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História De Ponta-Cabeça - Aproximação Inesperada


Escrita por: TatyNamikaze

Notas do Autor


Olá! Voltei com o capítulo 6, espero que gostem.
Boa leitura!

Capítulo 6 - Aproximação Inesperada


Fanfic / Fanfiction De Ponta-Cabeça - Aproximação Inesperada

De Ponta-Cabeça

Capítulo Seis - Aproximação Inesperada



— Excelente, turma. Por hoje é só. — o professor de física despediu-se dos alunos, liberando-os minutos antes do intervalo.

Sasuke foi o primeiro a sair e andou até seu armário, onde guardou seus livros. Sakura saiu logo em seguida, vendo-o parado a alguns metros dela. A Haruno voltou a sua atenção para o armário em sua frente e fez o mesmo.

Quando terminou de guardar suas coisas, viu Sasuke já virando o corredor, seguindo para o refeitório sozinho.

Ela estranhou o comportamento dele. Sasuke era diferente, não falava muito, não possuía amigos na sala e nem demonstrava se importar com a falta de relacionamento com os outros.

Como ele conseguia, afinal?

Sakura não era lá uma pessoa cheia de amigos, na verdade, não havia feito muitos, apenas Ino e Sai, apesar de não serem lá melhores amigos, mas, ainda assim, ela se sentia sozinha, como ele não se sentia?

Com esses pensamentos, ela seguiu para o refeitório também, já que estava com fome. Ao entrar no local, Sakura deparou-se com ele já cheio de alunos. Suspirando cansada, ela caminhou até o fundo do salão, onde um balcão com uma senhora atrás estava.

— Olá! — a menina cumprimentou, observando os lanches expostos dentro da estufa ao lado do balcão.

— Olá. O que irá querer hoje? — a senhora perguntou, sorrindo.

— Só um sanduíche natural e um suco.

Após receber seu lanche e pagá-lo, a menina caminhou com a bandeja na mão pelo refeitório lotado, onde todas as mesas estavam ocupadas. Ino e Sai não haviam ido para lá naquele dia, então, não conhecia ninguém além de…

Olhou mais para o fundo do refeitório, onde Sasuke se encontrava em uma mesa sozinho. Ela sabia que ele esperava os amigos da outra turma, a 2A, porém havia mais cadeiras espalhadas ao redor dele, cinco para ser exata, então, não teria problema, não é?

Sob os olhares curiosos de alguns alunos — o cabelo rosa não ajudava muito nisso —, ela seguiu rumo à mesa do Uchiha, que ergueu os olhos de seu sanduíche assim que a viu se aproximar.

— Oi… — cumprimentou, sem graça. — Posso me sentar aqui hoje? Está tudo cheio…

— Estou esperando meus amigos... — Sasuke disse apenas isso.

Para falar a verdade, ele não esperava que ela fosse se aproximar dele no dia seguinte e também não era muito de falar. Ergueu o olhar de volta para ela, que sorriu sem graça de novo ao dar um passo para trás, fazendo menção de se afastar.

E, estranhamente, ele não queria isso, afinal, não era sempre que alguém se aproximava do moleque rebelde que só gostava de chamar atenção — como todos diziam — e que sempre se metia em confusão.

— Mas eles ainda não chegaram, então… — apontou a cadeira em sua frente, dando de ombros.

Sakura sorriu para ele antes de sentar em sua frente, e Sasuke não soube dizer o motivo de se sentir tão estranho com aquele sorriso. Não era todo dia que alguém sorria para ele tão animadamente sem nem mesmo se importar com seu histórico de rebeldia ou sua frieza cotidiana.

De fato, ela era diferente e, naquele instante, ele percebeu que, talvez, ela pudesse se tornar alguém que ele gostasse de ter a companhia.

Sakura ajeitou-se melhor na cadeira e começou a comer seu sanduíche sob o olhar discreto de Sasuke, que, hora ou outra, mordia seu lanche e mastigava lentamente. O clima estava meio desconfortável com ambos em silêncio, tanto que Sakura ergueu o olhar após engolir outro pedaço de seu sanduíche, a fim de quebrá-lo.

— Er… Então… Seus pais reclamaram por você ter ido me levar de moto?

— Não, até que não. — o Uchiha respondeu, dando de ombros. — E, também, não ia fazer diferença mesmo.

Ela riu da expressão dele.

— Você é muito maluco. — a rosada disse, rindo.

