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História De Repente É Amor - O Uso Da Palavra Que Não Deve Ser Dita.


Escrita por: VitoriaAlex

Notas do Autor


Mais um capítulo dessa história! Espero que gostem!
Boa Leitura!

Capítulo 4 - O Uso Da Palavra Que Não Deve Ser Dita.


"Resumindo, você é complicada e eu tenho um abismo por complicações, essa equação está totalmente ao seu favor"

Ponto de vista:Florence.

 Olhei para Dake avaliando se ele realmente estava falando sério,ou se estava debochando da minha cara,quando vi que se tratava da primeira opção,me segurei para não gargalhar,diante de tal absurdo,era quase patético ele considerar que eu aceitaria aquilo.

—Apesar disso ter sido muito gentil da sua parte...Não. Obrigada — neguei tentando a todo custo não soar irônica,mas acho que não consegui.

—Pode me dar um motivo para esclarecer o porquê de você estar recusando minha ajuda? — ele pediu,como se realmente quisesse isso. Olhei ao redor,para saber se mais alguém estava prestando atenção na nossa conversa,quando conclui que sim,puxei Dake até a primeira sala vazia que vi,e encostei a porta.Ele me olhou esperando que eu respondesse,e eu pude ver que ele estava se contendo para não fazer uma piadinha,sobre minha ação anterior.Cruzei os braços,antes de o encarar.

—Olha...eu te ajudei,certo...Mas isso não quer dizer que precisa fazer algo de volta para mim—tentei explicar,procurando as palavras certas,mas vendo que não existia uma forma embelezada de dizer aquilo,falei logo de uma vez—Eu não quero sua ajuda —fui firme,e minha voz soou convicta.

—Qual é !Florence,eu seria a melhor chance do seu artigo ser incrível,eu sei basicamente tudo sobre a popularidade,poderia te contar —ele argumentou,enquanto eu me perguntava por que porcaria ele estava fazendo isso.

—Você sabe tudo sobre isso...Porque você é um popular idiota —murmurei recusando mais uma vez.

—Como você acha que vai conseguir desvendar a mente de um popular?Você é uma garota solitária,que só fala com a Melody...O máximo que podia explorar sobre esse mundo era perguntando ao Nathaniel — ele comentou indignado.Me perguntei como ele sabia tanto sobre mim,a ponto de ter conhecimento de que meus únicos amigos eram Nathaniel e Melody.Ele me encarou,e logo assumiu uma expressão de divertimento no rosto —Vocês dois tem alguma coisa não é ? Você e o representante — ele constatou,e eu arregalei os olhos.

—Eu e ...Não!...Nathaniel e eu não temos nada —me dei ao trabalho de negar,me embaralhando com as palavras,e ele notou meu constrangimento e riu.O maldito riu disso!

—Você deu um fora nele...Caramba Florence você é má — ele debochou,e eu tive uma súbita vontade de socá-lo bem naquele instante.

—Céus!Tem como não se intrometer na minha vida e me deixar em paz ? Eu já disse que não quero a droga da sua ajuda —brandei irritada com toda aquela pressão. Dake tinha o poder de me destabilizar,de me irritar a um ponto que eu era obrigada a reagir.

—Não vou sair do seu pé até você aceitar minha ajuda...Vai ser divertido,Flore! —ele anunciou,se encostando em uma das bancas de madeira.

—Não me chame de Flore,não faça parecer que temos alguma intimidade...Olha...eu não sou a pessoa mais interessante desse colégio, tenho certeza que se você se esforçar pode achar alguém para irritar além de mim...Não é uma missão complicada,aposto que até você consegue — retruquei mordendo meus lábios,controlando minha raiva.

—Por que é tão difícil acreditar que eu realmente quero te ajudar sem segundas intensões? —ele questionou com um ar sério dessa vez.Suspirei.

—Porque eu sei da sua fama Dake,e você não faz o bem aos outros,sem receber algo em troca.Eu não te ajudei porque queria dois segundos da sua atenção,te ajudei porque é isso que as pessoas boas fazem — expliquei tentando fazer com que aquilo soasse compreensível.

—Está tentando dizer que eu não sou uma boa pessoa ? — ele indagou estranhamente incomodado.

—Estou tentando dizer ,que se eu precisasse de ajuda você seria a última pessoa a quem eu pediria. Então não force a barra,vai lá,só finja que ontem não aconteceu,pode seguir sua vidinha perfeita,e deleta o fato de que eu fiz algo por você,eu não me importo de ser invisível,desde que isso não ultrapasse minha zona de conforto...Você está a ultrapassando —falei,olhando intensamente para seus olhos verdes.

