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História De Repente É Amor - As Três Palavras.


Escrita por: VitoriaAlex

Capítulo 19 - As Três Palavras.


Ponto de vista: Florence Elliott.

A noite estava linda; A lua brilhava mais do que de costume, a brisa marítima estava fria de um jeito bom, e o vento controlado de uma forma agradável. Com a cabeça encostada em uma das pilastras presentes na varanda, eu encarava o mar á minha frente, pensando em como as coisas haviam mudado em tão pouco tempo. Em como eu havia mudado

          Engoli a seco, desconfortável quando as palavras que disse a Nathaniel hoje, voltaram a povoar meus pensamentos; Porque no fim, você acredita que em algum momento eu perceberei que há uma parte de mim que quer você.

                Eu não sabia o motivo, mas aquelas palavras haviam se fixado em mim, como se houvesse um significado oculto por trás delas, um significado que eu estava prestes a descobrir. E eu tinha medo do que mudaria se eu descobrisse.

—Então é assim, você abusa de mim em uma noite e depois some das minhas vistas? — abro um pequeno sorriso quando Dake diz isso, a medida que sobe as escadas da varanda.

—Não foi a minha intenção. — esclareço e ele assente como se dissesse que tudo bem. Tomada por aquela sensação de algo estar fora do lugar, me sento nos degraus da escadinha, e Dake se senta ao meu lado. Tal, como uma vez fizemos para desabar sobre nossos problemas.

—Está tudo bem? — ele questiona curioso.

—Sim...Eu sou a “órfã canadense” às vezes tenho meus momentos de solidão. — brinco e Dake me olha sério.

—Não precisa tê-los. Você não está sozinha, tem a mim agora. Tem o idiota do Castiel, tem a Lynn, e a Peggy. Estamos aqui, por você. — Dake me diz com carinho.

—É! Eu ganhei bastante coisas. — noto e então lágrimas se formam em meus olhos. Notando meu estado, Dake puxa meu rosto delicadamente e segura meu queixo para que eu encare. — Mas, eu perdi ele. — afirmo, algo que nem ele percebeu.

—Quem? — Dake questiona preocupado.

—Nathaniel. — o West engole a seco. —  Eu sei que ele tentou, ele quis ficar independente dos seus sentimentos não serem correspondidos...Mas o olhar que eu vi nele...Ele não vê do mesmo jeito que antes, não me vê mais como uma amiga, ou um amor platônico, ele me vê como a garota egoísta que partiu seu coração, e está seguindo em frente, feliz. — digo com convicção.

—Ele significa tanto assim para você? — no fundo eu sei que Dake não quer a resposta, e que eu não deveria dá-la. Porque estávamos bem, porque tínhamos tido uma noite incrível ontem. Mas, eu não conseguia mentir para ele. Ia contra o que eu era.

—Eu o amo. — É doloroso para ele escutar isso. Eu sei! — Eu estava na escuridão e ele esteve lá, comigo. Como eu posso não ama-lo? Quando eu quis chorar, ele esteve lá por mim. Quando todos já haviam perdidos as esperanças, ele acreditou em mim, e não desistiu. Quando todos me julgaram e tentaram adivinhar o que eu sentia, ele me estendeu a mão, sem perguntas. Ele se apaixonou por mim, sem que eu sequer me esforçasse para isso, e quando eu disse que não podia corresponde-lo, ele continuou lá. Me diga, como eu posso não amá-lo? — questiono afetada.  Falar todas aquelas coisas não parecia justo com Dake, afinal, eu nunca havia falado que o amava, e o West apresentava um ciume intenso do Nathaniel. Mas ele precisava saber daquilo, para saber algo mais importante ainda: — Eu o amo, mas não estou apaixonada por ele. Estou apaixonada por você, e te escolhi, e tenho arcado com a minha escolha. Porque você me faz feliz, Dake, de um jeito que eu nunca fui antes. Então, não dê tanta importância ao fato de eu amá-lo. — digo em sussurros, em respota a isso, Dake faz algo que me surpreende; Ele aproxima nossos rostos, e cola nossas testas, enquanto fecho meus olhos.

