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História De Repente É Amor - Sobre Não Saber Ter Raiva.


Escrita por: VitoriaAlex

Notas do Autor


Voltei com mais um!

Capítulo 10 - Sobre Não Saber Ter Raiva.


Ponto de vista: Florence Elliott.

Suspirei a medida que finalizava o artigo esportivo do jornal. Ter ido ao jogo, me ajudou muito realmente. Pude cumprir minhas tarefas como pseudo jornalista da escola, e ainda consegui um bom material para meu trabalho de Harvad.

           Após assistir todas as aulas, resolvi me trancar naquela sala e trabalhar o máximo que pudesse, decidida a ignorar Dakota West por mais de um século. Mas a verdade é que eu não estava indo bem nessa missão. Não quando volta e meia meus pensamentos voltavam para ele e seu comportamento ridículo.

          Quando notei que não havia mais nada a fazer ali no jornal e já que até Peggy tinha ido embora, reuni minhas coisas, pronta para ir para casa. Fechei a sala, já que Peggy havia me encarregado de fazer isso e segui pelo corredor que a essa altura se encontrava vazio.

                   Aproveitei para pegar meu celular e checar as mensagens, vi que tinha uma da minha tia, avisando que não estaria em casa pela tarde. Respondi com um “Tudo bem” e continuei andando pelo prédio escolar.

             Assim que cheguei ao estacionamento, catei as chaves do meu carro dentro da bolsa e segui em direção a ele. Revirei os olhos e a raiva novamente tomou conta de mim, quando avistei os dois garotos que falavam sobre Dake hoje mais cedo no refeitório. Me lembrei da forma que Dake estava agindo e acho que grunhi de raiva.

       Estava tão irada que ao tentar encaixar a chave na fechadura da porta do carro, errei mais vezes do que se pode contar. Vendo que não estava em condição de dirigir no momento, me encostei na lateral do veículo e pela centésima vez no dia, suspirei.

 —Hey! — pulei de susto ao ouvir o cumprimento, mas me aliviei ao ver que se tratava somente de Castiel. — O que foi isso? — indagou com as sobrancelhas franzidas.

 —Isso o que?  — questionei sem entender.

—Você toda estranha tentando entrar no carro e falhando miseravelmente. — fala com toda sua sutileza. — Olha, eu não quero que isso vire hábito, mas eu tenho que perguntar: Você está bem? — pergunta daquele jeito sério dele.

—Eu só estou com raiva. —fui sincera e ele continuou confuso.

—E quando você está com raiva, você perde a coordenação motora? — é irônico.

—Sinceramente, eu não saberia  te responder; São raros os momentos que eu fico com raiva. — desabafo com um riso de escárnio.

—Você está me zoando? Você nunca surtou de raiva? — indaga incrédulo.

—Até ontem, eu era uma pessoa afundada na tristeza, acha mesmo que eu conhecia outro sentimento além disso?...Agora eu estou com raiva e não sei como  lidar com isso. Porque é algo que eu não consigo controlar. — admito e ele me olha intensamente.

—Vindo de alguém que tem muita experiência em sentir raiva, eu te digo: Não a controle, a libere, encontre algo que faça esse sentimento confuso sair de dentro de você. Eu por exemplo, toco guitarra para controlar minha raiva. — conta.

—Eu realmente não consigo pensar em nada que pudesse me fazer eliminar essa raiva, a não ser bater em um certo alguém. — digo com deboche.

—Isso! Bater! — ele fala como se fosse uma excelente ideia.

—Está falando sério? Quer que eu agrida alguém? — pergunto indignada e ele revira os olhos.

—Claro que não. Você é lentinha, Florence. Vem comigo. —aquilo não soa como um convite, pois antes que eu perceba tenho meu braço puxado pelo ruivo irônico.

           Franzo as sobrancelhas quando noto que nosso destino final é a academia que os jogadores do time de basquete usam para treinar e até então o motivo de Castiel me trazer ali é uma incógnita. Mas logo desvendo o mistério, quando o vejo apontar para um saco de pancadas vermelho, posicionado no meio do local.