—É assim que vive...Se privando do contato humano ? —ele questionou irônico.

—Não.Eu me privo do convívio de pessoas que não entendem que as vezes quando uma garota é simpática,não significa ela quer transar com você —expliquei na mesma hora,e ele bufou irritado.

—Droga ! Florence,eu não quero transar com você...E se você quer que eu seja sincero,vontade é o que não me falta,porque por baixo de toda essa marra de anti-social existe uma das garotas mais gostosas dessa cidade,então eu mentiria se dissesse que já não pensei em você de uma forma errada —ele desabafou,me fazendo ficar incrédula.O quão rude ele poderia ser?

—Você é um nojento,escroto,idiota,babac... —fui impedida de continuar,pois assim que sua mão forte alcançou meu braço,perdi minha concentração.Encarei ele,assustada,esperando que ele falasse algo.

—Me deixa terminar...Eu sinto que preciso fazer isso por você,porque droga !Quando eu te vi pela primeira vez,meu instinto não foi ficar com você,foi cuidar de você e isso é estranho vindo de mim —ele admitiu de uma vez.Okay!Estaria sendo uma hipócrita se fingisse que aquelas meias palavras baratas não mexeram comigo.Pois mexeram!.

—Papinho clichê de conquistador de quinta —murmurei,movendo meu pulso para que ele me soltasse,mas isso não aconteceu.

—Você é a garota mais...estúpida que eu conheço...Sabe quantas garotas implorariam de joelhos para que eu ajudasse elas em algo ?e você está tendo essa oportunidade incrível,e está deixando ela escapar — ele retrucou,e eu olhei para ele irritada.

—Você me chamou de estúpida ? — perguntei entredentes.

—Sério que você só focou nessa parte ? —ele questionou como se estivesse cansado daquilo.Estava pronto para falar algo,mas antes que as palavras saíssem da sua boca,seu celular começou a tocar,sinalizei irônica,para que ele visse quem era.Então ele fez a caridade de tirar suas patinhas da minha pele.

     Ele deslizou a tela,e revirou os olhos ao ver de quem se tratava,depois guardou o aparelho no bolso,e voltou a me encarar.

—Não era ninguém importante,só a Debrah...Podemos continuar a conversa —ele disse com desdém.Falando como se eu quisesse continuar com aquilo.

—Debrah Williams,inimiga declarada da Ambre,ex cantora da banda do Castiel e por coincidência ex namorada dele também ...Não me diga que essa será a peguete da noite ? — questionei querendo mudar o rumo da discussão.

—Eu nunca ficaria com a Debrah,ela é a ex de um amigo meu,sou um canalha com ética —quase revirei os olhos,ao notar a coerência da defesa dele — Estou começando a odiar essa sua mania de fazer uma biografia de cada pessoa,faz parecer que você pode ferrar com a minha vida em dois segundos — ele murmurou e eu sorri de lado.

—Posso mesmo — confirmei atrevida.

—Vai aceitar minha ajuda ? —ele perguntou calmamente.

—Acha que eu neguei esse tanto de vezes,para no fim aceitar só porque você agiu civilizadamente ? — perguntei com uma sobrancelha arqueada.

—Estou começando a considerar que foi o representante que deu o fora em você...Você é bem irritante quando quer —ele disse debochando.

—Só com quem merece —falei de volta.

—Ah !então eu recebo tratamento especial?Me sinto lisonjeado por isso —comentou irônico.

—Ótimo! agora que você acabou com seu showzinho de “quero ser um bom moço,por favor deixe-me ajudá-la” eu acho que posso sair daqui não é ? —perguntei,me preparando para ir embora dali,pois estava cansada daquele circo todo,mas por um descuido meu,acabei tropeçando no cadarço do meu sapatênis,estava a ponto de cair para trás,quando senti braços me segurando,dando apoiou a minhas costas para que eu não me estabanasse no chão,por instinto passei minha mão em torno de Dake,meu coração estava acelerado,e minha respiração descompassada,ergui meus olhos na direção dos de Dake,e por dois segundos me perdi naquele azul esverdeado...Okay eu estava mentindo,foram mais de dois segundos! Pareceu uma eternidade,mas não era tedioso,era bom.Perdemos a conexão,quando a porta foi aberta,e Nathaniel adentrou a sala,me ergui rapidamente,tentando me recompor,e ele olhou para mim e para Dake sem entender a situação,o surfista ao meu lado não parecia constrangido,parecia até que gostar do fato de Nathaniel ter nos visto tão próximos.

—Flore...eu vou querer saber o que aconteceu aqui ? —Nath perguntou,quebrando o silêncio.

