História De Ponta-Cabeça - Mau Pressentimento

De Ponta-Cabeça

Capítulo Dezenove - Mau Pressentimento

Era meados de agosto. A OHS estava agitada com os treinos para o campeonato em outubro e as provas de fim de etapa, tanto que a rotina da maioria dos alunos estava sendo demasiadamente corrida.

Sakura e Sasuke, devido a esses motivos, se viram pouco nos últimos dias, apenas no intervalo entre as aulas que conseguiam conversar um com outro e com os amigos, e trocar alguns beijos. Porém, nenhum dos dois estava achando ruim, teriam tempo de sobra quando as provas passassem, restando apenas os treinos do capitão do time de futebol.

Sakura sorriu ao pensar nisso enquanto adentrava os portões de sua residência, estava ansiosa para poder passar mais tempo com o namorado. Talvez um passeio no parque, uma tarde na cachoeira ou ver o pôr-do-sol na praia.

Entrou na sala da mansão imaginando isso e deixou a mochila sobre o sofá. Estava faminta, portanto, seguiu diretamente para a sala de jantar, de onde vinha um cheiro delicioso, denunciando a refeição já servida.

— Olá, Sakura. — ouviu uma voz familiar assim que aproximou-se da mesa e sorriu sem graça.

Sasori estava sentado em um dos lugares vagos, ao lado de Kizashi. Mebuki também se encontrava ali, porém de frente para o mais velho. Todos já se servindo.

— Oi. — disse a Haruno em resposta ao ruivo, sentando-se à mesa também.

— Como foi a aula? — Kizashi perguntou quando a menina começou a servir-se.

— Ah, foi cansativa, semana de provas, sabe? — ela respondeu e começou a comer.

— Imagino. — ele comentou, voltando a comer também.

— Estávamos falando sobre a coleção de jóias que lançamos junto à empresa Akasuna. — Mebuki disse de repente, um sorriso de satisfação estava estampado em sua face. — Está sendo um sucesso, você tem que ver!

— Eu vi as notícias na internet. — Sakura comentou, sem muito entusiasmo.

Não era muito ligada nos negócios da família.

— Eu sabia que essa coleção seria um sucesso, uma parceria entre as melhores do estado não teria como obter um resultado diferente. — Kizashi completou, repleto de orgulho e confiança.

Sakura sorriu minimamente com a empolgação do pai e continuou a comer.

— Com toda a certeza. — Sasori disse, também sorridente. — Meu pai também está todo contente com os lucros.

— Imagino. — Mebuki comentou, empolgada.

Mais conversas se desenrolaram depois disso, Sakura ouvia a tudo, embora não participasse muito. Não era muito chegada nessa questão de negócios, portanto, não sabia muito bem o que falar, apenas buscava responder quando alguém dirigia palavras diretamente a ela.

No fim da refeição, o pai saiu para ir para a empresa, e Mebuki, para o salão de beleza, deixando apenas Sakura e Sasori, além dos empregados, na casa. A Haruno sorriu sem graça quando o mesmo a acompanhou até a sala, sorrindo de um jeito simpático e característico dele enquanto os cabelos ruivos caíam sobre a testa.

Pararam na sala, onde a menina pegou a mochila sobre o sofá e jogou-a nos ombros.

— Está cansada? — ele perguntou repentinamente.

— Um pouco. — ela admitiu.

— Ah, que pena, ia te chamar para uma caminhada no parque. — era notável a decepção em seu tom de voz e na face acanhada. — Mas que tal irmos em uma lanchonete então? Ou talvez uma sorveteria aqui perto? Nem dá para cansar.

— Fica para uma próxima. — a Haruno respondeu, sem graça, recebendo uma expressão decepcionada e o silêncio de volta.

Ela agradeceu mentalmente por ele não insistir no primeiro instante.

Porém, nem tudo sai sempre como a gente espera…

— Posso te fazer uma pergunta? — ele disse após um período silencioso, e ela assentiu com a cabeça. — Por que você não aceita mais sair comigo? Não sou uma companhia legal? Pode ser sincera.

