POV Hoseok
Acordei com o sol entrando pela janela, Taehyung ainda deitado em meu braço continuava dormindo como um bebê. Cuidadosamente, me levantei e coloquei a cabeça do menor no travesseiro, mexi o ombro para os lados tentando acabar com a dor pelo peso que havia passado a noite nele.
Desci até a cozinha, eu já possuía uma grande liberdade em relação a casa de Tae, vivíamos um na casa do outro, um dia aqui o outro lá.
Resolvi tentar fazer paquecas para alegrar o mais novo, só tentar, pelo menos, estava com medo de colocar fogo ali, então não garantia nada.
Envolvi-me com os ingredientes e sinceramente, acho que nem que eu fosse mesmo irmão de Jin eu conseguiria cozinhar como tal. Fiquei tão focado naquilo que não prestei atenção em nada a minha volta, foi então que mãos fecharam meus olhos, sorri, levantei minha mão e pus em cima da mão do outro, vi assim a cena de uma discussão com alguém, o chão se abrindo e eu voltando ao inferno. Assustei-me mas não liguei, achei que era só mais uma das lembranças passadas e voltei a focar no que acontecia agora.
- Sabe, Tae, só estamos nós aqui então eu só acho que com certeza é você?!
Ele riu, me virei e o inesperado aconteceu, era Jimin.
- Essa gentezinha que se apaixona e não se desconecta da pessoa amada, desaprende a ouvir os pensamentos dos amigos. – o garoto possuia um sorriso de deboche nos lábios.
- Você é exatamente assim com Jungkook. – falei quase que em um susurro, voltei a cozinhar. Por algum motivo eu não quis continuar a falar com aquele ruivo.
- Isso não te diz respeito. – respondeu-me depois que eu inseri Jeon na conversa.
- E desde quando, você cuidar o que eu sinto te diz respeito? – respondi ríspido.
- Desde que nosso pai tem se preocupado.
- Não há com o que se preocupar, o que tem acontecido? – falei parando minhas ações e me apoiando no mármore.
- Ah, Jung, você tem realmente mudado, foi exatamente o que eu te disse da última vez. – colocou o dedo em meu colar e uma visão apareceu em minha cabeça:
“- Não, não pode ser! Por favor! Me deixe acordar! Não quero mais viver isso!
- Isso é real, Jung Hoseok, menos você! Você não é mais quem era! O que aquele brinquedinho fez com você? Volte a ser um de nós!
- Eu… eu só quero voltar para casa.
- Bom, você sabe como ir. Boa sorte!.”
- Do que você está falando? – perguntei como se não entendesse sua referência.
- Você não lembra? Da faculdade? Da transa selvagem? Do nosso plano? Não lembra de me obrigar a matar Yoongi e o pior, não lembra de matar o seu queridinho? – movimentava bruscamente a boca enquanto falava.
Isso me fez ficar irritado, como ele podia mencionar isto dessa maneira?
Segurei o seu pescoço e a forma de Jimin mudou, agora, eu segurava o pescoço de Tae.
- Daddy, não me machuque mais. – falou manhoso, entrei em choque por não saber o que fazer, eu não tinha coragem de bater em Taehyung, mesmo sabendo que não era ele.
Soltei-o bufando, meus pensamentos embaralhados. O ruivo riu e voltou para sua forma.
Segurou meu maxilar e me levantou, ele era forte.
- Sua vida tem sido um conto de fadas não é mesmo? Pena que nada dura para sempre, apenas essa aberração que você é! Parece que se esqueceu que o papai é tão Deus quanto o próprio, ele tem toda a visão do que acontece, em qualquer plano astral então, só tenho um aviso que ele me mandou dizer: Ou você se afasta desse garotinho inútil e volta para o inferno ou quem vai queimar na escuridão do abismo será ele.
Neste justo momento, Tae aparece no recinto:
- Hobi? – chamou coçando os olhos.
Jimin olhou para ele e sorriu malicioso.
- Hobi… que bonitinho! Está avisado! Sacrifício: é isso que fazemos pelas pessoas que amamos. – Jimin riu ao dizer isso, abriu suas asas e bateu o pé no chão, caindo no buraco para sua descida, buraco que logo se fechou, passagens para o mundo inferior se abrem e se fecham, em qualquer lugar.
Quando o mesmo desapareceu ali, cai de joelhos.
O inferno, ele é real, posso lhe afirmar isso mas ele está em nossas mentes, nos torturando o tempo todo.
Agora me restava escolher: ou passar mais alguns momentos com Taehyung mas depois ser obrigado a levar durante todo o sempre a dor de deixar isto acontecer com o mesmo ou deixar a alma dele até a sua morte e depois vê-lo como um anjo caído mas sem poder tocá-lo pois ele não sentirá mais o que sente por mim.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.