—Ahn...Dake e ...O Dake estava...Então eu... — tentei explicar,mas falhei vergonhosamente. Dakota gargalhou do meu embaraço,e moveu seus pés para frente,dando a entender que já iria.

—É incrível como você perde o atrevimento quando não estamos sozinhos Florence...Parece até que eu sou o único que te faz viver — Dake não perdeu a oportunidade de debochar,antes de sair,acenando pateticamente para mim.Olhei para Nath e suspirei.

—Eu sei que parecia outra coisa mas foi só um tropeço...Porque eu não ficaria com o Dake ele é o ...Dake e eu não quero ficar com ninguém,e eu... —quis contar decentemente,mas novamente falhei. Dake me tira dos eixos!.

—Tudo bem entendi...foi só um tropeço...E só para eu saber...desde quando chama o Dakota de Dake ? — ele perguntou desconfiado,e eu bufei frustrada.

—Passa uma ideia de intimidade não é ?...Só que...Dake é meu vizinho...então é bom não trata-lo formalmente...Sabe como é — falei colocado a mão na testa,forçando um sorriso.

—Bom...que seja...Estava te procurando para te parabenizar,fiquei sabendo sobre a bolsa em Harvad —ele disse amistoso.

—Não há o que comemorar ainda,não é nada certo — contei cautelosa.

—Você é ótima Florence...Tenho certeza que fará tudo para conseguir o melhor artigo de todos —ele garantiu convicto.

—Tudo é uma palavra muito forte não acha ? — murmurei tão baixo,que acho que ele não me escutou,o que foi melhor.Porque por mais que eu não quisesse admitir,boa parte desse tudo englobava Dake,e a ideia dele de me ajudar.Eu não cederia,aquilo seria ultrapassar limites que não devem por hipótese alguma serem ultrapassados.

[...]

         Depois de algumas aulas,e umas horas no jornal da escola,acabei indo para casa,precisava começar o artigo o mais rápido possível,mas não sabia nem ao menos por onde começar.O que eu sabia sobre popularidade além de:Todos eles são uns filhos da mãe egoístas?.A essa altura,estava na cozinha,sentada em uma das altas cadeiras do balcão,observando minha tia cozinhar um ensopado,enquanto eu teclava incansavelmente o que eu esperava ser o começo de um artigo épico.Ao meu lado repousava uma xícara de chá,que Agatha havia preparado.Seria fofo,se eu não odiasse chá,e se ela mesmo em todos esses anos morando comigo não tivesse aprendido isso.

—Como foi ontem com Faraize? — perguntei fingindo uma curiosidade repentina,vi pelo canto do olho,ela enxugar suas mãos numa flanela e me olhar animada.

—Foi incrível...Jantamos a luz de velas...depois assistimos a um filme romântico e então... —quando vi que ela ia chegar nas partes desagradáveis sem nenhum pudor,interrompi ela.

—Tudo bem tia !Só perguntei para ser educada,não quero detalhes...Ele é meu professor de história e você é minha tia...Isso é nojento — falei indignada,e ela revirou os olhos.

—Deixa de bancar a adolescente cheia de hormônios,Florence — ela pediu.Eu era uma adolescente cheia de hormônios,era normal eu ter aquela reação —E então...Ele me contou sobre a bolsa de estudos —ela esclareceu a má impressão,e eu sorri amarelo.

—Ah...isso —disse como se fosse algo interessante.

—Sim “isso” .É a melhor oportunidade da sua vida,seus pais ficariam tão orgulhosos —ela disse realmente feliz com isso.

—É...eu acho que ficariam — concordei por alto,e depois dei o assunto por encerrado,e voltei a digitar.Dado certo momento escutamos um barulho lá fora,eu reconheceria aquele rosnado a milhas de distância.Minha tia me encarou impaciente,e suspirou.

—Booh deve estar brigando de novo,com aquele gata que aparece de vez em quando aqui—ela supôs.

—Por que ao invés de reclamar do bichinho,a senhora não adota essa gata? Aposto que Booh se acostumaria com a presença dela,e então os rosnados acabariam — sugeri como se fosse uma ideia genial,e minha tia revirou os olhos.

—Da última vez que eu tentei criar um animal além do Booh,você jogou ele no mar—ela relembrou do fato,e eu olhei incrédula para ela.

—Tia moramos na praia,eu não ia deixar o Nemo preso num aquário,enquanto temos um oceano a nossa frente...e convenhamos, “Nemo” não foi um nome muito criativo —retruquei,com uma expressão que dizia “venci essa”.

