História De Repente aconteceu - A parte em que Rukia diz como se sente

No capítulo anterior:

- Não tem mais o que conversar, Ishida. Rukia quando veio falar comigo não foi para me perguntar ou chegarmos a um consenso comum e sim me comunicar sua decisão. – não podia me iludir mais, já tinha tomado minha decisão em aceitar que Rukia levasse Ichiro com ela e não ia ficar mais me torturando com isso.

- Você é mesmo um cabeça dura, Kurosaki.

Ishida tinha razão, não posso negar que sou mesmo, mas acredito que não há nada para ser explicado ou resolvido nessa situação com Rukia porque para mim não ficou duvidas de sua intenção.

Fui para meu trabalho e aquele dia foi o mais longo de minha vida. As horas, minutos, seguindo pareciam correr lentamente. Não que tivesse ansioso em voltar para casa, pelo contrario. Minha única intensão era que aquele dia terminasse e toda essa confusão chegasse ao fim.

A parte em que Rukia diz como se sente

Já tinha passado uma semana desde a visita de Ukitake-san. Acredito que deve está se perguntando como anda minha relação com Rukia. Eu respondo: Na mesma. Esses dias quase não nos falamos, ela me pergunta alguma coisa às vezes e eu me limito a responde-la o mais prevê possível.

Todos os dias quando acordo fico apreensivo imaginando que é quando ela vai embora e levar meu filho consigo. Como não conversamos mais sobre sua ida para Soul Society, não sei o que ela decidiu ou quando vai partir.

Hoje em especial estou bem triste porque terei de falar com minha família que Rukia vai embora e levará Ichiro. Como vou fazer isso? Minhas irmãs e papai são loucos por ele. Ai, ai, seria tão bom se acordasse e descobrisse que foi apenas um pesadelo e que nada disso está acontecendo.

- Que coisa mais linda do vovô. – meu pai brincava com Ichiro em seu colo e o moleque dava altas gargalhadas. Não gosto nadinha de admitir isso, mas ele é louco pelo meu velho, é só vê-lo que Ichiro fica se jogando para ir ao seu colo.

Estávamos eu e meu pai na sala, era manhã de domingo e as únicas pessoas que se encontrava em casa era eu e ele, Rukia e as meninas tinham ido ao mercado.

- Se ficar balançando o moleque assim vai levar uma golfada na cara, pai.  – quem avisa amigo é.

- Meu netinho já tem sete meses, dar para acreditar como passou rápido? – Ele pareceu nem me ouvir. Ah, mas quem ta ligando. – Temos que começar a planejar o aniversário de um aninho dele, Ichigo. Quero fazer a melhor festa que essa cidade já teve.

Ao escutar meu velho fazer planos tão animado meu coração ficou apertado no peito. Se ele soubesse que em alguns dias Rukia vai levar Ichiro para a Soul Society e que talvez nem estejamos com ele quando fizer seu primeiro aniversário. Que droga! Como vou contar isso para minha família?

- Já conversou com Rukia sobre isso, pai? – resolvo sondar para saber se ela comentou alguma coisa com ele.

- Ainda não, mas vou falar com ela, tenho umas ideias bem legais...

Ele explicava como seria tudo desde as bolas ao bolo, mas não prestava muita atenção, naquele momento a única coisa que tinha em mente era que precisava contar o mais rápido possível para minha família da partida de Rukia.

- Ei, Ichigo... – fui despertado ao ouvir meu pai me chamar.

- Hã... – respondo.

- Estou falando aqui minhas ideias e você parece não escutar.

- Logico que tô, pai. – falo irritado.

- Você é Rukia-chan ainda não se entenderam?

- Não, e acho que nem vamos... – pera ai, quem foi que falou para meu pai que eu e Rukia não estamos bem? –... Não me lembro de ter comentado com você que estávamos brigados. – disse intrigado.

- E precisa? Você fica de bico e mais mal humorado que o normal e Rukia-chan calada, o que não é nada típico vindo dela.

Confesso que fiquei surpreso em saber que meu pai prestava bem mais atenção nas coisas ao seu redor que aparentava. De idiota ele só tem a cara. Ah, a mentalidade as vezes também.

- Vida de casado não é nada fácil. – resmungo mais para mim que pra ele.

- Sei bem como é isso, mas precisam se entender porque vocês tem um filho que não pode viver entre pais que não se entendem.

Meu pai tem razão, mas isso só valeria se eu e Rukia continuássemos juntos o que não vai ser o caso em alguns dias.

- Ta tudo bem, pai, relaxa. – me levanto do sofá onde estava e sigo para meu quarto o deixando sozinho com Ichiro. Sei que vou ter de contar para ele tudo que está acontecendo em algum momento, mas não vai ser agora, preciso ver com Rukia primeiro que dia ela vai embora.

Mas tarde...