Sakura não conseguiu esconder a surpresa com o questionamento de Sasori. Ela, definitivamente, não esperava aquela pergunta.

— Não, não é isso!

— Então por que está me evitando? Não quer mais ser minha amiga? — ele retrucou.

— Eu não estou te evitando. — Sakura respondeu, mas, no fundo, estava mentindo.

Desde que notou o certo interesse de Sasori por ela, acabou se afastando um pouco a fim de não deixá-lo criar esperanças com ela, afinal, eles nunca teriam nada. Eram apenas amigos e ponto. Sem contar que ela ficava um pouco sem graça com ele por perto devido aos sentimentos dele.

Mas não era só isso. Ultimamente, ela não vinha tendo tanto tempo para passar com os amigos. As provas da OHS não eram nada fáceis e estavam exigindo muito dela.

Sakura só não esperava que ele levasse para esse lado.

— Você é muito legal, Sasori, e eu gosto de falar com você, o tempo que não está ajudando. — completou, ainda que ocultasse uma parte.

— Será? — ele retrucou, desconfiado.

— Está duvidando de mim? — ela disse, fazendo uma pose dramática que ele achou graça. E ela também. — Certo, vamos tomar um sorvete, está quente mesmo.

— Agora sim. — ele sorriu satisfeito ao vê-la deixar, outra vez, a mochila sobre o sofá.

Os dois seguiram para fora da residência, caminhando lado a lado pela estrada de paralelepípedos até a calçada, na rua.

Foram mais alguns minutos de caminhada até o bairro vizinho, onde tinha uma sorveteria que o ruivo adorava. Durante todo o tempo, Sasori falava sobre coisas aleatórias, hora ou outra, fazendo a garota rir.

Os dois entraram no estabelecimento e ocuparam uma mesa, onde esperariam o atendente vir anotar os seus pedidos. Tudo isso sob olhos curiosos, que lhes fitavam do outro lado da rua com uma interrogação na cabeça.

Sasuke estava parado por ali, sentado sobre sua moto e com o capacete sobre o rosto. Havia ido aos correios pegar uma encomenda para Itachi e já ia sair, no entanto, parou ao ver uma cabeleira rosa familiar junto a um ruivo desconhecido, e toda sorridente.

Ele estava curioso e um tanto quanto enciumado, não havia como negar.

Quem era aquele garoto com a Sakura? Perguntou-se mentalmente, porém, indo contra sua vontade de se aproximar, cumprimentar a namorada e questionar quem era ele, só para saber mesmo, o Uchiha decidiu ir embora.

Confiava em Sakura, sabia que ela não o trairia,  portanto, devia ser apenas um amigo. Não era só porque namoravam que ela não podia ter amizades do sexo oposto. De forma alguma. Assim como ele podia ter amigas se quisesse.

Mas, ainda assim, foi impossível não sentir-se incomodado com a cena.

. . .

Era sábado, Sasuke estava jogado em sua cama com alguns livros da escola.

Se fosse uns meses atrás e alguém lhe falasse que ele estaria em meio a livros em pleno sábado de manhã e esperando sua namorada chegar para estudarem juntos para a prova de segunda, ele não acreditaria e ainda diria que a pessoa tinha alguns parafusos soltos.

Mas olha só! Ele estava realmente ali, aguardando a chegada de Sakura e pronto para estudar em vez de acordar ao meio dia só para o almoço e depois voltar a dormir.

Sorriu com esses pensamentos, somente para depois fechar a cara, lembrando-se do dia anterior.

Quem era aquele ruivo ao lado da Haruno? Se perguntou novamente, e uma série de teorias foram formuladas em sua cabeça, até voltar à realidade com o som da porta se fechando. Piscou os olhos e olhou para lá, encontrando uma Sakura sorridente, trajando um vestido curto branco e todo rendado, e com uma mochila pendurada em um dos ombros.

— Bom dia. — ela cumprimentou ao aproximar e selou seus lábios aos dele em um beijo lento e curto.

— Bom dia. — Sasuke respondeu, sorrindo fraco.

— Já começou a estudar sem mim? — Sakura reclamou, vendo os materiais espalhados.

