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História De Repente aconteceu - A parte em que decidimos que nada aconteceu


Escrita por: Mara-Kuchiki

Capítulo 2 - A parte em que decidimos que nada aconteceu


Fanfic / Fanfiction De Repente aconteceu - A parte em que decidimos que nada aconteceu

No capítulo anterior:

Flashs? Então faz uma ideia do que aconteceu?  — ela parecia desesperada e esperançosa para eu esclarecer toda aquela confusão. Confesso que temi a reação de Rukia se eu lhe contasse.

— O que se lembra? — Respondi com outra pergunta. Precisava saber se ela já sabia e estava me testando ou realmente não tinha a menor ideia de que transamos. E ao julgar pela marca vermelha no pescoço dela, foi bem intenso. Fiquei rubro só de pensar como foi que deixei aquele hematoma em sua pele tão alva.

— Não muito. As últimas lembranças que tenho é de estarmos na festa de aniversário do Ishida. Depois disso não me recordo de mais nada. — ela passava as mãos no cabelo os deixando levemente bagunçados.

Naquele momento tive certeza de que Rukia não tinha a menor ideia de que se entregou a mim na noite passada. E agora? Como vou fazer para lhe contar a verdade?

A parte em que decidimos que nada aconteceu

 

Se eu um dia já desejei ter um poder, agora o único que queria era de voltar no tempo. Com toda certeza diria para meu eu da noite passada não entrar naquele jogo idiotia do Keigo , estava na cara que não acabaria bem.

Você deve estar se perguntando do que estou falando né? Pois bem, vou explicar: Ontem foi a festa de aniversário de vinte três anos de Ishida. Inoue, sua namorada, quem organizou. Tirando as comidas esquisitas, que ela mesma fez, tudo estava agradável.

Reencontrei amigos da Soul Society que não via há algum tempo como por exemplo: Renji, Matsumoto, Ikkakku e Rukia. Bom, Rukia não fazia tanto tempo assim, uns oito meses, eu acho. Ela não vinha mais para Karakura com tanta frequência devido ao seu trabalho de tenente que exigia muito dela, mas como shinigami responsável pela cidade só faz besteira, seu capitão sempre a manda vir arrumar a bagunça que ele faz. Isso é bom porque ela sempre fica alguns dias em minha casa. Não que eu sinta falta, meu pai e as meninas que se apagaram a Rukia. O que foi? Tô falando a verdade.

Voltando ao joguinho idiota. Keigo sugeriu uma disputa para ver quem tomava mais sake. Rukia foi a primeira a aceitar e ficou toda empolgada, eu duvido que ela já tenha tomado sake em sua vida, na terceira dose já estava trocando as pernas. Óbvio que eu nunca participaria de algo tão idiota. Além de não gostar de bebidas alcoólicas, não via sentindo em algo tão estúpido como aquilo, mas não resisti às provocações quando Keigo começou a falar que eu estava amarelando. A última lembrança clara que tenho em minha mente é de ver boa parte daqueles idiotas que participaram da “competição” jogados pelos cantos, totalmente apagados. E eu? Eu estava com Rukia, ela me abraçava e sorria de alguma coisa que não consigo recordar. Lembro-me de tocar em seus lábios com os dedos e beijá-la. Depois disso as coisas ficam confusas em minha mente, não sei ao certo o que aconteceu, mas tenho certeza que fizemos amor.

— Não vai falar nada? — fui tirado de meus devaneios ao ouvir a voz dela.

— Não me lembro do que aconteceu. Como disse, apenas alguns flashs vêm em minha mente, mas eu sei sim o que houve entre nós nesse quarto  — falo de cabeça baixa. Sentia vergonha, medo da reação dela e ao mesmo tempo estava incomodado por não me sentir tão culpado como deveria. Será que gostei de saber que fiz amor com Rukia? Lógico que não. Ela é apenas minha amiga e eu só estou confuso com essa situação.

— Se não se lembra, como pode saber então? — altera a voz, parecia ter ficado incomodada por eu não negar o que ela temia ter acontecido.

