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História De Repente aconteceu - A parte em que meu filho mexeu pela primeira vez


Escrita por: Mara-Kuchiki

Capítulo 12 - A parte em que meu filho mexeu pela primeira vez


No capítulo anterior:

— Já sente meu sobrinho mexer em sua barriga? — todos olhamos para Rukia, ansiosos por sua resposta.

— Não. Por que eu sentiria? — parecia confusa.

— Porque ele ta crescendo em sua barriga, quando ele mexer seria natural você sentir.

Ela ficou pensado por alguns segundos. — Não sinto nada além de fome e enjoo vindo da minha barriga. — disse de forma tão natural que eu cheguei dar um sorriso discreto. É uma boba mesmo.

— Ainda é cedo filhinha. Rukia-chan vai fazer três meses, o bebê costuma mexer com quatro, cinco. — explica meu pai.

— Ah, que pena! Tô tão ansiosa para sentí-lo. — diz Yuzu sorridente. Ela estava mesmo empolgada com a ideia de ser tia.

Olhei para Rukia e vi um sorriso em seu rosto. Acabei de perceber uma coisa. Quando outra pessoa fala sobre o bebê, Rukia não parece se incomodar muito, mas quando sou eu quem comenta ela fica triste. Por que Rukia?  Sente como se eu fosse o culpado por aquela noite?

A Parte em que meu filho mexeu pela primeira vez

 

Mais de dois meses que eu e Rukia tínhamos nos casado e ela ainda não se acostumou comigo dormindo ao seu lado. Acredita de teve noite de eu tomar dois banhos porque ela reclamava que meu cheiro a enjoava? Eu tô ficando pirado com essa gravidez.  Ela já está com cinco meses, falta apenas quatro. Tô contando os dias para ter a Rukia que conheço de volta.

Ainda estamos na mesma. Não consigo conversar com Rukia sobre nossa ralação e tampouco sobre o bebê. Ela sempre muda de assunto quando fala a respeito. E não sei como agir e nem o que pensar. Fico triste, frustrado, queria poder entrar na cabeça dela e saber quais seus medos. O que ela sente. Mas o que me resta e só observá-la para ver se pelo menos consigo compreendê-la um pouco que seja.

Já vai dar uma da manhã e ainda não consegui dormir. Rukia está inquieta. Toda hora se levanta, vai à cozinha, banheiro, senta, anda pelo quarto, volta para a cama. E essa agitação toda tá me deixando maluco. Já perguntei o que tem, mas ela diz que não é nada. Como sei que Rukia fica incomodada quando falo sobre o bebê, resolvi me calar. Mas paciência têm limites né.

— Vai levantar outra vez, o que foi? Tá se sentindo mal? — Rukia estava sentada na cama e eu inclinei meu corpo para olhá-la.

— Eu tô bem. — disse sem olhar para mim.

— Logico que não. Não para quieta, já levantou várias vezes.    

— Se tá incomodado com isso, vai dormir na sala. — ela fala irritada.

— Eu só quero te ajudar, Rukia. Sei que não tá bem, por que não fala para mim o que sente?

Ela ficou me olhando por alguns segundos, suspirou fundo. Acho que finalmente percebeu que tinha sido rude comigo sem motivos.  

— Desculpa! Tô enjoada, me sinto mal, não sei explicar. — ela finalmente abaixou suas defesas e eu confesso que fiquei feliz.

— Eu vou preparar um chá para você. Aquele que meu pai faz sempre que fica enjoada.

— Arigatou, Ichigo! — ela sorriu e eu quase a abracei. Odiava Ver Rukia mal.

Alguns minutos depois...

Quando entrei no quarto vi Rukia na cama. Parecia dormir.

Ela apoiou alguns travesseiros em suas costas deixando seu corpo elevado. Rukia usava um shorts e blusa de alcinha, que estava levantada deixando a barriga dela exposta. Aquela foi a primeira vez que notei que sua barriga tinha crescido. Não era nada grande demais, apenas um volume em seu ventre, mas que era visível. Como não notei antes?

Deixei o chá na escrivaninha e fiquei olhando aquela bolinha na barriga de Rukia. Era meu filho que crescia ali dentro. Não conseguia para de sorrir.  Porém meu coração quase parou quando vi uma ondulação formar em seu ventre. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas dai aparece de novo e de novo. Sentei ao seu lado de forma delicada, para não acordá-la, e coloquei a mão em sua barriga. Sentia medo de Rukia despertar e brigar comigo, mas o desejo de sentir meu filho pela primeira vez falou mais alto que qualquer razão. E eu o fiz.

