História De fato héteros... ou nem tanto (Niam Horayne) - Epílogo

Liam colocou a chave na porta e a abriu, me fazendo suspirar feliz. Ele colocou as malas para dentro, mas eu fiquei parado no corredor, esperando.

– O que foi? – Ele parou à minha frente. – Você não vem?

– Estou esperando você me pegar no colo. – Eu cruzei os braços e ele gargalhou.

– Por que eu deveria te pegar no colo? – Mas mesmo que protestasse pelas palavras, ele me deu um impulso para subir em seu colo e eu enlacei minhas pernas em sua cintura.

– Primeiro porque eu ainda estou dolorido de ontem à noite. – Fiz biquinho e ele riu ainda mais. – Segundo porque é o que a tradição manda.

– Não parecia que estava doendo quando você me pediu para ir mais forte ontem. – Ele provocou, me beijando.

– Foi o calor do momento. – Mordi seu lábio inferior, puxando-o para mim.

– E a tradição fala que deve pegar no colo na noite de núpcias.

– Quem se importa? Eu quero que me pegue no colo agora e me leve até nosso novo lar.

– Então vamos mudar isso. – Ele me virou em seu colo, para me carregar como os noivos faziam e eu comecei a rir, pois ele fez tudo teatralmente, entrando com o pé direito e me jogando sobre a cama. – Está bom assim? – Disse quando estava deitado sobre mim na cama.

– Está perfeito. – Coloquei minhas mãos em seu pescoço e o beijei avidamente. – Será nosso lar por longos quatro anos.

– Bom, eu tenho planos de ficar com você até o fim da vida. Quatro anos vai ser fácil. – Sorri para ele, acariciando seu rosto.

– Mas a não ser que você saiba cozinhar, vamos morrer de fome antes disso. – Nós dois gargalhamos.

– Vou ficar devendo o talento culinário, desculpe.

– Vamos ter que aprender juntos, então... – Selei seus lábios

Me sentei na cama, analisando o dormitório. Era um lugar pequeno, tinha uma lavanderia e cozinha à direita, com uma mesa e duas cadeiras, estava separado do resto do quarto por uma bancada e tudo estava ocupado por caixas com nossas coisas dentro

O guarda-roupa era grande e eu agradeci por isso, já que eu e Liam dividiríamos o espaço. Normalmente, haveria duas camas, mas conseguimos substituir por uma cama de casal e ganhamos um pouco de espaço para colocar uma escrivaninha e uma pequena estante para meus livros.

Em frente à cama tinha uma tv e os aparelhos eletrônicos que Liam tinha que instalar. E no canto havia uma porta, que nos levava ao banheiro. Um único cômodo para acomodar tudo, mas eu me sentia estranhamente feliz por estar ali.

– É bem pequeno, não é? – Ele comentou.

– Eu achei perfeito. – Sorri para ele. – Assim quando a gente brigar não vai ter para onde fugir. Ou nós fazemos as pazes ou alguém dorme no chão. – Eu ri.

– Louis e Harry estão no alojamento ao lado, alguém pode pedir abrigo lá.

– E passar a noite toda escutando o sexo barulhento deles? Acho que prefiro engolir meu orgulho e te pedir desculpa. – Eu disse rindo.

– Como estamos mudados... – Ele debochou e eu revirei os olhos, empurrando-o em direção à cama e me deitando sobre ele, atacando seus lábios.

Já trocávamos beijos quentes, com mãos desesperadas explorando nossos corpos e gemidos que escapavam involuntariamente. Mas fomos interrompidos por batidas na porta, o que fez Liam bufar irritado, se jogando na cama enquanto eu levantava para atender.

– Vocês não vão acreditar! – Louis invadiu o quarto quase gritando.

– Oi, né Louis? – Harry o repreendeu rindo e entrou no cômodo atrás do namorado.

– Isso é mais importante, estou sem tempo para formalidades. – O outro se justificou.

– A gente atrapalhou, eles estavam se pegando. – Harry riu. – Olha os cabelos do Liam.

– Eles têm a vida toda para se pegar, mas isso é mais importante. – Louis continuou. – Olha essa mensagem que eu recebi. – Eu e Liam nos aproximamos. – O idiota do Johnny me mandou uma mensagem pedindo desculpa, mas não só isso, ele disse que se arrependia muito de tudo o que fez e que o que você disse a ele abriu os olhos dele. Ele é gay!

– O quê? – Eu peguei o celular das mãos do Louis, enquanto Liam começava a gargalhar, sendo acompanhado pelo Louis. Eu reli a mensagem, completamente chocado.  

– Eu sabia! Você lembra quando ele batia na sua bunda no vestiário? – Liam comentou ainda rindo muito. – Ele te ama, Louis.

– Eu e Louis já imaginávamos. – Harry comentou se sentando na pequena mesa, que havia ali. – Eu sempre acho que alguém que é tão preconceituoso e que fica propagando isso ou tem um problema psicológico muito grave ou não quer assumir o que verdadeiramente é ou os dois. Pode ser difícil para alguns.

– Eu que o diga. – Comentei e Harry me lançou um olhar compreensivo.

– E agora você tem um chupão escandaloso no pescoço feito pelo meu amigo Liam. – Louis sorriu para mim passando o braço em volta de Liam.

– Vamos torcer para que ele tenha tanta sorte quanto eu, então. – Olhei para Liam e encontrei seu olhar apaixonado em minha direção, o que me fez sorrir mais.

– Que tal uma volta pelo Campus? – Harry nos chamou.

– Que tal encontrar o melhor pub da cidade e ficar muito bêbado? – Louis corrigiu.

