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História De Paris, com amor - Amélie e Cavani - Antes de começar.


Escrita por: CookieHanz

Notas do Autor


Foi mal, galera. Não me odeiem.

Capítulo 24 - Amélie e Cavani - Antes de começar.


Fanfic / Fanfiction De Paris, com amor - Amélie e Cavani - Antes de começar.

Amélie Bouvier

Minha vida sempre tinha sido relativamente fácil, mas eu precisava admitir que os últimos cinco anos vinham sendo no mínimo desafiadores.

Eu tinha tido que crescer e ser responsável por uma menininha que eu tinha que proteger. Eu não pensava mais só por mim, mas por ela também. Cada passo que eu dava, antes era estudado pra saber como impactaria a vida de Cami.

E meu maior dilema agora era esse.

Meu coração estava em frangalhos minúsculos. Edi não saía um só segundo da minha cabeça. Ele tinha me ligado dezenas de vezes nas últimas horas e eu não tinha conseguido atender. Se eu falasse com ele não conseguiria pensar direito.

Eu ficava recordando cada segundo do lado dele. Desde que o conheci. Cada risada, cada conversa. Tentei encontrar o momento exato em que parei de vê-lo só como o ídolo da minha filha ou o pai do melhor amigo dela. Mas não acho. Não consigo encontrar. Só vejo e revejo cenas de cada momento bom junto e sinto meu coração ficar menor.

Porque tem August. Sempre teve ele. Me sinto uma traidora agora que sei que estava pensando em outro homem enquanto estava com ele. Eu havia cancelado o casamento e corrido pra outro homem. E esse homem não abandonava meus pensamentos. Mas August também estava lá. O cara que eu tinha decidido casar. Que adorava minha filha.

Depois de presenciar a cena da Sra Dupont com Cami tudo tinha ficado ainda mais difícil. Como poderia afastá-la daquilo? Cami adorava aquela mulher e amava August também. Era o cara que esteve nesses últimos anos com ela. Provavelmente a figura paterna que ela nunca teve de verdade.

Nós tínhamos uma história. Não tínhamos nos conhecido ontem. Eu não podia abandonar aquilo por um sentimento tão novo e incerto, podia?

Mas por outro lado...

O som da campainha tocando me faz despertar das minhas divagações e eu coloco a xícara de café de lado pra atender. Elena e Cami ainda dormem e eu abro a porta antes que a campainha as acorde.

- Oi. – como se tivesse lendo meus pensamentos, August está parado em minha porta.

- O-Oi. O que tá fazendo aqui? – franzo o cenho e ele encolhe os ombros.

- Não consigo ficar em casa sabendo que estou te perdendo. – ele quase sussurra e eu engulo em seco. – Eu sei que você deve estar questionando cada coisa que vivemos, e pensando se deve seguir com isso. – ele diz e eu o olho. – E eu digo sim. Sim. Nós construímos o que somos hoje, Amy. Nós sonhamos com isso. Eu sei que bom... Você provavelmente quer pensar sozinha. Mas eu não posso deixar você cogitar desistir da gente. – ele sorri e segura meu rosto com uma das mãos. – Eu te amo. Não desiste da gente. Não desiste do nosso casamento. – ele pede e eu mordo o lábio antes de ver Cami surgir na sala.

- Tio Gus! – ela sorri pra ele e ele se afasta de mim pra pegar minha filha no colo.

- Oi meu doce. – ele beija sua bochecha e ela sorri.

- Senti saudades.

- Eu também estava com muitas saudades.

Eu observo os dois e sei que não tenho mesmo escolha. Não posso abandonar aquilo. Não posso dizer não pra um futuro construído em anos. Não posso desistir da segurança pra minha filha...

August me lança um sorriso e eu assinto pra ele antes de sussurrar.

- Diz pra sua mãe não cancelar nada.

Ele abre um sorriso e se inclina pra me beijar, com Cami entre nós.

Meu coração é uma bolinha pequena e amassada agora, e eu repito pra dentro de mim que essa era coisa mais certa a se fazer.

 

Edinson Cavani

- Ela não me atende. – eu enfio as mãos nos cabelos depois de jogar o celular na cama. David sacode a cabeça e se deita de costas.

