História Dead Leaves: Fallen Wings ~ VHope - The Restart

AUTORA ON

Sabe, muitas vezes, vindo de diversos lugares, momentos, sentimentos e sentidos, escuto pessoas dizendo que nunca acreditam em vida após a morte, não acreditam em anjos, em forças superiores ou até em destino. Na minha opinião, francamente, a maioria é bobagem, criações de pessoas que se dizem religiosas para fazer outras seguirem o caminho que gananciosos querem que elas sigam. Eu não tenho intuito de lhe julgar, muito menos de te fazer acreditar no que eu acredito, aliás, como acreditar se eu nem sequer sei o que é a verdade? O que é fé pra você? O que significa, significar? 

Bom, no vocabulário, isso quer dizer existir, haver algo, ser algo. Mas, emocionalmente, o que essa palavra quer dizer? Já ouvi que ela traz o sentido de ser algo para alguém, um valor, outros falaram que queria dizer um sentimento, nunca me dando um sentido no mundo. Hoje, eu digo, para mim, significar significa poder viver, evoluir, crescer, aprender, saber que alguém zela por mim, saber que irei cair e logo levantar.

Um senhor me contou uma história, seu nome era Kim Seokjin, muito amigo do meu pai, esse senhor quem me ensinou o que era ser alguém, utilizando apenas de uma história. Por volta dos meus 7 anos, achei aquilo a maior idiotice. Anjos e demônios? Um Deus que planejava tudo e um Diabo que só sabia jogar? Provavelmente mais uma das histórias bobas da bíblia, só que, depois que eu cresci pareceu que tudo que aquela história contia, possuía um ensinamento e que realmente, eu levei para minha vida.

Era uma vez, um menino, seu nome era Park Jimin, ele era meu melhor amigo, nós tinhamos um trio, composto por mim, por ele e por Jeon, Jeon Jungkook, mais especificamente. Eles dois irmãos inseparáveis e era impossível, também, desgrudá-los de mim, mesmo que tenhamos tomado rumos diferentes depois da puberdade. Possuíam dois pais, coisa normal na nossa época, dois pais amáveis e carinhosos, tão queridos, se chamavam Jung Hoseok e Kim Taehyung, nomes muito parecidos com os que se encontravam na tal história, aliás, sempre suspeitei dos mesmos. Kim Seokjin era pai de Taehyung e também era casado com um outro garoto, chamado Kim Namjoon. Contam as más línguas da cidade que esses dois apenas aprontavam junto de meu pai, Min Yoongi. Eram conhecidos como "Os três mosqueteiros". 

Certa noite, na festa de 8 anos de Jungkook, resolvemos fazer uma festa do pijama na casa deles. Já era quase 00:00, até que o tio Taehyung entrou na sala dizendo que estava na hora de dormirmos, começou a arrumar os colchões e travesseiros até que os avôs Jin e Namjoon entraram no cômodo. 

- Vovô! Vovô! - Park pulou do sofá para o outro até chegar no senhor sentado em sua cadeira de balanço. 

- Fale, meu neto! - Namjoon riu. 

- Como não estamos com sono, posso fazer uma pergunta? - Jimin se escorou na guarda da cadeira. 

- Não comece com suas perguntas infinitas, Park! - Taehyung retrucou.

- Deixa o menino! - O mais velho respondeu - Pode falar.

- É sobre aquela história... - o ruivo começou a falar. Quando ouvi essa frase, me aproximei mais fazendo sinal com a mão, chamando Jungkook e nos sentamos em frente ao senhor Jin. - Então, depois que o anjo quebrou o colar e tudo ficou um clarão, o que aconteceu?

- Bem... - ele pensou - Isso é uma história a qual seu avô ali sonhou, minha teoria é que tudo se apagou, tudo se acabou, como um botão de reiniciar, foi o plano B de Deus pois ele sentia que algo daria errado, toda a história foi apagada e então o universo começou do zero. 

- Lá vem encher o menino com essa baboseira toda. - tio Hoseok entrou na sala junto de meu pai Yoongi. - Vamos lá galerinha, está na hora de dormir.

- Oh, menininhos aí, cuidem da minha garotinha, ela tem medo de escuro. - papai comentou.

- Appa! - cruzei os braços e ele beijou minha testa.

Nós todos rimos e corremos para debaixo dos lençóis, deixando a ordem de Jimin ao meu lado esquerdo e Jungkook ao meu lado direito. Senhor Taehyung deu um beijo em cada um de nós e se despediu com um "boa noite", todos se retiraram e senhor Hoseok desligou as luzes.

Minutos depois, após me mexer muito, percebi que realmente não conseguia dormir.

- Jimin - cutuquei seu braço e ele continuou quieto - Jimin! - fiz novamente e nada. - Aish! - virei-me para o outro lado e afundei o dedo na bochecha do moreno, chamando-o - Jungkook! 

- Vai dormir, Júlia! - ele disse. 

- Eu não consigo! - Respondi.

- É, eu também não estou conseguindo. - Falou Jimin, se sentando. Fiz o mesmo e logo Jeon, também. 

- Vocês acham que seus pais podem ser os anjos da história? - perguntei pensativa. 

- Eu achava que sim, antes, mas como vovô falou que tudo se acabou, pode ser que não. - Jimin coçou a cabeça. 

- E porque tinha um anjo com o nome do meu pai também? - resmunguei.

- Bom... - Jeon bocejou, fazendo com que eu e e Jimin também o fizéssemos. - Não sei, só sei que é melhor dormirmos.

Assim, nos jogamos na cama.

Antes que eu pudesse cair no sono definitivamente ouvi uma voz vinda da cozinha onde estavam os adultos. 

- Você fica enchendo a cabeça das crianças com essas idiotices sobre anjos e demônios, depois o menino Jungkook não consegue dormir e a culpa é sua, pai! - era uma voz grossa, provavelmente do senhor Taehyung.

- Você não acha que um sonho tão real e complexo assim, não pode ter um pingo de realidade? Você já ouviu falar em vidas passadas? Quem sabe isso realmente não aconteceu? - Vovô Namjoon se misturou e risadas surgiram. 

- É, meu sogro, você está ficando velho. - Tio Hoseok comentou e então meus olhos se fecharam, deixando meu corpo pesado.

Hoje, anos depois disso tudo, eu conheci um menino, seu nome é Jackson Wang, estamos juntos há alguns meses mas já temos algo um tanto quanto sério. 

O motivo que me fez ter vontade de escrever esse conto foi que enquanto meu namorado descansava, sonâmbulo ele me disse que eu deveria acreditar em certas histórias, tais como de anjos e demônios pois eu poderia estar vivendo com um que estava encarregado de que tudo se repetisse, agora, com almas diferentes e pessoas diferentes.