1. Spirit Fanfics >
  2. De Paris, com amor >
  3. Amélie e Cavani - Noite longa.

História De Paris, com amor - Amélie e Cavani - Noite longa.


Escrita por: CookieHanz

Notas do Autor


Gente, fala sério, cês são uns amorzinhos. Tô adorando que já tem uma galerinha sensa por aqui. Muitíssimo obrigada pelos favoritos e comentários. Aí vai mais um capzinho pra agradecer. ;)

Capítulo 4 - Amélie e Cavani - Noite longa.


Amélie Bouvier

 

Um arrepio percorre minha espinha e eu tento abrir os olhos. Não sei se estou dormindo ou se estou acordada e isso me deixa agoniada. Mais um arrepio e eu murmuro. Acordada ou sonhando, eu me escuto murmurar.

- Estou dormindo (?) – minha voz está uma droga. Uma risadinha preenche meus ouvidos e eu escuto um estalo seguido de outro arrepio que agora desce e eriça os poros das minhas pernas.

- Você está dormindo? – é a voz de August.

Abro os olhos e visualizo meu abajur ligado, o relógio marca três e quarenta da madrugada. Eu resmungo e me viro, encontrando os olhos azuis em mim. Ele sorri apoiado de lado em um braço.

- Desculpa por te acordar. – ele praticamente sussurra.

- Não... Tudo bem... Estou com saudades. – eu murmuro e afasto a coberta pra puxá-lo pra perto. Minha mão vai em sua camisa e eu o puxo, fazendo-o cair mais perto de mim. Meu sono vai embora de repente e eu ouço sua risadinha abafada que precede o momento em que num movimento rápido eu me viro e fico em cima dele, com uma perna de cada lado do seu corpo. Ele continua rindo divertido e eu toco sua nuca e beijo seus lábios.

- Então você está com saudade... – ele sussurra entre o beijo, apertando minha cintura sob minha camiseta.

- Namorar um médico tem lá suas desvantagens. – eu murmuro com a voz rouca demais e ele beija meu pescoço, causando um arrepio frio.

- Está reconsiderando virar a Sra. Dupont, é? – ele pergunta e eu mordo seu lábio inferior com um sorriso.

- Não... Sem chance. Namorar um médico também tem suas vantagens. – digo e ele ri baixinho.

- Tipo o que?

- Tipo saber anatomia muito bem. – murmuro enquanto desço minhas mãos pra barra de sua camisa, e ele ri e vira nos mudando de posição antes que eu consiga tirá-la. August fica de joelho na cama, entre minhas pernas. Seu sorriso é quase infantil quando ele puxa a própria camisa e a tira pela cabeça. Levanto meu tronco e fico de joelhos também, agarrando seus ombros.

- Amy... – sua voz soa rouca em minha nuca e eu suspiro sentindo suas mãos tatearem minha pele por baixo da minha camisa. – Eu...

- Mamãe! – a voz de Cami do outro lado da porta nos faz parar.

Fico estática por uns segundos antes de rir baixinho. As mãos de August ficam mais firmes em minha pele e eu o ouço rir.

- Oi meu amor! – eu respondo ainda sem sair do lugar.

- Não consigo dumi. – sua voz soa manhosa e eu sorrio me afastando de August para olhá-lo. Ele sorri ainda ofegando.

- Namorar mãe de criança de três anos tem lá suas desvantagens. – eu sussurro e dou um selinho em seus lábios, antes de me afastar e descer da cama. August ri e veste a camisa.

- Tem suas vantagens também.

- Tipo o que? – pergunto com a mão na maçaneta e ele pisca pra mim.

- Você vai me mostrar assim que ela dormir de novo. – ele diz malicioso e eu rio abrindo a porta.

- Oi meu amor. Vem cá com a mãe. – eu me abaixo pra pegar Cami no colo e a levo pra cama, onde August está deitado. Cami sorri pra ele.

- Oi tio Gus. – ela murmura e ele estende as mãos para pegá-la. Cami vai pra ele, e deita em seu peito.

Eu o vejo conversar com ela e me deito ao seu lado também.

Sou uma garota de sorte. Eu sei disso. Apesar de todas as coisas que já aconteceram, e o bando de questionamentos que eu já fiz a Deus... Agora eu sei que sou uma garota de sorte. Eu tenho tudo bem aqui na minha frente. Um cara legal que me ama e ama minha filha linda. O que mais eu poderia querer?

