Laura me encarava e eu não sabia qual resposta estava por vir, só esperava que fosse positiva. Ela havia me beijado na madrugada e disse que ainda me amava... Ok, ela estava bêbada, mas o que é dito bêbado, foi pensado sóbrio não é?
- Anj... - Uma melodia invadiu o ambiente, seu celular que estava em cima da cama estava com a tela acesa, com o nome de Cristiano no visor. - Só um minuto.
Suspirei e concordei.
Me levantei e sentei ao seu lado, ela pegou o celular e atendeu.
- Oi Cristiano... Sim e com você? - Laura se levantou e se afastou de mim.
Maldito português! Ele não namora aquela modelo? Volte pra ela!
- Ele está bem?... Que bom!... Hm, legal! - Ela sorriu, os meus sorrisos indo pra aquele idiota, não mereço... Ou mereço? - Foi bem legal, nos divertimos bastante.
Isso era verdade, ela tinha me beijado, seu otario!
- Certo, até mais! Tchau, Cris. - Ela clicou na tela do celular e suspirou.
- Ele sempre nos atrapalha... - Comentei a olhando.
- Antoine... Ele faz parte da minha vida, você querendo ou não.
- Faz parte por que você quer! Já disse que me arrependo de tudo que eu te fiz e que vai ser diferente agora, mas parece que tem algo que te prende a ele! - Aumentei meu tom de voz e me levantei.
- Mas é claro que tem! - Laura gritou e meu corpo pendeu para trás, ela havia se estressado - Quem você acha que me falou coisas boas depois que você escolheu Cindy a mim? Quem você acha que me tirou de toda aquela tristeza? Eu estava sozinha, Antoine e ele, você querendo ou não, foi uma luz no meio de tudo o que nos aconteceu!
O rosto de Laura tomou uma coloração avermelhada, ela estava brava e com razão. Eu não poderia querer que ele saísse da vida dela do nada... Ou poderia?
- E todo aquele papo de não se envolver com jogador? - Disse num tom irônico.
- Se isso for verídico, você vai ter que sair da minha casa. - Ela arqueou a sobrancelha - Não vou me distanciar dele por que você quer, Antoine, eu tenho meus princípios e espero que você os respeite.
Ela estava certa. Como sempre.
- Escuta, Laura. - Me aproximei dela e segurei em sua mão, fazendo um carinho - Você pode ao menos me dar uma chance de entrar na sua vida de novo? Você pode fazer isso por mim? Me desculpe.
Laura suspirou e abaixou a cabeça, chacoalhando-a positivamente.
- Não me decepcione. E deixe ele fora disso, depois eu resolvo.
Concordei rapidamente e beijei sua testa, a abraçando.
- Não vou te decepcionar, amor.
- Bom mesmo. - Ela murmurou e me abraçou.
...
- Nada haver! - Laura riu do que comentávamos sobre o programa que passava na TV.
Já havíamos tomado café da tarde e dava pra ver o pôr-do-sol de Madri através das janelas.
Estávamos no sofá, eu a abraçando e ela parecendo não se importar.
- Eric falou algo sobre a Cindy? - Seus olhos estavam focados numa propaganda de verão, onde as mulheres exibiam o vestuário da marca.
- Não e nem quero saber.
- Hm. Certo.
- Por que a pergunta?
Laura demorou alguns segundos pra responder.
- Acho que eu não aguentaria tudo aquilo de novo... - Ela se ajeitou e eu a encarei. - Cristiano disse que vai voltar amanhã, então... Vou resolver as coisas entre nós... Aí então, nós poderemos tentar algo, certo?
Onde estão os fogos de artifício estourando?
- Certíssimo. - Eu ri mal acreditando.
Nos ajeitamos novamente e relaxamos, até alguém quase quebrar a campainha a tocando.
- Pedimos algo? - Ela se levantou e eu neguei.
Fui atrás dela, Laura destrancou a porta e como uma cena em câmera lenta, um arrepio passou por mim e tenho certeza que passou por ela também.
Uma figura magra de cabelos loiros e curtos segurando uma criança e com os olhos vermelhos de tanto chorar, estava nos encarando.
- Cindy?
- Me ajudem, por favor. - Sua voz saiu baixa e eu queria que aquilo só fosse uma ilusão da minha cabeça.
Laura a puxou para dentro do seu apartamento, surpreendendo a mim e a Cindy.
- Me desculpe vir procurar vocês depois de tudo, é que eu preciso de ajuda, ainda mais pelo meu filho.
Ela acariciou os cabelos do garotinho e começou a chorar, me deixando em pânico.
Laura foi correndo pra cozinha e voltou com um copo de água.
- Relaxa, nós vamos te ajudar. - Lau tirou o garotinho dos braços da Cindy e o ninou.
- Vamos? - Falei alto e as duas me olharam.
- Eu vou, porque eu sei o que é precisar de ajuda e não ter ninguém. - Laura me olhou. - Quer contar o que aconteceu? Quer comer algo?
Cindy começou a falar sobre a traição do marido e os maus tratos, eu me sentei ouvindo a história enquanto Laura preparava uma mamadeira para o garotinho.
- Agora eu sei o que você sentiu, Laura e gostaria de pedir perdão. Perdão por tudo. - Cindy começou a chorar e a soluçar.
- Já passou, eu vou te ajudar no que for necessário. Prometo.
Minha mulher é realmente maravilhosa.
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