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História De Repente É Amor - Um Pedido Obrigatório.


Escrita por: VitoriaAlex

Capítulo 14 - Um Pedido Obrigatório.


Ponto de vista: Florence Elliott.

— Deixa eu recapitular tudo o que eu ouvi...Quer dizer que você beijou o Dake? — assenti para confirmar, e uma Peggy meio incrédula continuou. — E foi seu primeiro beijo, e você não surtou, nem ficou nervosa e nem pensou no quão nojento seria o ato de uma língua desconhecida e muito usada por sinal, estar em sua boca? — vendo daquela forma parecia algo horrível.

            A noite passada acabou de um jeito maravilhoso, com mais alguns beijos de Dake na varanda da minha casa. Não trocamos palavras, não decidimos nada ali, só aproveitamos o momento. Aquele sentimento recém descoberto que pouco a pouco se intensificava. Aquele sentimento ainda não nomeado.

    Então hoje, acordei e notei que precisava contar a alguém sobre tudo que aconteceu ontem, e como minha tia estava fora de cogitação, a melhor opção foi a Peggy, que reavaliando bem não foi  realmente uma boa opção.

    Como não teríamos a primeira aula hoje,  decidi chama-la para fazer uma caminhada matinal na praia, e a medida que ela reclamava da minha escolha, ela escutou meu relato sobre Dake.

—Eu não sei como explicar, mas, quando Nath se aproximou de mim uma vez para me beijar, eu simplesmente congelei. Não pelo ato em si, mas porque aquele seria meu primeiro beijo e parecia errado fazer isso com alguém que eu não gostasse daquela forma...Mas com Dake, foi natural, não teve um pânico antes do beijo, era algo que devia acontecer...Eu realmente não sei como explicar, só sei que quando o Dake me beijou de surpresa na primeira vez, a sensação de inexperiência foi embora. Eu ignorei o fato de que ele havia beijado várias outras meninas, e simplesmente me senti especial por estar fazendo aquilo com ele, naquele momento...E eu leio muito, sabia basicamente o que fazer.  — revirei os olhos por essa última parte, e Peggy se virou para mim, parando assim a nossa caminhada.

—Você está apaixonada pelo maior galinha da Sweet Amoris...Você está ferrada. — anuncia com sutileza.

—Valeu pelo apoio moral. — agradeço irônica.

—E o maior galinha da Sweet Amoris está apaixonado por você. — admite e eu me surpreendo pelo tom de derrota, mas logo ele se modifica. — Você está duplamente ferrada. — debocha.

—Por que diz isso? — indago sem entender.

—Você é tipo uma prancha nova para Dake, aquela com que ele faz as melhores ondas, e então as outras pranchas velhas perderam a graça, mas, em algum momento você se tornará a prancha velha. — fala de modo confuso.

—Bela metáfora. — elogio com sarcasmo e irritação.

—O que eu estou tentando dizer é que você não pode depositar muitas expectativas nisso...Ele está apaixonado. Okay. Ma,  ainda é sobre Dake West que estamos falando. — diz com sabedoria.

—Eu sei. — admito frustrada.

—Em todo caso somos boas jornalistas, podemos acabar com a vida dele, se ele te machucar. — tenta me animar e aquilo me faz rir.

—Você é uma ótima amiga, Peggy...Mesmo que não admita. — ela luta para que um sorriso não apareça em seu rosto, mas ela perde. — E você e Armim, como foi a festa? — indago curiosa, enquanto voltamos a caminhar.

—Acho que estamos namorando. — ela murmura, corando.

—É serio? — questiono animada.

—Sim. Foi meio difícil resistir a isso, quando ele escolheu ir a uma festa comigo, ao invés de ficar jogando games. — fala se fazendo de indiferente.

—Sabia que se você demonstrasse estar satisfeita de vez em quando você não teria um pedaço de si arrancado? — debocho e ela revira os olhos.

