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História De Ponta-Cabeça - Muito Pouco Mesmo


Escrita por: TatyNamikaze

Notas do Autor


Olá! Tudo bem?
Espero que gostem do capítulo.
Boa leitura!

Capítulo 8 - Muito Pouco Mesmo


Fanfic / Fanfiction De Ponta-Cabeça - Muito Pouco Mesmo

De Ponta-Cabeça

Capítulo Oito - Muito Pouco Mesmo



Quando ele entrou pelos portões da OHS, os olhos de todos voltaram-se para ele.

Sasuke estava sério, nos fones de ouvido, tocava uma música de rock qualquer, as mãos estavam nos bolsos da calça jeans escura e rasgada em alguns locais. Os cabelos negros, como sempre, estavam arrepiados.

Ele caminhou pelo pátio sem muita animação, sentindo os olhares em si. Não que não estivesse acostumado com isso, mas, nesse dia, ele só queria passar despercebido.

Sasuke sabia que só o olhavam pela ameaça ao Gaara no dia anterior e por ele lembrar que Sasuke havia ido para um reformatório.

Ah, como ele odiava receber essa atenção.

O Uchiha suspirou cansado, principalmente, pela festa do dia anterior e a briga com o pai, e dirigiu-se ao seu armário. Tirou lá de dentro alguns livros e voltou a fechar, encontrando Naruto parado ao seu lado. Assustou-se no primeiro instante, pois a porta aberta do armário não deixou-o ver o amigo chegando, porém logo tratou de disfarçar.

— Sasuke. — o loiro chamou quando o amigo começou a caminhar.

— O que foi? — perguntou, grosso.

Ele não queria conversa naquele instante.

— Poxa, que mau humor. — o loiro disse, assumindo um semblante mais sério enquanto acompanhava Sasuke no trajeto até a sala. — Kimimaro vai dar uma festa no fim do mês e mandou eu te chamar.

— Hm. — o garoto resmungou e saiu andando na frente.

Só queria entrar na sala e assistir a aula, não aguentava mais todos olhando para si.

A sala já estava cheia quando entrou, e ele logo tratou de ocupar seu lugar depois de acenar brevemente para a garota de cabelos cor-de-rosa. Imediatamente, o professor Asuma entrou na sala e deu início à aula de história. Ele explicou sobre a história do país e passou algumas perguntas no quadro, as quais eram relativamente difíceis. Sakura suspirou, cansada.

— Podem responder as perguntas em dupla ou trio, quero pronto em folha separada até o fim da aula. — o homem disse após conferir o horário no relógio e constatar que possuía mais meia hora de aula.

Sakura juntou suas coisas e olhou para trás. Sasuke estava calado e rabiscava algo no caderno, parecia nem prestar atenção nas palavras de Asuma. Sakura levantou-se e puxou a carteira ao lado dele para juntarem-se em dupla, mas Sasuke pareceu nem perceber, estava olhando para o nada enquanto rabiscava a folha do caderno.

Ele pensava na vida. Nos julgamentos e na briga com o pai. Ele não gostava de discutir com Fugaku, só que não conseguia evitar quando o mesmo lhe comparava com o irmão e lhe menosprezava, ou seja, desde que Sasuke se entendia por gente.

Estava cansado de tentar ser sempre o melhor aluno e não ganhar um elogio por isso, só ser xingado quando fazia algo errado. Estava cansado dos olhares de todos, o julgando e isolando.

Estava cansado de tudo.

O Uchiha queria mudar, queria ser alguém que o pai pudesse se orgulhar, mas sempre que tentava, dava algo errado, e ele desistia… Até agora, que ele já não mais tenta mudar por saber que não vai adiantar nada.

Ele será sempre o filho problema para Fugaku. Não importaria se ele fizesse nove coisas boas, se cometesse um erro, já seria julgado e apontado como o pior filho do mundo.

Suspirou, irritado. Às vezes, ele só queria sumir…

— Sasuke… — escutou uma voz familiar ao seu lado e surpreendeu-se ao ver Sakura sentada em uma carteira junto a sua.

