De Repende Semideusas.
(Narração: Mica)
Era o último dia de aula no nono ano. Eu não parava de olhar o relógio. O tempo sempre demorava para passar, mas hoje os minutos pareciam séculos. Quando o sinal tocou, todos saíram gritando “FÉRIAAAAAAS!!”.
No meio da multidão, vejo July, minha melhor amiga de infância.
Ela era uma garota super lerda mas também uma pessoa fofa e fácil de conviver.
Já eu, era uma garota com espírito livre e muito rebelde. Logo me aproximei de July que estava retirando os livros do armário. Quando cheguei, me joguei no armário fechando o mesmo e disse.
Olá July –Eu sorri irônica- O que acha de fazermos intercâmbio para os Estados Unidos?
July me olhou desconfiada. Ela sempre pensava que eu não conseguia ser gentil em chamar alguém para viajar. Sabe, eu sou meio sozinha. O porquê? Deixo essa pra depois. Ela me olhou incrédula e arqueou a sobrancelha. Depois caiu na gargalhada.
- Você me covidando para um intercâmbio? Quem é você? E o que fez com a minha amiga? –Disse brincalhona-
- Não, só to zoando com sua cara –Nesse momento virei os olhos e disse sarcástica- Claro, lerda.
- Ah é você –Disse revirando os olhos e respirando fundo- Estava bom demais para ser verdade.
- E então vamos? Você tem a sua mãe que mora lá.... –Eu olhei para ela sorrindo-
Eu notei uma tensão no ar e July ficou séria de repente. Ela abaixou a cabeça e respirou fundo. Depois, Olhou para mim.
-Tem certeza?
- Você é muito cu doce –Eu ri de July- vamos sair mais que gays quando tem balada na boate gay!
July sorriu e disse:
-Eu vou ver o que eu posso fazer.
- Boa garota –Eu pisquei e ri- Vamos ir embora desse inferno ou vai ficar plantada ai?
July riu e me puxou pelo braço e me levou para fora.
- Vamos embora logo daqui!
Depois que saímos, July abriu a porta e saiu me puxando pelas escadas do lado de fora da escola. Quando ela abriu a porta, Eu vi um homem. Era o homem mais sombrio que eu já tinha visto. Ele era pálido como um morto e tinha o cabelo escuro como carvão. Ele usava roupas pretas, e eu adorei essa qualidade do estranho. Ele me encarava como se me conhecesse. Então, July me puxou tão forte que me virei de costas e não pude olhar o homem.Depois, me virei para olhar o homem, mas ele tinha desaparecido. Então pensei: “ Eu só posso estar drogada!”. A casa de July não era muito longe do colégio. Ela, sempre animada, foi me puxando até a sua casa. Quando chegamos lá, nós duas jogamos as mochilas num canto qualquer e corremos para o quarto. Quando chegamos no quarto, nos jogamos na cama animadas e July ligou para sua mãe. July ficou alguns minutos no telefone. Eu não prestei atenção na conversa de July e sua mãe. Fiquei olhando pela janela e pensando no homem que eu tinha visto. Eu senti que tinha uma ligação entre nós e que eu conhecia ele. Então July começou a gritar e fez uma cara super engraçada. Então desviei minha atenção para ela.
- July, você está parecendo retardada com essa cara –Eu ri- E então?
July revirou os olhos mas não tirou o sorriso do rosto.
- Ela deixou! Eu vou ver minha mãe! Nós vamos para Nova York!
Ela pulava animada enquanto falava sobre ver sua mãe e viajar.
Passaram-se dois dias desde que as férias tinham começado e eu e July tínhamos combinado de ir para Nova York. Nós estávamos arrumando as malas. Hoje era o grande dia em que íamos viajar. July não parava de falar de como queria ir logo para ver sua mãe e estudar inglês. Nós arrumamos as malas rápido e fomos de ônibus para aeroporto. O trajeto que seguimos demorou um pouco mas conseguimos chegar a tempo. Fomos correndo para onde os caras olham seus documentos e te liberam para entrar no avião. A fila estava cheia de homens de empresas que viajavam a trabalho. Eles eram engraçados com aqueles ternos certinhos. A fila também era grande, então ficamos observando o aeroporto. Mas, quando eu decidi olhar para uma outra fila igual a que estávamos, eu vi uma mulher com um cão bem grande. Na verdade, era um cão maior que a mulher que acariciava ele e olhava fixamente para mim e July. A mulher era pálida e usava uma roupa preta. Mas o mais incrível, era que todos agiam naturalmente para aquela cena!
Então olhei July que estava tremula olhando para a mulher e seu “Cãozinho”.
-July, v-você está vendo isso também?
July não desviou o olhar do cão e disse:
- Acho que s-sim.
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