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História De Janeiro a Janeiro - 1


Escrita por: netfeellix

Notas do Autor


Olá de novo com mais uma fic da tag Yankees No!
Dessa vez eu me inspirei numa música do Nando Reis e da Roberta Campos chamada De Janeiro a Janeiro. É uma música linda e eu recomendo que ouçam. É isso.

Capítulo 1 - 1


Fanfic / Fanfiction De Janeiro a Janeiro - 1

“Não consigo olhar no fundo dos seus olhos e enxergar as coisas que me deixam no ar. Deixam no ar”.

Eu lembro como se fosse ontem. Era mais um dia cansativo naquele escritório chato que eu nem mesmo sabia por que estava lá, tudo que eu realmente queria fazer estava lá fora, estava me esperando em algum lugar e eu preso aqui, com todas essas pessoas robóticas. E lá estava eu atrás da mesa da recepção, passando o dia atendendo telefone de pessoas ridículas, passando ligações de pessoas mais ridículas ainda. Era segunda-feira e como em todas elas eu tinha que ir buscar as cartas, mas naquele dia quando eu desci eu não quis mais voltar. Eu não sei se lembra, foi no décimo primeiro andar, eu entrei e você já estava lá, sorriu para mim e eu sorri de volta, jurando de pé junto que não havia me envergonhado, mesmo que eu tenha.  Descemos juntos por oito andares, eu contei, e então você desceu e eu continuei, desci no próximo e peguei as cartas correndo achando que na volta te encontraria, infelizmente isso não aconteceu.

 

“Várias fases, estações que me levam com o tempo e pensamento, devagar. Outra vez, eu tive que fugir, eu tive que correr, para não me entregar, as loucuras que me levam até você, fazem esquecer, que eu não posso chorar”.

 

Passaram-se semanas e eu nunca havia esperado tanto as segundas como dessa forma, achei até que não era de lá e que eu nunca iria te ver outra vez. Mas então, na quarta segunda do mês lá estava você no elevador. Naquela altura eu já havia me apaixonado por um sorriso seu, já me arrumava mais para trabalhar e nem mesmo me lembrava das pessoas chatas daquele lugar, eu só queria que as segundas chegassem logo, para eu te ver. Mas naquele dia eu não tive minha melhor visão, você realmente estava lá, eu já estava apaixonado, mas você não estava sozinho. Foi o que eu pensei, estava bom demais para ser verdade. Voltei para minha mesa todo cabisbaixo e não pensei mais nas segundas. Aliás a única coisa que passava na minha cabeça era em como eu fui ingênuo de me apaixonar por alguém que eu nem mesmo conheço direito.

Mas as outras segundas vieram e eu já não fazia questão de te ver, mesmo assim, quando o elevador abria no onze, você estava lá e sempre sorrindo.

- Correspondência?

- Sim.

- Eu também.

- Legal.

Você me olhou estranho e eu me encolhi mais ainda no meu canto.

- Sabe. Pegamos o elevador junto todas as segundas e nunca conversamos, meu nome é Brian, Brian Kang. Qual seu nome?

- Pa-Park Jae... Park Jaehyung.

Você parou na minha frente me encarando e no momento em que nossos olhos se cruzaram eu soube que não conseguiria fingir que não gosto de você e assim que o elevador abriu, mesmo que não fosse meu andar, eu corri.

 

“Olhe bem no fundo dos meus olhos e veja a emoção que nascerá, quando você me olhar. O universo conspira a nosso favor a consequência do destino é o amor, para sempre vou te amar”.

 

Mudar de trabalho era minha vontade desde que eu pisei naquela empresa e assim que saí com a minha caixa cheia de coisas andando pelos corredores, eu não quis te ver, eu não queria que minha última lembrança sua fosse você brigando comigo. Então eu desci as escadas calmo e sem presa, olhava no relógio para ver se a hora já tinha passado e parecia que eu estava descendo o mesmo lance de escada pela décima hora. O barulho da porta se chocando na parede me assustou, mas o baque surdo de um corpo caindo contra mim e derrubando minhas coisas me assustou mais. Era você, sua correspondência voou pela escada inteira e meus lápis e clipes de papel também, eu achei que ficaria bravo, mas você sorriu.

