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História De fato héteros... ou nem tanto (Niam Horayne) - O processo para a libertação


Escrita por: Wulfric

Notas do Autor


Olá, amores! Eu demorei horrores, eu sei. Mas eu fiquei bem enrolada esses dias, eu estava concentrada em um concurso que eu fiz (e passei, rsrs) e depois veio aquela bomba com a Jay e eu fiquei numa fase sem total inspiração, meio "agora não é momento para fanfics", aí eu não escrevi nada. Mas estou aqui e agora para ficar rsrs'
Boa leitura!

Capítulo 9 - O processo para a libertação


Fanfic / Fanfiction De fato héteros... ou nem tanto (Niam Horayne) - O processo para a libertação

Eu fui muito mais cedo do que o necessário para a escola, querendo evitar qualquer tipo de contato com Liam, Harry ou Louis. Harry me enviou uma mensagem bem irritada quando descobriu o que havia acontecido depois da festa, mensagem essa que eu preferi ignorar.

Não queria ter de enfrentar meu melhor, e no momento único, amigo. Mas, principalmente, não queria enfrentar meus próprios pensamentos conflitantes. Pensamentos esses que, por mais que eu tentasse, só focavam em Liam.

Liam e sua risada maravilhosa. Liam e seus olhos amáveis. Liam e seu sorriso lindo. Liam e seus beijos quentes. Liam e seus gemidos ardentes. Liam.

Suspirei novamente, decepcionado comigo mesmo por não conseguir tirá-lo de minha cabeça, e sentei em meu lugar de sempre. Harry e Louis chegaram depois, ocupando a mesa dupla a meu lado e me cumprimentando com um aceno de cabeça.

Liam se sentou a meu lado, como fazia antes de tudo isso ter começado. Mas ele não me cumprimentou, não olhou para mim ou teve qualquer outra reação positiva, era como se eu não estivesse ali. E embora eu devesse estar gostando de sua postura, o seu desprezo doía como o inferno.

Achei que ele estivesse em um mal dia, mas suas conversas com Louis e Harry eram animadas, era apenas a mim que ele dirigia o tratamento frio e cruel. Decidi que seria melhor assim, que Liam tinha sido um bom amigo e por isso sua ausência me machucava tanto, mas como eu mesmo havia decidido, o que tínhamos acabou e sua atitude estava correta.

– Olha, o novo casalzinho do colégio. – Johnny apareceu na sala, apontando para mim e Liam. – São tão bonitinhos juntos. O nerd e o capitão do time de futebol, daria até para fazer um filme. – Ele debochou e puxou algumas risadas.

Ergui o rosto pronto para retrucar, mas quando vi Sophia parada ao lado dele, nos olhando com nojo, eu parei. Toda a merda que eu tentei evitar, os comentários e todo o preconceito, havia sido em vão. A imbecil havia escutado nossa conversa e a essa altura todo o colégio já sabia.

Eu estava arruinado.

– Se a sua vida é tão vazia que precisa fiscalizar a vida dos outros para encontrar algo para fazer, a minha não é, Johnny. Saia da frente daqui que eu estou estudando. – Liam disse ríspido.

– Eu sempre soube que a amizade de você e do Louis tinha algo a mais, vocês se pegavam no chuveiro do vestiário, não é? – Ele continuou. – Vocês fodiam no nosso vestiário, Payno?

– É isso que você quer, não é? – Liam se levantou e Louis fez o mesmo, pronto para parar o amigo caso as coisas piorassem. – Quer ser fodido por mim ou pelo Louis. Pode confessar que todo esse nojo que você carrega pelos gays é um desejo incontrolável de ter um homem dentro de você. – Eu arregalei os olhos, mas o sorriso de Louis era gigantesco. – Acho melhor ir procurar em outro lugar, porque só para esclarecer, nós o desprezamos. Guarde a sua maldita e hipócrita moral bíblica para você mesmo ou então jogue tudo isso fora e vá ser feliz sendo fodido por algum cara por aí, te garanto que te dará bem mais prazer do que ser um babaca completo que fica pregando o evangelho, mas bate punheta escondido enquanto pensa no Louis. Agora, se me der licença, eu tenho que estudar.

Liam voltou a se sentar e a escrever. Louis começou a gargalhar, sendo acompanhado por Harry que tentava se conter, mas não tinha muito sucesso. Johnny parecia tão chocado quanto eu e saiu da sala atônito, sem mais nenhuma piada, o que fez seus amigos se calarem.

– Então é isso, Liam? – Sophia iniciou, com a voz embargada. – Você é mesmo gay? E está com esse aí... – Ela apontou para mim com desdém e eu me encolhi na cadeira.