— Eu sei, eu… Ah, Rukia, não peça para te explicar essas coisas, vai ser muito desconfortante. — a olhei e logo desvio minha atenção dela ao notar seu rosto nada amistoso.

Um silêncio tomou conta daquele quarto. Rukia não me olhava, ela fitava os dedos das mãos que repousavam sobre suas coxas. Onde está aquele poder de voltar no tempo que eu pedi? Tô precisando dele neste exato momento.

— Eu não me lembro de absolutamente nada que aconteceu aqui nesse quarto, nem sei como vim parar aqui... — Enquanto ela falava, me lembrei. Eu estava sentado no segundo degrau da escada e Rukia em meu colo com as pernas em volta da minha cintura. Eu devorava os lábios dela como se fosse a coisa mais gostosa do mundo. Sua boca tinha um sabor quase viciante. Os botões de camisa estavam abertos e o vestido dela levantando até a cintura, suas coxas a mostra e minhas mãos as apertavam. Escutamos alguém gritar ”Por que não vão fazer essas coisas no quarto?”. Ela sorriu e eu a levei em meus braços enquanto Rukia beijava meu pescoço. Só de me lembrar disso sinto meu corpo estremecer, isso é muito louco —... Você tá me escutando, seu idiota?  — eu olhei para ela com o rosto queimando de vergonha com a lembrança quase erótica que tive.

— O que? — indaguei confuso. Ela me fuzilou com os olhos.

— Onde está com a cabeça? Tô falando com você e parece que nem me escuta. — Rukia estava mesmo irritada.

— Nem queira saber — só me dei conta do que falei quando ela me olhou com um imenso ponto de interrogação no rosto.

— Que?

— Nada não. Então, o que dizia? — melhor mudar de assunto.

— Eu falava que se nem eu ou você se lembra do que aconteceu, o que acha de ignorarmos essa noite? — ela fala ainda com raiva por minha falta de atenção.

— Você quer dizer fingir que nada aconteceu?

— Isso. Não tem porque ficarmos remoendo uma coisa que fizemos em um momento de completa falta de lucidez. Não tínhamos consciência de nossos atos. Eu estou disposta a esquecer e nossa vida pode seguir seu curso natural como se nada tivesse acontecido. — ela fala com sua voz firme me passando a certeza de que era aquilo mesmo que queria. Eu confesso que respirei aliviado. Perder o que tenho com Rukia por causa de uma noite inconsequente não me agradava em nada.

— Se tá tudo bem para você, eu concordo...

Ela não me deixou terminar a frase, parecia ansiosa para dar um fim naquele assunto. — Então vamos descobrir onde estamos e procurar algo para comer. Estou enjoada e com fome. — se levanta e diz de forma natural.

— Isso acontece quando se toma sake demais. — sorri ao me lembrar de como Rukia fica divertida bêbada, porém ela me olhou com tanta fúria que meu sorriso murchou na mesma hora. Rukia não estava de bom humor.

Eu não disse mais nada, apenas a segui cheio de esperanças de não conseguir recordar nada mais sobre a noite passada. Não queria olhar para Rukia e me lembrar de que fizemos amor e de que a tive nua em meus braços.

Não foi surpresa para mim descobrir que estávamos na casa de Ishida. Quando descemos as escadas, boa parte do pessoal que participou do “joguinho” de Keigo ainda estava dormindo jogados pelo chão, incluindo ele. Aquele cretino! Por culpa de suas maluquices passei pelo pior constrangimento de minha vida.

As únicas pessoas sóbrias e acordadas que encontramos na casa foram Ishida, Inoue e Tatsuki. Eles estavam na varanda. Assim que eu e Rukia nos juntamos a eles foi meio constrangedor, lógico que sabiam que eu e ela tínhamos dormindo juntos na noite passada.

Eles olhavam para nós de uma forma analítica. Acho que tentavam adivinhar o que tinha acontecido naquele quarto, se estávamos em um relacionamento ou não era nenhuma dessas alternativas e eu só estava paranoico. O fato é que tinha vontade de afundar minha cabeça em algum lugar e não tirar mais de lá tão cedo.

