História De Goldstein à Scamander - Emocionalmente mais forte...

O sol raiou no horizonte parisiense, iluminando o último dia do grupo na casa dos Potter. Tina despertou com um feixe de luz amarela e aconchegante que adentrava o quarto, desde que chegaram em Paris ela nunca havia visto o sol tão radiante logo de manhã, ele sempre surgia manhoso por entre as cortinas. A morena trocou suas vestes e quando estava pronta para ir preparar o café da manhã, como fazia todos os dias desde que se casou, quando ouviu barulhos de panelas vindos da cozinha, "Será que Jacob resolveu preparar o café da manhã hoje?" ela se perguntava, porém suas dúvidas foram sanadas quando ao chegar no pé da escadaria ouviu uma música muito familiar.

- We stand as one united... Against the puritans... We draw our inspiration from good witch Morrigan... - cantava Queenie baixinho.

- For she was persecuted... By common wandless men... So she fled from distant Ireland... And so our school began - continuou Tina entrando na cozinha.

- Oh, Ilvermorny-Massachusetts... We choo-choose it... We choo-choose it... The wizard school supreme... Your castle walls, they kept us safe... The days with you, a dream... You taught us all our magic... And now one thing's quite clear... - cantavam as irmãs colocando a mesa para o café da manhã - Where'er we roam... Where'er we roam... Our one true home... Our one and own... Is Ilvermorny dear... - quando elas terminaram a canção, notaram que todos estavam assistindo a cena da porta da cozinha.

- Que música linda... - disse Euphemia aplaudindo.

- Concordo... - falou Fleamont abraçando a garota.

- Eu repito, quero ser um bruxo... - disse Jacob entrando na cozinha.

- Bravo! - parabenizou Newt, com os olhos brilhantes focados nos de Tina.

- Nossa mãe cantava para nós quando estávamos tristes e antes de dormir... - disse Tina deixando escapar uma lágrima de seus olhos escuros.

- Também sinto saudades deles Tina, mas o que houve? Você sempre foi a mais forte emocionalmente de nós duas... - disse Queenie preocupada com a irmã.

- Desculpem-me, bom, vamos todos tomar o café da manhã que Queenie fez com tanto carinho... Vocês nunca irão provar um café tão bom quanto o dela... - disse Tina também de sentando para acompanhá-los no café da manhã.

- Querida, você tem certeza de que está bem mesmo? - perguntou Newt preocupado com a esposa.

- Tenho querido, estou bem... - Tina o tranquilizou.

Todos tomaram o café da manhã farto preparado por Queenie, a loira realmente tinha exagerado um pouco, uma vez que era impossível de se apoiar os braços na mesa.

- Está tudo muito bom Queenie, mas tenho que preparar as criaturas para a viagem... - disse Newt levantando-se da mesa.

- Quer ajuda Sr. Scamander? - disse Fleamont se levantando também.

- Isso seria muito bom, se não for te atrapalhar é claro... - toda ajuda era bem vinda, já que são muitas criaturas para alimentar - Todos estão convidados a entrar na maleta conosco... - o ruivo convidou-os e ficou feliz ao ver que todos ficaram muito entusiasmados.

- Tina, me ajuda com a mesa e as malas? - indagou Queenie com um olhar que sua irmã conhecida bem, ela estava preocupada com Tina e Faria um interrogatório até descobrir o que queria.

- Sim, não há problema algum... - disse Tina se preparando para perguntas de todos os níveis.

Assim que todos deixaram o cômodo, Queenie respirou fundo e começou a falar - Tina... Sei que é difícil superar a morte de nossos pais, mas não é só isso não é? - perguntou preocupada.

- Eu sinto muitas saudades deles, mas o que realmente me preocupa é que por todos esses anos você foi minha única família, e agora você se casou e partiu para longe de mim... - disse a morena com os olhos marejados.

- Tina... Não pense assim, eu moro em Londres, posso aparatar para sua casa a hora que você quiser...  - disse a loira aconchegando a irmã em seus braços.

- Obrigada Queenie... Você sempre me conforta, é minha terapeuta particular... Te amo dondoquinha... - brincou Tina, tentando se desvencilhar de seus pensamentos tristes.

- De nada azulzinha... - disse Queenie em meio à gargalhadas. Há tempos que elas não riam uma da outra a sós, há tempos que não podiam simplesmente sentar e jogar conversa fora.

- Queenie, pelo menos uma vez a cada mês vamos nos encontrar, para conversar, rir e matar as saudades... - disse a mais velha, assim encontrando uma solução para a situação.

- Eu também não consigo ficar muito tempo longe de você Thunderbird... - a loira foi interrompida pelo grupo que adentrava a cozinha.

- Vamos querida? - indagou Jacob, indicando as escadas que levariam ao quarto em que estavam hospedados.

***

Estavam todos reunidos na sala de estar, discutindo sobre qual meio deveriam usar para voltar à Londres.

- É perto o suficiente para aparatar... - dizia Newt defendendo a aparatação - Todos já aparatamos que mal há nisso?

- Jacob não se sente confortável com a aparatação, sua fisiologia não é preparada para isso - dizia Queenie os lembrando de que seu marido era um trouxa, nomaj, um ser não mágico.

- Vamos de trem como viemos, aí ninguém sofre... - disse Potter já começando a se irritar.

- Como ninguém sofre? São quatro horas e meia de viagem querido... - interrompeu Euphemia.

A discussão se seguiu por mais dez minutos, até que Tina os interrompeu - Vamos pela rede de flu - todos pararam de discutir para dar atenção à morena, que se encontrava sentada no sofá - Assim ninguém se prejudica, não levamos quase cinco horas para viajar, ninguém passa mal e vamos para a minha casa...

- Nossa querida, eu nem tinha lembrado da rede de flu - disse Newt ainda inconformado por esquecer algo tão óbvio.

O grupo usou a rede de flu, conforme Tina havia sugerido, para chegar à casa do jovem casal Scamander, em Wiltshire.