Um cadáver ao chão, um pobre garoto chorando nos braços do melhor amigo. A noite parecia durar para sempre. Estava muito tarde, quase amanhecendo, quando Riku decidira ligar para o pai, pois ele não sabia o que faria! Nunca tinha vivido tal experiência outrora, e o pior, tratava - se de um ente querido dele e de seu amor. Ele desesperado fez o que tinha que fazer ignorando o fato de que alguns minutos antes, fugira de casa.
A ligação era um drama total, o jovem homem falava rápido (nervoso) ao telefone e Ansem podia ouvir choros de Sora. O sábio não tinha tempo para sermões, ele foi direto para a casa onde ocorrera a tragedia e mandou os dois jovens para a casa dele enquanto fazia o triste trabalho de ligar para o rabecão. [...]
Riku estava tentando manter - se forte, mas não conseguia parar de tremer e chorar. Sora quase desmaiava de tanta dor que sentia. O menino triste não parava de lembrar do cadáver da mãe, de Riku retirando a corda do pescoço dela... Era tudo tão preto e azul para ele... Tão deprimente, doloroso... Seu coração doía e o ar quase lhe era tirado por completo. E mesmo que Riku estava ali, compartilhando da mesma dor, não aliviava o turbilhão de dores, lágrimas e ranger de dentes que pareciam vir das profundezas do inferno. Para ele era como perder a vida e esquecer de morrer. Ganhou o amor da mãe, mas não ganhou o coração dela pra vida... "Mãe... Por que me abandonou? ... Mamãe!" Era o que ele dizia em seu âmago. Riku tentava manter Sora de pé, o que não estava sendo fácil e foi com muita dificuldade que eles conseguiram chegar em casa. Ao chegar em casa, Sora estava desmaiado nos braços de Riku, o mais velho caiu de joelhos deitando o mais novo em seu colo, derramou lágrimas ao lembrar - se que durante o caminho inteiro Sora só dizia "Mamãe... Não, Riku, eu quero a minha mãe! Mãe!!!" e isso fazia seu coração doer. Doía ver Sora naquele estado... Ele lembrava daquela mulher chorando ajoelhada implorando ao pai que o filho vivesse. "O que lhe oprimia tanto? Ela estava tão mal por minha culpa? Tudo isso foi por eu desejar o filho dela?" Riku já começava a perder o controle das emoções. Ele colocou Sora deitado no sofá e foi correndo para a cozinha, bateu as mãos na mesa repousando - as é começou a chorar, pensando. "Como seria se eu pudesse prever o que está para acontecer a partir de agora? Eu poderia parar o tempo para atacar! ... Mas isso é impossível!" – Droga!!! Foi o que o jovem gritou, acordando Sora que olhou do sofá para a cozinha. Ele via seu namorado com os punhos serrados sobre a mesa.
– Riku... – Este atentou-se e fixou os olhos num rosto abatido. Olhou cabisbaixo para os lados e foi caminhado sem demora até Sora. Ele não podia chorar, isso demonstraria fraqueza no momento em que Sora precisa absorver forças nele... E é isso que ele fará.
Então era só abraço, carícias e silêncio naquele momento, de dor e angústia em que o Sol nascera. Sora estava muito quieto e parecia em outro lugar... Riku estava contendo sua ansiedade e nervosismo. Para o mais velho, fingir não era bom, mas agora ele precisava manter a calma. Ele respirava perdido, tentando harmonizar a respiração que estava, dificultada. Espontaneamente, Sora se levantou e foi devagar até a porta para a fora, enquanto Riku estava curioso. "Por que Sora pensou em sair?" – Sora? – Chamou, uma vez que o garoto abriu a porta, e caminhou em transe. Ele foi atrás, ficou vendo Sora ir em direção a beira do mar, que não estava longe. – Sora...
E, Riku nunca tinha o visto, tão... Sem rosto.
Sora estava se sentindo vazio, nada vagava em sua mente. Ele fitava o mar, ele estava tranquilo, bem como sua cabeça, agora.. A pesar do trauma!
– Sora... – Riku chega abraçando Sora por detrás, entregou um beijo em seu pescoço.
Riku respirou fundo e relaxou para dizer: – Eu te amo...
Assim, bem esperado. Sora sabia que agora Riku estaria mais preocupado, ele não queria falar, Sora estava tão nem aí pra falar qualquer "ai".
"Será que ele perdeu a voz?" Riku pensou. Mas continuou abraçado a Sora. – Vamos entrar, você precisa dormir. Vamos! ... Passou a noite inteira acordado!
O casalzinho não viu, mas Ansem acabara de chegar em casa, ele olhou para os dois e pensou como a vida tem lá suas mudanças drásticas...
Enfim, Riku teve que levar Sora nos braços, pois ele não queria parar de olhar o mar e ele queria entrar na água. Porém, Riku o impediu. Riku levou Sora para seu quarto e tentou fazer ele dormir, só que não conseguia. E Sora não falou um "ai" depois daquele "– Riku...". O mais velho pediu a ajuda do pai que aconselhou dar ao mais novo, um calmante e no outro dia, levá lo ao psicólogo caso ele continuasse mudo. Riku achou uma boa idéia e foi executar. Pegou 1 comprimido de calmante e um copo com água, foi apresentar ao Sora dizendo que ele deveria tomar porque não estava bem. – Vai se sentir melhor. Tome... Ele estendeu a mão com o comprimido para Sora que ignorou olhando bem nos olhos de Riku. O mais velho estava se sentindo péssimo, por ver seu melhor amigo com os olhos vermelhos, quase roxos de olheiras. Os olhos dele estavam lacrimejando o tempo todo, isso lhe passava um ar de profunda tristeza. Sora não queria aquilo. Mesmo assim, Riku ousou colocar o remédio na boca de Sora que tentava impedir, mas no fim das resistencias, Sora acabou chorando por Riku ter lhe forçado aquilo... E ainda teve que beber água deitado! Ele engasgou, mas logo melhorou. Riku então o abraçou dizendo que aquilo logo iria ter fim... Os olhos de Sora iam pesando, mas ele tentava resistir. Passaram-se 5 minutos e Sora já estava adormecido.
– Ufa! Me perdoe, Sora... Eu não quero te ver sofrer... Riku ficou de conchinha na cama com Sora e acabou dormindo também, depois de tanto pensar.
Ansem já tinha tratado dos assuntos sobre a sepultura da mãe de Sora, e queria conversar com ele em bom estado. Mas agora, ele sabe que o menino está descansando em bons braços... – Amanhã conversamos...
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