Olhou ao redor, constatando que todos estavam em duplas.

— Está tudo bem? — ela perguntou, e Sasuke apenas acenou com a cabeça, voltando a olhar para o caderno todo rabiscado em sua frente.

Havia passado demasiado tempo devaneando que nem mesmo percebeu o que ocorria na sala de aula.

— Eu não te agradeci ontem pelo que você fez por mim… Obrigada mesmo. — Sakura sorriu, um sorriso singelo e lindo aos olhos dele.

Sorriso esse que foi capaz de fazê-lo esquecer-se de seus problemas.

De fato, desde que conhecera Sakura, o peso de ser quem ele era, de ver tudo a sua volta desmoronando a cada instante, parecia um pouco mais leve. Era como se ela lhe desse forças para aguentar carregá-lo, principalmente, depois da conversa do dia anterior, que ela permitiu que ele contasse seu lado e acreditou nele.

Coisa que pouca gente fez…

— Não precisa agradecer. — ele disse, sorrindo bem de leve, mas, ainda assim, Sakura via no seu olhar que algo lhe incomodava.

— Está tudo bem? Você parece triste. — comentou enquanto o analisava. — Aconteceu alguma coisa?

Ele, geralmente, não falava de si mesmo, do que sentia, mas, ali, ele sentiu a necessidade de falar. De conversar com ela.

— Problemas em casa, meu pai e eu não nos damos muito bem. — comentou, e Sakura sentiu a dor dele através daquelas palavras.

— Por quê? — perguntou. Ela temia estar sendo intrometida, porém não poderia ajudá-lo se não soubesse, pelo menos um pouco, do que se tratava.

Sasuke respirou fundo e voltou a rabiscar o caderno.

— Digamos que… Ele já está cansado do meu mau comportamento e vive jogando na minha cara que eu deveria ser como meu irmão. — deu de ombros como se não fosse nada demais, mas Sakura sabia que isso o machucava.

— Entendo… Deve ser complicado. — juntou as mãos sobre a mesa, sem saber ao certo o que dizer. Era complicado… — Mas você… Você já tentou mudar? Tipo… Se comportar um pouco melhor?

Ele desviou os olhos para ela no mesmo instante, porém, logo em seguida, voltou a olhar para a mesa.

— Não é fácil mudar quem sou… Eu já tentei e falhei… Várias vezes. — admitiu, com o semblante tristonho e olhando para a mesa. — Não importa o que eu tento fazer para melhorar, se eu erro uma coisa, ele já vem com sermão e dizendo que eu sou um problema. — Sakura sentia a dor através da voz dele por mais que o Uchiha tentasse esconder. — Eu desisti de tentar.

Olhou para ela, dessa vez, deixou transparecer de verdade o que sentia através dos olhos.

Ele já havia desistido de si mesmo.

— Não é fácil mudar, mas você não pode desistir no primeiro obstáculo. — ela disse, sua voz era calma enquanto o observava. — Tente ir com calma, mudando pequenas coisas que lhe incomodam. Nenhuma grande mudança acontece de um dia para o outro.

Ele olhou para ela por alguns instantes. Sakura lhe sorria ternamente, como ninguém nunca fez e parecia interessada em lhe ajudar verdadeiramente. Sem perceber, deixou um sorriso se formar em seus lábios e falou:

— Obrigado. — a voz saiu baixa, mas, ainda assim, ela ouviu perfeitamente.

Sakura sorriu em resposta e abriu o caderno em sua frente, visto que faltava poucos minutos para o término da aula de história.

— Sabe… Tem uma festa no fim do mês, na casa de um amigo, está afim de ir? — perguntou sem nem mesmo saber o motivo de fazê-lo e esperou que ela lhe olhasse. — Ou seus pais não deixam? — zombou só para descontrair, inclinando-se sobre a mesa enquanto sorria debochadamente para ela.

Sakura ergueu as sobrancelhas pela provocação.