- Só por que eu estou atrasado.

- É.

Você me ajudou a pegar as coisas do chão e se sentou na escada. Fiquei olhando para você esperando que dissesse algo.

- Você não gosta de mim?

- Por que diz isso?

- Aquele dia no elevador, tentei puxar conversa e você correu, não entendi o que houve.

Eu poderia ter ficado quieto, poderia ter continuado meu caminho sem nem ter dado atenção para você, mas se eu tivesse feito isso, não estaríamos juntos hoje.

- É que, eu gosto de você.

Disse e fechei os olhos na mesma hora. Ouvi os passos ecoando no concreto e andei para trás batendo na parede.

- Eu também gosto de você.

Abri os olhos e estava perto demais, tão perto que conseguia sentir sua respiração, tão perto que eu consegui enxergar até o último tom de castanho dos seus olhos, tão perto que eu não pude evitar te beijar. E aquele beijo foi o melhor da minha vida, talvez porque eu estivesse apaixonado. Larguei minha caixa no chão e abracei seu pescoço te puxando mais para mim e você me prendeu pela cintura entre seu corpo e a parede, mas novamente o baque da porta batendo me fez acordar.

- O que eu estou fazendo? Desculpa.

- Não...

- Eu tenho que ir.

Nem mesmo soube de onde tirei forças para descer as escadas pulando degraus. No final dos lances eu estava cansado, meu coração parecia que iria pular para fora, mas eu me sentia feliz e sai como um idiota lembrando do beijo.

“Mas talvez, você não entenda essa coisa de fazer o mundo acreditar, que meu amor, não será passageiro, te amarei de Janeiro a Janeiro, até o mundo acabar”.

 

Alguns meses se passaram e eu ainda não havia te esquecido, as vezes eu sonhava com o beijo, sentia suas mãos prendendo minha cintura como se tivesse acabado de acontecer, eu sentia que ao mesmo tempo que era ótimo estar amando era um horror, afinal de contas você não estava ali. A campainha tocou e eu me assustei, não fazia ideia de quem poderia ser uma hora dessas da noite, tentei olhar pelo olho mágico mas a falta de luz no corredor impedia que eu tivesse sucesso, por isso mesmo com medo eu abri. Tudo que vi foi você, completamente molhado e segurando qualquer coisa na mão que eu não tive tempo de ver o que era.

- O que está fazendo aqui?

- Eu tinha que te trazer uma coisa.

- Entra, vai tomar um banho.

- Não precisa.

- Vai agora.

Te levei até o banheiro e fiquei na porta esperando que tomasse um banho, me deu frio te ver passando a porta tremendo com seus cabelos loiros molhados. Sequei seus cabelos e te dei uma roupa quente. Estávamos no sofá quando você falou alguma coisa.

- Eu tinha que te trazer algo.

- O que?

- Você deixou comigo aquele dia. Não sabe como foi difícil te achar. Naquele seu andar você não falava com ninguém, eu tive que descobrir sozinho.

- E como conseguiu?

- Mágica.

Eu sorri e você veio para perto de mim.

- O que eu deixei lá naquele dia?

Você se curvou e me beijou e dessa vez, foi você quem tomou a iniciativa. E novamente eu senti suas mãos na minha cintura, mas dessa vez o contraste era enorme já que sua mão estava extremamente fria.

- Você esqueceu de me devolver meu beijo.

Sorri e a partir daquele dia eu nunca mais consegui sair de perto de você e vise-e-versa. Mas ainda demorou muito para que eu te fizesse entender, que esse amor não será passageiro e que te amarei de Janeiro e Janeiro, até o mundo acabar.

 



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