—Por que você tem que ser sempre tão sincera? — ele indaga em tom baixo.

—Porque eu nunca vou mentir para você. — respondo convicta. Dake suspira lentamente, então roça seu nariz no meu. Me arrepio com aquela caricia tortuosa, então, abro meus olhos.

—Nunca? — questiona me olhando intensamente.

—Eu, ao contrário de você, sei o que essa palavra significa. — brinco em referência á acontecimentos passados, e ele sorri.

       Dake puxa meu corpo para perto do dele, e beija meus cabelos. Me sentindo acolhida com aquele contato, encolho minhas pernas, cobertas pela calça jeans, e encosto minha cabeça nos ombros do meu namorado. Me focando em seu cheiro e em sua respiração fraca.

—Já que estamos nessas de quase promessas; Eu tentarei ser menos egoísta, e fazer escolhas melhores. — Dake afirma, me apertando contra ele.

—Você faz boas escolhas; Você me escolheu. — relembro e ele suspira.

—E depois disso,  tenho feito umas mil escolhas erradas, que quase me fizeram te perder. — murmura amargo.

—Eu estou aqui, está se saindo bem. — o consolo.

—A questão é: Até quando? — indaga com escárnio.

—Por que tem tanta certeza que eu te deixarei em algum momento? Que eu não vejo um futuro para nós? — questiono preocupada.

—Porque ninguém vê. — é direto. — Todos sabem que em algum ponto, eu cometerei algum erro, que irá te magoar, e que fará você me deixar. — sua previsão não me parece animadora.

—Quer viver sob as expectativas de outras pessoas? — pergunto sem acreditar.

—Isso não é sobre expectativas, Flore, é a verdade. Você é a pessoa mais conquistadora, simpática e leal que eu conheço, irá conhecer novas pessoas no futuro. Quando você for para Nova York, tudo irá mudar. — constata.

—Você não quer que eu vá. — noto o obvio.

—Não. — também é sincero, e aquilo me atinge.

—Quer que eu abra mão do meu sonhos, porque isso te faria se sentir seguro. — falo, então me separo dele e o olho nos olhos.

—Não sou tão corajoso para pedir. — ele afirma.

—Então não peça. Porque se pedir, não gostará da resposta. — digo, e assim me encolho no moletom que estou vestindo.

—Só...Podemos ignorar essa noite? Só vamos nos lembrar do dia de hoje, até a parte em que caímos na areia. — ele pede e eu suspiro.

—Tudo bem. — concordo, para em seguida, ir para seus braços novamente.

          O que eu não sabia, é que aquela conversa não deveria ter sido ignorada. Se tivéssemos colocado os pingos nos is naquela noite, talvez as coisas que aconteceriam semanas depois daquilo, não seriam tão complicadas, para nós.

              Aquelas “Quase promessas” seriam nosso fim.

[...]

2 dias depois.

       Estava exausta após duas aulas de biologia, com a professora mais rígida do universo. Aparentemente, eu havia sido a última a sair da última aula. Porque, quando atravessei o portão de saída, encontrei uma cena no mínimo inacreditável; Lá estava o grupo mais improvável de todos. Castiel mexia no cabelo de Lynn, enquanto ela, sentada em seu colo, ria de algo que Peggy dizia. Essa última, por sua vez, tinha aquela expressão de descaso de sempre em sua face. Armim trocava palavras com Dake, enquanto meu namorado falava algo com muito entusiasmo. Todos os cinco, se encontravam debaixo de uma árvore do pátio, e parecia que eram amigos há séculos.

—Então qual é a boa de hoje? — questiono, abraçando Dake por trás, e beijando sua bochecha.