— Você que é certinha demais. — ele retrucou, sorrindo de canto.

— Certinha? Como pode dizer que sou certinha se nem me conhece direito? — o encarou, divertida.

— Está estampado na sua cara. — ele retrucou devagar e ainda sorrindo. Estava achando graça da situação. — Você não tem cara de quem apronta ou se arrisca, nem mesmo tinha andado de moto antes.

— Como você sabia…? — ela estava surpresa.

— Eu não sabia, eu suspeitava, mas agora você me tirou a dúvida. — ele riu, atraindo a atenção dela.

Não era sempre que ele ria assim, mesmo que um pouco contidamente.

Sakura o encarou por alguns instantes, depois, deixou-se ser levada pelas risadas dele, dando um sorriso de canto.

— Certo… Talvez, eu seja um pouco assim… — disse, voltando à postura normal.

— Talvez… Vou fingir que acredito. — ele disse, voltando a comer seu lanche, observando-a comer o dela também.

Os dois não disseram mais nada sobre o assunto, pois, logo em seguida, Suigetsu, Naruto e Juugo apareceram. Os três olharam desconfiados para os dois — principalmente, por observar os sorrisos e olhares de longe — e um tanto quanto confusos.

Geralmente, Sasuke não conversava com outras pessoas na escola, apenas fora dela, quando ficava com alguma garota do bairro vez ou outra, apostava rachas com o pessoal da rua de cima da sua ou quando, infelizmente, se metia com quem não devia. Não com uma garota, que parecia uma riquinha mimada na visão dos amigos — mas muito bonita —, na mesa do refeitório da OHS.

— Podemos sentar com vocês ou estamos atrapalhando? — Naruto perguntou para o amigo, que apenas o encarou confuso.

— Podem. — apontou para as cadeiras livres.

— Eu já… Vou indo. — Sakura fez menção de se levantar.

— Pode ficar. — o Uchiha disse, dando de ombros enquanto os amigos ocupavam as outras cadeiras vagas na mesa. — Essa é a Sakura, estuda na minha sala. — Sasuke disse apenas isso, e a menina acenou em resposta para os garotos.

Os três a cumprimentaram, se apresentaram e logo começaram uma conversa animada, guiada por Naruto obviamente, que, vez ou outra, questionava a garota algo ou contava alguma aventura para inseri-la na conversa.

Era estranho para ela conversar com eles, não costumava ter tanto contato com meninos, todavia, não sentiu-se desconfortável em momento algum. Sasuke, por sua vez, não falava muito, em alguns momentos, apenas observava a conversa.

Seus amigos estavam animados demais com a presença da garota ali...

Os três, com o passar dos minutos, perceberam que ela não era como pensaram. A primeira impressão que tiveram era que Sakura era uma patricinha mimada, porém, ao conversarem com ela, perceberam que ela não era tão assim, pelo contrário, era legal e simples.

E bem bonita — observaram.

Mas o que não passou despercebido mesmo pelos olhos de Suigetsu, Juugo e Naruto era o claro desconforto de Sasuke ao ver os três conversando com a Haruno como se já se conhecessem há tempos.


. . .


— A gente percebeu o clima. — Suigetsu disse ao caminhar ao lado de Sasuke e seus dois amigos no corredor na hora da saída da escola, já que, no fim do intervalo, Sasuke e Sakura seguiram juntos para a sala e não deu para eles conversarem.

Sasuke arqueou as sobrancelhas, confuso.

— Clima? Que clima?

— Não se faça de desentendido, Uchiha, nós vimos os sorrisos. — foi Naruto quem completou, sorrindo malicioso. — Fala aí, está saindo com ela?

Sasuke o encarou ainda mais confuso.

— Saindo? Não, claro que não, Sakura e eu somos colegas de classe, só isso.

— Aham, sei… — Juugo debochou, fitando o semblante desconcertado do amigo.

— Dá para pararem com isso? Estão parecendo minha mãe. — Sasuke disse, irritado. — E a gente não tem nada a ver, Sakura é uma patricinha e muito rica, a casa dela é tipo umas seis da minha, e ela é toda certinha, não temos nada em comum.

— Ele está afim mesmo, olha isso, já sabe até como é a casa dela. — Naruto provocou, rindo e fazendo os amigos rirem. — Já foi lá então…

— Eu só dei uma carona para ela até em casa ontem de tarde. — explicou, dando de ombros.

