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História De Paris, com amor - Amélie e Elena - Dia ruim II.


Escrita por: CookieHanz

Notas do Autor


Hey hey hey! Segura os dois caps seguidos que vou postar aí!
Nossa Amélie tá sofrendo um cadin, mas logo logo tudo passa, né? Espero...

Capítulo 19 - Amélie e Elena - Dia ruim II.


Amélie Bouvier

 

- Olá, Amy. Faz tanto tempo.

Eu fecho a porta atrás de mim e dou dois passos à frente.

Julie está parada em minha frente com um sorriso infantil. É como se o tempo não tivesse passado. A mesma hippie. A saia longa, a blusa fininha e o casaquinho de lã. Um dread entre os cachos longos e escuros.

- O que faz aqui? – pergunto de uma vez e não me surpreendo mais com o tom gutural que minha voz adquiriu em um dia.

- Eu voltei pra cidade e precisava mesmo falar com você. – quando ela começa a falar eu começo a balançar a cabeça em negação. Julie aumenta um pouco o tom de voz, como se previsse que a qualquer momento eu fosse interrompê-la. – Eu quero muito vê-la. – ela diz e eu rio em escárnio enquanto sacudo a cabeça.

- Não. Não tenho tempo pra isso. Eu estou cansada. Meu dia foi uma merda. Eu definitivamente não tenho tempo pra isso. – eu digo sentindo cada palavra sair com raiva.

- Eu sei que já está tarde... Eu sei que deve estra cansada. Por isso vou mesmo embora. – ela abre um sorriso que deveria parecer terno, mas me dá vontade de voar em seu pescoço. – Eu volto depois quando estiver melhor. Nós precisamos conversar sobre a guarda da Cami.

Sua última frase é como um gatilho. Algo dispara e eu me vejo gritando e perdendo toda a compostura que eu já achava que não tinha mais.

- NÃO TEMOS NADA PRA CONVERSAR SOBRE A GUARDA DA CAMILLE!

- Eu vou ser eternamente grata por tudo que fez a minha filha todo esse tempo em que eu... Você não tinha obrigação. Só é a tia dela...

- MÃE! EU SOU A MÃE DELA! ELA É MINHA FILHA! MINHA FILHA!

- Eu entendo que...

- Você não tem nenhum direito sobre ela! Você foi embora quando ela ainda nem tinha duas semanas de vida! Você só deixou um maldito bilhete! E agora volta depois de quatro anos e diz que ela é sua filha? Que eu sou só a tia? Que precisamos conversar sobre a guarda?!!!! – eu estou gritando e vejo que Julie não esperava por isso. – VAI PRO INFERNO,JULIE! NÃO TEMOS NADA PRA CONVERSAR! VAI PRO INFERNO!

- Amélie...

- SAIA DA MINHA CASA AGORA MESMO! – eu abro a porta e grito. – SAI!

Vejo Julie pegar a bolsa colorida do meu sofá e passar pela porta. E então eu a bato com força.

Meu peito está subindo e descendo muito rápido, e sinto meu coração bater em minha garganta. Viro de frente pro meu pai e ele me olha.

- Vai ficar tudo bem...

- Não...

- A Cami é sua filha. Minha neta. Somos uma família e ninguém vai mudar isso.

- Ela...

- Ela não vai tirar a Cami da gente. Ela nem pode, meu amor. – sua voz é suave e é como se ele não tivesse nem um pouco abalado com a aparição repentina de Julie, e sei que ele está tentando manter o controle. – Tá tudo bem.

- Não está. Tá tudo caindo em minha cabeça. – eu deixo as palavras saírem e não consigo mais conter as lágrimas.

Meu pai atravessa a sala e me puxa pros seus braços. Eu começo a soluçar alto me sentindo cansada.

Eu não queria lidar com aquilo. Não queria lidar com August e Elena, nem com Julie. Eu só queira que tudo voltasse ao normal. Queria que tudo ficasse bem.

 

                                                                                                          ****

 

Elena Green

 

Éramos amigas desde os 15 anos, mas parecia que nos conhecíamos de berço. Éramos como irmãs apesar de sempre termos sido tão diferentes. Parecia aquele maldito enredo de filme adolescente. A garota doce, gentil, altruísta que é melhor amiga da garota irreverente e maluquinha. Sempre deu certo.

Eu sempre, sempre, sempre contei tudo pra ela e ela pra mim. Cada coisa que acontecia em nossas vidas era compartilhada uma com a outra.

Menos August.

Foi o único segredo que guardei dela. No começo isso me consumiu. Tanto por ser bizarra a coincidência, quanto por esconder isso dela. Depois fui me acostumando e realmente pensei que nunca teríamos que falar sobre isso.

- Aqui. – vejo David rodear minha cama e afastar a coberta preta antes de me estender uma caneca com chá. Seus olhos estão preocupados em mim e é compreensível. Ele me encontrou com a cara vermelha e inchada de chorar, depois de me ligar e ouvir minha voz soluçante.

Eu tinha contado a história a ele, e a falta de resposta ainda estava me agoniando. David tinha ouvido tudo e depois ido a cozinha fazer chá. Não tinha me dito nada.

Bebo um gole do chá e faço careta.