 —Não vou fazer isso. — nego, e ele me olha com tédio.

—Começa logo. — “pede”.

             Quando noto que não há escolha, reviro os olhos, antes de prender meus cabelos em um rabo de cavalo. Castiel me ajuda a colocar um par de luvas e não demora para que ele me dê instruções de como eu devo bater.

          Tento um soco, mas ele sai totalmente vergonhoso. Castiel bufa da minha falta de habilidade.

 —Não se contenha. Foque na raiva que está sentindo e soque. — ele ordena.

         Mais um soco falho.

—Você está batendo como uma garota. — Castiel diz com desdém.

—Talvez seja porque eu sou uma. — murmuro entre dentes, começando a ficar irritada com ele também.

—Você está brava com todas minhas ordens. — nota com um sorriso de lado. 

—Estou. — concordo.

—Imagine que o saco sou eu e bata. — instrui.

             Respiro fundo, antes de olhar mais uma vez para o imponente saco vermelho e imaginar nele a imagem do garoto ao meu lado. Então soco, depositante uma boa quantidade de força.

—Isso!  — Castiel elogia,enquanto segura o saco entre seus braços. —Agora fale, enquanto bate. — olho incrédula para ele. Qual é! Eu tinha dificuldades para desabafar. —Fale porque está com raiva! — ele grita.

—Eu estou com raiva porque você está sendo mandão. — grito de volta e então dou mais um soco.

— Por que mais você está com raiva? — indaga no mesmo tom alto.

            Me lembro de Dake e do jeito que ele estava agindo comigo. Me lembro de nossos breves momentos juntos, de nossas conversas, de nossas provocações e aquilo me faz dar um soco, que me deixa ofegante de primeira.

—Eu estou com raiva porque Dakota West é um babaca. — falo enquanto bato desesperadamente no saco.

         Castiel me olhou de um jeito estranho, quando admito que estou assim por Dake. Mas, não dou a ele, tempo para questionamentos.

—Eu estou com raiva por me sentir magoada com as atitudes dele. — a essa altura já sinto lágrimas se formarem em meus olhos. —Estou com raiva por ter começado  a imaginar que existia um universo em que ele não é aquele cretino que todos veem. — mais socos.

—Florence... — Castiel tenta falar.

—Eu estou irritada porque eu não consigo retribuir os sentimentos de Nathaniel, sendo que ele seria o cara certo para mim. — bato com mais força.

— Devíamos parar. — Castiel aconselha, mas eu o ignoro.

—Estou com raiva por ser essa maldita garota quebrada. — digo e as lágrimas já se fazem presentes em meu rosto. — Estou com raiva porque meus pais me deixaram. — o soco que dou dessa vez é tão forte que sem que eu perceba, estou tão cheia de adrenalina que faço o saco de areia voar longe.

             Ao notar o que fiz, fico mais aturdida ainda, tanto que sem aguentar o peso das minhas próprias pernas, caio no chão e permaneço lá sentada. Castiel senta o me lado em silêncio, e sem aviso prévio, me puxa e faz com que eu encoste minha cabeça em seu ombro.

—Eu nunca quis tanto bater em alguém como eu quero bater em Dake, agora. — ele diz de forma séria.

—Bem vindo ao clube. —murmuro.

[...]

        Ponto de vista : Dake West.

Sentado de frente para o mar penso em Florence Elliott, penso nos meus momentos com ela. Penso o quão iludido eu sou por ter pensado que um cara como eu, algum dia teria algo sincero com uma garota como ela.

              Me recordo do olhar dela ao me ver com Gisele no domingo. Havia algo ali. Ela parecia incomodada, e uma parte de mim se sentiu satisfeita com isso.