— Só estava dando uma olhada em física, apenas uma revisãozinha.

— Entendi. — ela sentou-se ao lado dele, vendo-o erguer o tronco e se sentar também. — Vamos começar por onde?

A Haruno retirou as coisas da mochila e pegou sua lapiseira no estojo.

— Onde você tem mais dúvida? — Sasuke perguntou, os olhos escuros focavam a cama e sua voz não possuía muita emoção.

Estava um pouco distante, sua mente divagava entre questionamentos.

— Estou um pouco confusa em trigonometria.

— Então vamos começar por isso, tenho que decorar umas fórmulas e valores mesmo. — Sasuke disse, já abrindo o livro no capítulo sobre trigonometria.

Sakura estranhou as atitudes dele, o Uchiha parecia um pouco disperso, desanimado, o que era um tanto quanto incomum, mas ela deu de ombros e resolveu apenas estudar, embora, vez ou outra, parasse para prestar atenção nas atitudes do namorado. Quando as explicações terminaram e os exercícios para fixação foram feitos, quase uma hora depois, ele fechou o livro e guardou na mochila jogada no chão.

Sakura semicerrou os olhos, estranhando ainda mais sua atitude.

— O que houve? — perguntou, curiosa, o que atraiu os olhos negros de Sasuke para si.

— Hum? — ele arqueou as sobrancelhas, confuso.

— Aconteceu algo? Você está estranho.

Sasuke ficou apenas observando-a por alguns segundos antes de bagunçar os cabelos e dar de ombros.

— Não. — respondeu, calmo.

— Você está pensativo, distante, aconteceu algo sim. — ela afirmou. — Vai, me conta.

— Não é nada de mais, só estava pensando em umas coisas. — o Uchiha deu de ombros novamente. — E com você? Alguma novidade? Depois que voltamos das férias, mal tivemos tempo.

— Nada de novo. — Sakura respondeu, jogando-se para trás sobre o colchão macio.

— Hum… legal... — Sasuke murmurou, mordendo os lábios. E isso só serviu para deixar a menina ainda mais desconfiada. Sasuke estava, de fato, agindo bem estranho, e ela já estava começando a entender...

— Pergunte. — Sakura disse, fazendo-o lhe olhar com uma interrogação na face. — Você quer me perguntar algo, só que não sabe como fazer. Te conheço…

Ele curvou o canto dos lábios em um sorriso singelo, ela já conhecia cada expressão dele, não havia como esconder nada de Sakura, assim como nada sobre ela passava despercebido aos olhos dele.

— Te vi ontem na sorveteria… — ele disse, um pouco hesitante e envergonhado. Não gostava de demonstrar que estava sentindo certo ciúmes, mas era impossível. — Com um garoto… Quem era ele?

Desviou os olhos da parede para a namorada, que lhe olhava com uma expressão debochada.

— Impressão minha, ou você está com ciúmes?

— Não estou com ciúmes. — Sasuke retrucou, com a cara fechada.

— Está sim! — Sakura soltou uma risada.

— Tsc, não seja boba. — murmurou, envergonhado, mas tentando disfarçar. — Responda minha pergunta.

No entanto, ela apenas riu de novo e pulou sobre ele, derrubando ambos na cama.

— Você fica engraçadinho com essa cara de emburrado e com ciúmes. — deu uma risada outra vez. — Eu estava com Sasori, o filho de um sócio do meu pai e meu amigo. Só amigo.

— Hum…

— Você estava assim desde cedo só por isso? — ela perguntou, risonha.

— Não era por isso, só estou cansado. — Sasuke virou o rosto, fingindo certa seriedade.

— Até parece, vou fingir que acredito. — Sakura retrucou, rindo. — Mas saiba que você não tem motivos para ciúmes, eu só tenho olhos para o meu namorado maluco. — brincou e aproveitou para pousar a cabeça sobre o peito dele, sentindo um leve carinho em seus cabelos cor-de-rosa e o leve aroma amadeirado que exalava do corpo dele.

Sasuke abriu um pequeno sorriso, os questionamentos já haviam se dissipado de sua mente, deixando apenas uma calmaria sem igual. Era sempre assim, com ela ao seu lado, todas as preocupações pareciam sumir.