—Seu namorado está há meia hora, falando de um campeonato de surf idiota que ele participará amanhã. — Peggy me atualiza.

—O interessante é que eu não fui comunicada disso. — brinco e Dake revira os olhos.

—Me inscrevi ontem, ia te dizer hoje, quando  fosse dormir lá em casa. — Ele informa.

—Eu não vou dormir na sua casa. — me nego.

—Deixa de frescura, Bóris sabe que namoramos, não será estranho. — Dake diz.

—Ele é professor dela, será estranho. — Peggy pontua.

—Muito estranho. — Lynn concorda.

—Super estranho. — Castiel complementa.

—Mega estranho. — Armim finaliza.

—Faraize é namorado da tia da Flore. — Dake devolve e eu olho para ele incrédula. Aquilo era um quase segredo.

—Uou...Isso sim é estranho. — Peggy diz.

—Estranho de verdade. — Lynn fala, fazendo uma careta.

—Estranho de... — não deixo que Castiel termine.

—Tudo bem: É estranho. Convivemos com nossos professores, não tem como isso se tornar mais estranho...Na verdade tem, ficará bem mais estranho se eu for dormir na casa de Dake, com Bóris lá. — isso é minha forma de dizer que venci.

—Então, eu dormirei na sua casa. — ele diz dando de ombros.

—Tudo bem. — falo indiferente.

     Quando meus amigos me olham com estranheza, reviro os olhos.

—Minha tia é liberal. — esclareço e eles solta um “Ah”.

     Voltaram a conversar e em determinado momento, meus olhos encontraram os de alguém que estava me evitando a muito tempo. Do outro lado do pátio, Nath conversava com uma garota morena, que tinha o cabelo coberto por mechas rosas. O jeito que ela olhava para ele...A garota estava flertando com o Nath, e isso de alguma forma me incomodou.

—Vocês conhecem aquela garota? — eles se viram quando ouvem minha pergunta, e não são nada discretos ao encara-la.

—É Alyssa. Debrah odeia ela, a garota toca numa banda rival da nossa. Não trocamos muitas palavras, mas ela parece legal. Ela estuda em outro colégio, está ajudando nas aulas de música daqui, ela toca violão super bem. — É Castiel que me diz isso.

—Se Debrah a odeia, ela deve ser uma ótima pessoa. — falo disfarçando meu desconforto, pois Dake já começava a me olhar com estranheza.

        Olhei mais uma vez na direção de lá, e suspirei.

[...]

            A prova de que minha tia não é uma adulta normal, se confirma quando eu disse a ela, que Dake dormiria lá em casa, e ela nem ao menos se incomodou. Só me enviou uma mensagem com os dizeres “Confio em você querida, se cuide, porque se você tiver um filho aos 17, sua mãe voltará dos mortos para me esganar” Ah, e me comunicou que dormiria na casa do Faraize. Um ser humano comum, realmente.

          Esparramados no sofá da minha casa, após jantarmos uma pizza, estávamos eu e Dake, assistindo um filme juntos. Minhas pernas sobre sua coxas torneadas, enquanto ele focava completamente na TV e eu por minha vez focava somente nele.

—Você é realmente especial, Florence Elliott, nenhuma outra garota assistiria um filme sangrento como esses, sem nem ao menos reclamar. — ele diz e eu tenho vontade de falar “Eu não estou assistindo nada idiota, eu mal sei do que se trata, desde que começamos, tenho te encarado, procurando algum defeito nesse corpo maravilhoso” Mas isso aumentaria o ego dele, então não disse.

—Devia saber que eu sou corajosa, querido. Enfrentei um valentão por você, se não se lembra. — debochei e ele me olhou divertido.

—Que valentão? —o filme perdeu sua atenção.

—Quando começamos as nos falar, no supermercado. Livrei  você da pior surra da sua vida, enfrentando aquele valentão. — falo triunfante  e ele revira os olhos.