 

                                                                                                     **********

São sete horas da noite e eu guardo o celular na bolsa depois de falar com Cami e Kessy, a babá que sempre cuidava dela quando eu precisava sair.

Ajeito meu vestido preto e afasto do rosto um cacho solto que desprendeu do coque. Volto para o restaurante e vejo Elena fingir um sorriso pra um cliente que eu tenho certeza que fez algum comentário inconveniente pra ela. Eu sempre me controlo com os comentários e as cantadas, mas Elena fica por um fio.

Ela me vê e vem em minha direção. Seus cabelos vermelhos estão presos em um rabo de cavalo bem feito e sua maquiagem é impecável. Eu sorrio.

- Você está linda. Como sempre. – eu digo e ela assente.

- O safado metido a granfino da mesa do canto já me disse isso.

- Não liga pra isso. – digo e ela sacode a cabeça.

- Vince vai ter que me dar um extra muito grande. Já viu a quantidade de fotógrafos aí fora?

- Fotógrafos? – eu franzo o cenho e ela me encara.

- Você não sabe. – não é uma pergunta. – Quando Vince disse que teríamos um “time de futebol” aqui ele não estava brincando.

- Como assim?

- Os jogadores do PSG vêm jantar aqui hoje. – ela diz brava e eu abro a boca.

- O- O que? Como... Como ele não... Ele... Meu Deus... Vince é maluco?!

- Ele me fez passar a tarde contratando mais seguranças e emitindo notas pra imprensa. Sem falar na quantidade de reservas que eu tive que reprogramar só porque ele não soube dizer que o restaurante estava lotado demais pra receber um time de futebol.

- OK. O que jogadores do PSG querem jantando num restaurante como o Tous L’Arts? Sem querer parecer preconceituosa. – eu dou de ombros e Elena sacode a cabeça.

- Parece que Vince virou de repente o melhor amigo do técnico, Laurent Blanc, que gosta de arte e que resolveu promover um jantar com seu time aqui. – Elena solta um longo suspiro. – Mas tudo bem. Eu estou calma e vou aguentar esses jogadores, e a imprensa, e o Vince. Tá tudo bem.

- Relaxa, vai dar certo. – eu digo e rio. – Camille morreria se soubesse disso.

- Só pensei nela quando soube. – Elena ri. – Você pode receber eles? Com o humor que eu tô é capaz de eu mandar o tal do Blanc pros infernos. – ela bufa e eu rio.

- Deixa comigo. – eu olho meu relógio de pulso. – Vou lá pra baixo, já tá na hora.

Desço as escadas para o salão, e vejo um pequeno aglomerado. Homens bem arrumados nos bancos e poltronas do salão de espera. Reconheço rostos de alguns jogadores e penso em Camille de novo com um sorriso. Meus pensamentos são dissipados quando ouço risadas altas. Me viro para a direção e vejo uma rodinha em frente ao mural de Picasso.

Um dos homens na rodinha sorri e aponta para o quadro.

- Sério! Não entendo como quadros como esse podem valer tanto! Não dá pra entender nada! São só... Um monte de coisas aleatórias. Cabeças de bicho, de gente, tudo misturado. – ele aponta e faz uma careta. Eu aperto os dedos e ando em direção ao grupo. – Meu filho de cinco anos faz isso! São só rabiscos! – ele diz e eu sorrio.

- Não são rabiscos. – digo antes que eu queira me reprimir. Os olhos dos cinco homens da rodinha se voltam para mim, mas eu encaro só o que falava antes. – Essa é uma obra de Pablo Picasso. Uma das pinturas mais importantes da arte cubista. – eu digo e chego mais perto, apontando para o quadro. - Esse quadro denuncia o bombardeio da cidade basca de Guernica pelas aviações nazistas. Retrata toda a violência, medo e o sofrimento de um povo. É só olhar com sensibilidade e vai perceber. – Os homens olham de novo para o quadro e então para mim. – Mas se ainda assim acha que seu filho pode fazer algo parecido, eu sugiro que invista nele. Quem sabe não teremos um quadro dele pendurado aqui, daqui a uns anos, Sr. Cavani. – eu sorrio e ele me encara com a boca um pouco aberta.

Ouço as risadinhas soarem de novo, e meneio um pouco a cabeça. Um homem um pouco mais velho do que os jogadores surge no meio da roda e sorri pra mim estendendo a mão.

- Sou Laurent Blanc, é um prazer estar aqui. – ele diz com um sorriso de que ouviu meu discurso anterior. Eu sorrio e aperto sua mão.