– Eu te garanto que durante os três anos que namoramos eu fui fiel. Em nenhum momento eu cogitei a hipótese de te trair. – Ele respondeu, olhando firme em seus olhos. – Mas a partir do momento em que separamos, momento em que você decidiu terminar. – Ele deu ênfase. – Eu parei de lhe dever satisfação da minha vida e isso inclui esse momento. Pare de fazer isso consigo mesma, Sophia, você pode ser melhor do que isso.

Ele finalizou e a garota foi socorrida por Eleanor, que a conduziu até seu lugar. Eu arrisquei olhar para Liam, mas ele era uma rocha, sem expressão alguma de tristeza ou divertimento, absolutamente ilegível.

– Liam, eu escolhi te amar. – Louis disse limpando as lágrimas que se formaram no canto dos olhos de tanto rir.

– Alguém precisava dizer para ele se libertar, Tommo. – Liam abriu um sorriso para o amigo.

– E não é só o Johnny que precisa se libertar, não é? – Louis me cutucou jogando a indireta, mas eu não respondi, apenas voltei minha atenção para a professora que entrava na sala.

Não acompanhei meus três amigos para o intervalo naquele dia e nem nos dias em que se seguiram. Eu os via juntos, rindo ou estudando por conta das provas finais, e por mais que a maior parte de mim desejasse estar ali, junto deles, os ajudando e rindo das piadas idiotas de Louis. Ali ao lado de Liam, sentindo o calor que ele emanava. Eu não sabia como fazer.

O orgulho sempre foi uma característica muito marcante em mim e eu estava comprovando isso agora. Eu era fodidamente orgulhoso, do tipo que sentia o coração se despedaçar todas as vezes em que pensava em Liam, mas que engolia tudo em nome da aparência e do que eu acreditava.

Mesmo que nesse momento minhas crenças estejam abaladas. Até mesmo as que eu sempre ostentei, como a minha sexualidade, minhas notas, minha reputação impecável e minha família.

Meu pai veio conversar comigo e disse que ele e minha mãe irão se divorciar. Sem brigas, sem crise, sem nenhum aviso prévio. Simplesmente porque não se amavam mais. Os olhares atravessados e os cochichos que recebia na escola só pioravam tudo. Tudo estava em colapso e tudo o que eu fazia ou pensava de levava até Liam.

E eu havia tentado mudar. Liguei para minha ex-namorada há algumas noites, ela pareceu surpresa, mas aceitou meu convite para ir ao cinema. Eu a convidei, mas não fui ao encontro. Não parecia certo nesse momento. Eu não podia ir até lá e dar esperanças para a garota. Eu já havia destruído corações demais, inclusive o meu. 

Para piorar, terminei essa noite em minha cama, sem roupas, masturbando meu pau e com dois dedos em meu interior, lembrando-me de como Liam havia me dado prazer em nossa última noite, e em todas as outras, e de como seus gemidos sempre haviam me excitado. Gozei vergonhosamente chamando seu nome no quarto escuro e senti a culpa se abater sobre mim logo em seguida.

Eu ficava duro constantemente agora, principalmente quando estava no chuveiro ou sozinho em meu quarto. As lembranças de nossos beijos e carícias faziam meu pau fisgar e bastavam alguns toques para que estivesse muito duro. Era o tipo de tesão que eu nem sabia ser possível sentir por alguém.

Harry finalmente veio falar comigo em nossa aula conjunta de química avançada, mas ele suspirou tão pesadamente antes de começar seu discurso, que aquilo realmente parecia um pesar para ele.

– Por que está fazendo isso? – Ele iniciou.

– Isso o quê?

– Isso. – Ele apontou para mim. – Niall, você está mal, dá para ver que você está, anda se escondendo pelos cantos, não conversa com ninguém. E fica encarando o Liam a aula toda.

– O quê? – Eu olhei para ele incrédulo. – Eu não fico encarando o Liam.

– Fica sim, todos nós vemos. E se quer saber, isso o desconcentra. – Harry explicou. – Ele seguiu seu conselho e foi até um médico e você tinha razão, ele tem TDAH e está tratando isso agora, mas ter que se concentrar nos estudos sentindo o seu olhar sobre ele o tempo todo o desconcentra. Eu peguei o caderno de Literatura dele esses dias e tinha Niall escrito várias vezes no meio do texto que ele fez. Ele trocava as palavras por Niall, porque ele não conseguia desligar de você olhando para ele. – Minhas bochechas coraram violentamente e Harry riu nasalado. – Qual é, Ni? Vocês se gostam, está nítido.

– E o que você quer que eu faça? Minha vida já está uma droga. Eu recebi a carta de aprovação de várias faculdades e não consigo me decidir, meus pais estão se separando, todo mundo na escola fica falando sobre mim como se eu tivesse uma doença contagiosa, eu não tenho mais você para conversar e eu não consigo parar de pensar no Liam e também não consigo parar de tentar não pensar nele. – Desabafei. – Minha vida toda estava planejada, Harry. Eu iria para a melhor faculdade, teria uma carreira sólida na medicina, encontraria uma namorada também médica e nós teríamos um casamento harmonioso, como o dos meus pais. E olha para mim agora, sem certeza sobre qual faculdade ir, com os pais separados e sem nem ter certeza se é com uma mulher que eu quero me casar...

