POV Taehyung
Eu ouvi um tiro, senti meu corpo cair no colo de alguém, na pessoa que tirou mas eu não senti raiva, ela estava certa, de alguma forma.
Num pulo, acordei, mas não me deu vontade de chorar, não lembro quando foi a última vez que fiz isso.
Ao voltar para a realidade, ouvi um grito que veio da casa ao lado… Hoseok? Algo aconteceu com ele? Não devo me preocupar, aliás, o que é se preocupar?
Resolvi olhar pela janela para ver se algo ruim acontecera mas a dele estava fechada.
Sentei-me no chão, encostado naquela parede mesmo, coloquei as mãos na cabeça e percebi que minha boca estava seca então achei que pegar um copo de água era uma boa idéia.
Desci as escadas e fui até a cozinha, abri a geladeira, a jarra estava cheia, pegue-a, busquei o recipiente e bebi.
Encostado no mármore da pia, passei a olhar para o nada e pensar em nada também.
Era um silêncio absoluto naquela casa, naquela rua, naquela hora. Meu relógio apitou avisando que já batiam as três da manhã. Esse era o horário do meu terror. Soltei o copo ali mesmo e subi o mais rápido que eu pude. Fechei a porta e bati as costas nela.
A luz piscou e a janela fechou com o vento frio que passou.
Três da manhã, a hora em que a cortina que divide o mundo dos mortos e dos vivos, se abre, deixando um momento vago para os demônios brincarem.
Minha hora mais odiosa, era nesse momento que eu percebia ser o animal mais amaldiçoado da Terra. Era justamente nesse momento que todos a quem matei voltavam para me assombrar e arrastar em minha cara todas as merdas que eu fiz e o quanto eu era um idiota.
E única coisa que eu podia fazer era me esconder debaixo dos lençóis pois nunca me livraria disso, esse era meu preço de viver.
Sentei-me na cama e esperei a primeira alma aparecer. Sim, ela apareceu minutos depois, um vulto preto com movimentos leves abriu a porta, pôs seus dedos compridos pela abertura e depois fitou seus olhos em mim.
Era horrível, não parecia uma pessoa, era um monstro, daqueles que você acredita que viva embaixo da sua cama mas que te deixa com medo de verificar se está ou não ali.
Um borrão, realmente amedrontador, mas eu reconhecia. Era Jaehyun, o primeiro a quem matei. Suas mãos compridas seguraram meu maxilar e sua respiração fria bateu em meu rosto, fazendo meu corpo arrepiar.
A coisa sorriu e trancou o meu respirar, comecei a sufocar e pensei que agora era o momento que ele me levaria. Porém, o monstro me surpreendeu.
- Ele me mandou aqui – sua voz era rouca e arrastada – Você será a salvação. - Desesperei-me, meus pulmãos estavam sem ar já, nunca nenhum deles apareceu aqui para dizer algo assim. - Agora, durma. – ele me fez deitar e desmaiei.
POV Hoseok
Eu chorei no colo do hyung, mesmo nunca ter feito isso.
Mas depois de minutos, meu relógio bateu três horas.
Meus amigos iriam brincar na rua e eu não poderia me juntar a eles.
- Me fale, o que aconteceu? – Jin perguntou.
Quando eu iria começar a falar, sufoquei, simplesmente, não conseguia mais respirar.
- Que marcas são essas? – a gula pareceu se preocupar, em meu maxilar apareceram marcas de mãos de alguém das sombras. – Jung? Você está bem? – seus olhos se arregalaram.
Senti meu corpo arrepiar e estremesser, não sabia o que se passava pois mesmo que fossem seres invisíveis, eu teria a capacidade de vê-los, já agora, não havia mais ninguém ali além de mim e Jin.
Minha visão embaçou e desmaiei na cama.
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