— Para sua informação, meus pais deixam sim, ok? — mentiu ao se inclinar sobre a mesa também, encarando-o. Não daria razão a sua provocação.

Mas também sabia que os pais não permitiriam tal coisa. Ela não podia nem sonhar em pedir para ir em uma festa de um desconhecido, com um garoto que conhecia há algumas semanas e onde rolaria de tudo provavelmente.

— Então você vai? — Sasuke perguntou, ainda inclinado sobre a mesa. Um dos cotovelos estava apoiado sobre a superfície de madeira enquanto ele permanecia de lado para olhá-la melhor.

— Vou pensar. — sorriu de canto, voltando à posição normal.

Ela precisava pensar muito a respeito, principalmente, de como iria sem que seus pais soubessem, o bom é que ela teria tempo de sobra para isso.

— Agora, vamos fazer a atividade antes que o tempo acabe. — ela disse, apontando o quadro, e só então Sasuke notou as perguntas escritas com giz.

— Certo.

Suspirou cansado, abrindo o livro de história no capítulo onde sabia que encontraria respostas.


. . .


— Sakura! — Ino chamou e acenou para a rosada no refeitório.

Com a bandeja com um sanduíche e um suco em mãos, Sakura caminhou até a mesa em que a amiga e o namorado se encontravam sentados. Sorrindo, ela ocupou a cadeira vaga em frente aos dois.

— Como está? — Ino perguntou, sorrindo também.

— Bem, e vocês? — perguntou de volta, desembalando o sanduíche natural do plástico transparente em que estava.

— Estamos bem. — Sai respondeu. Ele segurava um milk shake de 500 ml em uma das mãos.

Ino tirou o sorriso do rosto enquanto observava alguns olhares em Sakura e cochichos, lembrando-se do dia anterior. Voltou a olhar para a amiga de cabelos cor-de-rosa, mais séria enquanto Sakura não dava a mínima para aquelas pessoas. Estava acostumada com olhares, não por esse motivo obviamente, mas já estava acostumada.

— Ontem… Sobre o que aconteceu… Tenho que admitir que estou surpresa. — a loira começou a falar, um pouco hesitante.

Ela desviou os olhos para a mesa em que Sasuke costumava ficar com os amigos e só viu Suigetsu, Naruto e Juugo por lá, em seguida, olhou para Sakura.

— Talvez, eu tenha julgado Sasuke mal. — Ino disse, e Sakura sorriu de leve para ela.

— O Sasuke é uma boa pessoa, ele não é o que dizem dele, e a história do reformatório foi um mal entendido.

— Eu ouvi algo assim no passado, mas não acreditei. Acho que eu estava errada. — a loira sorriu sem graça. — O Sasuke nunca foi de dar valor às coisas, mas te defendeu sem se importar com as consequências, foi legal da parte dele te proteger daquele idiota do Gaara.

— Foi, e eu sou muito grata. Não sabia como lidar com aquilo.

— Foi desnecessário e desagradável, aquele ruivo é um babaca. — a loira estava indignada.

— Oh se é! — Sai concordou antes de dar atenção ao milk shake ainda em mãos.

— Mas, diz aí… O que está rolando entre você e o Uchiha? — Ino perguntou, mudando totalmente a expressão facial.

Parecia maliciosa, o que fez Sakura ficar com as bochechas rosadas de vergonha.

— Ele pode não ser o exemplo de bom garoto, mas é um gato! — comentou enquanto dirigia o olhar para a entrada do refeitório, pela qual Sasuke acabara de passar.

— Eu estou aqui, sabia? — a voz de Sai se fez presente.

Ino e Sakura desviaram os olhos para o semblante sério e enciumado do garoto e começaram a rir. Em seguida, a loira o abraçou, beijou-lhe as bochechas e falou diversas coisas, incluindo que ele era um gato também, que era o único garoto na vida dela e o quanto o amava enquanto Sakura apenas ria do falso bico nos lábios de Sai e da atitude da amiga.