— Então, era esse o seu trabalho de escola ontem, não é, safadinho? Está explicado… — Suigetsu retrucou, sorrindo maliciosamente.

— Sakura e eu estávamos fazendo o trabalho do Asuma lá em casa, tá legal? — ele estalou a língua, já irritado com aquela conversa sem sentido. — Por que é que eu estou perdendo meu tempo explicando isso para vocês mesmo?

Sasuke saiu andando na frente, irritado e deixando os amigos para trás enquanto achava um absurdo tudo aquilo que eles diziam.

Absurdo esse que povoou sua mente a tarde toda, impedindo-o de pensar em qualquer outra coisa.

O toque de seu celular lhe tirou de seus devaneios. Se esticando sobre o colchão na cama, Sasuke levou a mão até o criado mudo ao lado, onde o aparelho estava e, quando o pegou e viu o nome de Pain no visor, voltou com ele para o lugar.

Ignorando-o.

Ele sabia que estava brincando com fogo, conhecia a Akatsuki bem o suficiente para afirmar isso, mas ele não tinha medo. Pouco lhe importava as ameaças de Pain para que ele pagasse o que devia, assim como no passado, quando não aceitou fazer parte de seus planos.

Sasuke não se importava com os riscos, afinal, o que ele teria a perder com isso? Não é como se adorasse sua vida sem graça, cheia de sermões e comparações com seu irmão “filho perfeito”. No fundo, sabia que seu pai não se importava com ele como se importava com Itachi, Sasuke só lhe causava dor de cabeça.

Era a decepção da família, como o patriarca sempre dizia, por mais que, diferentemente de Itachi na sua idade, se saísse melhor nos estudos. Não importava o que Sasuke fazia de bom ou as notas excelentes que tirava, nada mudava o fato de que era o “filho problema”, que só sabia dar trabalho, despesa e desgosto para a família.

Bufou, cansado, fitando o teto do quarto abafado e escuro.


. . .


Eram seis e meia da manhã, e Sakura já se encontrava pronta para a aula. Trajando o típico uniforme da OHS e, no rosto, usando uma maquiagem simples, ela desceu as escadas de sua casa com a mochila nos ombros e parou na sala de jantar, onde o café da manhã estava disposto.

Jogando a mochila na cadeira ao lado, Sakura sentou-se em frente à mãe e começou a se servir com as torradas e geleia sobre a mesa, sob os olhares e sorrisos de seus pais.

— Como estão indo as aulas? Está gostando? — Kizashi perguntou animadamente enquanto saboreava a gelatina de morango com leite condensado que comia.

— Tudo bem. — Sakura respondeu, sorrindo.

— Fez amigos? — Mebuki perguntou, curiosa.

E, nesse mesmo instante, lembrou-se de Sasuke e, logo em seguida, Ino e Sai.

— Alguns. — a rosada respondeu apenas isso, voltando a tomar seu café da manhã.

— Isso é bom. — Kizashi sorriu para a menina, também voltando a tomar sua xícara de café.

— E as notas? Como estão indo? — Mebuki mudou de assunto.

— Estão boas. — a garota respondeu, sorrindo também.

— Ótimo! Espero que as mantenha assim até o final do ano.

— Eu irei. — confirmou para a mãe enquanto comia o último pedaço da torrada. — Agora, preciso ir, senão irei me atrasar.

Levantou-se da mesa e pegou a escova de dentes na mochila, correndo para o banheiro no andar de baixo e não demorou mais que cinco minutos para que a menina retornasse à mesa, pegasse a mochila jogada em uma das cadeiras e a jogasse sobre um dos ombros.

— Boa aula, filha! — Kizashi disse, sorrindo.

E Sakura sorriu e acenou em despedida para eles, saindo rapidamente em direção à sala de estar.

Passaram-se poucos minutos até que a Haruno chegasse à Otsutsuki High School, encontrando os corredores já cheios de alunos e caminhasse até seu armário, onde pegou os livros do primeiro horário. Pelo canto dos olhos, ela viu uma figura loira parando ao lado dela com uma mochila vermelha nos ombros e fechou o armário, ficando de frente para a recém-amiga.

— Olá, Ino. — Sakura sorriu ao cumprimentar a menina, que sorriu de volta.

— Olá! — a loira respondeu, animada. — Tudo bem?

— Tudo, e com você? E cadê o Sai? — perguntou, olhando ao redor e não vendo o amigo.