—Você não enfrentou ele, você mentiu para ele. — Dake pontua.

—Nem vem. Não lembra que eu cheguei com uma pose de durona e disse “Posso saber o que está acontecendo aqui?” — falei rindo e ele se juntou a mim no riso.

—É. Eu lembro. — Dake fala nostálgico.

—Eu te fiz um belo favor naquele dia. — constato.

—E eu fiz vários outros para você, logo depois. — O West lembra o inicio de nossa relação, quando trocávamos favor, sem nem ao menos notar.

—Formamos um belo par, não é mesmo? — questiono sorrindo.

—O melhor de todos. — Dake concorda.

             Desligo o controle da TV e quebro nossa distância com um beijo, que é muito bem recebido.

           Trocamos mais alguns daquele, naquele sofá, até notarmos que aquele lugar é minusculo.

         Assim que abri a porta do meu quarto. Booh correu para Dake, e começou a cheira-lo, até que o West se agachou e acariciou seu pelo com carinho. Fato esse que o animal adorou, por dois segundos, pois após isso, ele fugiu do meu quarto. Logo, Dake levantou-se e passou a observar a decoração do meu quarto com curiosidade. Focando em cada minimo detalhe.

—Vem cá, por que você tem que dormir aqui? Somos vizinhos, podemos fazer o que nossos corpos adolescentes querem e depois você pode ir embora. Como fez desde que começou a transar com as garotas. — falo sem entender, o fato dele querer tanto fazer isso.

—Eu sou o romântico dessa relação realmente. — Dake revira os olhos, e eu decido ignorar seu drama, quanto noto que o West encara meu painel de fotos polaroids. —Por que tem fotos de todos aqui? Nathaniel, Castiel... — questiona sem entender.

—Bom, Castiel está tocando, Nathaniel lendo um livro...Gosto de fotografar as pessoas fazendo o que mais amam fazer. — explico, esperando que não venha um ataque de ciumes pela frente. Na verdade era bem possível que teria, caso ele não tivesse visto uma foto em especial.

—Tem uma foto minha, surfando. — fala sorrindo.

—Mesmo te achando idiota, eu não era cega. Você surfa super bem. — digo automaticamente.

—Você ainda me acha idiota? — questiona me encarando. Bom, eu já havia dado a resposta para aquela pergunta várias vezes, mas parece que ele nunca levou a sério.

—Eu namoro com você, convivo com você, estudo com você. Em geral, eu conheço você, é claro que eu te acho um idiota. — falo a verdade.

—Sempre tão delicada. — fala ofendido. Em resposta a isso, reviro os olhos, e abraço sua cintura.

—Mas em compensação você é o cara mais...Hum...Mais... — tento. —Espera, estou procurando palavras que possam expressar suas qualidades. — Penso mais, e ergo uma mão. — O cara mais...Esforçado?— Dake revira os olhos. — Okay, isso foi rude...Bom, você é...Como eu posso dizer? — tento de novo. Droga Flore! — Você é...gostoso...Isso...Gostoso, pronto. — falo, fingindo uma risada.

—Cala a boca, Florence. — Dake pede “delicadamente”.

—Estava tentando ser romântica. — me ofendo.

—O Castiel em seus piores dias, diria algo mais romântico do que o que, você acabou de falar. — O West afirma.

—Isso foi ofensivo. — digo incrédula.

—Então tente ser romântica e se saia bem. — ele desafia.

           Me afasto pensando como posso ser romântica. Olho Dake com malicia e lhe lanço um sorriso. Ah, ele não sabe com quem está brincando.

   Em um movimento rápido, puxo meu moletom pela cabeça, e deslizo meu short jeans por minhas pernas, ficando apenas de lingerie, enquanto Dake me encara com os olhos arregalados. Dou uma voltinha em torno de mim mesma e pisco para ele.