— E eu, apenas para minha patricinha irritante. — apertou-a mais nos braços em um abraço reconfortante.

Não precisava de mais nada na vida, se não Sakura Haruno.

. . .

As provas chegaram ao fim, dando início, oficialmente, à terceira etapa daquele ano na OHS.

Os corredores da escola estavam mais cheios e barulhentos que nas últimas semanas, consequências do término das estressantes semanas de avaliações. Agora, cada aluno podia voltar a sua rotina normal.

Sasuke adentrou a escola um pouco sonolento naquela manhã e seguiu diretamente para o armário da Haruno, onde podia vê-la mexendo em seus materiais. Parou ao lado dela, escorado nos armários de metal enquanto aguardava que ela fechasse o próprio. Segundos depois, Sakura o fez e sorriu, aproximando-se para depositar um selinho nos lábios dele.

— Oi. — Ela sorriu de novo ao sentir sua cintura ser enlaçada pelos braços do Uchiha.

— Oi, como está? — Sasuke perguntou, fitando aqueles olhos verdes que tanto adorava.

— Bem, só um pouco cansada.

— Isso que dá ficar conversando até tarde da noite por chamada de vídeo. — ele disse, risonho, fazendo-a estreitar os olhos em uma expressão falsamente incrédula.

— Até parece que você não tem culpa no cartório. — ela disse, cruzando os braços e fazendo um bico com os lábios, até que, instantes depois, soltou uma risada divertida e o abraçou de volta, tomando-lhe os lábios em um beijo mais intenso.

— Vão para o quarto! — uma voz escandalosa soou próxima, despertando-os de volta à realidade.

Sasuke e Sakura se separaram e viram Naruto, Suigetsu e Juugo lhes observando e rindo. A rosada escondeu o rosto com as mãos, vermelha de vergonha, já Sasuke fulminava os amigos com os olhos, principalmente o Uzumaki, que fora quem soltou a frase. O loiro engoliu em seco com o olhar destinado a si, o Uchiha conseguia ser bem assustador quando queria.

— Olá, pessoas! — uma voz animada chamou a atenção de todos, quebrando o clima tenso que se instalara entre os garotos.

Era Ino Yamanaka chegando com Sai.

— Oi. — os meninos e Sakura cumprimentaram em uníssono, já Sasuke apenas meneou a cabeça.

— O que está pegando? — Sai perguntou ao passar um de seus braços pelos ombros da namorada.

— Nada, só o Sasuke e a Sakura quase se comendo aqui. — Suigetsu falou, rindo e tirando risada dos outros.

— Que isso, Haruno… — Ino sorriu maliciosa.

— Muito engraçado. — Sasuke rosnou, sua voz era séria e intimidante. Os trio parou de rir na hora, visivelmente assustados, o que fez Sai e Ino darem mais risadas.

Aqueles garotos eram hilários, sem dúvida. O casal só não sabia como Sasuke se dava tão bem com eles, afinal, eram tão diferentes em personalidade. Mas talvez fosse isso que os fizeram tornarem-se amigos.

— Vocês são ótimos. — Ino murmurou entre risadas e, em seguida, respirou fundo, tentando parar de rir. Seus olhos até lacrimejavam.

Sakura permitiu-se sorrir brevemente com a cena da amiga, até a face da loira voltar ao normal, assim como a respiração antes ofegante.

— Vocês estão sabendo da novidade? — Sai perguntou de repente, atraindo a atenção de todos, menos Ino, para si.

— Não, o que houve? — Sakura perguntou, curiosa.

— Teremos um aluno novo na escola. — foi Ino quem respondeu, mais calma. — Vai entrar para o terceiro ano.

Todos abriram a boca, surpresos.

— O quê? — Naruto murmurou, incrédulo.

— Um aluno novo em pleno fim de agosto? Sério isso? — Juugo questionou, confuso.

— Isso pode? Não tem que fazer prova no início do ano? Como alguém pode entrar no meio? — Suigetsu perguntou, sem entender nada.