—Estou feliz. Okay? Estou feliz por alguém me aceitar do jeito que eu sou, e por gostar de mim, apesar das minhas peculiaridades...Alguém além de você. — ela admite e eu fico tão alegre com isso que a surpreendo com um abraço animado.

                 Logo, passamos a andar lentamente, conversando sobre coisas aleatórias. — isso depois de Peggy dar um jeito de se livrar do meu abraço. — e sem que eu perceba estou rindo horrores. Nossas risadas aumentaram, quando vimos uma Lynn destruída vir em nossa direção. Vestida em roupas esportivas, a mesma tinha seus fios de cabelos  castanhos preso em um rabo de cavalo desarrumado. E um óculos escuro camuflava a cara inchada.

            Eu também havia a chamado  para nossa caminhada. Nos conhecíamos a pouco tempo é verdade, mas eu havia criado uma afeição imediata por ela, e Lynn enxergava uma garota legal em Peggy, e isso já era algo que fazia valer a pena ter uma amizade com ela.

—Eu espero que por dentro,  você não esteja tão horrível quanto está por fora. — Peggy debocha, antes de tomar um pouco da sua água de coco.

—Estou pior. — Lynn responde com uma careta. — Nunca mais me deixem beber. — ela ordena,  fazendo Peggy e eu rirmos.

—Eu posso te visto você dançando com Castiel ontem a noite, era uma ilusão minha? — pergunto e noto que por trás dos óculos ela está me fuzilando com o olhar.

—Não me fale desse...do Castiel...Eu não quero ouvir o nome desse ser depois que o vi ficar com uma garota na minha frente...Conversamos e eu achei que estava rolando um clima legal entre a gente, então ele disse que precisava fazer algo, e logo depois eu o encontrei com aquela loira aguada. — ela me explica e eu mordo os lábios.

—Você se aproximou e ele se assustou, então fez algo estúpido para te afastar. — arrisco.

—Ele se assustou? Eu sou o que? Uma leoa a solta? — indaga irônica.

—Você se aproximou de verdade, Castiel começou a gostar de conversar com você e ele não sabe como lidar com esse sentimento de afeição, porque quando ele se permitiu sentir isso, o coração dele foi quebrado. Ele gostou de você, por isso não quis ficar só por ficar. E se você quiser algo com ele de verdade, não só uma ficada, vai ter que ter paciência e vai ter que querer conhecer o Castiel de verdade...Não esse bad boy que ele finge ser, mas, sim o Castiel que faz de tudo para ver um amigo seu, bem, o Castiel que ama música e seu cachorro Dragon e o Castiel que foi quebrado por a Debrah. Vai ter que aceitar todas as partes deles, até as feias. Vai ter que entender que ele vive em um mudo só dele as vezes, e que para você chegar lá precisa conseguir a confiança dele. — minhas palavras fazem ela me encarar.

—Você fala como se o conhecesse a séculos...Como entende ele tão bem? — indaga e Peggy também volta sua atenção para mim.

—Somos parecidos de um jeito estranho. Ambos temos uma escuridão dentro de nós, e em enquanto eu decidi deixar ela me sugar, Castiel a descontou em outras pessoas. Somos pessoas com problema de socialização, e de uma forma diferente temos as mesmas reservas em deixar alguém se aproximar...E quando eu quis chorar, Castiel esteve ali para me fazer bater e lutar contra essa vontade...A aproximação e amizade que eu criei por ele, foi repentina e consequência de um acaso...É diferente da minha amizade com Nathaniel, Castiel é como uma versão masculina e bem mais agressiva de mim, e eu gosto da pessoa que sou quando estou com ele e com Dake. — sou sincera ao falar aquilo, então sem saber o que dizer, ela simplesmente assente e passa a caminhar ao nosso lado.

        Abro um sorriso maroto quando nos aproximamos de um quiosque perto da minha casa, e pela segunda vez naquele dia Lynn me fuzila com o olhar quando avista Castiel sentado em uma das mesas de lá.