Olhei para Rukia e ela parecia nem se importar, foi direto comer as flautas que estavam sobre a mesa. Talvez eu esteja fazendo muito alerde atoa e Rukia não está tão incomoda assim com o que aconteceu noite passada. Melhor agir naturalmente e fingir que nada aconteceu.

Confesso que agradeci mentalmente pela discrição deles. Até Inoue que sempre fala demais disse nada.

Passamos um dia bem agradável na mansão de Ishida e aproveitamos ao máximo a piscina. Rukia parecia mesmo ter esquecido o que aconteceu entre nós.

A pergunta que não quer calar é: Será que eu esqueci?

Bom, esse foi o resumo de como minha vida mudou por consequência de uma noite de sexo com minha amiga Kuchiki Rukia. Noite essa que está guardada em algum lugar de nossas memorias. Se ela um dia vai se revelar por completo não sei dizer. Talvez seja melhor continuar no esquecimento. 

Meu nome é Kurosaki Ichigo, tenho 22 anos e estou cursando o ultimo ano de faculdade. Medicina? Lógico que não! Ter a mesma profissão que meu pai me obrigaria a passar muito tempo com ele e meu objetivo é ficar o mais longe possível daquele pirado. Eu curso tecnologia da informação, é uma área que está em constante expansão e posso ter meu próprio negócio sem ter que ser subordinado a uma determinada empresa. Acredito ter escolhido muito bem.

Minha vida é tranquila. Depois de muitas batalhas, derrotar vilões, finalmente a Soul Society e mundo dos vivos estão em paz. As únicas coisas que me preocupo agora é terminar a faculdade e me mudar da casa do meu pai, mas como você vai perceber ao longo dessa história, as coisas não permanecerão como eu planejei.

O que aquela noite mudou em minha vida? Não seja apressadinho, logo vai saber.

 

 

•••

Tempos depois...

— Onii-chan... vai se atrasar para a faculdade. — estava saindo do banheiro quando escutei Yuzu me chamar. Levei tanto tempo no banho que me esqueci da hora.

— Só vou tomar um suco, não tenho tempo de comer nada. — disse ao sentar à mesa. Agradeci mentalmente por não ter ninguém ali além de Yuzu. O “ninguém” que me referia é meu pai, se você não sacou ainda. Ele continua o mesmo pirado de sempre.

— Eu vou colocar em um pote para você levar então.

— Obrigado, Yuzu. Onde está o pessoal dessa casa?

— Papai teve uma emergência na clínica e Karin foi mais cedo para facu, tinha alguns livros para entregar na biblioteca. — fala e vai para cozinha fazer um lanche para eu levar.

— Pena que não tenho mais tempo de aproveitar essa tranquilidade. — murmurei para mim mesmo. Era tão raro aquele silêncio em minha casa.

Despedi-me de Yuzu e segui para mais um dia de rotinas corriqueiras.

Enquanto seguia para a faculdade um pensamento veio em minha cabeça. Como será que Rukia está? Depois daquele dia na casa de Ishida ela voltou para Soul Society e não tive mais notícias suas. Acho que as coisas entre nós ficaram como sempre estiveram, o que não é ruim. Quando acordei naquela manhã e a vi nua ao meu lado eu pensei por um instante que nossa amizade tinha terminado ali, mas entre mortos e feridos salvaram-se todos, como dizem por ai.

Às vezes ainda vem em minha cabeça algumas lembranças daquela noite, porém nada concreto, apenas flashs de beijos, carícias. Acho que nunca vou conseguir lembrar completamente o que aconteceu. Pergunto-me se Rukia conseguiu se recordar. Espero que não.

Continua...

 


Notas Finais


Eu fiquei tão feliz com todos os comentários que recebi que decidi postar esse capítulo extra. Espero que gostem e não se esqueçam de comentar, ok?

Muito obrigada de coração aos que comentaram mais uma fic minha.

Beijos!


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