- Você não vai dizer nada? – pergunto sem conseguir olhar pra ele. Analiso minhas unhas pretas e o líquido esverdeado dentro da caneca.

- Você devia ter contado a ela antes. – ele diz e eu aperto os olhos esticando o braço pra colocar a caneca na cômoda do lado da cama.

- Me conte algo que eu não saiba agora. – não consigo evitar que minha voz soe irônica e David solta o ar.

- Elena. – ele toca minha perna e eu demoro a virar meu rosto pra olhá-lo, mas quando faço só consigo suspirar e relaxar um pouco. – O que eu disse é óbvio, mas é o que você precisa ter consciência, pra saber que vai demorar pra ela conseguir te perdoar. – ele diz com a voz calma e eu engulo em seco. – Você é a melhor amiga dela e ele é o noivo. Duas pessoas que ela confia muito e de repente descobre que escondem... isso dela. – sua voz é cuidadosa. - Tudo que a Amélie precisa agora é de um pouco de honestidade, então conte a história a ela. Seja sincera, peça perdão...

- Ela não vai querer me ouvir.

- Então dê espaço.

- Ela vai pensar besteira, David.

- E quem não pensaria? – ele pergunta e seus ombros se encolhem um pouco.

- Você tá pensando? – eu pergunto e ele sacode a cabeça. – Tá pensando que estou tendo algum tipo de caso com o August? Que estou traindo minha amiga? Que ainda sinto alguma merda por ele? – minha voz soa esganiçada.

- Não tenho que achar nada, Elena. Isso não é da minha conta.

- Não tem... É não tem... – eu me sinto nervosa de novo. Levanto da cama e passo a mão no cabelo.

- Não é da minha conta porque você não quer que seja. – David completa e eu rio. Rio irritada. – E só dá pra pensar que você não quer porque continua magoada com esse cara que te feriu no passado. Que agora sabemos que é o August. Então droga! Você ainda sente alguma coisa por ele sim.

- Não!

- Pode não ser atração ou algo que te leve a trair sua amiga, mas sente. Mágoa, raiva, rancor... Qualquer coisa que te leve a ser assim, Elena!

- Assim como? Problemática? Maluca? É David, eu sou! É por isso que eu não deixo ser da sua conta. Você não quer isso de verdade.

 - Pare de dizer o que eu quero! – ele berra vindo pra minha frente. Está exasperado e bravo.

- Você nunca vai conseguir me apresentar a sua mãe, David! E se conseguisse ela nunca me aceitaria! Eu só estou facilitando as coisas pra você, droga! – eu grito sabendo que não vai fazer sentido pra ele. Sinto lágrimas quentes encherem meus olhos.

David enfia as mãos nos cabelos e sei que está bravo de verdade.

- Estou apaixonado por você, Elena! – ele grita e eu paro. – Eu não devia, mas estou! Eu tentei não gostar de você. Tentei pensar que era só beijo, sexo, abraço, mas... Não... Eu quero tudo com você! E sei que sou um idiota por isso. Porque... É, você tem razão! Você é bem problemática, cheia dessas suas mágoas e medos que insiste em guardar. E é bem maluca também. Mas o que eu posso fazer? Estou apaixonado por essa Elena. – ele aponta pra mim e solta o ar com força como se estivesse cansado. - Estou apaixonado por você.

Não consigo falar nada, só sinto meu coração bater muito forte. E aumenta o ritmo, quando David me olha sério. 

- Tem uma chance estratosférica de eu sair machucado dessa história, mas se você me disser que tem uma chance de você tentar...

- Não quero machucar você. – eu digo e ele dá um passo em minha direção. – Eu não quero me machucar, David. Não de novo. Não do mesmo jeito.

- Me deixa cuidar de você, El. – ele fala de repente e eu não consigo deixar de pensar no quanto ele fica bonito com a luz da minha janela refletindo em seu rosto. – Me deixa te provar que vai ser diferente. – Suas mãos encontram meu rosto e eu fecho os olhos.

David me faz sentir em casa. Segura. E eu sei que estou vencida. Não posso lutar contra aquilo.

- Eu deixo. – murmuro abrindo meus olhos. David sorri e encosta sua testa na minha.

- Converse com a Mel. Seja honesta. Peça perdão. Dê espaço... Eu sei que vai dar tudo certo. – ele diz enquanto encosta seu corpo no meu e escorrega suas mãos dos meus ombros pras minhas mãos.

- Me desculpa por ser tão idiota.

- Não desculpo. – ele diz e eu franzo o cenho. – Porque sei que vai continuar sendo. – ele brinca e eu reviro os olhos numa careta. – E eu te adoro assim mesmo. Idiotinha. – ele murmura com a boca perto da minha. Eu abro um sorriso.

- Idiota.

Suas mãos puxam as minhas pra cima e as enlaça em seu pescoço. Eu suspiro quando ele beija minha boca.

Eu só precisava consertar as coisas com minha melhor amiga. E então tudo estaria perfeito. 


Notas Finais


O que acharam desse momentinho fofo do David e da El? E estão com saudade do nosso uruguaio? Prometo que a saudade acaba no próximo cap. ;)
Não esquece de comentar, tá?


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