—O quão romântica, estou sendo agora? — zombo, sabendo que no fundo, ele não quer uma garota romântica; Ele me quer. Assim como eu quero ele.

—Você é má. Florence Elliott. Muito má. — Dake afirma, antes de se aproximar de mim e sem a miníma sutileza me pegar em seu colo, enquanto eu solto um gritinho animado.

—E você adora isso. — afirmo convicto.

—Está certa. Porque eu adoro tudo em você. — fala me olhando nos olhos.

—Isso foi romântico. — cedo. E então vejo que estou pronta.  — Mas quer ouvir algo realmente romântico? — questiono e ele assente, duvidando que eu realmente consiga. Me aproximo de seu ouvido e sussurro a mais pura verdade: — Eu. Amo. Você. — quando o encaro, vejo que Dake não esperava por aquilo tão cedo.

—Eu amo você. — ele diz de volta.

—Eu sei. — falo sorrindo.  É claro que eu sei.

[...]

       Dei o que seria o “Beijo da sorte” em Dake, e o vi correr em direção aos competidores. Naquele sábado, a praia estava cheia. Todos querendo assistir a competição de Surf, e apoiar seus respectivos surfistas.

   Observei meu namorado, perto do mar e sorri. Sorri por me sentir sortuda por te-lo. Sorri para compensar o fato, de que apesar de toda a felicidade que eu estava sentindo, haver uma parte de mim que dissesse que eu precisava de mais. Eu queria estar e ficar com Dake. Mas eu queria mais também, e o mais não parecia certo.

     Fui até onde meus amigos, estavam sentados, na areia, e me sentei ao lado deles. Lynn e Castiel trocavam vários beijos, sem se importar com o mundo lá fora, e Peggy e Armim...Bom, eles estavam sendo Peggy e Armim.

—Foi legal da parte de vocês, virem pelo Dake. — afirmo sorrindo. Querendo que a atenção se volte para mim.

—Vamos fingir que eu vim para dar apoio moral ao West...Não que eu vim, para comer um daqueles maravilhosos sanduíches naturais que vendem naquele quiosque...Garota, eu entendi agora porque você é tão magra. — Peggy diz com toda sua sutileza.

—Peggy você também é magra. — a lembro.

—Tem razão; Eu sou linda. — fala com desdém.

—Eu disse magra. — destaco e ela revira os olhos.

—Bom, sendo assim vamos fingir que eu também vim dar apoio moral ao Dake, não que vim, porque Peggy me obrigou. — Armim alfineta e Peggy o fuzilou com o olhar.

—Como Peggy te obrigou? — eu tinha que saber. Se eles nunca transaram, não houve ameaça de greve de sexo, e eu não imaginava uma coisa mais cruel para punir um garoto, em um relacionamento. Porque Armim, aparentava estar desesperado.

— Ela disse que se eu não largasse meus jogos estúpidos, e saísse de dentro do meu quarto, ela terminaria comigo. — Armim explica.

—E você a ama tanto, a ponto de fazer tudo que ela quer, para que o namoro não termine? — questiono, porque aquilo de certa forma é bonito...Do jeito deles.

—Uma vez, Peggy,  me disse que se terminássemos de uma maneira ruim, ela iria até minha casa, e daria um jeito de sumir com tudo que eu mais gostava dentro do meu quarto. E bom, se terminássemos hoje, por eu não ter vindo, seria um término ruim.  — Armim diz engolindo a seco.

—Oh...Isso explica muito coisa, sobre o relacionamento de vocês. — noto, como se descobrisse um mistério.

         Me viro, e vejo que Castiel e Lynn ainda estão se agarrando e nem ao menos escutaram nossa conversa. Quanto fogo!

       Escutamos em um auto falante que o campeonato irá começar, e nos viramo em direção a água, onde os surfistas já estão posicionados, prontos para conquistar aquele tão brilhante troféu.