Agora nesse exato momento estou no quarto olhando Rukia amamentar Ichiro. Eu não queria tocar no assunto “A partida dela para Soul Society”, mas é preciso. Tenho que perguntar quando ela vai para eu poder conversar com minha família. O problema é que não consigo falar nada, já abria a boca e a fechei algumas vezes e não conseguia dizer uma única palavra, me sinto um perfeito idiota.

- Quer falar algo, Ichigo? – tomei um susto quando a escutei falar. Ela levantou a cabeça e me fitou. – Sei que tem algo para dizer, só não entendo o porquê ainda não falou. – não tem como esconder nada de Rukia, ela me conhece melhor que eu mesmo.

- Sim. Só estava esperando Ichiro terminar de mamar. – mentira.

- Pode falar. – ela volta a atenção para ele.

- Queria saber quando você vai para Soul Society, quero falar com minha família para não pega-los de surpresa. – disparo e sinto-me aliviado por finalmente consegui falar.

Rukia me olhou com a expressão bem interrogativa, se levantou, deitou Ichiro que já dormia no berço e voltou sua atenção para mim.

- Ainda com isso, Ichigo? – ela parecia indignada.

- O que foi? Não quero falar a respeito tanto quanto você, mas é preciso. Minha família tem que saber que vai levar Ichiro com você para Soul Society. – fui ríspido, Rukia estava pensado o que? Aff.

- Levar Ichiro para Soul Society? De onde tirou esse absurdo?

Eu fiquei olhando para Rukia sem entender bem suas palavras. O que essa baixinha estava querendo com essa encenação?

Respiro fundo, me acalmo e falo: Só quero saber quando vai, estou pedindo algum absurdo? – falo com mais calma, quem sabe assim Rukia me reponde.

- Não seria se eu fosse mesmo para a Soul Society, mas não irei para lugar algum, Ichigo. Isso é coisa da sua cabeça maluca, paranoica, extremamente infantil e mimada. – ela dar um longo suspiro, parecia irritada e volta a senta-se na poltrona que ficava de frente para a cadeira que eu me encontrava.

- Coisa da minha cabeça? Você disse que ia embora e levaria Ichiro com você, em que mundo isso é coisa da minha cabeça? – tive que me alterar. Rukia quer me deixar louco.

- Isso foi o que você deduziu sozinho, Ichigo, e não o que falei. Alias, você não me deixou falar, já sai tirando suas conclusões, lembra?. – ainda não tinha entendido bem o que Rukia queria com isso ou entendi? Ela está querendo me convencer que tudo não passou de fantasia da minha cabeça?

- Você disse com todas as letras que tinha sido indicada para o cargo de capitã da 13° divisão e que teria de levar Ichiro para a Soul Society com você.

- Sim, verdade. Mas... – A vejo suspirar novamente. Se bem conheço Rukia ela deveria estar louca para me dar umas voadoras, uma semana sem me bater e muito para ela. -... Só estava comentando com você, Ichigo. Te explicando o que meu capitão disse e os pros e contras que teriam se eu aceitasse o cargo. Em nenhum momento disse que aceitaria. Acha que afastaria Ichiro de você? Se eu tivesse intenção em aceitar o cargo teria no mínimo cogitado a possibilidade em você se mudar para Soul Society comigo e seu filho e não o tirar de você.  O que pensa de mim, Ichigo?

Tenho certeza que minha face naquele momento era de completo espanto, nunca vou admitir isso para Ishida, mas ele tinha razão, meu maior problema com Rukia é a falta de dialogo e desta vez a culpa foi toda minha que não a deixei falar.

- Então não vai embora? – balbuciei meio atônico ainda com o que Rukia falava.

- Seria maravilhoso ocupar o lugar do meu taichou e o mesmo que Kaien-don sempre ambicionou, me sentiria como se estivesse realizando os sonhos deles, mas ter que ficar longe de você não estava em discursão. Eu não vivo falando que te amo, Ichigo, e acho que nem precisa porque você já saber disso não é? – Balancei a cabeça positivamente. – Você disse que ser capitão era a realização de um sonho e não poderia perder essa oportunidade, mas meus sonhos não são mais os mesmo, Ichigo. – Ela dar uma pausa, abaixa a cabeça e volta a me fitar. – Ichiro... e você agora são meus sonhos e objetivo de vida.

- P-Por que não disse isso antes, Rukia? – fiquei sem palavra diante do que ela disse, eu estou sem falar com minha esposa por uma semana e descubro que por nada. Isso chega ser ridículo.

- Ta falando serio? – Ela fala indignada, chega dar um sorrisinho de nervoso. – Você não me deixou falar, eu tentei, mas você saiu falando um monte de besteira. Não ia ficar correndo atrás de você, minha vontade era de quebrar sua cara por ser tão imbecil.

Certa vez uma autora muito famosa disse a seguinte frase “A vida não tem legenda e tão pouco é narrada na segunda pessoa”, seu nome: Adolfo. É uma escritora de fanfics. Sim, eu me referi a ela no feminino e você deve está se perguntando por que uma menina tem o nome de menino? Vai saber? Talvez por ela não ser nada tradicional e muito, mas muito original.

