POV Taehyung
Era uma tarde comum em Seul, sem pessoas nas ruas, o céu ensolarado e o ar frio, como de costume. Era feriado na cidade então eu não iria trabalhar.
Resolvi ficar na sala, escrevendo algumas coisas que caissem na minha cabeça, normalmente eu tinha muita inspiração para letras musicais porém nunca soube de onde vinham.
“Como aquelas folhas que cairam e estão voando
Meu amor está em colapso, sem força
Seu coração apenas continua se afastando
Eu não posso mais te alcançar
Eu não posso aguentar mais
Essas folhas secas, parecem tão inseguras
Parecem que estão olhando para nós
Se tocá-las, nem que seja uma vez, parecem que vão despedaçar
Apenas as observo, junto com o vento de outono”
Viajando em meus pensamentos enquanto olhava pelo vidro do cômodo, percebi que em indecifráveis milésimos meus olhos se encontraram com os de alguém tão conhecido que era desconhecido. Meu coração apertou só que não havia motivos para isso. Eu não conhecia o garoto, talvez fosse apenas um fantasma do meu passado vindo me assombrar pelos pecados cometidos, alguém que veio para me levar a queimar no verão do inferno, alucinações as quais eu já estava acostumado.
Porém percebi que o menino se dirigiu até a casa ao lado junto com um outro que parecia ser seu irmão mais velho, seriam meus novos vizinhos, um novo brinquedinho.
Tirei minha concentração do que acontecia e fui até meu quarto, larguei meu caderno em cima de minha escrivaninha e abri a janela, dando de cara com o novo vizinho abrindo a porta do seu quarto que tinha visão para o meu, acho que ele não percebeu minha presença então observei suas ações, ele olhou o quarto inteiro e disse: “Esse é meu” recebendo nenhuma resposta do outro que passou reto pela porta.
O moreno se virou de costas para onde eu estava e tirou a camiseta, eu sei que não é legal observar o vizinho quando ele está semi-nú, porém algo me impedia de não olhar, ele se virou para onde a janela se encontrava e foi quando uma bomba me atingiu. Seu colar, ele era a outra parte do meu.
“Coincidência”, pensei e me joguei em cima da cama, criando uma lógica para aquilo.
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