        Noto que estou com sede, então me levanto com a intenção de comprar uma bebida, e então não perco a oportunidade de fazer algo. Encaro Castiel e digo as seguintes palavras;

—Uma semana, hein? — debocho e Lynn me fuzila com o olhar.

—Uma semana de... — ele estava confuso no inicio, mas logo captou a mensagem. — Você contou para ela? — indaga sem acreditar.

  Dei um tchauzinho para eles, antes de sair dali. A verdade, é que mesmo sem ela ter tido a intenção, eu quis me vingar da Lynn, por ela ter feito Nathaniel escutar que eu passei a noite com Dake. No fim, eu sabia que ela e o Castiel se resolveriam logo.

     O caminho até o quiosque, parece mais longo do que de costume e no percurso até lá, encontro algo que me faz estancar no olhar. Surpresa? Irritada? Frustrada? Não sei como me sinto sobre o que vejo, e nem entendo porquê esses sentimentos tem que ser ruins.

            Nathaniel estava ali, rindo de algo com a tal Alyssa. Mesmo a garota parecendo uma versão feminina do Castiel, ele parecia não ligar para isso, e realmente querer estar com ela.

         Qual é o problema que o universo tem comigo nesse momento? Dois dos meus amigos, tem uma relação super estranha e baseada em ameaças, os outros dois só sabem agarrar um ao outro e meu melhor amigo...Está tendo algo com um projeto de rockeira.

           Vejo um cara muito bonito, passar por mim com um copo vermelho de plástico em mãos, e o tomo dele. Logo, o moreno me encara incrédulo.

—Eu preciso disso mais do que você. — garanto, então tomo um gole. Tossindo como uma desesperada logo depois. — O que é isso? — grito.

—Vodka. — ele diz como se fosse obvio. Digamos que eu não me preocupei, em cheirar a bebida e indentificá-la.

—São nove da manhã. — protesto.

—Não tem hora para diversão. — o cara explica.

               Olhou para o cenário ao meu redor, dou de ombros e falo:

—Dane-se. — logo, o líquido incolor está descendo queimando por minha garganta, e eliminando ao menos parte do meu estresse. Me despeço do cara, logo após agradece-lo, e sigo para o quiosque. De qualquer forma, eu precisava tomar um suco, para tirar o gosto de alcoól, da minha boca. Dake não podia saber que eu bebi, ele odiava garotas que bebem.

       Chegando lá, encontrei a última pessoa que eu deveria: Minha tia.

—É soda. — murmuro levantando o copo, antes dos questionamentos.

—É vodka. — Agatha diz sorrindo convicta.

—Bendito senso de observação dessa família. — murmuro incrédula.

—Não exagere, são nove da manhã. — é a única coisa que ela diz, antes de sumir para Deus sabe onde.

        Peço um suco de laranja, e o tomo em um só gole.

      Volto para competição e percebo que os casais estão super bem um com o outro. Só eu que estou sobrando no momento. Assim, passo a assistir meu namorado dando um show em sua prancha.

      E quanto a vitória é anunciada, e o nome do West é pronunciado, sou eu que dou um grito de orgulho, por seu primeiro lugar, e sou eu que ele vem abraçar, e ergue no ar com toda felicidade. Sou eu, que ele beija, por compartilharmos aquele momento juntos.

—Está sentindo um cheiro de vodka? — Dake questiona quando se separa de mim.

—São nove e meia da manhã. Ninguém bebe nesse horário. — murmuro e ele assente sorrindo.

       Logo, Dake foi receber seu prêmio.

—Então, esses 3 competidores que ganharam hoje, terão a chance de disputar o campeonato final no Havaí. Duas semanas, no paraíso. — o juiz da competição anunciou, e eu encarei Dake...Isso queria dizer que ele ia passar duas semanas longe.

        Meu namorado vai estar longe por duas semanas. Duas longas semanas. Duas decisivas semanas.

—Eu preciso do cara da vodka agora. — murmurei.



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