- Seja bem vindo, Sr Blanc. O prazer é nosso por tê-los aqui hoje.

- Seu conhecimento sobre arte me parece vasto. – ele comenta e eu sorrio sentindo minha bochecha esquentar um pouco.

- Ainda tenho muito que aprender. – ele assente com um sorriso. – Me perdoem por terem que esperar. – eu digo e ele sacode a cabeça em negação. – Meu nome é Amélie, espero que apreciem o lugar e o jantar esta noite. – falo cordialmente antes de olhar para o lado onde Cavani me encara com um sorriso. – Me acompanhem. – eu digo e sorrio pra mim mesma.

Algo me diz que vai ser uma longa noite. 

 

Edinson Cavani

 

Eu a conheço de algum lugar. É tudo o que eu penso depois que ela me dá uma aula de arte e me coloca no meu lugar de leigo. Eu com certeza a conheço de algum lugar.

- Ela te destruiu. – Zlatan fala perto de mim enquanto subimos as escadas e David ri.

- Eu a conheço de algum lugar. – murmuro.

- De onde? – David pergunta.

- Não sei. – digo observando a mulher andar à nossa frente acompanhada de Blanc que sorri conversando com ela.

- Ela não tem um rosto muito comum. – David diz e eu assinto.

- Por isso tenho certeza que já a vi antes.

- Tente se lembrar antes da noite acabar. – ele diz rindo. – Vai ser uma longa noite. Ó só a cara do Lavezzi. – ele diz e aponta, e eu rio do argentino que encara as pernas dela.

Ela nos mostra nossa mesa enorme perto das janelas com uma vista incrível de Paris e sugere um vinho.

- Qual o seu nome mesmo? – Lavezzi pergunta sentado em minha frente e eu ouço David rir do lado de Zlatan.  

- Amélie.

- Amélie. – ele repete e sorri de um jeito que faz todos na mesa rirem. Amélie sorri educada e pede licença antes de sair.

- Controle-se Ezequiel. – Blanc diz com um sorriso de lado no rosto.

O vinho chega e um homem começa a tocar piano no canto do salão. O lugar é realmente bom. Tudo impecável. Vinho, comida, ambiente, música... Não sei como ainda não tinha ouvido falar de lá.

Meus olhos caem em Amélie pela trigésima vez na noite e eu amaldiçoo minha péssima memória por não me lembrar dela. A sensação de familiaridade é tão grande que não consigo simplesmente desviar o olhar. Ela anda pelo salão e vai de mesa em mesa, conversando com os outros clientes. Um sorriso grande no rosto. Os cabelos cacheados estão presos em um coque frouxo, e alguns cachos soltos emolduram seu rosto. Sorrio antes de ver David jogar o guardanapo de pano em mim.

- Ai caramba. – reclamo e encaro David que me encara malicioso. Verrati, Max e Zlatan estão entre nós dois, e eu uso isso pra fugir do seu olhar.

- Gostou dela não foi?! – ele diz rindo se inclinando sobre a mesa pra me olhar, sem se importar com os três entre nós, e eu reviro os olhos.

- Eu não disse nada.

- Você não tira os olhos dela. – Verrati diz e eu bato em sua cabeça com o guardanapo que David tinha jogado.

- Cala a boca, italiano. – faço uma careta e ele ri. - Só queria lembrar de onde a conheço. – digo numa tentativa de fazer David parar de me encher.

Ele é do time “Arranja uma namorada, Cavani”, criado por Emily.

- Porque não fala com ela e pergunta? – Max fala tentando não rir das palhaçadas de David e eu sacudo a cabeça.

- É a mulher da coletiva de imprensa. – Zlatan diz antes de beber um gole do seu vinho.

- O quê?

- A mãe da pequena que invadiu a sessão de autógrafos na semana passada. – ele diz tranquilamente antes de rir de lado. – Cérebro de merda de vocês. Estava esperando pra ver se alguém lembrava, mas parece que só o Zlatan aqui tem uma memória útil. – ele bufa e eu olho de novo pra Amélie do outro lado do restaurante.

- É ela mesmo. – David diz.

- A mãe gostosa. Como não lembrei? – Lavezzi que estava escutando a conversa fala e olha pra trás, na direção de Amélie.

