História Dead Leaves: Fallen Wings ~ VHope - Friends, regardless of good or evil (Part 5)

A angústia de Jin ao rever aquilo era torturante, até para mim, as tropas se arrumando, se organizando e preparando para um “suposto” ataque. Enquanto os outros se preocupavam com a guerra acontecendo. Ninguém se importaria de um bando de soldados irem para a floresta durante a noite.

Namjoon durante o dia tentou sair à procura de seu amor mas foi impedido graças ao se pai que o prendeu na masmorra do castelo. O garoto apenas conseguia chorar enquanto segurava o seu colar. Gritava o nome se Jin e se auto-insultava. Após um momento começou a chutar e socar as paredes e grades.

Do lado de fora a noite caia e os homens começaram a se dirigir até o rio. Chegando no local, viram um menino sentado na beirada da água, fazendo uma coroa de flores amarelas, ele sorriu ao ouvir os barulhos de passos mas ficou inanimado quando recebeu sete flechas no corpo.

O homem comandante soltou uma gargalhada.

“Esse som… ele ainda me assombra” – Jin sussurrou em meio as lágrimas, segurei em sua mão e sorri para tentar tranquilizá-lo.

Um dos soldados, pulou o rio, pegou Jin no colo e levaram para o castelo do norte, desceram até o calabouço e abriram as grades de Namjoon, simplesmente jogando o corpo morto ali dentro. O garoto alto que se encontrava encolhido em um canto se arrastou até a pessoa deitada no chão não acreditando que era mesmo seu amado.

Ele pegou Jin e pôs em seu colo, abraçando-o e chorando.

- Não! Por favor! Não me deixa! Jinnie! Volta para mim! Por favor! – ele apertava e soltava o corpo do mais velho, suas lágrimas já inundavam sua camiseta branca e suja de areia.

Ele tirou as sete flechas, uma por uma, colocava a mão nos buracos em que o sangue jorrava, passava os dedos no rosto do hyung, desejando que aquilo tudo fosse um pesadelo, ele se negava a viver em um mundo onde não tivesse os lábios carnudos do outro para beijar todas as manhãs.

- Eu vou te encontrar, eu prometo, nem que eu precise ir até o inferno por você. – ele beijou a testa do garoto.

Haviam se passado horas de lamentação, até que Namjoon secou suas lágrimas, deixando as bochechas vermelhas e resolveu ter a sua vingança. O castelo inteiro estava escuro, ninguém além do guarda da entrada acordado, os gritos de dor e tiros na rua, explodiam os ouvidos mas Kim não ligou, ele só queria os fazer pagar pelo que aconteceu. Então, entrou no arsenal, pegou uma das armas mais afiadas, onde ele poderia ver até mesmo o seu reflexo. Subiu as escadas até os quartos e adentrou o de seus pais. Onde os dois dormiam tranquilamente em suas camas separadas, pois eram um casal que se odiava.

Com um sorriso nos lábios, Namjoon cortou primeiro a garganta de seu pai que agonizou até a morte, em seguida, a garganta de sua mãe, sussurrando um: “Obrigado por nada”. Saindo dali, abriu a porta do quarto de sua irmã.

- Porquê maninha? – ele deixou uma lágrima escorrer. – Você sempre foi tão boa para mim! Porque tinha que ter iniciado tudo isso, é culpa sua! Tudo é culpa sua, vadia! – ele se aproximou da cama dela.

- Namjoon? O que você está fazendo? – ela perguntou sonolenta, ele segurou seus cabelos e passou a faca no pescoço dela também.

Então, ele foi ao seu quarto, pegou a carta com o perfume de Jin e leu pela última vez. Chorou pela última vez, com a mesma faca fez um corte em casa braço, um em cada perna, um no rosto e um no estômago, finalizando enfiando a faca no seu peito e assim terminava a história de amor dos dois.