– Perfeito! – Eu concordei, fazendo um high five com Louis, enquanto os outros dois reviravam os olhos.

Andamos por todo o Campus, conhecendo gente nova e bem bêbada, saindo de festas de fraternidade. Era a primeira noite do semestre e todos estavam muito animados. Os pubs estavam lotados e tivemos que nos espremer para entrar em um deles, mas valeu à pena, porque essa provavelmente entraria para a minha lista de noites favoritas.

Louis e eu tivemos uma disputa de dardos regada a muita cerveja e para minha surpresa, não recebemos olhares atravessados por beijarmos nossos namorados em público, já que o pub recebia o público LGBT.

Um garoto, chamado Nick veio até nos cumprimentar e se apresentou como um dos ativistas dos direitos LGBT na faculdade, conversamos durante um tempo e prometemos que iríamos a uma de suas reuniões.

Eu sempre imaginei que a faculdade significaria a época mais importante da minha vida, mas em nenhuma das vezes que eu visualizei essa parte da minha vida eu imaginei que pudesse ser tão feliz quanto me sinto agora em um lugar novo, despido de preconceitos mesquinhos, em um bar gay e muito divertido, sentado no colo de meu namorado, gargalhando junto dele enquanto sinto seus braços prenderem minha cintura.

– Quero ir para o alojamento. – Sussurrei para ele.

– Está cansado? – Ele disse docemente, afagando meu rosto.

– Quero passar um tempo só com você. É nossa primeira noite aqui, temos que comemorar. – Ele assentiu sorrindo.

Nos despedimos de todos e voltamos de mãos dadas até o alojamento, sentindo a brisa batendo no rosto e a doce sensação da liberdade correndo por todo o corpo.

Abracei seu corpo assim que entramos no alojamento, beijando-o enquanto subia sua camiseta. Tropeçamos no caminho até a cama, deixando os calçados pelo chão, então ele agarrou minha cintura, colando nossos corpos e me deitou sobre a cama, sem quebrar o beijo apaixonado.

Ele arrastou minha cabeça para cima, beijando todo meu corpo no caminho e eu gemi manhoso quando ele passou a lamber meus mamilos. Suas mãos habilmente desabotoaram minha calça e invadiram minha cueca, masturbando meu membro lentamente.

Eu o ajudei a tirar minha calça e a dele, deixando-nos totalmente nus sobre a cama. Sua boca voltou a explorar meu corpo, descendo até e meio de minhas coxas, chupando e mordendo o local.

Ele lambeu todo o meu membro, rodeando a glande com a língua, recolhendo o pré-gozo que escorria ali. Agarrei seus cabelos, gemendo alto enquanto ele me tomava todo em sua boca com movimentos lentos e torturantes.

– Vire-se. – Sua voz soou rouca, me fazendo arrepiar pela intensidade.

O obedeci, ficando totalmente exposto para ele. Senti seu dedo acariciar minha entrada e arfei, ele o introduziu de uma só vez e eu gemi. Senti uma mordida em minha bunda e sorri levemente, mordendo o lábio.

– Só minha. – Ele anunciou, dando um tapa onde havia mordido e eu gemi novamente, para provocá-lo.

Sua língua se juntou ao seu dedo, fodendo minha entrada cada vez mais rápido. Levei minhas mãos até seus cabelos, puxando ele para mais junto de mim e empinando minha bunda em sua direção, desesperado por mais contato. Me esfreguei contra os lençóis, buscando alívio para meu pau negligenciado.

– Porra, não! – Eu protestei quando ele se afastou, o que o fez rir.

– Achei que estivesse desesperado pelo meu pau, amor. – Ele me deu outro tapa e eu gemi.

– Sim, eu preciso do seu pau agora. – Eu virei para olhá-lo e um sorriso sacana dançava em seus lábios. Ele ia se levantar, provavelmente para buscar camisinha e lubrificante, mas eu o impedi. – Quero senti-lo totalmente hoje.

Ele abafou um gemido e eu empinei mais a minha bunda, sustentando-me sobre os joelhos. Abafei meu grito no travesseiro quando Liam me invadiu, o que o fez parar em meio ao movimento.

– Não, continua. – Eu disse ofegante. – Deus, eu te amo tanto! – Confessei em puro êxtase.

No início, seus movimentos eram lentos, mas após pouco tempo, ele já surrava minha próstata, gemendo rouco e me fazendo gritar de prazer. Ele apertou minha cintura ainda mais forte e saiu de dentro de mim, me virou bruscamente na cama, tirando meu fôlego com a brutalidade de seu movimento.

– Eu amo ver o seu rosto quando você está gozando para mim. – Ele murmurou bem próximo a minha boca, esfregando-se em mim e causando uma fricção entre nossos paus, me invadindo novamente logo depois.

Apertei minhas pernas em torno dele e arranhei suas costas, gemendo enlouquecido por suas estocadas rápidas e firmes. Ele levou uma das mãos até meu pau, me masturbando no ritmo de seus movimentos.

Mordi seu ombro para abafar o gemido alto que soltei quando gozei violentamente em sua mão. Ele estava pronto para sair de dentro de mim, mas eu agarrei sua bunda, mantendo-o ali.

– Goze em mim, amor. – Acariciei seu rosto e ele grudou nossas testas, me fazendo sentir sua respiração quente e acelerada em minha pele.

Ele estocou mais algumas vezes, antes de finalmente se libertar dentro de mim, me preenchendo totalmente.

– Eu te amo. – Ele murmurou cansado, ainda estando dentro de mim.

– Eu te amo. – Devolvi, abrindo meus olhos para encarar seu rosto que estava ainda muito próximo ao meu, unidos pela testa. – Obrigado por não desistir de mim.