Lembro-me da pequena e do dia e sorrio. Emily adoraria ouvir essa história. Pego o celular do bolso e ligo a câmera. Tento tirar uma foto disfarçadamente, mas ela está muito longe. Zlatan se estica, toma meu celular e tira uma foto sem se preocupar se alguém viu, e depois me devolve o celular.

- O que pretende fazer com isso? – Lavezzi faz uma cara maliciosa e eu reviro os olhos.

- Não seja idiota. – eu rio.

Envio a foto pelo whatsapp pra Emily, com a legenda “Olha quem está aqui no restaurante.”.

A resposta vem dois minutos depois.

Emy Kadarshian :  LOU!!! *O*

Eu rio e respondo.

Cavani : Amélie. O nome dela é Amélie. E ela é hostess aqui.

Emy Kadarshian : Fale com ela!

Cavani : Não.

Emy Kadarshian : É bom você ter uma história ótima pra me contar hoje quando sair daí, Edinson!

Não respondo mais. Enfio o celular no bolso e vejo Elena, a mulher que intercalou com Amélie nos atendendo, parar ao nosso lado na mesa. A ruiva pergunta se está tudo bem e Lavezzi come ela com olhos também. Vejo David sorrir mais que o normal, daquele jeito maroto de quando ele está tentando impressionar. Eu rio e chamo a atenção dele.

- Parece que você também gostou de alguém. – eu debocho e ele arqueia uma sobrancelha.

- Então você admite que gostou da loira. – ele debocha de volta e eu rio virando a cara.

- Dois patetas. Se estão tão interessados porque não pedem os números delas? – Zlatan arqueia uma sobrancelha.

- Não estou interessado. – digo e ele, Verrati, Max e David bufam.

O jantar acaba e nós começamos a levantar. Laurent acompanha a ruiva que diz levá-lo até um tal de Vince e nós nos dirigimos pra escada. Meus olhos correm pelo salão involuntariamente, mas eu não a vejo. Seguimos rindo com as piadas de Lavezzi para o andar de baixo.

- Se eu soubesse que eram tão gatas tinha vindo antes. Arte nunca foi tão interessante como agora. – ele diz com a mão no peito. Nós rimos alto.

Quando descemos para o salão de entrada novamente eu ouço Lavezzi sibilar apontando Amélie com o queixo no salão de entrada.

- Vejam como o Pocho aqui faz. – ele sussurra antes de andar mais rápido até ela.

Amélie se despede de um grupo de pessoas. Seu sorriso é muito sincero, e as pessoas parecem muito confortáveis com ela. Eles vão embora e nós terminamos de descer a escada, vendo Lavezzi se aproximar dela. Ele segura uma mão de Amélie entre as suas e sorri.

- Obrigado pelo jantar. Estava tudo maravilhoso.

- Que bom que gostou. – ela sorri educada fazendo aparecer duas covas nas bochechas que a deixam mais angelical, eu sorrio.

- Ah, eu gostei. – ele diz e Zlatan sacode a cabeça do meu lado. – Todos esses quadros... Tão interessantes. A arte é realmente muito fascinante. – ele diz e eu reviro os olhos. – Confesso que não entendo muito, mas talvez a gente possa sair qualquer dia desses pra você me falar um pouco sobre.

- Não acredito que ele disse isso. – Thiago murmura e David ri se divertindo.

- É muita cara de pau.

Amélie meneia a cabeça um pouco.

- Se interessa por arte, Sr Lavezzi?

- Não sabe o quanto. – ele fala com a voz muito muito carregada de duplo sentido, e David quase treme tentando conter uma risada.

- Isso é ótimo. – Amélie diz e faz um sinal pra que ele espere, enquanto ela se vira e pega um papel e uma caneta no balcão perto deles, Lavezzi faz uma cara sacana de ‘eu consegui’ pra nós e eu não acredito.

- Não acredito que ela caiu nessa. – Zlatan diz. – Achei que fosse inteligente.

Sacudo a cabeça e vejo-a anotar alguma coisa no papel antes de estendê-lo para Lavezzi.

- Esse é o número de uma escola de arte aqui em Paris. Eles estão com uma turma ótima para iniciantes, e nem precisa ter feito nada relacionado à arte antes. Vão começar na semana que vem. Devia assistir umas aulas, eles podem te ensinar muito mais do que eu.  – ela diz com um sorriso e Lavezzi murcha com o papel na mão.

David não aguenta e solta uma gargalhada que ecoa por todo o salão, e nós o acompanhamos. Amélie vira pra gente e franze o cenho, e eu não sei se ela não entendeu mesmo ou se está se fazendo de desentendida, mas ela sorri de lado. E eu sorrio ainda mais. Esperta. Garota esperta.