Meu coração estava a mil e a adrenalina tomava conta de meu corpo. Alisei sua barriga e meu garoto, ou garota, se mexeu. Foi tão emocionante, ele sabia que era seu pai quem o estava acariciando e eu tive vontade de chorar e sorrir ao mesmo tempo. Que sentimento era esse? Eu não sei explicar, a única coisa que posso afirmar é que eu amo esse ser que cresce na barriga de Rukia. É um amor incondicional que nunca senti antes.

— O que tá fazendo, Ichigo? — quase tive um infarto quando escutei a voz sonolenta dela.

— Rukia? Bem... eu ... só tava... — apesar de ficar sem jeito por ter sido flagrado, não conseguia tirar a mão da barriga dela. Não queria parar de sentir meu bebezinho. Rukia olhava para mim falando claramente com o olhar “Tira essa mão daí”, mas eu não ligava. Só queria ficar com minha mão em seu ventre mais um pouco.

Rukia fez menção em se levantar, mas eu não tirei a mão de sua barriga a impedindo de se mover. — Ele tá mexendo, ainda não sentiu?

Rukia me olhou com uma expressão de surpresa e ao mesmo tempo parecia que não sabia como agir ou o que falar.

— Não. — ela disse em um fio de voz.

Peguei em sua mão e levei até a barriga, colocando a minha sobre a dela.  Vi quando ela arregalou os olhou e me fitou.

— Sentiu?

— Sim. Mexeu. — ela dá um sorriso bem discreto, mas esse gesto já me deixa feliz. Nos últimos meses nem conversar direito com Rukia eu conseguia.

— É o nosso bebê... — acariciei com os dedos a mão dela, que estava embaixo da minha. —... Ele tá crescendo.

— Ichigo, cadê o chá? — puxa sua mão de sobre a minha e muda de assunto. Novidade.

— Rukia, o que foi? Por que te incomoda tanto falar sobre nosso filho comigo? Por quê? — desta vez não a deixaria escapar.

— Não sei do que tá falando, seu idiota. — vira o rosto para o lado.

Deitei minha cabeça em sua barriga e a beijei. Não pensei no que estava fazendo, apenas fiz. Senti o corpo de Rukia se enrijecer todo, ela não esperava esse gesto meu, porém quando já estava esperando um soco, chute, qualquer tipo de agressão voluntária vindo de sua parte, ela me surpreende colocando a mão sobre minha cabeça e acariciando meus cabelos.

Foi um choque, não sabia o que dizer ou pensar, mas confesso que gostei. Envolvi meus braços em sua cintura e a abracei enquanto isso meu filho não parava de mexer. Foi uma das melhores sensações que já tive em toda minha vida. 

— Você está feliz? — após passar algum tempo a ouvi falar. Levantei minha cabeça e a fitei. — Está feliz com...

— Com meu filho que você espera? — completei ao notar que ela não estava conseguindo se expressar. Rukia apenas balançou a cabeça de forma positiva. — Claro que sim. Sei que nada disso foi planejado, mas... é meu filho que tá crescendo aqui dentro. — voltei a tocar em sua barriga. — E eu... eu já sou apaixonado por ele.

Não sei da onde tirei forças ou coragem para falar tudo isso com Rukia. O fato é que me senti bem e aliviado por finalmente mostrar para ela meu ponto de vista em relação sua gravidez.

Rukia me olhava parecendo estar processando minhas palavras e eu a fitava ansioso esperando o que ela falaria.

— Não imaginei que se sentia assim. — ela falou baixo, parecia não ter certeza se deveria mesmo seguir com aquele assunto.

— Você nunca me deixou falar como me sentia e eu também queria saber o que você estava sentido, mas sabia que precisava de tempo para entender melhor tudo que aconteceu. Eu preferi te dar esse tempo. Eu estou feliz, Rukia, muito. Minha felicidade só não é completa porque vejo que para você essa situação não é nada agradável.

— Foi uma mudança grande, ainda estou tentando me adequar a ela. — ela olhou para minha mão que ainda acariciava sua barriga.