– Qual foi a última vez em que se sentiu feliz, sem preocupações, sem pressão?

– Quando estive com Liam... – Suspirei.

– Então porque se privar disso? Pare de se forçar a fazer qualquer coisa, pare de se forçar a ser perfeito, porque ninguém é. Se você gosta de garotas ou garotos, o que importa? Ele já desencanou disso, ele não se importa do que chamam ele ou o de que ele gosta. Por que está dificultando tanto?  

– Harry, ele quer ser jogador na faculdade e seguir carreira nisso, como acha que ele seria aceito se soubessem que ele tem um namorado?

– Então pela sua lógica, eu deveria largar o Louis. – Ele finalizou e eu arregalei os olhos.

– É claro que não, você e Louis são perfeitos juntos e...

– Eu também acho você e o Liam perfeitos juntos. – Ele me interrompeu e eu me calei, suspirando. – Niall, é você que está colocando empecilhos nessa história. Eu sempre achei que você dentre todas as pessoas que eu conheci era a mais corajosa, porque você nunca ligava para o que os outros diziam. Mas eu estava enganado. Você de todas as pessoas que eu conheço é a que mais se importa com os outros, como se tivesse que provar algo a alguém. Isso é muito triste...

Ele finalizou e eu me calei, incapaz de combater seus argumentos. Voltamos para a aula e eu me esforcei para continuar prestando atenção, embora depois dessa conversa fosse difícil pensar em estequiometria. Ao final da aula, caminhei ao lado de Harry até a área comum e lá estavam Liam e Louis esperando-o.

– Eu vou ver o treino dos meninos. – Harry me avisou ao fim da aula. – Você vem?

Neguei com um aceno de cabeça, dando uma olhada rápida em direção a Liam, que tinha os olhos fixos em mim. Não tive coragem de ao menos acenar para ele, apenas tomei o caminho contrário, querendo sair logo dali.

Chegar em casa e encontrar minha mãe fazendo as malas não ajudou em nada. Ela iria para a casa de minha avó e me deixaria com meu pai. Não tivemos uma despedida chorosa ou dramática, eu apenas lhe abracei e perguntei se a veria em breve, ela disse que sempre estaríamos juntos e se foi.

– Espero que não se importe em sobreviver de pizza por um tempo, campeão. – Meu pai apareceu em meu quarto, com o telefone em mãos, me despertando do livro que eu inutilmente tentava ler. – Quer um sabor específico?

– Pode pedir o de sempre. – Dei de ombros.

– Filho, está tudo bem? – Ele se sentou na beirada da cama. – Eu sei que tudo isso pode ser confuso, mas eu queiro que saiba que eu e sua mãe sempre estaremos aqui para você. Sempre. Não importa o que aconteça.

– Por que está dizendo isso? – Perguntei com um nó na garganta com medo da resposta que ele daria.

– Eu gosto dos seus amigos, Niall. Harry, o namorado e Liam. – Ele iniciou. – Encontrei a mãe de Liam ontem, eu não sabia quem era ela, mas ela foi muito gentil e nos apresentou. – Ele riu. – Ela me disse que o filho não está muito bem, que ele anda meio pra baixo e acha que é porque vocês brigaram. – Desviei o olhar dele. – Você deveria voltar a falar com ele, não sei o que aconteceu entre vocês, mas gostava de como você parecia feliz perto dele. – Fiquei em silêncio. – Bom, eu vou ligar e pedir a pizza, te aviso quando chegar. E lembre-se de que pode sempre contar comigo. – Ele abriu um sorriso e eu fiz o mesmo, vendo-o sair pela porta.

Parte de mim havia gostado da breve conversa com meu pai. A outra estava infinitamente incomodada com o que isso tinha significado. O que ele queria dizer com esse papo do Liam? Será que até meu pai estava sabendo de tudo?

Quem nessa droga desse mundo não sabe que eu estou perdidamente apaixonado por Liam Payne? 


Notas Finais


E aí, o que acharam dessa fase meio dark na vida do Niall? Foi uma bomba atrás da outra, não é? O que acharam das medidas que ele tomou para tentar esquecer o Liam? E a sambada que o Liam deu no Johnny? Deixei até um pedacinho de um hot pra vocês, tudo para matar as saudades.
Foram muitos acontecimentos, inclusive com o Niall admitindo que está apaixonado no final, existe final melhor de capítulo? hahaha'
Enfim, me desculpem pela demora, espero que tenham gostado e não tenham me abandonado <3
XO


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