- Gostei dela. – Zlatan diz pra mim e eu franzo o cenho fazendo-o rir. – Só estou dizendo. Não seja bundão. Fale com ela. – ele fala e vai em direção a Amélie e a cumprimenta. Eu espero um pouco antes de sacudir a cabeça e andar até ela que já está saindo do meu campo de visão.

- Ei! – eu a chamo e toco seu braço. Ela se vira pra mim e eu demoro um pouco pra falar alguma coisa.

Seus olhos são muito muito castanhos. É marrom amendoado num tom que eu nunca vi.

- Oi? – ela sorri e eu sacudo um pouco a cabeça com um sorriso.

- Você é a mãe da Cami, certo? – eu pergunto e ela franze um pouco a testa.

- Você lembra?

- Como esquecer a princesa que gosta de futebol? – eu digo e ela ri. De um jeito engraçado. O nariz franze e ela faz uma careta divertida. Eu sorrio também.

- Ela é louca por você. Acho que você percebeu. – ela diz e eu assinto. – Ela vai pirar quando eu contar que você estava aqui hoje.

- Manda um beijo pra ela. – eu digo e ela assente.

- Vou mandar. Acho que as pessoas vão ter que ralar pra dar um presente de aniversário melhor que esse pra ela. – ela ri e eu meneio a cabeça.

- É o aniversário dela?

- Não hoje. No sábado, mas ela vai lembrar disso pro resto da vida. – ela diz afastando um cacho solto do rosto.

- O aniversário dela é no sábado. – eu digo e ela assente.

E então eu tenho uma ideia, e antes que eu possa desistir eu falo.

- Tem jogo do PSG no sábado. Contra o Lyon. Cê podia levar ela. – eu digo e ela me encara com a boca um pouco aberta. – Me dá seu número, aí eu te falo como vou mandar os ingressos.  

- Cê tá falando sério? – ela me encara e eu rio.

- Sim.

- Ai meu Deus. Cami vai surtar. Uma criança de três anos não pode enfartar né? Porque não posso perder minha filha por sua causa. – ela bate em meu braço e eu rio mais com seu jeito espontâneo. – Desculpa... Eu... Só... Desculpa. – ela sorri sem jeito.

- Tudo bem. – eu digo, e ela se estica pra pegar outro papel no balcão. Ela anota seu número e me entrega o papel dobrado. – O jantar... Foi ótimo. Esse lugar é realmente maravilhoso.

- Que bom que gostou.

- Sim, é...

- Amélie, querida! – a voz de Blanc me interrompe, e eu olho para o lado para vê-lo vir com um homem ruivo cheio de sardas no nariz ao seu lado. Os dois riem quando Blanc estende as mãos para Amélie que segura. – O jantar foi maravilhoso! Tudo incrível nesse lugar.

- Fico feliz que tenha gostado. Espero que venha mais vezes.

- Oh, claro! Quero trazer minha esposa aqui. Ela é uma amante de arte, vai ficar encantada.

- Vai ser um prazer recebê-la. Podemos mostrar o acervo a eles, sim Vince? – ela diz olhando para o ruivo que assente sorrindo.

- Mas é claro. Será um prazer.

O segurança na porta faz um sinal pra nós e Blanc assente.

- Temos que ir, nos vemos em breve. – Blanc diz e Vince e Amélie assentem.

- Até mais, Amélie. – eu digo depois de ficar um tempo só ouvindo eles. Ela sorri e assente.

- Até.

Nós saímos na companhia de alguns seguranças, e eu entro em meu carro. Antes de girar a chave eu puxo o papel do bolso da jaqueta e desdobro vendo o número escrito numa caligrafia bem arrumada acompanhado com um Obrigada!  :) xoxo,  Amélie.”.

Eu sorrio um sorriso largo demais e sacudo a cabeça, enfiando o papel na jaqueta de novo.

- Amélie. – eu murmuro e sorrio sem nem saber por quê. 


Notas Finais


Geente, não esquece do comentário maroto. Amo ocês. Até a próxima! :)
P.S.:
-> Pintura do salão do restaurante. Guernica, Picasso: http://1.bp.blogspot.com/-6NJd4F1vf9I/Te-r_XilTdI/AAAAAAAAAGE/W2Fq3R1wCb8/s1600/guernica.jpg


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...