— Tudo bem. O Sai vai chegar depois do intervalo, ele tem que ir tomar uma vacina agora. — Ino comentou, dando de ombros.

— Ah, sim.

— Sabe, Sakura, é bom ele não estar aqui agora pois podemos conversar sozinhas. — Ino disse, com as sobrancelhas arqueadas para a amiga.

— Lá vem… — Sakura suspirou cansada.

— Você sabe sobre o que eu quero falar.

Respirou fundo.

— Sasuke.

Ino assentiu, movimentando a cabeça para cima e para baixo.

— Está rolando alguma coisa entre vocês? — ela perguntou, indo direto ao ponto.

— Não, só somos amigos. — Sakura comentou, começando a caminhar em direção à sala de aula.

— Sério que é amiga dele? — perguntou seriamente.

As duas andavam uma ao lado da outra naquele corredor já cheio de pessoas.

— Sou, Ino. Não vejo porque me afastar dele, Sasuke é uma pessoa legal.

— Eu sei que ele pode ser legal, mas só estou falando porque me preocupo com você. Não quero que ele te meta em problemas.

Sakura sorriu. Ela ficava muito grata por saber que Ino se preocupava com ela, porém não havia motivo para isso. Sasuke é um bom garoto, ela via através da máscara de frieza e indiferença que ele usava para com todos.

— Não se preocupe, ele é um pouco rebelde, mas é uma boa pessoa. — a Haruno disse, adentrando a sala de aula.

— Você não o conhece direito, Sakura, não pode afirmar com certeza. — Ino comentou, séria.

— Por que diz isso? — Sakura a encarou, confusa.

Não conseguia entender o porquê de tanta preocupação.

— Esquece. — a loira disse, respirando fundo. — Não é importante.

Talvez, ela só estivesse julgando Sasuke mal. Ele poderia ter mudado, afinal, já havia se passado mais de um ano. Sakura parecia certa do que dizia, então era possível que o Uchiha não fosse mais o mesmo.

Sakura estranhou o silêncio da amiga, entretanto, não lhe questionou, embora soubesse que havia algo ali que ela não pretendia contar.

As duas caminharam para os seus respectivos lugares assim que o sinal tocou. Sakura sentou-se perto da porta e não demorou para Sasuke passar por ela, sorrindo de canto para a Haruno, que, em resposta, deixou um sorriso mais aberto se formar nos lábios.

A aula de português ocupou o primeiro e segundo horários da manhã e a de matemática seguiu no terceiro. Os minutos correram mais rápido que de costume e, logo, o sinal de intervalo tocou, despertando-os no fim da aula.

Sasuke foi o primeiro a sair, como em todos os dias e, pouco a pouco, a sala foi se esvaziando. Sakura e Ino foram as últimas a saírem e seguiram juntas para o refeitório, onde iniciaram uma conversa calorosa sobre viagens à espera da chegada de Sai.


. . .


Algumas semanas haviam se passado, e Sasuke e Sakura estavam mais próximos que antes. Às vezes, comiam juntos no refeitório e faziam um dever ou outro na biblioteca ou dentro da sala nos tempos vagos.

Durante alguns desses momentos, Suigetsu, Naruto e Juugo estavam presentes, e eles até que se davam muito bem com a Haruno. Sakura também aproximou-se mais de Ino e Sai, não passava todos os momentos com eles para não atrapalhar o casal, portanto, apenas passava alguns intervalos na semana com eles e conversava na sala de aula.

Ela não havia feito outros amigos na sala ou na escola, assim como Sasuke, não que ele quisesse realmente isso, sabia o que falavam dele na OHS e, bem, preferia não se relacionar com outras pessoas mais do que o necessário.

E ele já estava no segundo ano, então, não demoraria a sair daquela escola e para não voltar nunca mais.


Era segunda-feira, a sala já estava lotada de alunos, todos apenas à espera da professora.

E ela não demorou...

— Arrumem-se em duplas, teremos prova surpresa agora.

Essas foram as primeiras palavras de Anko ao entrar no local, já causando uma bagunça na sala de aula, que se consistia em reclamações da avaliação surpresa e no arrastar de carteiras para a formação das duplas.

Em sua carteira, Sakura suspirou cansada. Era péssima em química, não havia compreendido muito bem a matéria que a professora passou durante as aulas, mal sabia direito o que era entalpia, como fazer aquela prova?