—Você sabia que ele estaria aqui. — ela murmura entredentes.

—Talvez. — cantarolo.

—Você sabia. — afirma outra vez, convicta.

—Okay...Eu poderia saber que de vez em quando ele gosta de caminhar por aqui. — comento me rendendo. — Mas, em todo caso, eu achei que ele estava de ressaca. — essa última parte é mentira, antes da nossa caminhada eu posso ter por puro acaso mandado uma mensagem para saber se Castiel estava bem após a noitada, e ele pode só por puro acaso também, ter me dito que faria uma corrida matinal.

—Você não presta. — isso me fazia concluir que ela estava andando demais com a Peggy.

—Que tal você ir lá? Sabe, tentar aceitar as partes difíceis, ou pode simplesmente agarra-lo. — a incentivo e ela ri incrédula.

—Ela troca dois beijos com Dake West e se torna uma criatura ainda mais irritante. — Peggy murmura.

—Você beijou o Dake? — Lynn questiona com os olhos arregalados.

—Esse não é o foco da conversa, mas, sim trocamos alguns beijos, não foram só dois, mas, dane-se... Vá até o Castiel e faça algo. — ordeno firme e ela suspira.

—Só quero deixar claro que se eu e o Castiel nos envolvermos e eu quebrar a cara, a culpa será toda sua. — ela diz com firmeza.

—Okay. — digo sem me preocupar.

—Okay, eu realmente vou lá. — ela diz, mas permanece parada.

—Nesse século? — Peggy indaga irônica.

—Talvez seja melhor deixar para outra hora. — Lynn comenta e eu reviro os olhos.

—Agora. — aponto discretamente na direção dele.

—Certo. — concorda e então se vira, pronta para ir.

—Vai logo. — praticamente grito e ela finalmente passa a caminhar.

        Peggy e eu observamos de longe ela puxando assunto com o ruivo, e acariciando o enorme cachorro dele como se conhecesse o animal há anos. Pelo olhar que Castiel lançou para ela, o fato de Dragon gostar dela. — eu sabia o nome do cachorro, porque uma vez Dake comentou comigo. — fazia com que Lynn ganhasse inúmeros pontos com ele.

—Ela é boa. — Peggy murmura ao também notar isso.

—Nath tentou conquistar meu cachorro também, mas, Booh o odeia...O engraçado é que ele adora o Dake. — comento por ter haver com o assunto.

—Ele tem o péssimo gosto da dona também. — debocha.

—Chata. — cantarolo.

—Só com você. — devolve. —  Acho melhor deixarmos os dois pombinhos conversando e irmos nos arrumar, nossas aulas começam daqui a pouco. — ela diz.

            Concordo rapidamente.

[...]

         Até então eu não havia notado quanta falta eu estava sentindo de Dake, só notei quando cheguei ao estacionamento que sempre nos encontrávamos e ele me recebeu com um caloroso beijo, que foi bem aceito por mim. Era completamente estranho estarmos naquela situação, mas soava como algo certo.

            Continuamos sem estabelecer rótulos, ou debater sobre o que estava acontecendo ali, só trocamos mais alguns beijos antes de decidirmos entrar no carro e irmos para escola, sem nos agarrarmos no percurso.

           Eu sabia que não queria ser como as centenas de garotas que Dake ficou, e que foram só momentos, mas eu sentia  de alguma forma que se eu colocasse aquilo em palavras, estragaria tudo.

            Eu sabia também que eu não precisava chegar na escola de mãos dadas com ele, ou fazer um espetáculo no corredor para mostrar o que estava acontecendo entre nós. Eu só queria ele comigo, como vem sendo nos últimos tempos, só que com alguns beijos de bônus...Quer dizer, isso era o que eu estava tentando convencer a mim mesma que queria.