“Cada corte significou uma das classificações dos pecados capitais, a Gula foi no estômago, a Vaidade no rosto, a Preguiça e a Inveja nas pernas, a Avareza e a Luxúria nos braços e por fim, a Ira no coração.” – Jin me explicou, claramente segurando o choro.

Abaixei minha cabeça, não consegui comentar nada e muito menos sabia o que falar.

“Ainda tem um final, não?” – questionei e ele assentiu.

Então, vimos a alma de Namjoon sair de seu corpo e naquele quarto eles se encontraram, os olhos do mais alto se encheram de lágrimas e um sorriso tomou conta de seu rosto mas o outro não retribuiu tal ato.

- Por um minuto, senti nojo de você. Quem é você? – Jin perguntou.

- Do que você está falando? Sou eu, querido. – ele tirou o colar do pescoço e mostrou para Jin que negou com a cabeça, dando um passo para trás.

- Não, você não é o garoto que eu amava, não é o menino meigo do sorriso com covinhas. Ele nunca faria uma coisa dessas.

- Eu fiz por você, meu amor.

- Não. Não! – Jin chorou, mais ainda, mas antes que Namjoon pudesse dizer algo a mais, uma grande sombra apareceu por trás do mesmo, tapando sua boca e o arrastando para trás, um buraco abriu-se no chão e o garoto dos cabelos platinados simplesmente sumiu ali.

A alma de Jin, demonstrou surpresa e um brilho capaz de cegar os olhos, cobriu-o. Assim, o cenário mudou, Jin estava deitado em uma cama, uma menina loira de cabelos cacheados e vestido branco, colocava um pano em sua cabeça.

Assustado, chamou por Namjoon e a garota, automaticamente, disse que esse nome não deveria ser pronunciado.

“O que é isso tudo, Jin?” – perguntei, sem entender completamente nada.

“Taehyung… eu sou Deus” – ele falou isso com uma simplicidade complexa.

“Do que você está falando? Não pode ser Deus, é um pecador.”

“Ah, querido. Eu fui para o céu após minha morte, lá conheci uma coisa que eles chamavam de ‘Assembleia Espiritual’, eram anjos, cuidadores maiorais, me disseram que eu era o escolhido deles, eu era o bem, mesmo que eu tivesse pecado por amar daquela maneira cega, dizem que toda vez que cada uma das forças atinge seu ponto extremo, manifestam-se dentro de si um sentimento oposto, foi isso que senti ao ver Namjoon fazer aquelas coisas horríveis, amei demais e me decepcionei, descobrindo que aquele era o lado verdadeiro dele, o amor que ele sentiu por mim foi o extremo se manifestando dentro dele, ele era o mal. O prêmio dele foi ganhar um inferno para si, a ‘Assembleia Infernal’ o escolheu também, porém, tiveram de apagar toda a memória do meu amado, fazendo com que ele se esquecesse de mim para receber todo o poder.”

“Jin, mas você é um anjo da Gula”

“Isso é um disfarce, eu precisava de uma maneira de adentrar o inferno e esse foi o jeito mais acessível. Sei que errei, enganei anjos trapaceiros e forjei a morte de um suposto ‘guloso’, assim, recebendo minha tarja de anjo da Gula, então, eu pude passar a ver Namjoon mesmo que ele não se lembrasse de mim.”

Eu apenas escutei atento, tentando raciocinar.

“Tudo isso, possuía um porém, tanto para mim quanto para o diabo, teríamos um tempo específico para reinar até termos de selecionar novas almas para ocuparem nossos lugares, você é o meu escolhido.”

“Mas, Jin, eu não quero isso, eu só quero viver em paz ao lado de Hoseok” – cocei a cabeça.

“Eu não pretendo lhe forçar a nada, Tae, mas se é isso mesmo que você quer, você terá de lutar para salvar a alma de Hobi, o demônio não irá desistir tão fácil assim do escolhido dele.”