando. O mesmo tipo de relação entre eu e o Castiel.

Nathaniel conseguiu dar um fora de uma vez por todas na Melody. Conseguiu a emancipação, e a Ambre não enche mais o saco dele.

Armin começou a trocar ideia com a Iris.

Dakota ainda vive correndo atrás de qualquer rabo de saia, então não é nenhuma novidade.

Lysandre montou uma banda sem o Castiel, e o Castiel montou uma banda sem o Lysandre.

Kentin está conversando com Violette. Aquela que gostava do Alexy.

Patrick ainda continua sendo o melhor professor do mundo, do qual eu tenho vontade de guarda-lo num potinho e levar para todo o canto que eu for.

Meu pai continua sendo o mesmo babaca de sempre.

E eu? Estou bem comigo mesma.

“Annie, você ficou muito egoísta”. Ah, cala a boca! Só quero um pouco mais de eu na minha vida. E que eu saiba isso não é problema nenhum.

Sem mais delongas. Eu estava no Rio De Janeiro.

Desci do avião e eu estava maravilhada com tudo aquilo. E eu me perdi em meus pensamentos. Só sei que eu esbarrei num cara.

- Ah, me desculpe. – O ajudo a levantar. – Eu sou muito desastrada mesmo. – Ele sorri.

- Eu que te peço perdão. Não te vi.

- Estamos quites então. – Sorrimos.

- Americana?

- Um pouco. 

- Certo. Prazer, Dimitry.

- Annie. E o prazer é todo meu.

- Annie, Annie, Annie. Annie Grey? – Ele revira alguns papéis.

- Isso. – Falo sorrindo.

- Meu amigo ficou responsável por você, mas ele ficou doente, então, eu vi no lugar dele.

- Ah sim. Da Faculdade.

- Isso. – Fomos pegar a minha mala e ele me levou a Faculdade.

- Você estuda aqui?

- Sim. Eu estudo música e cinema.

- Uau. Isso parece ser bem interessante.

- É. Você combina bastante com essas duas coisas.

- Ah, não sei. Acho que não. – Ele ri. – Você é brasileiro mesmo?

- Sou sim. Eu uso Dimitry porque é nome artístico, entende? Meu nome mesmo é Matheus.

- Por que não usa o Matheus? É lindo. – Ele sorri.

- Eu também diria que você é linda, mas iria parecer que eu estou te cantando, e não nos conhecemos nem há uma hora. Acho que ia ser pervertido e chato. – Sorrio. – Fora que eu ia ficar muito constrangido porque você deve ter namorado.

- Não, eu não tenho. – Ele freia.

- Não tem namorado?

- Não, não. – Eu rio.

- Interessante.

Essa Faculdade permitia que você terminasse o Ensino Médio enquanto você fazia a própria Faculdade. Eles dão o resto do primeiro ano do colegial para que você pense no que você quer fazer. E como eu já estava acabando, era melhor eu já decidir o que eu queria.

Chegamos. Matheus ou Dimitry, não sei qual eu devo usar. Foi muito gentil comigo. Levou as minhas malas até o quarto e me mostrou a Faculdade. Cara era dez vezes maior que onde eu estudava.

- Você tem cara de quem lê bastante, então. – Ele abre uma porta de madeira que sinceramente, era a porta do paraíso. Que biblioteca gigante.

- Você com certeza leu meu histórico. Como sabe do que eu gosto? – Ele riu.

- Só o óbvio. – Rio. – Vou te levar até seu quaro antes que você se perca. – Sorrio.

Ele me levou e nós fomos em silêncio. Sei lá. Parecia que ele estava com vergonha ou algo do gênero.

- Está entregue.

- Obrigada Matheus ou Dimitry. Eu juro que não sei como eu devo te chamar. – Ele sorri.

- Matheus, só porque eu gostei de você.

- Ah que amor. – Ele ri.

- Vai ter uma festa a noite. Se quiser ir, me chama que eu te busco. – Ele me entrega um papel com o número dele.

- Obrigada.

- Até. – Sorrio e ele vai embora. Fecho a porta e conecto o meu notebook.

Começo a chamada de vídeo e eles logo atendem. E para minha surpresa, Alexy e Rosa atendem.

Grey: Oiiiii gente.

Castiel: Já está com saudade?

Grey: De você? Não.

Castiel: Me ama.

Grey: Credo.

Nath: É legal?

Grey: Incrível. Olha o meu quarto. – Filmo o meu quarto. – É imenso.

Armin: Fiquei sabendo que dá para terminar o colégio e fazer a Faculdade ao mesmo tempo.

Grey: Sim. Ainda bem.

Dake: Já conheceu umas gatinhas aí?

Grey: Você tem sérios problemas.

Alexy Lindão: E os gatos?

Grey: O Matheus. Ele foi me buscar no aeroporto.

Castiel: Ele é um bosta.

Rosalynda: Não é não. Ele foi um cavalheiro. Ann será que nós podemos fazer a matrícula? Mora todo mundo aí, e tá tudo certo. – Rio.

Grey: Acho que podem. Ele me convidou para uma festa.

Castiel: Já falei que ele é um bosta.

Alexy Lindão: Para de graça, menino. Ele não é um bosta.

Castiel: Okay. Um merda.

Grey: Eu sei que você é perdidamente apaixonado por mim.

Castiel: Doidona.

Grey: Eu deveria ir? 

Dake: Claro. Conhecer umas gatas pra depois apresentar pra mim.

Rosalynda: Não liga. Ele não sabe o que fala.

Grey: É que eu não conheço ninguém.

Rosalynda: É assim que se conhece.

POV’S ON MATHEUS/DIMITRY:

- Acho que eu me apaixonei. – Digo enquanto eu me deitava.

- E por quem? – Gabriel pergunta.

- A menina nova.

- Eu deveria ter ido.

- Ainda bem que você não foi.

- A chamou pra ir à festa?

- Chamei. Espero que ela vá.

- Eu também. Fiquei curioso.

POV’S OFF MATHEUS/DIMITRY.

Dormi um pouco até dar o horário da festa. Mandei mensagem para o Matheus avisando que eu ia, e eu fui me arrumar.

Demorei duas horas para me arrumar, porque eu sou dessas.

- Uau! – Sorrio.

- Uau! – Digo e ele sorri.