Sua atenção, que estava toda dirigida ao conteúdo que não entendia nenhum pouco, foi atraída por uma bolinha de papel que caiu sobre sua mesa. Sem entender bem o que era aquilo, Sakura abriu o papel, encontrando uma caligrafia familiar.

“Não vai vir?”


Estava escrito apenas aquela pequena frase entre as linhas da folha de papel amassada, sem assinatura nem mais nada, mas ela sabia de quem era. Ao virar-se para trás, encontrou os olhos ônix de Sasuke sobre si e um pequeno sorriso em seus lábios.

Sakura sorriu de volta como confirmação e levantou-se, pegando seu estojo de lápis sobre a mesa.

Sasuke não entendia muito bem por que mandou aquele papel, fazer a prova sozinho ou em dupla dava no mesmo para ele, afinal, ele sabia a matéria, havia prestado atenção nas aulas acima de tudo, porém ele gostava da companhia de Sakura nesses minutos dentro da sala de aula, fazia-o sentir-se menos deslocado em meio aquele pessoal desconhecido.

Sakura colocou uma carteira ao lado da mesa dele e sentou-se, sorrindo.

— Pensei que não vinha. — ele revelou enquanto rabiscava o canto da mesa com um lápis.

— E por que eu não viria? Sou sua amiga, não? — ela respondeu.

Resposta essa que deixou-o sem fala, surpreso.

— Me considera um amigo? — perguntou.

Não esperava que ela lhe considerasse tanto assim, apesar de que, internamente — e sem compreender o porquê —, ele gostaria de um pouco mais.

— Por que não consideraria? Você é legal. — disse, sorrindo.

Porém, por dentro, ela o considerava um pouco mais do que amigo, Sakura só ainda não compreendia direito o que e quanto.

Mas, ela não precisava entender. Não ainda.

Sasuke sorriu de canto com as palavras dela e agradeceu por Anko ter pedido silêncio e ter começado a distribuir as provas.

Pela primeira vez, ele não sabia o que mais falar.

— Posso fazer? — Sasuke perguntou, desviando sua atenção para as folhas de papel com algumas questões em sua mesa. — Ou quer fazer?

— Acho melhor você mesmo, sou péssima em química. — revelou enquanto ele escrevia os nomes no espaço destinado para isso e começava a marcar as alternativas corretas.

— Sério? Você não parece ter dificuldade nas aulas. — comentou enquanto realizava uma conta para achar a variação de entalpia de uma das reações que havia na prova.

— Sério. Química nunca foi meu forte, fiquei em quinto lugar na prova da OHS por causa das benditas questões de química. — bufou, irritada.

— Quinto lugar não é ruim. — Sasuke disse.

Em nenhum instante, ele desviava os olhos da prova, estava prestando atenção nas duas coisas.

— Em qual você ficou? — perguntou. Ele era inteligente, certeza que estava em um dos primeiros lugares.

Sasuke desviou os olhos para ela, seu semblante estava calmo. Em seguida, voltou a responder a prova.

— Primeiro. — comentou, e ela olhou-o surpresa.

— Poxa, estou me sentindo humilhada aqui. — brincou, fazendo-o sorrir de canto.

Ela era legal de um jeito estranho, fato.

Sasuke voltou a responder as questões da prova. Ao terminar uma página, virou a folha para fazer a seguinte, onde todas as questões eram de múltipla escolha.

— Se quiser, te ajudo com química. — ele ofereceu sem olhar para ela.

— Está falando sério? — Sakura perguntou, surpresa pela oferta.

— Por que eu não falaria? — ele sorriu e voltou a responder as questões.

Sakura sorriu com as palavras dele, sentindo-se estranhamente alegre. Definitivamente, ela precisava manter uma nota boa em química também e tinha certeza que, estudando com Sasuke, conseguiria.

— Obrigada, quero sim. — disse, sorrindo.

Palavras essas que deixaram-no estranhamente alegre também.

Focando sua atenção nas questões, Sasuke continuou a responder, e mal passou uma hora de prova e todas as questões já estavam resolvidas.

— Pronto, quer dar uma olhada? — perguntou para a amiga, que negou com a cabeça.

— Confio em você. — ela disse, sorrindo, e ele apenas sorriu de canto antes de caminhar até a mesa da professora para entregar a prova resolvida.

Os dois foram os primeiros a terminarem a avaliação e saírem da sala, ambos lado a lado e com as mochilas sobre os ombros, já que, como haviam terminado a prova, podiam ir embora para casa.