—Então, agora que estamos tendo esse lance, temos que estabelecer alguns pontos. — Dake me surpreendeu com aquelas palavras, quando descemos do carro.

—Que pontos? — indago arqueando uma sobrancelha.

—Bom, eu sou inexperiente com isso de relação séria... — Não me contive e abri um sorriso, quando notei que Dake queria que eu fosse mais que uma garota do momento. —...E você também. — diz. — Por exemplo...Do que iremos nos chamar? — gargalho com aquela pergunta.

—Como assim? — questiono curiosa.

—Sabe como é, aqueles apelidos estranhos que os casais usam...Quer que eu te chame como? Docinho? Vida? Paixão? — gargalho mais com a falta de noção de Dake.

—Flore está bom. — vejo ele murchar um pouco com a minha falta de animação em relação aquilo. — Pode ser que um dia cheguemos a fase do “amor”. — coisa que eu duvidava muito.

—Tenho mais um ponto. — Lá vem.

—Qual?. — indago.

—Sua amizade com o Nathaniel. — olho para ele com a sobrancelha franzida.

—O que tem ela? — questiono preocupada.

—Ela é muito intimista...E obviamente vai ter que deixar de existir. — penso que ouvi errado, mas quando vejo Dake com uma expressão séria, noto que não.

—Isso é ridículo. — falo incrédula. — Isso é...Não é possível que tenha tanto ciumes do Nath a ponto de falar um absurdo desses. — comento indignada.

—Não é ciume. — diz alarmado.

               Vejo Castiel se aproximar de nós e olhar para gente de um modo estranho.

—Por que estão com essas caras? — indaga.

—Porque Dake West é um babaca. — acuso.

—Babaca por não querer que a minha namorada fique de papinho com o representante? — admito que tremi com esse título, mas eu não ia ceder aquele argumento idiota.

—Sua namorada? Quando houve um pedido? — pergunto irônica.

—Oh...Você quer um pedido? Por que raios você não me disse isso antes? Por que tem que ser tão complicada? Até então eu não sabia o que você queria em relação a nós, já que a senhorita não falou nada sobre nossa situação. — me acusa.

—Eu não quero nada com você. — grito irritada.

—Certo. — diz de volta, também irritado.

—Ótimo...Esse é o fim de um relacionamento que nem começou. — anuncio e Castiel nos encara incrédulo.

—Eu perdi algum capítulo disso tudo? Namoro? Término? O que aconteceu ontem?. — questiona.

—Nada. — Dake e eu dizemos ao mesmo tempo.

—Agora eu vou entrar,  assistir uma aula incrível e aproveitar meu título de solteira. — digo e então dou as costas para os dois.

              Estou irritada. Muito irritada. A medida que caminho pelo corredor rumo a sala do jornal, onde pretendo ter mais uma conversa nada incentivadora com a Peggy. Mas meu percurso é interrompido quando uma mão forte agarra meu braço. Me viro e encaro Dake com fúria.

      Como ele havia andado tão rápido?

           Antes que eu diga qualquer coisa, o loiro dá um jeito de discretamente me levar até um sala vazia no final do corredor, enquanto eu protestava avidamente.

—O que você quer? — questionei, quando ele me soltou.

—Nesse momento? Te beijar. — aquilo me desarma.

—Eu não deixaria. — falo sem a mínima convicção.

—Pode só ignorar o que eu disse antes? — questiona ao notar seu erro.

—Talvez. — digo com a voz fraca.

—Isso é um sim? — indaga mesmo que saiba.

—É. — confirmo.

              Um sorriso se forma no rosto dele, então ele se aproxima de mim e corta completamente a distância entre nós ao selar nossos lábios, inicialmente com carinho, mas depois com intensidade. Sem que eu perceba meu corpo se encontra contra uma das mesas da sala, mas eu me convenço de que aquela pegação só se trata de hormônios a flor de pele.