- Esquece isso. Voltamos amanhã de manhã.

- Tem alguma coisa errada, David! – eu digo andando de um lado a outro. – Tem uma maldita semana que não consigo falar com ela. Depois daquela noite... – eu sacudo a cabeça lembrando de tudo.

Cada piscada que eu dava era pra pensar nela. Eu mentalizava cada beijo, cada toque, cada abraço, a sensação de seus cabelos em meus dedos... Tudo pra matar a saudade e angústia que o silêncio dela estavam me provocando.

- Nós voltamos amanhã e vocês conversam. – David repetiu a mesma frase que ele passou a semana me dizendo.

Revirei os olhos e passei a mão no rosto me deitando no colchão. Eu sentia um aperto insuportável no peito, como se alguma coisa não estivesse no lugar. Não era aquilo que eu queria sentir. Não depois daquela noite. Não depois de saber que ela gostava nem que fosse um pouco de mim. Não... Ela não podia estar me ignorando... Alguma coisa tinha acontecido com seu celular.

- Você pode perguntar a Elena onde ela está? – eu pergunto a David que bufa.

- Elas ainda não... Não voltaram a se falar. – ele murmura e eu solto o ar derrotado. – Amanhã, cara. Amanhã a gente volta.

David diz e por algum motivo que desconheço eu não consigo suportar o tom da sua voz.

 

                                                                                                             ***

- Festa no Olimpo hoje pra comemorar a vitória! – Zlatan fala quando o ônibus estaciona no CT e todo mudo grita em resposta. Eu levanto do banco e me direciono pra saída.

- Ei cara! Cê não vai? – Lavezzi pergunta e eu nego com a cabeça.

- Preciso dormir um pouco, cara. – digo em resposta e desço do ônibus. Ando pelo estacionamento a procura do meu carro e antes que eu chegue nele escuto David me gritar.

- Cara, vamo pra festa do Ibrah. – ele diz e eu sacudo a cabeça em negação, jogando minha mala no banco traseiro. – Mas...

- Eu tenho que falar com ela ou vou ficar maluco. – eu digo e David solta o ar com força antes de passar as duas mãos nos cabelos.

- Cara.

- O que? Porque parece que cê tá me escondendo alguma coisa desde Dubai? – pergunto e ele sacode a cabeça antes de falar.

- Ela vai casar, cara. – ele diz e eu sacudo a cabeça em negação.

- Ela cancelou o casamento. – David sacode a cabeça e me olha quase com pena.

- Ele pediu de novo e ela aceitou.

- Ela não...

- Elena me contou há quatro dias. – eu paro de falar e encaro David sem acreditar. – Não queria que você ficasse ainda mais... Perturbado com isso. – eu balanço a cabeça e dou a volta no carro. - Aonde você vai?

- Vou falar com ela!

- Cara! Não faz isso! – ele berra e bate no vidro depois que eu entro no carro.

- Cala a boca, David! – eu digo e ele bate de novo insistindo. Eu abaixo a janela e ele enfia a cabeça pra falar.

– Você é doido. – reviro os olhos. - Elena acabou de falar que elas estavam indo pro tal ateliê de noivas. – eu franzo o cenho e ele murmura encolhendo os ombros. – Parece que é a última prova do vestido.

Eu engulo em seco e assinto arrancando com o carro.

Ela não podia ter aceitado casar com ele de novo. Não depois de tudo. Ela teria que olhar bem nos meus olhos e dizer que ia se casar com ele.

Acelero em direção ao ateliê que tínhamos ido no outro dia e quando paro em frente, vejo a minivan estacionada na frente. Bato a porta do carro e corro pra dentro da loja. Uma mulher morena me abre um sorriso.

- Preciso falar com Amélie. – eu digo um pouco alto.

- Senhor...

- Cavani? – vejo Elena vir em nossa direção com o cenho franzido.

- Elena. Onde ela está? – eu pergunto meio ofegante e não sei se tô maluco, mas vejo a ruiva sorrir.

- Provando o vestido lá atrás. – ela aponta e eu sigo. Ouço a morena me chamar, mas também escuto Elena dizer que tá tudo bem. Praticamente corro para o salão nos fundos onde tem um provador com uma cortina dourada enorme fechada. Abro uma fresta com a mão e entro sem nem me certificar que era mesmo ali que ela estava.