Mas, acima de tudo, agradecendo internamente pelo questionamento feito por Ino  ter sido completamente esquecido.


. . .


Naquela tarde, ele ficou remoendo as lembranças da conversa com a Sakura na sala de aula.

Ele sabia que ela tinha razão, porém, ainda assim, ele se sentia inseguro. De fato, mudar não era uma tarefa fácil, mas o que é fácil nessa vida? Ele só precisava tentar, ir com calma, aos poucos.

Ninguém muda da água para o vinho de uma hora para outra.

Respirando fundo, ele decidiu que tentaria pelo menos.

Naquela tarde, ele não saiu para beber ou correr com os amigos. Não. Ele começaria a mudança por aí. Chega de saídas à noite sem consentimento dos pais e apostar rachas. Era perigoso correr por mais que fosse em uma pista não utilizada mais pelas pessoas, um acidente de carro poderia ser o fim da linha, sem contar que era ilegal fazer esse tipo de corrida.

Não queria mais confusões...

Foi tirado de seus devaneios quando escutou batidas na porta de seu quarto e surpreendeu-se ao ver Suigetsu, Naruto e Juugo entrando no cômodo.

— Fala aí, Sasuke! — Suigetsu o cumprimentou com um toque e, em seguida, Juugo e Naruto fizeram o mesmo.

— O que fazem aqui? — Sasuke perguntou surpreso enquanto dava espaço para que eles se sentassem em sua cama.

— Você disse que não ia ir na pista com a gente, então viemos passar o tempo com você. — Naruto disse, dando de ombros, mas ele sabia que Sasuke estava precisando de companhia.

O amigo andava estranho desde o dia anterior, quando houve a discussão com Gaara.

— Hm. — Sasuke murmurou.

— O que estava fazendo? — Juugo perguntou, curioso.

— Só descansando, mas já ia começar a lição de química. — o Uchiha apontou para os cadernos sobre a escrivaninha, e seus amigos estreitaram os olhos.

— Você fazendo lição de casa? É o fim do mundo… — Naruto estava perplexo.

— Quem é você? — Suigetsu perguntou, debochado.

E os três amigos riram.

Sasuke revirou os olhos com a atitude deles e fechou a cara.

— Só estou tentando mudar, não arrumar mais… Tanto problema. — disse, dando de ombros.

Os amigos pararam de rir no mesmo instante, fitando-o com os semblantes surpresos.

— Quem é você e o que a rosada fez com Sasuke Uchiha? — Suigetsu perguntou, perplexo.

— Eu ainda sou eu, seu… Espera, o que disse? — Sasuke perguntou.

Só então havia se dado conta da menção à Sakura.

— O que a Sakura fez com você, afinal? — Suigetsu fez a pergunta novamente, e Sasuke pareceu ainda mais confuso que antes.

O que Suigetsu queria dizer com isso?

— O que…?

— Fala sério, Sasuke, não adianta negar. Você e ela estão cada vez mais próximos, você até a defendeu do Gaara. — foi Naruto quem disse, e os amigos concordaram com a afirmação.

Exceto Sasuke, que ainda estava meio perdido nessa insinuação implícita.

— Ainda não estou entendendo aonde vocês querem chegar. — ele disse, dando de ombros.

— Estamos dizendo que você está afim dela, só não quer admitir e está mudando por isso. — Suigetsu falou, sorrindo maliciosamente.

E Sasuke o encarou, finalmente, entendendo aonde o amigo queria chegar.

De fato, ele não compreendia por que os amigos estavam pensando nisso ou como chegaram à tal conclusão, porém, pensando em todos os momentos que Sakura e ele passaram juntos, o Uchiha começou a perceber que podia fazer — um pouco, muito pouco mesmo — sentido aquela fala dos amigos.

Mas, claro, ele não admitiria isso tão cedo.


Notas Finais


E então? Gostaram?
Nosso Uchiha tá apaixonado e só não quer admitir? Com certeza...
Beijinhos e até o próximo.


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