          Eu nunca tinha namorado, e era uma total inexperiente em coisas como aquela, mas Dake me fazia sentir coisas que iam além da compreensão, e quando eu dava por mim, meus lábios já acariciavam a boca dele, enquanto meu corpo não se controlava e pedia por mais.

        Mas no fim minha consciência não demora a dar as caras, e me alertar que é melhor eu parar com aquilo.

[...]

   Meus dedos se movem com agilidade, enquanto eu digito freneticamente mais uma parte do meu artigo para faculdade, no computador da sala do jornal. Aproveitei a primeira festa que fui  — cheia de populares —e decidi escrever um pouco sobre isso. — Ocultando é  obvio, os acontecimentos envolvendo Dake. — Peggy estava atazanando a diretora em busca de novidades, a medida que eu fazia isso.

          Alguém bate na porta da sala, mas eu nem me dou ao trabalho de abrir, apenas digo um “entre”.

—Flore. — quando ouço a voz de Nathaniel, me viro rapidamente.

—Nath. — digo de volta.

—Será que posso falar com você? — pergunta me olhando.

—Claro. — concordo me levantando.

        Por um momento a discussão que tive com Dake sobre minha amizade com Nath passa na minha cabeça, mas eu a ignoro.

—Bom, é que a Melody desistiu de me ajudar no grêmio definitivamente, e eu preciso de ajuda para desempacotar alguns livros na biblioteca, posso contar com você? — indaga, forçando um sorriso.

—Sim...Podemos ir agora mesmo. — digo sem hesitar.

       Organizo algumas coisas, antes de seguir em silêncio com Nath até a biblioteca. Não demora para que ele me indique as caixas. Inicio o processo de retirada, e vou lhe dando os livros, enquanto ele os organizas em prateleiras vazias.

      O local está quase fechado, e eu noto que aquele é um bom momento para conversar com Nath.

—Dake e eu estamos meio que juntos. — anuncio e ele não parece surpreso. É como se fosse previsível, bom, talvez fosse mesmo.

—Certo. — diz sem me encarar.

—Eu não queria que você soubesse por outra pessoa. — complemento.

—Não precisa se preocupar comigo. — fala com um sorriso leve.

—Sabe...Deveria encontrar uma garota legal com quem você pudesse ter algo, você é incrível. — digo a verdade.

—Flore, por favor não banque a cupido comigo...Já basta com Peggy e Armim. — franzo as sobrancelhas quando ouço isso.

—Peggy e Armim? — questiono sem entender.

—É...Aquilo que você fez, quando deu a Peggy os ingressos esgotados da feira para que ela fosse com Armim. — fala sem muita emoção.

—Como sabe sobre isso? — arregalo os olhos.

—A Peggy disse ao Armim, que por sua vez virou uma espécie de amigo meu e me contou... — ele diz.

—Peggy admitiu que eu a ajudei. — falo surpresa.

—Ela gosta de você. — comenta dando de ombros. — Mas voltando ao ponto: Não preciso que dê uma de cupida para cima de mim. — reafirma.

—Okay. — concordo.

—Ótimo. — fala e então voltamos ao trabalho.

—Sabe, eu estava pensando, agora que Dake e eu aparentemente temos algo, vocês deveriam ao menos tentar ser amigos...Não quero perder você por minha escolha. — Nath sorri para mim quando ouve isso.

—Eu tentar ser amigo do Dake? É a mesma coisa de você me pedir para tentar ser amigo do Castiel, não posso fazer isso, nem por você. — faz questão de deixar claro. — Bom, todos os livros estão guardados, obrigado pela ajuda, tenho que ir agora. — ele diz, então beija minha testa como despedida.

              Me encostei em uma das prateleiras e suspirei.

            Namorar Dake e ser a melhor amiga de Nathaniel vai ser difícil...Muito difícil.

[...]