—Tanto faz...O que eu quero é que você vá lá fora e dê um jeito nesse barulho—ela ordenou,e eu concordei,me levantei lentamente,e caminhei até a porta,girando a maçaneta.Assim que cheguei do lado de fora,senti o frio alcançar meus braços,e os pelos do meu corpo se arrepiarem,desci a escadinha de madeira branca,alcançando a areia,e procurei por Booh com os olhos, por todo território da praia.

—Booh...Booh... — comecei a chama-lo caminhando pela extensão do local.Avistei ele próximo as plantas da minha tia,e fui até lá,mas antes que chegasse ao meu destino.Meus olhos foram até a varanda da casa do Bóris,onde eu vi uma cena no mínimo...Revoltante.Dake estava lá,mas não estava sozinho,estava agarrado a Debrah,os dois pareciam estar se atacando publicamente,como se fossem carne.Logo sua frase me veio em mente “Eu nunca ficaria com a Debrah” Será que aquele bastardo pelo menos entendia o significado da palavra “Nunca”? Afinal...por que eu estava incomodada com isso,que se dane ele e a Debrah.Quando estava decidida a girar os calcanhares e voltar para casa,percebi que ele me viu.Seus olhos se arregalaram,e ele me olhou culpado,como se notasse que tinha acabado de fazer uma estupidez.Se separou da vadia,e começou a acelerar os passos em direção a mim,corri para casa.E tranquei a porta,me encostando na mesma.Minha tia estranhou minha reação,e me questionou com o olhar,mas eu nada respondi.

—Florence! Flore!Abre essa porta... —ouvi sua voz pedir do outro lado,e Agatha também ouviu,e sorriu de um jeito estranho.

—Espera ai...essa é a voz do sobrinho do Bóris...Vocês estão tendo um lance ? — ela perguntou maliciosa,me fazendo corar.Com certeza o idiota ouviu isso.

—Tia ninguém mais fala “lance” e eu não tenho nada com ele,nunca terei — enfatizei a palavra para que ele escutasse.

—Querida,seja educada e abra a porta para o garoto — minha tia disse delicadamente.

—Escuta a sua tia Flore —Dake pediu.Suspirei.

—Vai pra o inferno,West — praguejei rude.

—Por que te incomoda tanto o fato de eu ter beijado a Debrah?a ponto de você correr para dentro de casa.Por acaso está com ciúme?—ouvi sua voz questionar em deboche,e aquilo foi o ápice da raiva para mim,me virei,abri a porta e encarei ele.Aquilo o deixou surpreso.

—Primeiro:Aquilo não era um beijo,vocês pareciam estar se devorando...Segundo:eu não “corri” eu só não estava disposta a continuar assistindo pornografia em frente a minha casa e terceiro:Você é um cínico Dake,disse que nunca ficaria com a Debrah,porque ela é a ex de um amigo seu,e ficou...Como quer que eu confie que as suas intensões para me ajudar realmente são boas ? Você contraria o que diz a cada momento,é um babaca completo — despejei de vez,e aquilo pareceu mexer com ele.

—Tem razão,fui um babaca okay ?Mas ela apareceu e se ofereceu para mim...não consegui resistir —ele tentou se explicar.

—E agora está sendo machista,colocando a culpa na garota —notei rapidamente.

—Quer que eu peça desculpas por isso ? — ele questionou irônico.

—Não! Eu só quero que me ignore okay ? —pedi me perguntando se aquilo era mesmo o que eu queria.

—É isso mesmo que quer ? Porque seus olhos dizem outra coisa —ele disse se fingindo de poético.

—Virou oftalmologista agora ? — questionei com uma sobrancelha arqueada e ele revirou os olhos.

—Florence,não maltrate o menino dessa forma,seja amável —minha tia que presenciou a discussão pediu.

—Devia ser mais agradável como a sua tia —Dake aconselhou sorridente.

—Essa é a hora que eu fecho a porta na sua cara — avisei e estava pronta para fazer isso,mas ele me impediu.

—Amanhã você vai aceitar minha ajuda —ele decretou.

—Por que eu faria isso ? —perguntei debochada.

—Porque se eu te ajudar,estarei me ajudando também,deixarei de ser uma pessoa tão estúpida,então você terá que me ajudar,porque você me disse que seus pais te ensinaram que quando você encontra alguém que precisa de ajuda,e pode fazer algo a respeito,tem o dever de fazê-lo —ele disse seu ultimo argumento.Me desarmando por completo.A conclusão disso tudo foi que :Eu não fechei a porta na cara do Dake,ao contrário,quase me deixei levar pela tentação de convida-lo para entrar e tomar ensopado comigo.


Notas Finais


...


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