— Na verdade, poder pode, já aconteceu de aluno transferido entrar aqui, mas tem que fazer a prova primeiro e resolver umas burocracias. — Sasuke comentou, dando de ombros.

— Quem será que é? Será que teremos mais um jogador no time? — Naruto comentou, empolgado. Ele adorava fazer novas amizades.

— Espero que não, já estamos com tudo montado. — Sasuke disse, fazendo uma careta desgostosa.

— Nossa, Uchiha, que egoísta você. — Ino disse, atraindo o olhar sério do garoto para si. Mas, diferente dos amigos, ela não se intimidou, apenas mandou um beijo e uma piscadela debochada.

Sasuke revirou os olhos.

— Ele deve começar hoje, está todo mundo comentando disso. — Sai falou, mudando o foco do assunto.

E, como se fosse destino, o tal garoto novo entrou pela porta, no início do corredor. Os olhos de Suigetsu foram os primeiros a se desviarem para lá, e sua boca abriu em um “o” em surpresa.

Juugo, estranhando a atitude do amigo, desviou seu olhar para a direção cujo o mesmo olhava.

— Oh… merda. — sibilou, atônito e de olhos arregalados.

Os outros, curiosos e confusos pela atitude dos amigos, também olharam para a mesma direção, encontrando um garoto de cabelos vermelhos caindo-lhe sobre o rosto, o qual usava uma camiseta preta despojada e com algumas escritas em branco, e uma calça jeans escura rasgada. Ele caminhava despreocupadamente pelo corredor enquanto segurava a alça da mochila sobre um dos ombros e atraía vários olhares para si.

Sasuke fechou a cara no mesmo instante e trincou o maxilar.

— Era só o que faltava. — murmurou, sério.

— Você o conhece? — Sakura perguntou, confusa.

— Infelizmente. — disse, atraindo a atenção de Sai e Ino para si também, mas os olhos negros não saíram da figura ruiva, que caminhava em direção a eles com um sorriso cínico na face. — Não chegue perto daquele cara, ele não é flor que se cheire.

Sakura engoliu em seco com a resposta do Uchiha e desviou os olhos para o novato. Ele estava chegando mais perto e parecia ter eles como destino.

Em questão de segundos, o jovem já se encontrava a passos do grupo de amigos. Os olhares de alguns alunos desviaram-se alternadamente do aluno novo para Sasuke e vice-versa, que agora se encaravam.

— Olha se não é Sasuke Uchiha… Quanto tempo… — o novato disse, parando frente a frente com o Uchiha. No rosto, um sorriso debochado estava estampado.

— Nagato… — Sasuke murmurou, na sua voz, não havia um pingo de animação, e a tensão no ar era quase palpável. — O que faz aqui? Desde quando gosta de estudar?

— Ah, sabe como é, às vezes dá vontade de frequentar o colegial. — respondeu, dando de ombros, porém a expressão desconfiada não sumiu da face do Uchiha.

— Sei…

Ele continuou encarando Nagato, estava sério, ao contrário do ruivo.

— Bem, acredite no que quiser. — sorriu debochado. — Tenho que ir na secretaria, ainda não sei meus horários. Até mais ver, cara.

Nagato acenou para Naruto, Suigetsu e Juugo, que estavam estáticos durante todo o tempo e saiu da mesma forma despreocupada. Quando o ruivo virou o corredor, o trio soltou o ar antes preso nos pulmões por nervosismo, o que não passou despercebido por Sakura, Ino e Sai. Eles estavam começando a ficar preocupados sobre a identidade daquele garoto.

A Haruno olhou para Sasuke, que continuava sério.

— Quem é aquele garoto? — indagou.

Sasuke suavizou a expressão ao escutar a voz da namorada e desviou os olhos negros para ela.  

— Ninguém, só não fique perto. — foi somente o que Sasuke respondeu antes de caminhar até seu próprio armário com uma expressão nada boa na face.

Sakura permaneceu parada enquanto o via mexer em seus materiais. Ela não sabia o que estava acontecendo, tampouco a ligação do Uchiha com aquele tal Nagato, só tinha um pressentimento de que não era boa coisa e que isso ainda poderia trazer consequências.