      Descobri algo sobre Castiel que até então eu não fazia a mínima ideia: A companhia dele era ótima no silêncio. Estávamos a mais de uma hora assim, enquanto ele teclava algo em seu celular, eu me encontrava lendo um bom livro. Digamos que o porão era um lugar incrível quando se quer encontrar paz. E graças a um convite de Castiel, eu estava aqui.

       Ultrapassamos alguns limites de intimidade por conta de nossa posição no sofá. Minhas pernas estavam por cima das dele, e de vez em quando Castiel até fazia um carinho nelas. Eu não ligava muito para isso, o ruivo havia conseguido minha confiança e amizade rápido de mais.

      Ergui meus olhos por cima do livro e vi que Castiel me observa com um sorriso divertido nos lábios.

—Não vou falar com você sobre Dake... — avisei.

—Não sabe o quanto isso me agrada, não tenho talento para conselhos. — diz com deboche.

—...Mas isso não quer dizer que eu não vá falar com você sobre a Lynn... — continuo pois ele havia me interrompido.

                 Ele revira os olhos.

—Vou voltar para o meu celular. — comunica.

—Não vai não. — nego, pegando o aparelho.

—Onde está o Dake? Vocês estão no começo de algo, não deveriam estar na fase irritante de ficarem juntos sempre?. — questiona com sarcasmo.

—Ele teve que resolver algo e só nos veremos a noite. — falo, revirando os olhos.

—Não vamos falar sobre a novata. — Castiel diz.

—Precisamos falar sobre a Lynn. — retruco.

—Você está sendo irritante. — ele nota.

—Estou? — questiono fingindo inocência.

—Você sabe que sim. — afirma.

       Reviro os olhos e depois disso passo a encarar o ruivo com determinação, ele suspira antes de admitir:

—Ela é legal. — é o que consegue dizer.

—“Legal”? Legal é a sua guitarra, a Lynn é ótima, e ela não é uma vadia como a Debrah, podemos levar isso em conta? — indago irônica.

—Está claro que ela não é o tipo de garota que  fica só por ficar, e eu não quero nada sério agora. — explica.

       Tenho vontade de dizer que bêbada do jeito que ela estava ontem, ela ficaria só por ficar sem nenhum problema, mas, acho melhor não.

—Nem agora, nem nunca...Enquanto você não superar a Vaca da sua ex namorada de verdade, não vai estar preparado para outro relacionamento. — digo convicta.

—E o que você aconselha que eu faça em relação a isso? — questiona com desdém.

—Mandar a Debrah para o inferno já seria um bom começo. — murmuro por alto e então noto que isso foi infantil. — Podia começar, acertando as coisas com as pessoas que se prejudicaram durante seu relacionamento com ela. — digo minha opinião.

—Quem, por exemplo? — questiona curioso.

—Nathaniel. No fundo você sabe que ele não deu em cima dela, e que toda aquela encenação da Debrah não teve o menor cabimento e que ela só estava atuando. Você começou a odiar o Nath por um motivo ridículo demais para ser levado em conta. — falo e Castiel revira os olhos.

—Primeiro: Eu não odeio ele...Só não gosto dele. Segundo: Isso é muito mais do que o caso da Debrah, eu e ele não nos damos bem, porque somos diferentes e não conseguimos lidar com essas diferenças de um jeito pacifico. Não vou pedir desculpas a ele, e não vou tentar iniciar uma amizade com ele, porque isso nunca dará certo. — isso me lembra a conversa que tive com Nath mais cedo.

—Sabe o que eu acho? — indago, e ele nem precisa dizer que sim para que eu fale. —Que haverá uma situação em que vocês dois serão forçados a apoiar um ao outro, e então notarão que a forma que se tratam é infantil e ridícula. — digo como um prelúdio e para meu incomodo um arrepio percorre meu corpo.

—E que situação seria essa? — ele questiona divertido.

—Sei lá...Um dia vocês dois podem encontrar uma coisa em comum para gostarem e então algo pode acontecer com essa coisa. — falo sem entender meu próprio raciocínio e dou um sorriso nervoso.