Era.

Amélie vira assustada em minha direção. Os cabelos rebeldes ao redor do rosto, o vestido tão incrível em seu corpo como da primeira vez que vi...

- Edi... – sua voz sai num suspiro de surpresa e eu saio do transe que é vê-la, dou dois passos pra acabar com o espaço entre a gente naquele provador.

- Você disse sim pra ele? – eu pergunto. Minha voz soa uma oitava acima do normal e Amélie aperta os olhos. – Você não quer casar com ele.

- Edi, por favor. – ela pede num gemido e eu sacudo a cabeça em negação.

- Eu guardei tudo que eu estava sentindo por você em respeito ao seu noivado. Você era uma mulher comprometida e que não sentia nada por mim... Eu tinha que respeitar. Mas aí acabou. Acabou e você... Você me mostrou. Você enfim mostrou que sente alguma coisa por mim. – eu seguro seu rosto entre as mãos e ela aperta os olhos de novo.

- Não... Eu não posso. Nós... Eu e August... Temos uma história. São anos. Não posso... Não posso acabar com isso por um sentimento... Confuso.

- Não tem nada confuso. – eu digo sentindo meus olhos encherem. - Eu te amo, Amélie. – é a primeira vez que eu digo e eu nunca tive tanta certeza. Seus olhos se abrem e pousam em mim. Aquele mar castanho me encara. – Eu amo você. – uma lágrima escorre por sua bochecha e eu a afasto com o polegar.

- Edi... – eu adoro, adoro, adoro o jeito que meu nome sai da sua boca. – Eu não posso...

- Você pode.

- Não, Edi. Vou me casar em quatro dias.

- Não... – eu sacudo a cabeça e puxo sua nuca em minha direção. Meus lábios encontram os seus, vorazes.

Sugo seu lábio inferior e entrelaço meus dedos em seus cabelos. Amélie segura meus ombros, mas não me afasta. Ela leva as mãos até meu pescoço e retribui o beijo, com vontade. Sinto seus dedos repuxarem os cabelos da minha nuca e isso me arrepia. 

Ela me quer. Eu sei que quer.

Mas então ela segura minhas mãos que ainda estão ao redor do seu rosto e tenta me afastar devagar. Eu colo nossas testas. Ela está chorando e eu odeio vê-la daquele jeito.

- Me desculpa. Eu não posso. – ela sussurra e eu sacudo a cabeça.

- Amélie...

- Me desculpa por ter feito aquilo... Por ter ido atrás de você... Por ter...

- Não! Não se desculpe por isso. Eu esperei tanto... – eu digo com a testa na sua.  

- Não faz assim... Eu não posso... Você tem que ir agora. Por favor. Por favor. – ela pede e mais lágrimas escorrem por sua bochecha. Eu sacudo a cabeça em negação ainda segurando suas mãos entre as minhas.

- Amélie...

- Por favor...

Dou um passo doloroso pra trás e solto suas mãos devagar. Não sei quando comecei, mas também estou chorando. Vejo agora meu reflexo piedoso no espelho atrás dela e passo a mão no rosto derrotado.

- Você é a coisa mais linda que já vi na vida. – eu digo baixinho não conseguindo ignorar o quanto ela fica incrível naquele vestido e isso a faz chorar ainda mais. – Eu só quero que saiba... Que eu amo você. Eu queria ter dito antes. Queria ter tido uma chance...

- Edi... Por favor. – ela soluça e isso me parte ao meio.

- Não chora... Só seja feliz, Amélie. – eu ouço minha voz dizer, mas não sou eu mesmo que falo. Amélie aperta os olhos e eu fungo dando outro passo pra trás. – Seja feliz, por favor. – eu sussurro antes de dar as costas e sair de uma vez.

Não tem mais nada inteiro em mim quando eu saio, e sei disso pelo jeito que me olham. Elena tem uma cara de pena no rosto e as outras funcionárias também. Eu passo direto por elas e entro no meu carro porque não posso mais estar ali.

Por que não há nada que eu possa fazer.

Acabou. Antes mesmo de começar. 


Notas Finais


Não me matem. Amo vocês! Volto logo. <3


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