Os dois pisaram fora da escola e olharam para os lados. Estava cedo para o motorista de Sakura vir buscá-la.

— Quer tomar um sorvete? — Sasuke perguntou, seu rosto estava com uma expressão indiferente, porém Sakura já sabia que aquele era seu jeito e, de certa forma, ela gostava disso.

— Quero.

— Venha. — ele começou a caminhar com a mochila em um dos ombros.

A garota vinha logo ao lado, seu semblante estava calmo e sorridente. A sorveteria não ficava longe da escola, apenas dois quarteirões de distância, resultando em poucos minutos de caminhada até a chegada no local.

Assim que entraram no pequeno e simples estabelecimento, que, àquela hora, estava vazio, os dois seguiram para perto do freezer. Sakura, imediatamente, tratou de pegar um dos potes plásticos e encher com sorvete de chocolate, morango e leite condensado e, por cima, jogou cobertura de chocolate, já Sasuke limitou-se apenas a pegar um pouco de sorvete de flocos, não era muito fã de doces.

Os dois sentaram-se em uma mesa no canto após pagarem seus respectivos sorvetes e começaram a comer. Sakura estava mais animada obviamente, já Sasuke apenas observava o seu redor e ela vez ou outra.

— Quando entrou na OHS? — Sakura perguntou, curiosa.

Ele parecia bem familiarizado com aquele ambiente, então, provavelmente, já estava lá há mais tempo.

— Na quinta série, esse último foi meu sexto exame para a OHS. — ele respondeu sem dar muita importância.

— Uau… — ela sussurrou, impressionada. Não era tão fácil entrar e permanecer por lá durante tanto tempo assim. — Deixe-me adivinhar… Primeiro lugar em todos os exames? — perguntou, divertida, mas, ao vê-lo dar de ombros em confirmação, ela abriu a boca.

Ok, estava surpresa. Manter o primeiro lugar era difícil, ainda mais seis vezes seguidas. Esse menino era um gênio, só pode.

— Seus pais devem se orgulhar. — ela comentou, levando uma colher de sorvete à boca.

Sasuke abaixou o olhar por um instante, tristonho, porém logo disfarçou enquanto tomava um pouco de seu sorvete.

— Não acho que se orgulham, pelo menos, não é o que demonstram. — respondeu, dando de ombros em desinteresse, entretanto, Sakura conseguia ver através de seus olhos ônix que aquilo lhe incomodava.

— Por que diz isso? — ela perguntou, sabia que era um assunto chato, porém sentia a necessidade de saber mais dele.

E algo lhe dizia que ele precisava de alguém para ouvi-lo.

— Não sou o exemplo de bom comportamento, nunca fui. — respondeu apenas isso, dando de ombros novamente.

E Sakura resolveu não insistir nisso, era melhor não perguntar mais.

— E você? — ele atraiu a atenção dela para si. — Por que entrou na OHS? Seu pai pode pagar um colégio, não?

— Poder, ele pode, mas eu queria a OHS. É a melhor escola da cidade, além de exigir que passem em uma prova para entrar nela… E também eu não aguentava mais meus colegas de turma. — riu fraco.

— Entendo. — ele respondeu, sorrindo de leve.


Os dois trocaram mais algumas palavras sobre a escola e as provas ainda ali na sorveteria, em seguida, o Uchiha sugeriu que estudassem naquela tarde, afinal, não demoraria a começar a semana de provas, e ele não tinha nada para fazer também.

Sakura aceitou e logo tratou de avisar ao pai que não voltaria com o motorista. Entretanto, ela mentiu, disse que ia ficar na escola para fazer um trabalho e que voltaria de táxi no fim da tarde.

A Haruno não devia mentir, sabia disso, mas, se dissesse que iria à casa de um garoto, seu pai não permitiria ou lhe encheria de perguntas, o que ela não queria que acontecesse.


E, assim, seguiu-se alguns dias, onde Sakura ia com Sasuke para sua casa e ficava a tarde estudando química e jogando conversa fora, e, cada vez mais, ela via que Sasuke não era o que todos falavam e sim uma boa pessoa.

E, aos poucos, mentir já estava se tornando comum na rotina da garota, por mais que não gostasse de fazê-lo.

Sasuke Uchiha não era muito boa influência nesse aspecto, mas, naquele momento, ela já não se importava mais com isso.


Notas Finais


E então? Gostaram?
Beijinhos e até o próximo.


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