—Você está confusa hoje. — Castiel brinca.

    Continuamos a conversar divertidamente — e eu ignoro aquela sensação — até ouvirmos um barulho vindo da porta do porão, antes que eu tenha tempo de me levantar, Lysandre surge das escadas e nos olha com estranheza.

—Eu atrapalhei algo? — indaga um tanto corado.

—Na verdade sim, estávamos transando aqui e você chegou na hora errada. — Castiel debocha e em resposta bato no seu braço.

—Não atrapalhou nada Lysandre, eu já estou indo, vou deixar vocês ensaiarem. — falo me levantando.

       Castiel me lança um olhar divertido, antes que eu saia e eu simplesmente reviro os olhos.

[...]

         Acabo ficando na escola até a noite chegar, porque Peggy me fez ajuda-la em um artigo sobre uma feira que a escola estava organizando. O projeto era convidar alguns alunos de escolas de outros países para conhecerem um pouco mais sobre a Austrália, e segundo a diretora já haviam vários dispostos a vir.

          Mandei um torpedo para minha tia avisando porquê de eu estar na escola até tarde, e quando acabamos tudo, Peggy é praticamente forçada a me dar uma carona, já que Dake não estava na escola.

  Quando cheguei a praia aproveitei para ligar para ele, enquanto andava rumo ao meu lar, mas o mesmo não atendia de jeito nenhum. Ergui meus olhos em direção a minha casa, e estranhei quando vi que tudo estava escuro lá.

     Caminhei até a varanda e girei a maçaneta, me surpreendo ainda mais quando a encontrei aberta. Minha tia estava sozinha naquele breu?

        Abri a porta hesitante, e arregalei os olhos com o que encontrei; A sala estava preenchida por velas aromáticas daquelas que minha tia me pediu para comprar no dia que comecei a falar com Dake no supermercado. Haviam também alguns balões em forma de coração, e a mesa da sala estava preenchida com o que parecia ser pizza.

— O que... — não tenho nem tempo de formular uma pergunta. Eis que Dake surge da cozinha, com um sorriso enorme.

—Nada de flores, porque você não gosta delas. — diz ainda sorrindo. —E não se preocupe, sua tia foi super legal ao sair para que eu fizesse isso tudo. — me comunica.

         Olho para ele e para tudo aquilo, aturdida.

—Por que?. — é só o que consigo perguntar.

              Dake se aproxima de mim, e tira algo de seu bolso, em seguida ele ergue uma medalhinha com um pingente de uma câmera fotográfica, em minha direção.

—Eu já disse que nunca namorei sério, então eu meio que não sabia que deveria acontecer um pedido oficial. Mas você fez questão de pontuar hoje isso mais cedo, então para que não reste dúvidas: Quer namorar comigo? — o encaro emocionada.

          Uma lágrima desliza por meu rosto, e eu me encontro estática. Aquilo era lindo e inesperado.

—Não vai dizer nada? Nem o seu típico talvez? — indaga preocupado.

—Acha mesmo que eu diria um “talvez” para isso? — questiono.

—Então?... — pergunta com expectativa.

—Sim. — falo baixo. — É um sim pintado em letras de néon. — esclareço e ele gargalha.

                Dake me puxa pela cintura  e enxuga minhas lágrimas. O que ele já vinha fazendo inconscientemente por todo esse tempo. E de forma delicada ele me beija, enquanto eu apoio minhas mãos em seu peitoral de um jeito carinhoso.

       Quando nos separamos, Dake me vira e coloca a medalhinha em meu pescoço, suspiro com seus dedos em minha pele e logo volto de novo para ele, e lhe dou um selinho.

—Obrigada. — agradeço com um sorriso.

—Pelo que exatamente? —questiona divertido.

—Por tudo, mas principalmente por me fazer feliz desde que entrou em minha vida. — digo sincera e sem delongas ele me beija novamente.



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