Voltando a frase: A moral é que pelo meu ponto de vista Rukia parecia uma pessoa insensível que abandonaria seu marido e ainda afastaria o filho de seu pai. Eu a odiei por isso e tenho certeza que você também, mas a verdade é que o grande vilão desta história sou eu. Sim, eu. Por que tenho que ser tão impaciente e estressado? Por que não escutei o que Rukia queria me falar? Teria evitado todo esse desconforto.

Agora o que faço? Peço desculpas? Imploro para que Rukia me perdoe? A grande verdade é que nada que fizer ou disser vai mudar o fato de que a julguei e condenei sem lhe dar o direito de resposta. Lamentável.

- Rukia eu...

- Ichigo, você é muito impulsivo. Não entendo como pode achar que eu te deixaria e afastaria Ichiro de você. Nunca faria isso. Não seria justo com você e nem com ele que cresceria longe do pai. – não sei o que mais deixava meu coração espremido no peito, as palavras de Rukia ou a tristeza e decepção em seus olhos.

- Você deveria ter falado comigo, ficamos uma semana dormindo na mesma casa sem nem ao menor falar um “oi”.

- Falar o que, Ichigo? As vezes que tentei você me deu as costas. – ela tinha razão, eu fiz isso mesmo.

- Poderia falar muitas coisas em meu favor, mas... – Abaixo a cabeça. – Não tenho nada para falar. Você tem toda razão e eu sou um completo idiota. Sinto muito, Rukia. – Levantei minha cabeça quando sentia a mão dela tocar meu queixo.

- Sabia que você era um idiota quando me casei com você, mas... ainda assim me casei não foi? Ta tudo bem, só espero que da próxima vez me escute antes de tirar suas conclusões. – na realidade ela se casou comigo porque estava gravida, mas vamos deixar esse comentário entre nós senão vou virar picadinho. Já estou no lucro por Rukia ter sido tão compreensiva comigo, coisa essa que é bem raro vindo dela.

- Eu prometo, me desculpe. – Levei minha mãe em seu rosto fazendo um carinho. – Senti tanto sua falta, Rukia. – ela fechou e abriu os olhos me presenteando com um lindo sorriso.

- Tudo bem, Ichigo. Não faça mais isso... – selo meus labos ao dela antes que Rukia se arrependa de não ter quebrado minha cara depois do que aprontei.

Como consegui ficar uma semana inteira sem provar os lábios de Rukia? Eles são tão macios e gostosos. Sentir a boca dela colados na minha e explorar seu interior com minha língua é uma sensação maravilhosa.

- Ichigo... ainda é dia. – ela surrou quando sentiu minha mão tocar seus seios por cima da roupa.

- O que tem? Quero você agora.

Rukia me empurrou. – Não acho que merece depois das gracinhas que fez. Talvez ficar sem me tocar por mais uma semana seja bom para você aprender. – greve de sexo não, Rukia. Assim você vai me enlouquecer.

- Não faria isso. – até tentei me manter calma, mas ela percebeu o desespero em minhas palavras. - Faz ideia de como é uma tortura dormir ao seu lado todas as noites e não poder te tocar?

- Deveria ter pensado nisso antes de fazer burrada. Ichigo, precisa crescer e amadurecer sabia? Já tenho que cuidar de Ichiro que me dar muito trabalho não tenho tempo para suas birras e manhas.

- É, eu sei, sinto muito. – abaixo a cabeça. Rukia é sempre tão madura e o infantil aqui sou eu, preciso mostrar para ela que serei o homem desta família a partir de agora.

- Ichigo... – A fitei. -... Quando tiver algo te incomodando fala comigo, acho que nosso maior problema é a falta de comunicação e isso é tão irônico porque somos amigos não é? Apesar de hoje ser sua esposa e mãe de seu filho, ainda somos amigos não é mesmo?

Rukia, Ishida e até mesmo meu pai tinham razão, o maior problema entre eu e Rukia é a falta de dialogo e como ela acabou de dizer, é irônico por que, sim, somos amigos e amigos conversam sobre o que estão sentindo.

- Você tem toda razão. – A trago para próximo de mim e lhe dou um beijo na testa. – Vou me policiar mais em relação a isso, pode confiar em mim, Rukia.

- Eu sempre confiei, seu idiota. – ela me fita e sorri para mim.

Ah, não resisti e tomei seus lábios de forma urgente. Minhas mãos a despia, não queria mais esperar para ter minha esposa nua em meus braços, a deseja tanto que meu corpo chegava queimar de tamanho desejo. Mas como a vida nem sempre é como esperamos fomos interrompidos pelo som estridente do choro de Ichiro, ele acordou e ao julgar pelo escândalo que fazia não voltaria a dormir tão sedo.

- Acho que isso vai ter que esperar mais um pouco. – disse Rukia, ela se divertia ao ver minha cara de frustação.

- Espero que não seja por mais uma semana. – me lamentei.

Continua...