          Logo me lembro também do comportamento dela no refeitório hoje mais cedo. Ela estava mal, eu quis ir até ela, a consolar. Mas por fim, notei que devia ser algo que o representante fez, e que logo mais ele pediria desculpas a ela e eles se acertariam. Eu não devia ser egoísta. Devia ter ido até ela, e a ajudado. Não era isso o que eu queria desde o começo? Sua amizade.

        Droga! Não era! Eu sentia algo estranho por Florence, e sabia o quão indigno eu era dela e devia ser por isso que eu sempre acabava estragando as coisas.

           Peguei meu celular e pensei em ligar para Gisele, afinal havíamos tido um bom momento no fim de semana e ela deveria querer repetir a dose. Mas logo desisto, ao notar que quem não quer isso sou eu.

          Me levanto, pronto para ir para casa, me trocar, para assim poder surfar um pouco. Afinal eu precisava espairecer. Mas minha intensão é interrompida, quando vejo um Castiel furioso vir em minha direção.

         Sem que eu espere, ele me segura pelo colarinho da camisa e me encara com raiva.

—Qual é a droga do seu problema? — questiona gritando. Noto, que todos na praia param para nos ver.

         Me pergunto mentalmente se eu por acaso havia feito algo com Debrah naquela festa, mas logo constato que não. Então sem motivos para ele estar bravo comigo.

—O que eu fiz? — questiono sem entender a raiva dele.

—Eu que pergunto: O que você fez com a Florence? — a pergunta me pega de surpresa.

—Nada. — falo de imediato.

—Nada? A garota estava péssima e estava claro que era por alguma coisa que você fez. Para que raios você se aproximou da menina se tinha a intensão de continuar sendo esse idiota? Qual é! Dakota...Você conhece a história dela, conhece seu passado... Você quer acabar mais com ela? — seu discurso, faz com que eu me pergunte quando ele passou a se importar tanto com Florence, mas não dou voz as minhas dúvidas.

              Então passa por minha cabeça, que Flore estava mal, porque eu a ignorei, por estar irritado com o fato de que ela tinha algo com o representante. Então, ela me considerava realmente um amigo. Ela se importava com a minha presença em sua vida.

—Por que está com essa cara? Já sabe o que fez? — questiona me soltando.

—Só uma coisa...Estúpida e egoísta. —murmuro.

—Conserte isso...Porque me escute bem: Aquela garota se importa com você, Dake. Céus! Ela se importa de verdade com você!. —anuncia.

        Encaro a casa de Flore e decido que tenho que enfrentar a fera.

[...]

  Ponto de vista : Florence Elliott.

Encolhida no sofá com Booh ao meu lado, assisto um filme chato na TV — a qual não presto atenção realmente. — enquanto me lembro do meu momento de desabafo com Castiel. Eu estranhamente não me sentia desconfortável em ter feito aquilo. Ele era alguém que me inspirava confiança, ele parecia me entender.

          Ouço alguém bater na porta e penso que é minha tia, que provavelmente esqueceu as chaves. Me levanto e sem cerimônias abro a porta. Arregalo os olhos, com o que encontro, e minha respiração se torna descompassada.

—Oi! — Dake cumprimenta em tom baixo.

—Oi? É isso que tem para me falar, depois de me ignorar completamente como se eu não fosse ninguém, por motivo nenhum? É isso que você me diz depois de ter me abandonado num lugar para qual você praticamente me obrigou a ir e eu levei numa boa? Sem que você se preocupasse se eu sequer cheguei em casa, ou ao menos me mandasse uma mensagem para confirmar se eu estava bem? — o encho de perguntas. Completamente aturdida.

—Flore, eu quero te... — Não deixo que ele termine.

—É Florence para você. — grito.

—Então voltamos a fase do nome completo? — indaga com ironia.

—Voltamos a fase que você é um idiota, o que é um nome perto disso? —pergunto com deboche.