— Eu sei. Vamos superar isso juntos, só não me deixe fora da sua vida, Rukia. Agora somos um casal. — eu ri quando disse essa ultima parte. — Dá para acreditar que somos um casal?

— Não mesmo. — valeu apena meu constrangimento em falar esse monte de sentimentalismo, pois vi um sorriso lindo brotar nos lábios de Rukia. Quando ela sorri, eu me derreto todo. Que foi? Nada disso que tá pensando hein, é só amizade.

— Melhorou? — revolvi falar porque ficou um clima estranho entre nós.

— Ainda enjoada.

Pego o chá que estava encima da escrivaninha e lhe dou. Rukia resmunga um pouco porque ele é amargo, mas acaba tomando. Ela se deitou e eu fiquei ao seu lado. Rukia me deixou tocar em sua barriga, o bebê já não se mexia mais, porém eu gostava da sensação de senti-lo, mesmo que fosse sobre a pele alva e macia de Rukia.

Naquela noite o travesseiro não ficou entre nós.

No dia seguinte...

— Eu não gosto de vir ao médico, muito chato. — Muito chato é você Rukia que só faz reclamar da vida. Aff.

— Será que todo mês que viermos ao hospital você vai reclamar?

— Fala isso porque não é sua barriga que esse médico fica apartando. — ela fala sem se importar com o doutor na sala, o pobre homem fica todo sem graça.

— Kurosaki-kun, Kuchiki-san! Não briguem, vai assustar o bebê. — Não tinha falado que Inoue veio junto? Pois é, ela veio. Como hoje Rukia vai fazer a segunda ultrassonografia, ela quis vir junto. Graças aos céus que meu pai não pôde vir por causa de seu trabalho. E as meninas, essa parte é infelizmente, tiveram compromissos na faculdade. Resumindo, somos só nós.

— Posso dar procedimento ao exame? — indaga o doutor.

— Faz rápido e não aperta muito minha barriga. — ainda bem que o homem já tinha se acostumado com as reclamações dessa baixinha chata.

Rukia se deita na cama e ele começa o procedimento.

— Agora com cinco meses de gestação dá pra ver melhor o bebê. — Fala o medico enquanto mexia com o aparelho na barriga de Rukia. — Esse é o rostinho do filho de vocês.

Olhei para a tela e consegui ver perfeitamente o formato da boca, nariz, olhos, até o queixo eu conseguia ver. Fui tomado por uma emoção tão grande, aquelas eram as primeiras imagens quase que nítidas do meu filho.

O médico foi nos mostrando outras partes do bebê, pézinho, mãozinha e escutamos o seu coração. Tuc, tuc, tuc, era um som similar a esse que fazia o coraçãozinho do meu filho. Batia tão forte, cheio de vida com apenas cinco meses que estava na barriga da mãe.

Olhei para Rukia e, diferente da primeira vez que fizemos esse exame, agora ela olhava para a tela com um meio sorriso no rosto e os olhos marejados de lágrimas. Será que ela já ama e aceita o nosso filho?

Segurei em sua mão e ela olhou para mim visivelmente emocionada. Não foi dito palavra alguma, não era preciso, eu conseguia ver em seus olhos que ela estava sentindo e tenho certeza que ela me entendia também. Rukia estava feliz assim como eu.

— Doutor, tem como ver o sexo do bebê? — pergunta Inoue. Ela estava chorando feito uma boba.

— Dá sim. Se os pais quiserem saber eu posso ver.

Olhe para Rukia e ela balançou a cabeça de forma positiva. Fiz o mesmo gesto para o medico, ele mexeu mais um pouco no aparelho sobre a barriga e disse: É um menino.

É um menino.

É um menino.

É um menino.

Essa frase ficou soando em minha cabeça até que a ficha finalmente caiu.

— É um garotinho! — exclamei em alta voz.

— Sim, olha aqui. — tinha uma setinha apontando para o pintinho do meu bebê. Eu disse pintinho? Eu tô sendo humilde, o garoto é bem dotado! É meu filho, né? Não podia ser diferente. Hahaha!

— Um menino. — Rukia balbuciou e minha atenção se voltou para ela. Fiquei tenso e com medo de não ter gostado. Rukia retribuiu o olhar e sorriu para mim, meu corpo inteiro se relaxou novamente. Que alívio, ela gostou.

Aquele dia foi especial, pois descobrimos que eu e Rukia seríamos pais de um menino.

Continua...

 

 

 



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