—Olha...Na noite do jogo, eu não fiquei na festa. Não consegui me divertir, pois me sentia culpado por ter te abandonado. Eu vim até a praia para checar se você estava bem... Mas, eu te encontrei com o representante...Eu fiquei irritado ao te ver com ele, porque constatei que você mentiu para mim, mentiu quando disse que não havia nada entre vocês dois e mentiu quando disse que voltaria com Faraize. — suas palavras me fazem ficar surpresa e incrédula. —Eu  vi como você estavam dentro do carro e então com aquela raiva, eu simplesmente voltei para a festa e aproveitei o máximo que pude...Então no dia seguinte e hoje, ainda estava irritado com você, e nem entendo o motivo, mas Castiel me fez perceber que eu estava agindo mal. —desabafa e eu suspiro.

—Você é um idiota, e essa não é uma daquelas vezes que eu digo isso para te provocar; Você é realmente um idiota. — grito transtornada e ele me olha sem entender. —Eu não menti para você...Menti sobre Faraize, é verdade, mas, isso é porque eu quis te dar a oportunidade de se divertir...Mas, sobre Nathaniel: Não temos nada e eu repeti isso mil vezes para você, achei que já tivesse entendido. — digo incrédula.

—Qual é! Florence! Estava na cara que rolava algo ali. Parecia que vocês tinham acabado de se beijar, e eu não duvido que fizeram isso novamente quando eu sai dali. — comenta com deboche.

—Você nem ao menos pensou em me perguntar. — falo ofendida.

—Você mentiria novamente, e eu só quero a verdade. — diz como se tivesse direito.

—Você quer a verdade? Ai vai ela: Nathaniel tentou me beijar e eu deveria ter retribuído...Só que no momento em que ele se aproximou, eu estava ocupada demais, pensando em quando eu e você quase nos beijamos no jogo. Estava pensando em como eu queria aquilo naquele momento. Então eu me esquivei dele. E céus o nosso quase beijo povoou a minha mente por muito tempo, até eu te ver com aquela tal Gisele. Achei que tinha ido a festa porque queria ter um momento com Castiel, por terem se reconciliado. Mas, eu fui burra, eu tive esperanças em relação a você. — admiti com lágrimas nos olhos e Dake ficou estático.

—O que está querendo dizer? —pergunta afetado.

—Eu sinto algo por você. Algo que eu nunca senti antes por ninguém. Eu sei o quão estúpida eu sou por isso, mas, eu me afetei como o inferno quando vi você com aquela garota. — afirmei. —E você só fez isso porque estava irritado comigo, sem ter esclarecido nada e é só isso que eu posso esperar de um cara como você: Erros. Porque você os comete mais do que se é saudável admitir. — digo.

—Eu sinto muito. — ele diz, ofegante.

          Fecho meus olhos, engolindo a dor.

—Eu te deixei entrar. Eu nunca deixo ninguém entrar. — falo sem encara-lo.

—Flore, me desculpe. — ele tenta.

—Apenas vá, Dake. — peço num sussurro.

—Eu não quero ir. — diz, então eu o encaro e vejo que pela primeira vez em sua vida, Dake está a ponto de chorar. —Eu sei que sou um cretino, que cometo os piores erros e que nem em sonho mereço uma garota como você...Mas...Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida, Florence Elliott, você é minha melhor amiga e eu não quero perder isso. — ele fala de um jeito sério.

            Olho para ele de verdade .E ali encontro uma sinceridade admirável, e sem que eu tenha controle dos meus atos me vejo fazendo algo improvável. Sem me controlar, me jogo nos braços de Dake, e ele retribui o ato, me apertando contra si e aspirando meu cheiro. O abraço dele é carinhoso, protetor e é carregado por outra coisa que não consigo dizer o que é.

        Aquela era a primeira vez que nos abraçamos, e aquele momento certamente ficaria marcado pela intensidade dele.

—Não me deixe novamente. — peço.

—Nunca.


Notas Finais


Foi bem fofo, podem admitir!
Já sabem, se inscrevam no meu canal, por favor : https://www.youtube.com/channel/UCgXRJTfto9XvgT-oxE1wKvQ


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